Ela se levanta e pede para eu me levantar junto. Ela sai na frente, quase caindo, cambaleando para todos os lados.
— Qual é o seu carro? — Ela para no estacionamento e pergunta. — Eu não tenho carro aqui. Eu sou da Itália, vim para cá de táxi. — Eu falo italiano, fiz vários cursos. Ai... — Ela tropeça no pé dele, e eu a seguro. Olho para os lados para ver se alguém está vendo isso. — Temos que ir embora logo, ou os seguranças vão vir até aqui e me botar para limpar o chão lá dentro. Começo a dar risada e a levanto para que ela fique em pé. Um táxi passa, e eu estendo a mão. Ele vem bem em nossa direção, e eu coloco ela dentro e me sento ao seu lado. Ela é o tipo de mulher que não deixa você cair na depressão. A pouco tempo que eu estou com ela, já dei mais risada do que na minha vida toda. Mando o taxista nos deixar no hotel Plaza. Mesmo ela achando que eu vou atacá-la à noite, eu não faria isso, não com ela bêbada. Mas, quem sabe quando ela acordar, poderemos fazer um bom negócio. O táxi para, eu pago, e ajudo ela a descer. Seguimos para a recepcionista, dou o meu nome e ela me entrega a chave do meu quarto. — Você tem dinheiro, em, Plaza? — Ela fala assim que entramos no elevador. — Eu tenho. Sou um ótimo engenheiro lá em Roma. — Falo sorrindo, e ela coloca a mão na parede do elevador para se apoiar. Assim que ele para no último andar, ela quase tropeça mais uma vez, e então a levo, segurando em sua cintura fina. Ela é pequena, acho que não deve ter mais que um metro e meio de altura. — Pode ficar à vontade, só não vomita aqui, por favor. Ela sorri e tira os sapatos dos pés, e se senta no sofá-cama. Vou até o frigobar e pego uma garrafa de água para ela. Ela pega e toma. — Vou tomar um banho, se quiser pode ir depois de mim. — Ah, como ele é educado. Não vai me convidar para ir com você? — Sorrio e me aproximo dela, ficando com o meu rosto bem pertinho do seu. — Quer entrar comigo, moça bonita? — Ela sorri, nega com a cabeça e se afasta, colocando as costas no encosto do sofá. — Foi o que eu pensei. Pode ligar na recepção e pedir o que você quiser comer. Eu já volto. Ela acena com a cabeça, e eu tiro a minha camisa. Ela assobia e b**e palmas, e pela primeira vez, eu fico envergonhado numa situação assim. Entro no chuveiro e faço a minha higiene. Fico pensando nela até aqui dentro. Acho que depois que ela for embora, eu vou sentir falta. Termino de me lavar e saio. Me deparo com ela tentando tirar o seu vestido. A briga é grande, parece que ele está torcendo o braço dela para trás da cabeça, já que é ali que ela tenta abrir o zíper. — Quer ajuda? — Ela olha para mim e sorri sem graça. Ela se aproxima e vira de costas. — Está emperrado. — Tento puxar, mas ele não desce. Tento mais uma vez, e nada. Puxo pelas laterais, e o vestido se rasga, como se fosse papel. — Desculpa! — Coisa do Paraguai é assim mesmo. Está bem, depois eu me viro para ir embora. — Ela deixa o vestido cair no chão, mostrando a bela lingerie branca que está em seu corpo. — Não baba. Ela fala e entra no banheiro, e eu fico de boca aberta. Será que todas as brasileiras são tão avançadas assim? As italianas são tão recatadas, ainda mais se nunca tiverem nenhum tipo de relação com nenhum homem, já que ela afirmou ser virgem lá na balada. Coloco uma roupa mais confortável para dormir, e me deito na cama. Pego o meu notebook e trabalho um pouquinho. Alguns minutos depois, ela sai do banheiro enrolada em uma toalha e fica parada olhando para mim. — Eu não sabia que ia passar a noite com você. Eu não tenho roupa e... — Ela olha para o lado, em direção à minha mala. — Pode me emprestar uma camisa? Aceno com a cabeça, afinal, eu rasguei o vestido dela. Ela escolhe uma branca e se deita no sofá-cama. Bom, assim é bem melhor, ela afastada de mim, não corremos nenhum risco. Fecho o laptop e me ajeito na cama para dormir, porém, escuto ela resmungar. — Aqui é duro, acho que vou pra minha casa. Minha cama é macia. — Sua mãe não ia brigar com você? — Sim, mas não vou conseguir dormir nessa merda. — Ela se levanta e, sem nem mesmo me perguntar se pode ou não, se deita na cama ao meu lado. — Vou ficar aqui mesmo. A cama é grande demais só para você. Dou risada, viro as minhas costas para ela e fecho os meus olhos para dormir. Mas a moça parece estar com formiga, já que não para de se mexer. Até que ela me abraça, e eu sinto as suas pernas quentes sobre a minha. Logo eu penso que ela está com a minha camisa, só com ela em seu corpo. Me viro de frente para ela, e ela abre os olhos. — Você é tão lindo, italiano ainda por cima. É um sonho de qualquer brasileira. — Até o seu? — Ela sorri de um jeito tímido e balança a cabeça concordando. — Você está bêbada. Eu não... Ela se aproxima mais de mim, onde seus lábios quase tocam nos meus. — Eu vou poder dizer por aí que perdi a minha virgindade com um italiano. Não seria a coisa mais romântica do mundo? — Eu não sou romântico. Não sei se você aguentaria sendo a sua primeira vez. — Eu tô bêbada. Acho que nem vou sentir nada. — Quando ela fala isso, eu me afasto. Apesar de gostar muito da coisa, eu não sou nenhum covarde. Mas ela volta a se aproximar e sobe em cima de mim, mesmo eu estando com a calça fina. Posso sentir a sua nudez. Seguro em sua cintura para que ela pare, mas parece que ela quer. Então, eu vou dar o que ela está querendo.Rio de janeiro, Brasil.Desperto do meu sono com tudo, sentando-me na cama. Não me lembro de nada da noite anterior, pelo menos, não depois que entrei no bar e comecei a beber sem parar uma garrafa de uísque. Passo a mão pelo meu rosto e olho ao redor, não conheço este quarto, até que escuto um som que parece um resmungo masculino.Olho para o lado e me deparo com um homem deitado e pelado de bruços. Aproximo-me lentamente dele, sem tocá-lo, mas não consigo ver seu rosto. Assusto-me com ele dando outro resmungo e me afasto. Não, eu não fiz isso, não dei a minha virgindade assim para um estranho, eu não seria tão louca, ou seria?Levanto o lençol e vejo a marca da minha virgindade ali, jogando na minha cara que sim, eu fui uma louca. Lentamente, levanto-me da cama e procuro pela minha roupa. Vejo meu vestido todo rasgado e não acredito nisso. "Como eu vou embora agora?" Passo os olhos pelo quarto e vejo uma camisa branca. Pego ela e me visto. Se ele rasgou o meu vestido, que vá embora
Alguém bate na porta, mas eu finjo demência. Não quero abrir e muito menos participar dessa reunião frajuda. Mas, quando escuto a voz do meu chefe, não tem como eu me fazer de sonsa. Me levanto e abro a porta para ele.— Estamos te esperando na reunião.— Me deixe ficar aqui. Estou com aquele projeto importante que você pediu, e estou com muita dor de cabeça. Se eu for para a reunião, eu não vou conseguir terminar a tempo.— Tem certeza, Gabrielly? É uma boa oportunidade para você, ainda mais que sabe falar italiano. Seria bom o engenheiro te conhecer. — Nego com a cabeça. O que eu vou mostrar para ele, se o meu projeto está na mão da vaca? — Então, tá. Você quem sabe.Ele vira as costas, e eu fecho a porta, me encostando nela. Hoje era para ser o dia mais feliz da minha vida, mas está um saco. Volto para a minha mesa, pego meu caderno de desenho e começo a fazer o desenho da casa com piscina do Senhor Melo.As horas vão se passando. Nem parei para almoçar. Tirei um cochilo no sofázin
Entrego o meu currículo para ela, que olha, avalia, pensa e, depois de um tempo, olha para mim e coloca o papel sobre o seu colo.— Gabrielly Ferreira, você realmente fez todos esses cursos que descreveu no seu currículo?— Sim, senhora. Pode me perguntar qualquer coisa sobre eles que eu te respondo.— Fala italiano, inglês e francês. Você está apta para trabalhar em uma de nossas filiais fora do Brasil, principalmente na Itália, onde precisamos de projetista.— Olha, só teria essa vaga? Tipo, como pode ver, eu também fiz faculdade de administração, e estou querendo mudar um pouco de profissão, sabe? — Se eu não for projetista na Itália, a Victória vai se ferrar sozinha.— Temos uma vaga de assistente do CEO, mas ele é bem exigente. Nenhuma fica mais de um mês trabalhando com ele. Quer tentar assim mesmo?— Se não der certo, posso optar pelo cargo de projetista? Sabe, voltar para o Brasil vai ser bem complicado.— Pode sim. Então, por enquanto, vou deixar você na vaga de assistente. E
Bernardo e eu conversamos o voo todo, ele vai me contando como é na Itália, as comidas de lá, onde encontrar as coisas mais baratas, e onde ficam os homens mais ricos. Nunca fui uma mulher que busca em um homem o financeiro, sempre gostei de trabalhar para ter o meu próprio dinheiro.Talvez seja por isso que eu me guardei durante 25 anos, minha meta era me entregar para o amor da minha vida, aquele que faria o meu coração palpitar, que me trataria de um jeito carinhoso e educado. Mas acho que esse homem não existe, já que o destino fez eu me entregar para qualquer um, e ainda não me lembrar do que aconteceu.— Olha, tem coisas que você não pode fazer na Itália, eles tem algumas regras, e mesmo não querendo você tem que seguir.— Não é igual ao Brasil? — Ele nega com a cabeça. — Graças a Deus. Apesar de morar no Rio de Janeiro, eu nunca subi nas favelas para dançar pancadão. Meu negócio sempre foi ficar em casa, e para ir a festas, era muito difícil.— Acredito eu que você vai se adapt
Uns dias antes,Quando eu acordo, não vejo a mulher ao meu lado. Achei estranho, pois sou eu que sempre vou embora antes delas acordarem. Me levanto para fazer a minha higiene e procuro pela minha camisa que usei ontem na balada, mas não a encontro em lugar nenhum.Ontem rasguei o vestido dela. Será que ela levou a minha camisa? A camiseta que ela vestiu para dormir está em cima da cama. O vestido dela também não está pelo quarto, então, ela com certeza roubou a minha camisa.Desço para ir à empresa, e quando vou passando pela recepção, a moça me chama para falar que a moça bonita pagou a diária de ontem.— Ela fez o quê?— O senhor tem um dia pago aqui no Plaza.— Ela deixou telefone ou endereço? — Ela nega com a cabeça. Apenas me diz que ela mora em São Paulo. Droga! Porque ela tem que ser tão escorregadia? Eu adorei a nossa noite de ontem, e queria vê-la mais uma vez antes de voltar para a Itália. Agradeço à recepcionista, mas fazendo cara de quem não gostou. Ela nem deveria ter re
Quase dois meses depois, a minha advogada do Brasil me liga falando que já está com os vistos prontos das meninas para o trabalho. Mando embarcar as duas imediatamente. Como ela tem que vir para cá, ela irá trazer a Victória, a minha projetista, já a tal da Gabriella... Gabrielly, sei lá, vai vir para cá com o Bernardo. Ela pediu a vaga de assistente. Espero que essa tenha mais paciência que as outras, pois eu já estou cansado de trabalhar com quem não quer fazer o que eu mando.As duas vão começar a trabalhar amanhã na empresa. Já separei a sala da Victoria, e a Gabriella ficará comigo por um tempo, até mostrar que será uma boa funcionária. Caso contrário, nem vou perder o meu tempo arrumando uma sala para ela.Sophie ficou um mês todo de cara virada, mas quando sai com ela para jantar e fazer compras, voltamos a ficar de bem. Ela adora quando eu a mimo. Aliás, todas elas gostam de presentes caros. A felicidade da mulher é o dinheiro. Comprei um carro novo para ela também. Minha mãe
Paro de rir, e olho para ele. Eu que chamo as pessoas que não conheço de moça ou moço bonito. Ele sorri e volta a fazer a pergunta sobre eu ter achado algo engraçado.— Porque me chamou assim, senhor Montelli?— Conheci uma brasileira que falou isso para mim. Mas porque estava rindo?— Por nada! Lembrei de uma coisa, mas não é nada importante.— Sério? Então me conta para que eu possa rir também? — Como vou dizer para ele que esse projeto é meu? Não, melhor eu não dizer nada e deixar a Victória se embaralhar, pois esse é um armário de limpeza. Deixei ele reservado exatamente embaixo da escada, como se fosse uma porta invisível.— Deixa para lá. Eu já nem me lembro mais.— O senhor Boss me pediu para contratar duas projetistas dele. Uma é a Victória, e a outra é você?— Sou assistente, senhor. Só isso. — Ele ergue uma das sobrancelhas e volta a olhar para o pedreiro. Ele manda eles trabalharem em outra área, para que essa seja resolvida apenas amanhã, quando a Victória estiver aqui. Vo
Chegamos à casa de Bernardo, ela é moderna, porém não grande como a outra, mas parece ter sido bem planejada, já que cada cômodo é acoplado a outro.— Essa casa eu fiz do zero, paguei uma projetista para fazê-la do jeito que eu queria, depois paguei o engenheiro e, por último, contratei uma empresa para os móveis planejados. Cada detalhe eu que escolhi. Essa é a casa dos meus sonhos — Ela é muito bonita, é bem aconchegante, meus parabéns. — Ele sorri e me leva até o quarto onde eu irei dormir, e me mostra a porta do quarto dele. Antes de sair do meu quarto, ele fala:— Olha, eu acho que vai dar problema se você falar para o senhor Montelli que está morando aqui. Eu nunca o tinha visto daquele jeito como estava na empresa. Vocês já se conhecem?— Não, eu nunca o vi na minha vida, e estou tão confusa quanto você por tê-lo visto se metendo daquele jeito. Nunca tive um namorado na vida, para não ter que dar satisfação a ninguém, somente à minha mãe.— Sei não, mas acho que ele não vai go