Adrian estava furioso por ter que ficar preso, como um cachorro feroz, mas sabia que era necessário. Ele tinha que admitir que não conseguia se controlar, ainda mais em um dia como esse.Ele passou o café todo, pensando em como fugir daquela jaula, contudo, não faria isso. Tinha medo de si mesmo.Talvez, ele pensou, todos tinham razão. Ele não conseguia se controlar. Deveria, já que muitos dos novatos, aprendem a fazer isso já nos primeiros meses, antes da transformação total.- Está com raiva, novamente. – a voz da sua mãe era como um calmante natural. Ele a encarou, com um sorriso. Se culpava por dar tanto trabalho. – Não precisa se preocupar. Vai aprender a controlar.- Acho que estou quebrado. – Comentou, encarando o chão. Adrian se martirizava. Era o único que estava dando tanto trabalho. – Eu já deveria ter aprendido a me controlar.A mulher acariciou seus cabelos, escuros como a noite, o trazendo para a realidade. Adrian amava a sua mãe. Ela era carinhosa, tinha uma paciência i
Quando Luna chegou em casa, ela subiu as escadas e tudo estava muito silencioso. Provavelmente seu pai ainda não chegou do trabalho e sua mãe estava escondida em algum lugar dentro desta enorme mansão.Ela cautelosamente subiu as escadas e ao passar no corredor, viu uma porta aberta. Ela entrou e descobriu a sua mãe sentada no chão, com algumas caixas em volta. Ela olhou tudo aquilo e não conseguiu entender a caixa específica em que ele estava mexendo. Então, se aproximou cautelosamente, no qual sua mãe levou um susto ao perceber sua presença.— Pelo amor de Deus, você quer me matar de susto? — Elisa levou as mãos ao seu peito, fazendo a garota rir. — Por que está chegando assim?— Fiquei curiosa. — Se aproximou mais, vendo o conteúdo da caixa. Tinha coisas velhas, porta retrato. Logo que viu a imagem da sua avó, Luna sentiu um arrepio. A levou, novamente, para a noite passada. O sonho sinistro. — São coisas da vovó?Elisabete fez que sim. Ela não estava em um bom dia. Havia momentos
Luna sabia que não era uma boa ideia esperar todos dormirem, apagarem as luzes para que ela se levantasse, vestisse uma roupa de frio, pegasse o celular e fugisse pela janela.Óbvio que era uma péssima ideia. Já estava tarde da noite e o vento que era trazido lhe dizia que as coisas só iam piorar. Assim que ela pôs os pés fora de casa, desceu cuidadosamente e adentrou os grandes arbustos e troncos de árvores.Sabia que não tinha uma volta e que algo muito estranho e ruim poderia acontecer com ela. Então, como não tinha como voltar, pois sua coragem e curiosidade estavam maior do que a razão pela qual deveria voltar, e se manter segura dentro de casa, ela continuou. Ligou a lanterna do celular e resolveu andar. Bem, para onde ela iria? Não conhece nada ali. Não conhece os caminhos. Poderia se perder. Mas, o instinto dentro dela começou a guiá-la. Ela não conhecia ao mesmo tempo. Conhecia cada passo, cada árvore.E foi isso que a guiou, adentrando o escuro, ouvindo os animais que ali v
Luna Ainda não tive coragem de abrir o livro e ler o que tinha dentro dele. Quando voltei para casa na noite anterior, eu o escondi em um lugar seguro, onde sei que minha mãe nem meu pai conseguiriam encontrar. A noite de lua cheia, assim como a minha vó havia dito, foi uma surpresa e reveladora. Descoberta. Adrian simplesmente fugiu. A minha pergunta foi bem certeira, e mesmo que eu tivesse dúvidas naquele momento, foi selada. Com certeza ele era a pessoa a que minha vó atribuía o meu destino. Significava que nós dois estávamos ligados em algum ponto? Isso justificava tanta emoção e a raiva que sentíamos um pelo outro? Bem, eu não sei. Mas tenho certeza de que depois da noite passada, eu não o odiava tanto. Não faço ideia, já que ele ainda é o mesmo idiota de antes. Mas dessa vez parecia que eu entendia isso. E na noite passada eu senti que ele estava me protegendo de alguma coisa.Não faço ideia de como resolver todo esse problema. Eu tinha apenas 17 anos. Como posso lidar com o
Quando Luna chegou em casa, estava empolgada para se trancar em seu quarto e abrir o livro misterioso, da sua família. Ela nem precisou saber se seus pais estavam em casa. Passou despercebida, praticamente correndo, para seu quarto, fechou a porta e a trancou.Ela não queria que alguém abrisse e a encontrasse com, seja lá o que for, aquele livro. Ao colocar sua bolsa na cama, ela se agachou e pegou uma caixa, que estava embaixo da cama, onde ela guardava algumas coisas, tirou a tampa, algumas coisas pequenas que estava em cima, e debaixo de uma pequena manta, o livro, no qual tirou e o olhou, encantada.Luna não fazia ideia do que encontraria ali. Ela estava nervosa, tinha que confessar. Ficou encarando aquele livro por um bom tempo, até que conseguiu abrir a capa e ver o que estava na primeira folha. Havia letras no qual ela não entendia. Talvez fosse latim ou alguma linguagem antiga, já que em sua visão apareceu pessoas com roupas meio que medievais. Então, não conseguiu achar o q
Quando o Mary chegou, Luna desceu as pedras rapidamente. Luna não queria parar para conversar com sua mãe na internet sobre aqueles assuntos. Mas foi impossível escapar do seu pai, que abriu a porta e deu de cara com Mary, que sorriu nervosamente.Quando ela chegou no fim da escada, viu seu pai conversando com a nova ameiga. Ela apressou os passos e os alcançou. - Pai – O chamou, fazendo-o virar e encara-la. Luna não estava com roupas exageradas, não era seu estilo. Ela amava a cor preta, então estava com um vestido, que ia até sua coxa, um casaco da mesma cor, e um tênis que combinava com o conjunto. Nervosa, Luna colocou uma das mechas de seu cabelo, atrás da orelha. – Essa é a minha amiga, Mary.No fundo, a amiga ficou orgulhosa. Essa era a primeira vez que ouvia Luna a chamando assim. Lorenzo, por outro lado, ficou surpreso com a novidade de que sua única filha, que antes, declarava seu desgosto por festas, agora, estava indo a uma.- Acabo de saber que está indo a uma festa. – C
LunaAdrian me carregou para dentro da casa barulhenta. Aquele som, quase alto demais, incomodou os meus ouvidos, assim como eu achei que também incomodou os dele.Ainda com nossas mãos entrelaçadas, subimos sem perguntar se poderíamos fazer isso, pois a casa não era nem minha nem dele. Para o segundo andar, onde ele me colocou em um quarto e fechou a porta. Quando voltou a me encarar, senti que estava com raiva. Claro, eu tinha provocado isso. Talvez assim ele parasse de me ignorar e fugir de mim. Até parecia que eu iria matá-lo.Eu só queria conversar. Com certeza estou certa sobre minhas teorias e a única pessoa que poderia saber como estava me sentindo e qual a conclusão estava acontecendo naquela cidade era justamente a pessoa que eu mais odiava. Que irônico, não?Eu estava completamente perdida e a pessoa que poderia me ajudar a me encontrar me odiava, assim como eu a ele. Eu confesso que, pouco a pouco, Adrian conseguia me fazer entendê-lo.Afinal, se eu tivesse tantos segredo
PovLuna esperou ansiosamente pelo final de semana. Ela finalmente pôde se esconder e treinar os novos poderes, além de tentar entender aquele livro antigo de feitiços. Ela não sabia de onde vinham esses poderes. A única coisa que sua avó disse era que eles canalizavam o poder da bruxa primordial, a original, que fez um impacto maluco que ainda assustava a garota.Ela não era muito religiosa, mas odiaria ter que sucumbir aos desejos do diabo. Para ter poderes no qual ela tinha que salvar uma cidade que ela mal conhecia. Depois do café da manhã, ela achou que estava livre, até que a campainha tocou e a governanta foi abrir. De repente, Mary Ann apareceu com aquele olhar pedinte e feliz que fez Luna respirar fundo e revirar os olhos, escondido porque não queria ofender a garota.Ela só queria um momento de paz e focar no seu objetivo. Pessoas normais usariam o final de semana para passear ou estudar mais um pouco ou ir a festas, coisa que Luna odiava. Na noite anterior, ela se desagr