Luna Ainda não tive coragem de abrir o livro e ler o que tinha dentro dele. Quando voltei para casa na noite anterior, eu o escondi em um lugar seguro, onde sei que minha mãe nem meu pai conseguiriam encontrar. A noite de lua cheia, assim como a minha vó havia dito, foi uma surpresa e reveladora. Descoberta. Adrian simplesmente fugiu. A minha pergunta foi bem certeira, e mesmo que eu tivesse dúvidas naquele momento, foi selada. Com certeza ele era a pessoa a que minha vó atribuía o meu destino. Significava que nós dois estávamos ligados em algum ponto? Isso justificava tanta emoção e a raiva que sentíamos um pelo outro? Bem, eu não sei. Mas tenho certeza de que depois da noite passada, eu não o odiava tanto. Não faço ideia, já que ele ainda é o mesmo idiota de antes. Mas dessa vez parecia que eu entendia isso. E na noite passada eu senti que ele estava me protegendo de alguma coisa.Não faço ideia de como resolver todo esse problema. Eu tinha apenas 17 anos. Como posso lidar com o
Quando Luna chegou em casa, estava empolgada para se trancar em seu quarto e abrir o livro misterioso, da sua família. Ela nem precisou saber se seus pais estavam em casa. Passou despercebida, praticamente correndo, para seu quarto, fechou a porta e a trancou.Ela não queria que alguém abrisse e a encontrasse com, seja lá o que for, aquele livro. Ao colocar sua bolsa na cama, ela se agachou e pegou uma caixa, que estava embaixo da cama, onde ela guardava algumas coisas, tirou a tampa, algumas coisas pequenas que estava em cima, e debaixo de uma pequena manta, o livro, no qual tirou e o olhou, encantada.Luna não fazia ideia do que encontraria ali. Ela estava nervosa, tinha que confessar. Ficou encarando aquele livro por um bom tempo, até que conseguiu abrir a capa e ver o que estava na primeira folha. Havia letras no qual ela não entendia. Talvez fosse latim ou alguma linguagem antiga, já que em sua visão apareceu pessoas com roupas meio que medievais. Então, não conseguiu achar o q
Quando o Mary chegou, Luna desceu as pedras rapidamente. Luna não queria parar para conversar com sua mãe na internet sobre aqueles assuntos. Mas foi impossível escapar do seu pai, que abriu a porta e deu de cara com Mary, que sorriu nervosamente.Quando ela chegou no fim da escada, viu seu pai conversando com a nova ameiga. Ela apressou os passos e os alcançou. - Pai – O chamou, fazendo-o virar e encara-la. Luna não estava com roupas exageradas, não era seu estilo. Ela amava a cor preta, então estava com um vestido, que ia até sua coxa, um casaco da mesma cor, e um tênis que combinava com o conjunto. Nervosa, Luna colocou uma das mechas de seu cabelo, atrás da orelha. – Essa é a minha amiga, Mary.No fundo, a amiga ficou orgulhosa. Essa era a primeira vez que ouvia Luna a chamando assim. Lorenzo, por outro lado, ficou surpreso com a novidade de que sua única filha, que antes, declarava seu desgosto por festas, agora, estava indo a uma.- Acabo de saber que está indo a uma festa. – C
LunaAdrian me carregou para dentro da casa barulhenta. Aquele som, quase alto demais, incomodou os meus ouvidos, assim como eu achei que também incomodou os dele.Ainda com nossas mãos entrelaçadas, subimos sem perguntar se poderíamos fazer isso, pois a casa não era nem minha nem dele. Para o segundo andar, onde ele me colocou em um quarto e fechou a porta. Quando voltou a me encarar, senti que estava com raiva. Claro, eu tinha provocado isso. Talvez assim ele parasse de me ignorar e fugir de mim. Até parecia que eu iria matá-lo.Eu só queria conversar. Com certeza estou certa sobre minhas teorias e a única pessoa que poderia saber como estava me sentindo e qual a conclusão estava acontecendo naquela cidade era justamente a pessoa que eu mais odiava. Que irônico, não?Eu estava completamente perdida e a pessoa que poderia me ajudar a me encontrar me odiava, assim como eu a ele. Eu confesso que, pouco a pouco, Adrian conseguia me fazer entendê-lo.Afinal, se eu tivesse tantos segredo
PovLuna esperou ansiosamente pelo final de semana. Ela finalmente pôde se esconder e treinar os novos poderes, além de tentar entender aquele livro antigo de feitiços. Ela não sabia de onde vinham esses poderes. A única coisa que sua avó disse era que eles canalizavam o poder da bruxa primordial, a original, que fez um impacto maluco que ainda assustava a garota.Ela não era muito religiosa, mas odiaria ter que sucumbir aos desejos do diabo. Para ter poderes no qual ela tinha que salvar uma cidade que ela mal conhecia. Depois do café da manhã, ela achou que estava livre, até que a campainha tocou e a governanta foi abrir. De repente, Mary Ann apareceu com aquele olhar pedinte e feliz que fez Luna respirar fundo e revirar os olhos, escondido porque não queria ofender a garota.Ela só queria um momento de paz e focar no seu objetivo. Pessoas normais usariam o final de semana para passear ou estudar mais um pouco ou ir a festas, coisa que Luna odiava. Na noite anterior, ela se desagr
- Ai meu Deus, o Miligan está vindo até nós. – Disse Mary Ann, disfarçando sua surpresa.Primeiramente, ela ficou surpresa e com dúvida. Quem era este garoto? Bem, talvez fosse do colégio. Ele estava no mesmo grupo dos garotos em que jogava lacrosse.Achou também que ele estava se aproximando por causa da sua amiga. Mas logo Luna notou que o garoto tinha era consideravelmente bonito. Com seus cabelos loiros, olhos claros, porte Atlético estava encarando ela. Ela respirou fundo. Não queria nem mesmo conversar com aquele garoto. Já tinha tanta coisa para resolver, ter que dialogar com um jogador de lacrosse era a última coisa que queria naquele dia. Além do mais, olhando sobre os ombros dele, via o rosto furioso de Adrian. Parece que olhar para Luna era o gatilho para ele ficar furioso. Ela não sabia o que fazer, não sabia o que dizer. Então, em um sussurro no qual só ele ouviria, ela disse: Qual o problema?Adrian, naquele mesmo local, pensou: Por que eu estou me importando com isso
LunaAquela visão foi tenebrosa demais para conseguir esquecer. A sensação que eu senti quando toquei naquela pedra foi de desespero. Eu não fazia ideia se aquelas mulheres faziam parte do clã de alguma ancestral minha, do passado.Mas quando eu gritei, e aquela velha conseguiu me enxergar, senti como se meu coração estivesse prestes a sair pela boca. Era como se eu estivesse presente, mesmo estando séculos à frente. Eu não queria ter que lembrar daquela cena, mas ela não saía da minha cabeça. Isso me fez ter coragem e, mais determinada, em aprender a magia e o que todas aquelas runas significavam. Algumas eu pus na internet e encontrei algumas traduções. Fiquei um pouco alarmada. Nem tudo ali era paz e bonito. Não era como se tivesse me transformado numa fada madrinha e transformasse tudo em doce e magia do bem.Eu sabia que nada ali era bom. Afinal, a bruxa primordial fez um pacto. E onde está a bondade em tudo isso?Eu só queria entender o que eu sou e como usar os meus poderes,
- A bruxa primordial é nossa ancestral. Está conectada com todas nós, então sim, ela pode ver você. – Explicou. Então, era mesmo a maluca. Estava mais velha, contudo, porque estava fazendo aquilo? – Ela sabe que está aqui e vai usar você.- Espera, como assim? – Arregalei os olhos. – Não basta ter lobos, caçadores, uma bruxa que está atrás de mim, agora tenho que lidar com a louca?- O que viu, foi um sacrificial. – Explicou. - É, ficou óbvio. – Fui irônica. - Quando se transformou e ganhou os poderes, ela doutrinou outras mulheres. Elas eram conectadas a ela, por isso podiam usar o poder. – Enquanto ela contava a história, minha mente vagava na lembrança. – O sacrificial era a forma de alimentar o poder.- Espera! – Arregalei os olhos. – Nosso poder vem de sacrificial?- Enquanto ela era viva, se alimentava disso. Após a morte, ela foi para seu lugar guardado no inferno, e é de lá que vêm o que usamos.Isso é mais louco do que eu imaginava. Não quero nada disso.- Vó, eu não quero