Fecho os meus olhos, e alguns flashes vêm, mas nada claro o suficiente. Vejo um homem deitado na cama, e eu em cima dele. Volto à realidade. Olhamos para o senhor Riccardo. Ele sorri, e mais uma vez, a minha mente viaja, e eu posso ver o rosto dele na cama.— Não... você não... — Me levanto do sofá, me afastando dele. Ele sobe o olhar lentamente até o meu, e fica me olhando nos olhos.— Sim, eu sim. — Com dificuldade, ele se levanta e se aproxima, mas eu dou um passo para trás. — Não fuja de mim. Eu não vou permitir isso.— Sai da minha casa. Agora! — Grito, apontando para a porta, mas ele nega com a cabeça. — Você... você... Eu estava bêbada. Você se aproveitou.— Não. Eu tentei te afastar. Você se aproveitou de mim e subiu no meu colo. Você estava querendo dar, e eu só aceitei. — Lasco um tapa em sua cara, e ele vira o rosto. Coloca a mão sobre o tapa e volta a olhar para mim.— Não faça isso de novo. — Levanto a mão para dar outro, mas ele segura minha mão e puxa o meu corpo contra
Ela se afasta e bate as costas na parede. Coloco um braço em cada lado e desço o olhar para o decote da sua regatinha. Esses peitos encheram a minha boca naquela noite, e estão me chamando para chupá-los novamente.— Agora entendi porque o senhor sempre ficava me perguntando sobre não me lembrar de você. — Subo os meus olhos para encontrar com os dela. Ela está ardendo por dentro, sua respiração está ofegante, mas ela não vai dar o braço a torcer.— Eu pensei que você estava jogando comigo, até ouvir você conversando com o Bernardo. Aí, soube que você realmente não se lembrava de mim.— Me ouviu falando com o Bernardo? — Concordo com a cabeça. — Então... O senhor está mentindo. Não era você naquele dia. Ouviu uma conversa minha e está se aproveitando dela. Que feio, senhor Riccardo Montelli.— Era eu naquela noite, moça bonita.— Então me prove! — Ela ergue o narizinho, que é tão perfeito quanto ela.— Posso até provar, mas o que vou ganhar em troca? Afinal, não vai ser fácil consegui
Roma, Itália.Estou terminando de arrumar as minhas malas para viajar para o Brasil. Uma das projetistas de lá fez um projeto que me deixou muito satisfeito. Era o que eu precisava para começar a fundação da casa do senhor Nevil. Mas minha amada esposa está me desconcentrando.— Você tem que falar com a sua mãe. Já chega, eu já não aguento mais.— Eu não tenho que falar nada para ela. Se vira vocês duas.— Riccardo, você não pode dar autonomia de uma casa para suas mulheres. Eu sou a sua esposa, e tenho que ter a maior autoridade aqui.— Vamos por partes, Sophie. Primeiro, nosso casamento foi mais por contrato do que por sentimentos. Nossos pais quiseram, e fizemos o último gosto deles. Minha mãe é a minha rainha. Sem você, eu estaria ainda aqui. Sem ela, não. Você é minha esposa e é dona da casa. Ela é a minha mãe e também é dona da casa. Fim de papo.— Ela já está de idade. Porque não colocamos ela em uma casa de idosos? — Olho bem feio para ela. Nunca que eu deixaria a minha mãe em
Ela se levanta e pede para eu me levantar junto. Ela sai na frente, quase caindo, cambaleando para todos os lados.— Qual é o seu carro? — Ela para no estacionamento e pergunta.— Eu não tenho carro aqui. Eu sou da Itália, vim para cá de táxi.— Eu falo italiano, fiz vários cursos. Ai... — Ela tropeça no pé dele, e eu a seguro. Olho para os lados para ver se alguém está vendo isso. — Temos que ir embora logo, ou os seguranças vão vir até aqui e me botar para limpar o chão lá dentro.Começo a dar risada e a levanto para que ela fique em pé. Um táxi passa, e eu estendo a mão. Ele vem bem em nossa direção, e eu coloco ela dentro e me sento ao seu lado. Ela é o tipo de mulher que não deixa você cair na depressão. A pouco tempo que eu estou com ela, já dei mais risada do que na minha vida toda.Mando o taxista nos deixar no hotel Plaza. Mesmo ela achando que eu vou atacá-la à noite, eu não faria isso, não com ela bêbada. Mas, quem sabe quando ela acordar, poderemos fazer um bom negócio. O
Rio de janeiro, Brasil.Desperto do meu sono com tudo, sentando-me na cama. Não me lembro de nada da noite anterior, pelo menos, não depois que entrei no bar e comecei a beber sem parar uma garrafa de uísque. Passo a mão pelo meu rosto e olho ao redor, não conheço este quarto, até que escuto um som que parece um resmungo masculino.Olho para o lado e me deparo com um homem deitado e pelado de bruços. Aproximo-me lentamente dele, sem tocá-lo, mas não consigo ver seu rosto. Assusto-me com ele dando outro resmungo e me afasto. Não, eu não fiz isso, não dei a minha virgindade assim para um estranho, eu não seria tão louca, ou seria?Levanto o lençol e vejo a marca da minha virgindade ali, jogando na minha cara que sim, eu fui uma louca. Lentamente, levanto-me da cama e procuro pela minha roupa. Vejo meu vestido todo rasgado e não acredito nisso. "Como eu vou embora agora?" Passo os olhos pelo quarto e vejo uma camisa branca. Pego ela e me visto. Se ele rasgou o meu vestido, que vá embora
Alguém bate na porta, mas eu finjo demência. Não quero abrir e muito menos participar dessa reunião frajuda. Mas, quando escuto a voz do meu chefe, não tem como eu me fazer de sonsa. Me levanto e abro a porta para ele.— Estamos te esperando na reunião.— Me deixe ficar aqui. Estou com aquele projeto importante que você pediu, e estou com muita dor de cabeça. Se eu for para a reunião, eu não vou conseguir terminar a tempo.— Tem certeza, Gabrielly? É uma boa oportunidade para você, ainda mais que sabe falar italiano. Seria bom o engenheiro te conhecer. — Nego com a cabeça. O que eu vou mostrar para ele, se o meu projeto está na mão da vaca? — Então, tá. Você quem sabe.Ele vira as costas, e eu fecho a porta, me encostando nela. Hoje era para ser o dia mais feliz da minha vida, mas está um saco. Volto para a minha mesa, pego meu caderno de desenho e começo a fazer o desenho da casa com piscina do Senhor Melo.As horas vão se passando. Nem parei para almoçar. Tirei um cochilo no sofázin
Entrego o meu currículo para ela, que olha, avalia, pensa e, depois de um tempo, olha para mim e coloca o papel sobre o seu colo.— Gabrielly Ferreira, você realmente fez todos esses cursos que descreveu no seu currículo?— Sim, senhora. Pode me perguntar qualquer coisa sobre eles que eu te respondo.— Fala italiano, inglês e francês. Você está apta para trabalhar em uma de nossas filiais fora do Brasil, principalmente na Itália, onde precisamos de projetista.— Olha, só teria essa vaga? Tipo, como pode ver, eu também fiz faculdade de administração, e estou querendo mudar um pouco de profissão, sabe? — Se eu não for projetista na Itália, a Victória vai se ferrar sozinha.— Temos uma vaga de assistente do CEO, mas ele é bem exigente. Nenhuma fica mais de um mês trabalhando com ele. Quer tentar assim mesmo?— Se não der certo, posso optar pelo cargo de projetista? Sabe, voltar para o Brasil vai ser bem complicado.— Pode sim. Então, por enquanto, vou deixar você na vaga de assistente. E
Bernardo e eu conversamos o voo todo, ele vai me contando como é na Itália, as comidas de lá, onde encontrar as coisas mais baratas, e onde ficam os homens mais ricos. Nunca fui uma mulher que busca em um homem o financeiro, sempre gostei de trabalhar para ter o meu próprio dinheiro.Talvez seja por isso que eu me guardei durante 25 anos, minha meta era me entregar para o amor da minha vida, aquele que faria o meu coração palpitar, que me trataria de um jeito carinhoso e educado. Mas acho que esse homem não existe, já que o destino fez eu me entregar para qualquer um, e ainda não me lembrar do que aconteceu.— Olha, tem coisas que você não pode fazer na Itália, eles tem algumas regras, e mesmo não querendo você tem que seguir.— Não é igual ao Brasil? — Ele nega com a cabeça. — Graças a Deus. Apesar de morar no Rio de Janeiro, eu nunca subi nas favelas para dançar pancadão. Meu negócio sempre foi ficar em casa, e para ir a festas, era muito difícil.— Acredito eu que você vai se adapt