AdrianLuna Vargas. Nunca a vi, nem ouvi falar, mas essa garota chegou em minha vida para mudar o rumo das coisas. Bem em um momento complicado, no qual tenho que abdicar de tudo o que mais gosto.Meu caso com a professora de química não é romântico. Nunca me envolvo com alguém, esperando despertar sentimentos. É apenas uma diversão, pois as garotas da minha idade não fazem ideia de como satisfazer um cara.Ser pego por Luna, no mesmo dia em que tivemos uma briga acalorada, na frente do colégio todo, foi uma péssima surpresa. Ela claramente me odeia, mesmo sentindo uma atração, que devo confessar que me impressiona, e se essa história chegar aos ouvidos, muito bem apurados, do meu pai, as coisas podem piorar, para o meu lado.Meu pai não é um cara ruim, ele só é muito exigente, controlador, e odeia ser contrariado. Coisa que adoro fazer. Contudo, ser o líder da alcateia significa muito, muitas responsabilidades, e se eu pisar fora da linha, ele, com certeza, irá me punir.Não já basta
A noite estava sombria, e Luna só queria respirar o ar fresco. Ela sentia que havia alguma coisa errada. Seus pensamentos estavam longe, em um garoto no qual ela dizia odiar, mas que por dentro ela sentia curiosidade e desejo. Não sabia quanto tempo ficou naquela janela, pensando em tudo o que aconteceu, na conversa que os dois tiveram em um determinado momento. Acreditou que Adrian estava ali, observando no meio dos arbustos e das árvores enormes.Com um calafrio, ela entrou, fechou a janela, sentou em sua cama e pensou no que iria fazer em seguida. Aquela cidade trouxe para ela muitas dúvidas e surpresas, na qual ela não sabia se era agradável ou não. Luna respirou fundo, decidiu que era hora de dormir. Se colocou entre as cobertas, desligou o abajur e fechou os olhos, mas o sono demorou a vir. Na verdade, quando ela finalmente conseguiu adormecer, foi sequestrada pelos seus sonhos, ou melhor dizendo, pesadelos, que a atormentavam a todo o momento. E dessa vez, parecia ainda mai
Essa noite foi muito estranha para Luna. Parecia que ela estava em um sonho no qual nunca acordava. Ela jamais acordava. Mesmo fechando os olhos, espremendo e pensando muito, muito mesmo em acordar. Quando saiu para o colégio, ela não fazia ideia do que iria acontecer neste dia de lua cheia. Estava tão presa em seus pensamentos que ela simplesmente esqueceu de tudo. Apenas lembrando daquele sonho, ou daquele plano no qual ela transitava entre os vivos e os mortos. Assim como sua avó havia dito. Uma maldição?Ela repetiu em sua cabeça. As pessoas que aqui estão?Ela não entendeu. Não deu muito tempo. Quando achou que teria respostas, foi trazida de volta, sem saber o final da história. Ela tinha que entender melhor tudo que estava acontecendo, ou simplesmente, como sua mãe mesmo disse, sua avó era louca e Luna estava seguindo seus passos, mesmo não querendo. Notando que estava há muito tempo distraída, ela piscou os olhos, balançou a cabeça, virou o fundo e tentou prestar atenção
Adrian estava furioso por ter que ficar preso, como um cachorro feroz, mas sabia que era necessário. Ele tinha que admitir que não conseguia se controlar, ainda mais em um dia como esse.Ele passou o café todo, pensando em como fugir daquela jaula, contudo, não faria isso. Tinha medo de si mesmo.Talvez, ele pensou, todos tinham razão. Ele não conseguia se controlar. Deveria, já que muitos dos novatos, aprendem a fazer isso já nos primeiros meses, antes da transformação total.- Está com raiva, novamente. – a voz da sua mãe era como um calmante natural. Ele a encarou, com um sorriso. Se culpava por dar tanto trabalho. – Não precisa se preocupar. Vai aprender a controlar.- Acho que estou quebrado. – Comentou, encarando o chão. Adrian se martirizava. Era o único que estava dando tanto trabalho. – Eu já deveria ter aprendido a me controlar.A mulher acariciou seus cabelos, escuros como a noite, o trazendo para a realidade. Adrian amava a sua mãe. Ela era carinhosa, tinha uma paciência i
Quando Luna chegou em casa, ela subiu as escadas e tudo estava muito silencioso. Provavelmente seu pai ainda não chegou do trabalho e sua mãe estava escondida em algum lugar dentro desta enorme mansão.Ela cautelosamente subiu as escadas e ao passar no corredor, viu uma porta aberta. Ela entrou e descobriu a sua mãe sentada no chão, com algumas caixas em volta. Ela olhou tudo aquilo e não conseguiu entender a caixa específica em que ele estava mexendo. Então, se aproximou cautelosamente, no qual sua mãe levou um susto ao perceber sua presença.— Pelo amor de Deus, você quer me matar de susto? — Elisa levou as mãos ao seu peito, fazendo a garota rir. — Por que está chegando assim?— Fiquei curiosa. — Se aproximou mais, vendo o conteúdo da caixa. Tinha coisas velhas, porta retrato. Logo que viu a imagem da sua avó, Luna sentiu um arrepio. A levou, novamente, para a noite passada. O sonho sinistro. — São coisas da vovó?Elisabete fez que sim. Ela não estava em um bom dia. Havia momentos
Luna sabia que não era uma boa ideia esperar todos dormirem, apagarem as luzes para que ela se levantasse, vestisse uma roupa de frio, pegasse o celular e fugisse pela janela.Óbvio que era uma péssima ideia. Já estava tarde da noite e o vento que era trazido lhe dizia que as coisas só iam piorar. Assim que ela pôs os pés fora de casa, desceu cuidadosamente e adentrou os grandes arbustos e troncos de árvores.Sabia que não tinha uma volta e que algo muito estranho e ruim poderia acontecer com ela. Então, como não tinha como voltar, pois sua coragem e curiosidade estavam maior do que a razão pela qual deveria voltar, e se manter segura dentro de casa, ela continuou. Ligou a lanterna do celular e resolveu andar. Bem, para onde ela iria? Não conhece nada ali. Não conhece os caminhos. Poderia se perder. Mas, o instinto dentro dela começou a guiá-la. Ela não conhecia ao mesmo tempo. Conhecia cada passo, cada árvore.E foi isso que a guiou, adentrando o escuro, ouvindo os animais que ali v
Luna Ainda não tive coragem de abrir o livro e ler o que tinha dentro dele. Quando voltei para casa na noite anterior, eu o escondi em um lugar seguro, onde sei que minha mãe nem meu pai conseguiriam encontrar. A noite de lua cheia, assim como a minha vó havia dito, foi uma surpresa e reveladora. Descoberta. Adrian simplesmente fugiu. A minha pergunta foi bem certeira, e mesmo que eu tivesse dúvidas naquele momento, foi selada. Com certeza ele era a pessoa a que minha vó atribuía o meu destino. Significava que nós dois estávamos ligados em algum ponto? Isso justificava tanta emoção e a raiva que sentíamos um pelo outro? Bem, eu não sei. Mas tenho certeza de que depois da noite passada, eu não o odiava tanto. Não faço ideia, já que ele ainda é o mesmo idiota de antes. Mas dessa vez parecia que eu entendia isso. E na noite passada eu senti que ele estava me protegendo de alguma coisa.Não faço ideia de como resolver todo esse problema. Eu tinha apenas 17 anos. Como posso lidar com o
Quando Luna chegou em casa, estava empolgada para se trancar em seu quarto e abrir o livro misterioso, da sua família. Ela nem precisou saber se seus pais estavam em casa. Passou despercebida, praticamente correndo, para seu quarto, fechou a porta e a trancou.Ela não queria que alguém abrisse e a encontrasse com, seja lá o que for, aquele livro. Ao colocar sua bolsa na cama, ela se agachou e pegou uma caixa, que estava embaixo da cama, onde ela guardava algumas coisas, tirou a tampa, algumas coisas pequenas que estava em cima, e debaixo de uma pequena manta, o livro, no qual tirou e o olhou, encantada.Luna não fazia ideia do que encontraria ali. Ela estava nervosa, tinha que confessar. Ficou encarando aquele livro por um bom tempo, até que conseguiu abrir a capa e ver o que estava na primeira folha. Havia letras no qual ela não entendia. Talvez fosse latim ou alguma linguagem antiga, já que em sua visão apareceu pessoas com roupas meio que medievais. Então, não conseguiu achar o q