Seus olhos parecem se lembrar de algo, mas quando ela abre a boca para falar, alguém bate na porta.— O que é? — Pergunto bem irritado por estarem me atrapalhando.— Senhor, a sua esposa está na empresa, e está subindo para falar como senhor. — Mesmo contra gosto, eu solto a Gabrielly, ela solta um suspiro, e caminha até a mesinha que eu mandei colocar aqui para ela. — Essa conversa ainda não acabou. — Ela abaixa a cabeça e a porta se abre com tudo. — O que você quer, Sophie? — Que você tire a sua mãe da nossa casa, já deu o que tinha que dar, eu não aguento mais.— Eu já falei mil vezes, a minha mãe não vai sair de lá.— Está bem, então, vamos morar em outro lugar, deixa aquela casa para ela, já que ela decide tudo. — Me sento na cadeira e olho para ela sem responder, porque ela já sabe da minha resposta quanto a isso. — Por favor, Riccardo, a sua mãe não me trate bem, não é como ela trata você. Eu sei que... — Ela olha para trás e vê a Gabrielly. — Quem é você?— Minha assistente!
Imagina se ela tivesse roubado! Quero só ver como vão colocar um sanitário embaixo da escada. Pelos meus cálculos, dava certinho a parte de baixo dos degraus para colocar cada coisa, mas um sanitário e uma pia, acho que será impossível... Bom, se a pessoa for gordinha, não vai caber.— Então vamos fazer como a Gabriela disse. Esse espaço será um quartinho para produtos de limpeza. Pois pela largura e comprimento, não tem como ser um lavabo. — O senhor Riccardo fala, rodando o dedo na planta. Os pedreiros confirmam com a cabeça e chamam nós duas para irmos almoçar. — Gabriela, você vai atrás agora.— Sim, senhor! — Parece que ele me chama de Gabriela só para me irritar, pois tenho certeza que ele já sabe o meu nome.Victoria senta no banco da frente, sorridente, e eu até reviro os olhos. Tomara que a mulher dele os veja e dê uma surra bem dada nela.— Vocês eram amigas no Brasil?— Não! — Respondo logo, e ele olha pelo retrovisor. Ela olha para trás e sorri sem graça.— Nós éramos, mas
Ela se senta na cadeira dela, e começamos a comer em silêncio. O senhor Riccardo não volta a se sentar ao lado dela. Fica sentado ao meu lado mesmo, e ela toda hora fica olhando para ele. Já vi que estava certa: ela vai tentar conquistá-lo para ganhar as coisas também.Se ela não me prejudicar, ela pode fazer o que ela quiser, mas como sou assistente dele, tenho certeza que vou ver ela dando em cima dele, e a esposa dando uma surra. Bom, se fosse no Brasil, seria uma surra de esfregar a cara no asfalto. Não sei como as italianas brigam.Depois do almoço, seguimos de volta à empresa. Victória vai para a sala que o senhor Riccardo separou para ela, e ele e eu vamos para a dele. Pego os contratos que ele mandou eu revisar e volto a trabalhar. Isso só pode ser um castigo. São tantos contratos, que será impossível eu revisar tudo até o fim do expediente.— Gabriela, me traga um café. — Sou obrigada a parar o trabalho para ir pegar o café amargo do amargurado. Coloco a xícara na máquina e e
Palhaçada! Eu é que não vou levar ela para o cubículo de amor deles dois. Fora que eu não consigo entendê-la. Tá certo que quando nos conhecemos, ela não sabia que eu era casado, mas agora está fazendo muito "cu doce" para o meu lado, e quanto mais ela dificulta as coisas para mim, mais eu fico empolgado em tê-la.Entro no meu carro e espero ela sair. Quero ver ela perdida, sem saber como fazer para ir até a casa dele. Meu celular começa a tocar. Sophie deve estar uma fera comigo por eu não tê-la levado para jantar como havia prometido, mas a minha atenção agora está toda voltada para a Gabrielly.Novamente eu desligo a chamada dela e fico olhando para a porta principal da agência, que só tem os seguranças e ninguém mais. Poucos minutos depois, ela desce, e o carro do Bernardo aparece. Ele desce e abre a porta para ela. Claro, ele está sendo um cavalheiro, e é disso que as mulheres gostam. Ele liga o carro e vai embora.Eu adoro uma disputa. Então, Bernardo, vamos ver quem vai ganhar
Ela volta com o meu café e o coloca em cima da mesa. Gabrielly nem me olha. Volta para sua mesa e se senta em sua cadeira. Observo cada detalhe dela agora, principalmente seus olhares disfarçados para mim.— Gabriela, você tem quantos anos?— Vinte e seis, e o senhor? — Ela arregala os olhos. — Desculpa, foi força do hábito. Não precisa responder.— Sou seis anos mais velho que você. Tenho 32. Gosta de festas e de beber tequila?— Não, senhor. Gosto mais de ficar em casa. Bebi uma vez na minha vida umas garrafas de uísque, mas não me fez bem. Perdi até o que eu não deveria ter perdido.— O que perdeu? — Sei bem do que ela está falando, mas como ela não sabe que fui eu o homem que tirou a sua virgindade, quero que ela fale.— Minha virgin... — Olho para ela sorrindo, mas ela para de falar no meio do caminho. — Eu vou ao banheiro. O senhor quer alguma coisa? — Foge fujona. Nego com a cabeça, e ela se levanta e sai da sala. Ela já estava quase falando. Parece que quando faço várias pergu
Sinto até a dor na minha mão só de dar o tapa na cara dele, mas quando ele olha para mim, minhas pernas até bambeiam. Mesmo com medo, me mantenho firme. Quem ele pensa que eu sou?— Pega seus dólares e enfia no meio do seu...— Olha o que você vai dizer. Eu não estou te pagando, estou te convidando.— Com dinheiro? Não sou nenhuma prostituta, senhor Montelli. Fiz faculdade e cursos para não precisar me prestar a isso. Não sou um objeto, não sou uma mercadoria que você possa pagar para ter. Quer saber, eu me demito. Não aguento mais você me assediando dessa forma.Tento passar por ele, mas ele barra a minha passagem. Tento empurrar ele, mas ele segura em meus pulsos.— Ou trabalha aqui, ou não vai trabalhar em lugar nenhum, porque eu vou ferrar a sua ficha, para que você só consiga trabalhar como garota de programa.Maldito! Que ódio desse homem. Fecho a minha cara, com ódio. Eu vou ter que engolir esse idiota, porque jamais eu levaria uma vergonha dessa para minha mãe, de virar "job".
Me viro de costas, e posso apostar que eles estão se matando para vestir suas roupas. Acho que deveria ter aceitado ficar na casa do cretino. Acabei atrapalhando a diversão do meu amigo, e ainda por cima descobrindo um segredo podre dele.— O que ela está fazendo aqui, Bê? — Oh, vozinha irritante.— Eu fui buscar ela no Brasil, e como ela não tinha onde ficar, deixei ela morando aqui. Você não ia fazer hora extra, Gabi?— Ia, mas... — Ele diz que eu já posso me virar, e eu me viro bem devagar. Ele está fechando o vestido dela nas costas, o que me dá uma certa lembrança da noite que eu perdi a minha virgindade. Mas não consigo ver o rosto do homem. — O senhor Montelli disse que eu poderia vir embora. Eu não queria atrapalhar, deveria ter ligado antes.— Olha... — A esposa do senhor Riccardo se aproxima de mim. — Amanhã você vai ligar na empresa e vai pedir sua demissão.— Porque eu faria isso?— Porque eu sou a esposa do dono, e estou mandando. — Sorrio para ela e passo, indo direto pa
Não consegui ir para casa. Sei que a Sophie vai acabar me enchendo o saco por eu não ter ido, e vai ficar se esfregando em mim. Mas não, ela já não me interessa mais, nem mesmo para passar o tempo. Olho para o meu sofá, e acho que aqui será um bom lugar para dormir. Pelo menos eu terei um pouco de paz. Me deito, e não demora muito, acabo dormindo.Sou despertado pela voz doce da Gabrielly, mas de início, pensei que era somente um sonho. Mas quando senti sua mão me tocando, percebi que é real. Puxo ela para se deitar em cima de mim, e puxo sua nuca para um beijo. Pensei que ela resistiria, mas ela cedeu... Bom, durou menos de 10 segundos, mas valeu a pena.— Não faça isso, ou vai levar outra bofetada. — Ela se levanta, me empurrando com tudo. — Porque dormiu aqui?Poderia falar a verdade para ela, mas ela ia se achar muito, ou ia embora. Me levanto sem falar nada e vou ao banheiro. Lavo o meu rosto e me olho no espelho. O que está acontecendo comigo? Porque eu estou tão empenhado em fa