Com um aperto no coração, eu começo a me arrumar. Não queria ir para essa festa, não quero conhecer ninguém, mas a senhora Montelli sabe ser mais insistente que o senhor Riccardo. Deve ser mal de família.Coloco um vestido vermelho comportado. Apesar do que ela falou, eu não quero chamar atenção de ninguém, não da forma que ela quer. Mas, ainda sim, se o Riccardo me ver com outro homem, ele vai parar de pegar no meu pé e viver a vida dele com a esposa... Não, talvez seja melhor ele arrumar outra mulher, porque na hora que ele descobrir que está levando gaia, eu não quero nem ver como ele vai ficar.As 18:00 em ponto, o porteiro me interfona e diz que o motorista já está me esperando. Dou uma última olhada no espelho, solto um suspiro, pego a minha bolsa, e desço até o terreno. Dou boa noite ao porteiro, e entro no carro do motorista da dona Marly.— Boa noite! — Digo ao motorista, porém, ele não responde. Que moço mal educado. Ele está usando um chapéu, típico de motorista, é a única
Ele enlouqueceu de vez. Fecho os meus olhos e nego com a cabeça. Abro os meus olhos e vejo ele esperando eu responder.— Eu não posso, eu... — Ele se levanta de tudo e se debruça sobre o meu corpo na cadeira. Tão perto assim de mim, é impossível até conseguir respirar.— Não diga que não pode. Pois você pode tudo. É você que vai decidir o rumo das nossas vidas. Não sei o que você fez comigo, mas tua rejeição está me afetando muito. Não sou mais o mesmo cara, estou cada dia mais com o psicológico fudido por sua culpa.Ele olha para baixo e fecha os olhos.— Gabrielly, me dá uma chance para mostrar o que eu sinto por você. Eu pensei que você era como as outras, e fiz de tudo para te ter mais uma vez. Eu não sei como fazer para você me aceitar. Mas tudo que eu peço a você, é uma simples chance. Por favor, por um dia, esquece que eu sou casado.Vejo uma lágrima formando em seus olhos, e isso me comove muito. Ele está sendo sincero, sinto só de ouvir como ele está falando comigo, é como se
— Você tem algum antitérmico aqui? — pergunto, e ele nega com a cabeça. — Não pode ficar com febre, você pode ter uma convulsão.Me levanto e desço até a sala. Coloco meu vestido novamente e subo as escadas. Vou ao banheiro e ligo o chuveiro, deixando-o na água morna. Volto ao quarto e o faço levantar para tomar um banho.Contra gosto, ele faz o que mando, levanta-se e vai ao banheiro. Começo a procurar remédios pela casa, mas não encontro nenhum, não tem comida, não tem nada aqui, só água. Se ele não melhorar, vou ter que levá-lo ao hospital.Alguns minutos depois, ele sai do banheiro com a camisa e o corpo molhados e deita-se na cama. Aqui não há toalhas, apenas alguns lençóis que estão cheirando a mofo por estarem guardados há tempo.— Vamos ao hospital, senhor Montelli, você precisa tomar um antitérmico e saber por que está com essa febre.— Vamos para minha casa, então. Lá, minha mãe tem um monte de remédios. — Ele veste a calça, e eu o ajudo. Ele se levanta, e seguimos para fora
Essa história está muito estranha. Como uma esposa de um homem milionário pede isso para outra mulher? Ela sorri e se aproxima mais de mim.— Te darei uma recompensa bem generosa se conseguir isso.— Sinto muito, mas será impossível. Eu tenho os meus valores e não irei me prestar a isso que a senhora está me pedindo. Quer o divórcio, insista. E mesmo que ele não dê, você pode ir na justiça e pedir o divórcio litigioso. Só fica casada quem quer.— Eu sei disso, mas prefiro que ele me dê, assim terá menos trabalho. Pensa com carinho, sei que você vai conseguir.Ela abre a porta, e eu saio. Essa mulher é uma cobra, com certeza deve estar planejando alguma coisa. Se ela pegar uma traição do senhor Riccardo, ela receberá uma boa parte do dinheiro dele, ou mesmo as empresas. Mais do que nunca, preciso ficar longe desses dois.Passo pelo quarto dele, tentando não ser notada. Mas, assim que desço o primeiro degrau, a mãe dele aparece e sorri para mim. Sem escolhas, eu paro de descer e espero
Eu não posso contar para eles. Prometi para o Bernardo, mas, se ele descobrir, eu vou estar livre de qualquer suspeita. Como a dona Marly já desconfia que ela está traindo ele, será fácil de usar qualquer desculpa para que ele descubra.— Já sei o que vamos fazer. Vamos comprar um anel ou um colar com rastreador. Vamos colocar no quarto dela com uma mensagem de carinho assinada pelo senhor Riccardo. Ela vai cair, não vai?— Vai, Gabi, porque ela é burra. Pode deixar que o colar eu compro. Nunca quis gastar o meu dinheiro com ela, mas dessa vez, eu faço com o maior orgulho, até porque, tem que ser uma joia verdadeira, ou ela vai jogar no lixo.Planejamos tudo com jeitinho, e quando dou por mim, o dia já está amanhecendo.— Acho melhor você se deitar um pouco, Gabi. Mesmo que você não vá trabalhar hoje, não vai ser bom passar o dia todo acordada.— A senhora tem algum quarto reserva?— Só esse. O outro, a bruxa tomou conta para ela. — Olho para a cama dele, e acho que não vai ser tão ru
Um dia antes...Antes de entrar no carro, travo as portas dos passageiros para que só abram por fora, um mecanismo que se usa para crianças. Coloco o chapéu de motorista, entro no personagem e vou até o apartamento da Gabrielly.Paro o carro na frente da portaria. Tenho a certeza que ela não vai descer. Se eu, que sou o seu chefe e o homem que a tornou mulher, ela não veio, porque viria para um desconhecido?Doce engano meu, pois ela desceu, e veio vestida para matar qualquer um com o seu vestido vermelho. Ela entra no carro, me dando boa noite, mas eu tô com tanto ódio, que se eu for falar, ela vai ficar com raiva de mim.Dirijo em silêncio, e quase me mato de rir quando ela começa a rezar, pedindo perdão a Deus por ter saído com um homem casado. Ela mal sabe que o destino dela vai ser eu para sempre em sua vida. Não vou deixar nenhum homem chegar perto dela, não enquanto eu estiver vivo.Sinto o meu corpo estranho, uma leve tontura, coisa que faz muito tempo que eu não sentia. É com
Me levanto, faço a minha higiene e entro no carro com a minha mãe. Ela olha no celular dela, e parece que está seguindo um rastreador. Mas, mesmo eu perguntando do que se trata, ela só diz que eu vou ver quando chegarmos no local. Paramos de frente à casa do Bernardo, e eu continuo sem entender nada.— Eu não acredito que é aqui. — Minha mãe resmunga. — Mas, o rastreador nunca mente. — Fico pensando se é a Gabrielly que voltou a morar com ele, só para economizar dinheiro. Não, eu busquei ela ontem no seu apartamento, então não é ela.Minha mãe desce do carro e manda que eu a siga. A porta está sem o trinco, então ela entra mesmo sem ser convidada, e eu a sigo por todo o percurso. Até que chegamos ao andar de cima, e posso ouvir a risada da Sophie.Minha mãe abre a porta do quarto, e posso vê-la de quatro em cima da cama, e ele atrás dela, fødendo-a bem rápido enquanto ela ri. Pelo menos com ele, ela solta alguma expressão.Levo minha mão à parede, atrás do interruptor, e ligo a luz. A
Depois de tanto ser paparicado pela minha mãe, me sinto renovado. Gabrielly não veio passar o domingo com a gente, isso me incomodou, porque eu não sei como devo falar com ela, sem que a mesma fique zangada comigo.Segunda chega, faço a minha higiene, e vou à empresa bem cedinho. Sei que ela chega em torno das 7:10 da manhã, e quero estar presente quando ela chegar. Fico no carro, esperando ela, e como uma mulher pontual, ela chega no horário. Desço do carro, e me aproximo dela.— Bom dia, moça bonita!— Bom dia, senhor Riccardo. — Ela responde normalmente, como se não tivesse acontecido nada entre nós.— Porque não foi ontem à minha casa? — Ela apenas me olha sem responder e aperta o botão para o elevador descer. — Gostaria que você me respondesse.— Aqui não é o lugar. — As portas se abrem, e entramos. Assim que as portas se fecham, e o elevador atinge o terceiro andar, eu aperto o botão para ele parar.Ela olha para mim, e eu me aproximo dela, que vai dando passos para trás, até ba