LunaNão foi do meu agrado, vir para essa cidade. Não sou muito de reclamar por bobagens, como as outras garotas da minha idade. Na verdade, muitos diriam que não tenho a idade que tenho, pois sou bem mais avançada em muitos aspectos, contudo, meus 17 anos me prendem aos meus pais, o que me traz a North Walland.A cidade não é tão pacata quanto imaginava, contudo, tem alguma coisa aqui que me faz sentir-me mal. Não sei como explicar. É como se uma energia saísse de mim e atravessasse meu corpo. Um sussurro em meu ouvido que causa calafrios.Contudo, meus gostos estão fora do roteiro que meus pais montaram, sem me avisar. Chegamos há algumas semanas e hoje é meu primeiro dia de aula em uma das escolas mais bem-conceituadas no país. Pelo menos isso é uma coisa boa. O problema é... bem... como posso dizer... só tem gente babaca. New West é, sim, renomada, contudo, é a escola dos ricaços. É onde os filhos dos grã-finos estudam, e como todo filho mimado, são cheios de arrogância.Claro, n
E eu paro, estendendo a minha mão, e digo:- Mary Ann, muito obrigada, mas o bom de ser uma novata é descobrir as coisas sozinha, ainda mais, eu nunca venho a um lugar sem ao menos fazer umas pesquisas, então, acho que posso me virar.A garota novamente se viu decepcionada, ela deu de ombros e baixou os olhos, tristonha, falou:- Tudo bem, seria uma grande oportunidade de fazer uma amizade, pelo menos. - Ela falou essas palavras quase sussurrando, e levantou o olhar, notando o que eu havia ouvido e entendido suas palavras, ela deu um sorriso nervoso e falou. - Mas isso não significa que não podemos ser amigas, não é mesmo?Por dentro, eu desejava revirar os olhos, amizade não era uma coisa que eu gostava muito de ter, era bem isolada, não sei, desde pequena eu sou assim, parece que quando eu olho para alguém, eu sinto que essa pessoa me julga ou ela me detesta, então, eu simplesmente prefiro ficar sozinha, mas eu não iria dizer isso na frente dessa garota, ou pelo menos em voz alta,
AdrianMinha vida estava começando a mudar. E eu não estava acostumada a nada disso. Claro, desde o terço eu entendia e sabia que isso iria acabar acontecendo em algum momento. Eu só não esperava que seria tão rápido assim. Nascer nesta família, com o DNA do meu pai, estava sendo difícil, ultimamente.Mesmo que, desde sempre, essa fosse uma questão no qual me desagradavam. Eu era diferente de todo mundo, não só pela riqueza que meu pai tinha. Não só pelo poder que ele exercia nessa cidade, principalmente neste colégio. Mas porque nossa linhagem vinha de um tempo antigo. Onde éramos forçados a crescer e ser quem não desejávamos ser. Pelo menos eu. Pois todo o resto, todos os meus amigos fora do colégio, os meus tios, tias, primos e primas, durante séculos, foram amaldiçoados a se transformarem em um ser totalmente desconhecido pela humanidade. E que, nos seus piores momentos, perdia totalmente a noção. E se ligava ao seu DNA primitivo, atacando tudo e todos que tiverem na sua frente
LunaSei que eu não deveria dar tanto na bola, como estou fazendo agora. Jamais iria encarar um desconhecido em qualquer lugar, mas aquele específico me dá muita curiosidade. E isso é um combustível para que eu nem perceba que estou simplesmente focada em seu olhar na pessoa e em tudo que ela esconde, pois ele é o único no qual eu não consigo entender, nem mesmo ler os seus pensamentos, mesmo que eu duvide que eu possa fazer isso realmente. Quando ele se levantou irritado, eu sabia que era por minha causa. Fiquei tão curiosa, pois nem sabia o nome dele. Aproveitei aquele momento em que a minha nova colega, tagarela, estava ao meu lado para perguntar pelo menos o seu nome. Eu viro para ela e pergunto.— Quem é aquele? Tento não apontar para ser tão descarada. Mary Ann arregala os olhos, baixa a cabeça e quase sussurrando, ela diz:— Esse é o Adrian, o filho do homem mais poderoso da cidade. Eu também diria do país, mas não quero exagerar. — Esse nome ficou ecoando em minha mente, Adr
Adrian voltou para casa de cabeça cheia. Aquele dia foi um saco, como se já não bastasse seu início da manhã.Quando pisou na escola, tudo parecia estar diferente, e mesmo estando tudo no seu devido lugar. A única coisa fora do comum foi a chegada da nova aluna. Aquela garota é realmente estranha, e conseguia o tirado sério diferente de qualquer outra garota ali. Muitas daquelas meninas já tentaram ficar com ele. Porém, com todas as suas questões familiares e até mesmo de si próprio, ele se limitava a escolher bem suas amantes. Não tinha uma boa fama, não por ser um galinha, mas por ser mal-humorado e furioso sempre. E essa fúria aumentava a todo momento. O jogo que ele mais amava, lagrosse, estava correndo riscos. Com a sua eminente transformação completa, aos 18 anos, na lua cheia, ele seria imbatível comparado aos seus colegas. Por sorte, ele já estaria formado. Mas, tudo o que Adrian queria era ser jogador de lacrosse, ir para a faculdade e ser como todos os outros garotos. M
Luna chegou em casa exausta depois de um longo dia no novo colégio. Quando a porta do carro de luxo, que fora buscá-la no colégio, se abriu, ela saiu rapidamente, bufando. Ser a aluna nova estava sendo cansativo, e aquele era apenas seu primeiro dia. Ela olhou para a fachada elegante da mansão da família e ficou ali parada, pensando em como iria suportar viver naquela cidade nova, sem ninguém que se importasse com ela ou com o que sentia.Parede que se passou dias, mas esse é só o primeiro dia. Como vou suportar passar mais tempo nesse lugar? Nessa cidade, sentindo que alguma coisa em mim, está errada?A fachada da mansão era impressionante, com seus altos pilares de mármore branco e um jardim bem cuidado que parecia uma obra de arte. As janelas amplas e os detalhes arquitetônicos sofisticados destacavam a grandiosidade do lugar. Luna respirou fundo e, após perceber que havia passado bastante tempo ali, decidiu entrar.Ao passar pela porta de entrada, de madeira maciça com entalhes d
Minha mente estava atordoada desde a noite passada. Como se já não fosse difícil de lidar depois daquela conversa. As palavras ainda ecoavam em minha mente. Quando deitei em minha cama, demorei perto no sono. Fiquei encarando o teto, esperando o sono me vencer. Mas ele demorou.Demorou bastante. E quando chegou, me levou para um mundo no qual eu não queria estar. Era sombrio, frio e assustador. Parecia que eu sentia tudo aquilo. Parecia que era real. E isso me assustava muito. Eu estava em uma floresta escura, densa, com árvores enormes, com galhos e arbustos. Ao longe, algo estava me observando, na noite escura. Eu não conseguia ver o que era. Mas não parecia ser uma pessoa. E sim, uma criatura. Uma criatura que eu não conhecia. Eu não fazia ideia do que estava encoberto nas sombras. Eu só conseguia ver seus olhos. Um intenso vermelho que me encarava. Cheguei até a ouvir a sua respiração.O urrasnado, como se fosse um cão. Muito maior do que um cão. Naquele momento, eu só pensei
PovLuna não conseguia tirar da cabeça, tudo de estranho que estava acontecendo com ela, naquele momento. Era como se o mundo ao seu redor tinha parado de girar da forma correta.Ela não entendia nada do que estava acontecendo. As luzes piscando, a raiva que sentiu naquele momento e como tudo foi embora, quando ela se acalmou.Sem falar na figura que apareceu, durante o banho. O que era aquilo? Não dá para acreditar que estou alucinando. Que adquiri a esquizofrenia da minha avó.Sim, todos sempre diziam que Anastácia, avó materna de Luna, que ela era louca. Que via coisas que não existiam, para justificar as bizarrices que ela dizia, mesmo que muitos da família soubessem da habilidade de vidência da mulher.Elisa sabia da verdade, e rezou para aquele "mal" não a alcançasse, contudo, seu medo se estendia para Luna. O que a mulher não sabia era que seu medo estava se tornando real, só que Luna não fazia ideia da herança familiar, e acreditava estar louca.Quando o motorista lhe deixou