Sinto até a dor na minha mão só de dar o tapa na cara dele, mas quando ele olha para mim, minhas pernas até bambeiam. Mesmo com medo, me mantenho firme. Quem ele pensa que eu sou?— Pega seus dólares e enfia no meio do seu...— Olha o que você vai dizer. Eu não estou te pagando, estou te convidando.— Com dinheiro? Não sou nenhuma prostituta, senhor Montelli. Fiz faculdade e cursos para não precisar me prestar a isso. Não sou um objeto, não sou uma mercadoria que você possa pagar para ter. Quer saber, eu me demito. Não aguento mais você me assediando dessa forma.Tento passar por ele, mas ele barra a minha passagem. Tento empurrar ele, mas ele segura em meus pulsos.— Ou trabalha aqui, ou não vai trabalhar em lugar nenhum, porque eu vou ferrar a sua ficha, para que você só consiga trabalhar como garota de programa.Maldito! Que ódio desse homem. Fecho a minha cara, com ódio. Eu vou ter que engolir esse idiota, porque jamais eu levaria uma vergonha dessa para minha mãe, de virar "job".
Me viro de costas, e posso apostar que eles estão se matando para vestir suas roupas. Acho que deveria ter aceitado ficar na casa do cretino. Acabei atrapalhando a diversão do meu amigo, e ainda por cima descobrindo um segredo podre dele.— O que ela está fazendo aqui, Bê? — Oh, vozinha irritante.— Eu fui buscar ela no Brasil, e como ela não tinha onde ficar, deixei ela morando aqui. Você não ia fazer hora extra, Gabi?— Ia, mas... — Ele diz que eu já posso me virar, e eu me viro bem devagar. Ele está fechando o vestido dela nas costas, o que me dá uma certa lembrança da noite que eu perdi a minha virgindade. Mas não consigo ver o rosto do homem. — O senhor Montelli disse que eu poderia vir embora. Eu não queria atrapalhar, deveria ter ligado antes.— Olha... — A esposa do senhor Riccardo se aproxima de mim. — Amanhã você vai ligar na empresa e vai pedir sua demissão.— Porque eu faria isso?— Porque eu sou a esposa do dono, e estou mandando. — Sorrio para ela e passo, indo direto pa
Não consegui ir para casa. Sei que a Sophie vai acabar me enchendo o saco por eu não ter ido, e vai ficar se esfregando em mim. Mas não, ela já não me interessa mais, nem mesmo para passar o tempo. Olho para o meu sofá, e acho que aqui será um bom lugar para dormir. Pelo menos eu terei um pouco de paz. Me deito, e não demora muito, acabo dormindo.Sou despertado pela voz doce da Gabrielly, mas de início, pensei que era somente um sonho. Mas quando senti sua mão me tocando, percebi que é real. Puxo ela para se deitar em cima de mim, e puxo sua nuca para um beijo. Pensei que ela resistiria, mas ela cedeu... Bom, durou menos de 10 segundos, mas valeu a pena.— Não faça isso, ou vai levar outra bofetada. — Ela se levanta, me empurrando com tudo. — Porque dormiu aqui?Poderia falar a verdade para ela, mas ela ia se achar muito, ou ia embora. Me levanto sem falar nada e vou ao banheiro. Lavo o meu rosto e me olho no espelho. O que está acontecendo comigo? Porque eu estou tão empenhado em fa
Olho para a cara dela, esperando ela responder. Mas é tão orgulhosa, que olha para trás, para frente e só enrola.— Vamos lá, Victória, conta a verdade para todos, ou já viu o que pode lhe acontecer.— Podemos conversar em particular, senhor Montelli? — Solto uma risada sem humor. É claro que ela faria isso, e aposto que vai fazer o mesmo que fez com o senhor Boss.Ele acena com a cabeça, e ela o leva para o outro lado da obra, onde não podemos escutar a conversa dos dois. Mas posso ver ela passando a mão na gravata dele e descendo até embaixo. Ele acompanha os movimentos dela com os olhos, e eu me viro e volto para o carro dele.Pensei que agora seria a hora dela contar a verdade, mas ela vai se deitar com ele e vai ganhar novamente mais um bônus. Nem olho para os dois, fico olhando para frente, pois já sei onde isso vai parar. Até que a porta do carro se abre.— Eu mandei você vir para cá?— Não, mas eu prefiro ficar aqui. — Respondo, sem desviar o meu olhar para ele.— Mas aqui não
Depois do fim do expediente, eu vou direto ao banco para depositar o cheque na minha conta. Pego a conta bancária da minha mãe e mando os dois mil euros. Antes de vir para a Itália, fiz uma conta para ela no banco que faz a conversão do euro para o real. Assim, o dinheiro vai cair já na conta dela para ela fazer os pagamentos.Vou até uma imobiliária e procuro uma casa próxima à empresa. Não precisa ser grande, mas tem que ser confortável. Me surpreendi quando o valor menor aqui está oitocentos euros, sendo que é só um quarto, sala e cozinha. Bom, é um apartamento. Pelo menos ficarei próximo da empresa e terei uma segurança maior, já que para alguém entrar, precisaram da minha autorização.Fecho com a imobiliária e faço o pagamento. Ela me leva até o apartamento, e já está todo mobiliado, porque são móveis planejados.— A vista é incrível. Vale o preço que eu cobrei.— Sim, eu gostei bastante. Não terei muito custo aqui, já que vou morar sozinha. Vou ver amanhã depois do trabalho para
Fecho os meus olhos, e alguns flashes vêm, mas nada claro o suficiente. Vejo um homem deitado na cama, e eu em cima dele. Volto à realidade. Olhamos para o senhor Riccardo. Ele sorri, e mais uma vez, a minha mente viaja, e eu posso ver o rosto dele na cama.— Não... você não... — Me levanto do sofá, me afastando dele. Ele sobe o olhar lentamente até o meu, e fica me olhando nos olhos.— Sim, eu sim. — Com dificuldade, ele se levanta e se aproxima, mas eu dou um passo para trás. — Não fuja de mim. Eu não vou permitir isso.— Sai da minha casa. Agora! — Grito, apontando para a porta, mas ele nega com a cabeça. — Você... você... Eu estava bêbada. Você se aproveitou.— Não. Eu tentei te afastar. Você se aproveitou de mim e subiu no meu colo. Você estava querendo dar, e eu só aceitei. — Lasco um tapa em sua cara, e ele vira o rosto. Coloca a mão sobre o tapa e volta a olhar para mim.— Não faça isso de novo. — Levanto a mão para dar outro, mas ele segura minha mão e puxa o meu corpo contra
Ela se afasta e bate as costas na parede. Coloco um braço em cada lado e desço o olhar para o decote da sua regatinha. Esses peitos encheram a minha boca naquela noite, e estão me chamando para chupá-los novamente.— Agora entendi porque o senhor sempre ficava me perguntando sobre não me lembrar de você. — Subo os meus olhos para encontrar com os dela. Ela está ardendo por dentro, sua respiração está ofegante, mas ela não vai dar o braço a torcer.— Eu pensei que você estava jogando comigo, até ouvir você conversando com o Bernardo. Aí, soube que você realmente não se lembrava de mim.— Me ouviu falando com o Bernardo? — Concordo com a cabeça. — Então... O senhor está mentindo. Não era você naquele dia. Ouviu uma conversa minha e está se aproveitando dela. Que feio, senhor Riccardo Montelli.— Era eu naquela noite, moça bonita.— Então me prove! — Ela ergue o narizinho, que é tão perfeito quanto ela.— Posso até provar, mas o que vou ganhar em troca? Afinal, não vai ser fácil consegui
Roma, Itália.Estou terminando de arrumar as minhas malas para viajar para o Brasil. Uma das projetistas de lá fez um projeto que me deixou muito satisfeito. Era o que eu precisava para começar a fundação da casa do senhor Nevil. Mas minha amada esposa está me desconcentrando.— Você tem que falar com a sua mãe. Já chega, eu já não aguento mais.— Eu não tenho que falar nada para ela. Se vira vocês duas.— Riccardo, você não pode dar autonomia de uma casa para suas mulheres. Eu sou a sua esposa, e tenho que ter a maior autoridade aqui.— Vamos por partes, Sophie. Primeiro, nosso casamento foi mais por contrato do que por sentimentos. Nossos pais quiseram, e fizemos o último gosto deles. Minha mãe é a minha rainha. Sem você, eu estaria ainda aqui. Sem ela, não. Você é minha esposa e é dona da casa. Ela é a minha mãe e também é dona da casa. Fim de papo.— Ela já está de idade. Porque não colocamos ela em uma casa de idosos? — Olho bem feio para ela. Nunca que eu deixaria a minha mãe em