Estou ficando cansado dessa caçada com ela. Já fiz de tudo que eu podia fazer, mas não entendo porque ele não me quer. Já contei até a verdade para ela, só para que tivesse confiança em mim, mas não, ela não me quer, só sabe me rejeitar.Seu escudo é sempre falar as mesmas coisas: "você é casado". Escuto até a voz dela falando essa frase que ela insiste em repetir. Depois de dar o projeto para ela e para a Victória, vou para minha casa. Preciso pensar em um jeito de tirar ela da minha cabeça.Assim que eu chego, minha mãe está na área de entrada, sentada em seu balanço. Me aproximo dela, e me sento ao seu lado.— Porque está com essa cara, filho?— Por nada, mãe. — Tento convencer ela, mas é difícil demais.— Você não me engana. Sempre faz essa cara quando não consegue algo. Me conta. Quem sabe eu possa te ajudar.— Eu... — Solto um suspiro longo e olho para ela. — Estou obcecado pela minha assistente. Tivemos uma noite juntos quando ela estava bêbada. No início, ela não se lembrou de
Começo a gargalhar. Essa mulher só pode estar louca, ou se faz. Ela cruza os braços e espera pela minha resposta.— Sophie... — Me aproximo mais dela. — Não brinque com fogo, pois você pode queimar toda essa sua pele de porcelana, e silicone, não é à prova de fogo.— Pois então, vai ficar casado comigo até mudar de opinião. E se eu descobrir que você tem algum caso fora do casamento, vai ser pior, porque eu vou até a justiça e digo que estou sendo traída, pego o divórcio e acabo com a sua reputação. Até mais, senhor Riccardo, tenha uma boa noite.— Filha da puta! — Meu corpo todo queima em chamas. Eu preciso encontrar um jeito de tirar ela da minha vida, sem que ela leve nada.Pego o meu celular e mando mensagem para o meu agente do banco. Sei que não está em seu horário de trabalho, mas eu preciso que ele bloqueie o meu cartão de crédito que está com ela. Digo que perdi a minha carteira, e preciso que os bloqueios sejam imediatos.Em menos de dois minutos, ele bloqueia todos, e diz q
— Victória, o seu projeto, como eu tinha dito, ficou bom, mas ele vai ser melhor no Brasil. Passe no RH e peça para te transferirem para lá. Voltará a trabalhar na empresa onde era a Boss.— Podemos negociar? — Ela pergunta, e eu já fico apreensiva.— Não. Já tomei a minha decisão. — Solto um ar de alívio, e me seguro para não fazer a dancinha da vitória, e jogar na cara dela que eu fui a melhor pela segunda vez. E, mesmo o senhor Montelli sendo um cafajeste, pelo menos não é covarde igual ao senhor Boss.Ela olha para mim com raiva, e eu lhe dou um sorriso lindo. Levanto a mão e dou um tchau para ela.— Falou tanto de mim, que dessa vez você fez o mesmo, não foi, Gabrielly?— Do que está falando, Victória?— Está na cara. Você se deitou com o senhor Riccardo, por isso ganhou.— Não me confunda com você. O outro projeto eu também ganhei. Não adiantou nada você se deitar com o senhor Boss, porque todos já sabem que você é uma fraude e uma pessoa baixa. Manda um beijo para o pessoal de
Saio do restaurante revoltado. Me abrir com a minha mãe, e o que ela faz? Quer jogar a Gabrielly para outro homem. Estou cansado de tudo isso já. Nem voltei para a empresa, vou direto para minha casa. Ao entrar no quarto, vejo o telefone da Sophie tocando em cima da mesinha de cabeceira do lado que ela dorme. Me aproximo, e só vejo um emoji de coração.Pego o celular, e quando eu vou atender, ela aparece do closet e puxa ele com tudo da minha mão. Atende e fala:— Oi, mãe. Eu já estou indo... Daqui a cinco minutos eu saio. — Ela desliga o telefone, e eu ergo uma sobrancelha. Essa ligação está muito estranha. — Não pode atender o meu telefone. Isso é falta de educação, está tirando a minha privacidade.— Privacidade? — Começo a gargalhar. — Isso não é privacidade, isso é esconder do marido o que está acontecendo. Sou trouxa, mas não tapado. Essa ligação não foi da sua mãe. E sabe o que vai acontecer se eu pegar você me traindo, não sabe?— Não estou te traindo!— Eu vou conseguir prova
Com um aperto no coração, eu começo a me arrumar. Não queria ir para essa festa, não quero conhecer ninguém, mas a senhora Montelli sabe ser mais insistente que o senhor Riccardo. Deve ser mal de família.Coloco um vestido vermelho comportado. Apesar do que ela falou, eu não quero chamar atenção de ninguém, não da forma que ela quer. Mas, ainda sim, se o Riccardo me ver com outro homem, ele vai parar de pegar no meu pé e viver a vida dele com a esposa... Não, talvez seja melhor ele arrumar outra mulher, porque na hora que ele descobrir que está levando gaia, eu não quero nem ver como ele vai ficar.As 18:00 em ponto, o porteiro me interfona e diz que o motorista já está me esperando. Dou uma última olhada no espelho, solto um suspiro, pego a minha bolsa, e desço até o terreno. Dou boa noite ao porteiro, e entro no carro do motorista da dona Marly.— Boa noite! — Digo ao motorista, porém, ele não responde. Que moço mal educado. Ele está usando um chapéu, típico de motorista, é a única
Ele enlouqueceu de vez. Fecho os meus olhos e nego com a cabeça. Abro os meus olhos e vejo ele esperando eu responder.— Eu não posso, eu... — Ele se levanta de tudo e se debruça sobre o meu corpo na cadeira. Tão perto assim de mim, é impossível até conseguir respirar.— Não diga que não pode. Pois você pode tudo. É você que vai decidir o rumo das nossas vidas. Não sei o que você fez comigo, mas tua rejeição está me afetando muito. Não sou mais o mesmo cara, estou cada dia mais com o psicológico fudido por sua culpa.Ele olha para baixo e fecha os olhos.— Gabrielly, me dá uma chance para mostrar o que eu sinto por você. Eu pensei que você era como as outras, e fiz de tudo para te ter mais uma vez. Eu não sei como fazer para você me aceitar. Mas tudo que eu peço a você, é uma simples chance. Por favor, por um dia, esquece que eu sou casado.Vejo uma lágrima formando em seus olhos, e isso me comove muito. Ele está sendo sincero, sinto só de ouvir como ele está falando comigo, é como se
— Você tem algum antitérmico aqui? — pergunto, e ele nega com a cabeça. — Não pode ficar com febre, você pode ter uma convulsão.Me levanto e desço até a sala. Coloco meu vestido novamente e subo as escadas. Vou ao banheiro e ligo o chuveiro, deixando-o na água morna. Volto ao quarto e o faço levantar para tomar um banho.Contra gosto, ele faz o que mando, levanta-se e vai ao banheiro. Começo a procurar remédios pela casa, mas não encontro nenhum, não tem comida, não tem nada aqui, só água. Se ele não melhorar, vou ter que levá-lo ao hospital.Alguns minutos depois, ele sai do banheiro com a camisa e o corpo molhados e deita-se na cama. Aqui não há toalhas, apenas alguns lençóis que estão cheirando a mofo por estarem guardados há tempo.— Vamos ao hospital, senhor Montelli, você precisa tomar um antitérmico e saber por que está com essa febre.— Vamos para minha casa, então. Lá, minha mãe tem um monte de remédios. — Ele veste a calça, e eu o ajudo. Ele se levanta, e seguimos para fora
Essa história está muito estranha. Como uma esposa de um homem milionário pede isso para outra mulher? Ela sorri e se aproxima mais de mim.— Te darei uma recompensa bem generosa se conseguir isso.— Sinto muito, mas será impossível. Eu tenho os meus valores e não irei me prestar a isso que a senhora está me pedindo. Quer o divórcio, insista. E mesmo que ele não dê, você pode ir na justiça e pedir o divórcio litigioso. Só fica casada quem quer.— Eu sei disso, mas prefiro que ele me dê, assim terá menos trabalho. Pensa com carinho, sei que você vai conseguir.Ela abre a porta, e eu saio. Essa mulher é uma cobra, com certeza deve estar planejando alguma coisa. Se ela pegar uma traição do senhor Riccardo, ela receberá uma boa parte do dinheiro dele, ou mesmo as empresas. Mais do que nunca, preciso ficar longe desses dois.Passo pelo quarto dele, tentando não ser notada. Mas, assim que desço o primeiro degrau, a mãe dele aparece e sorri para mim. Sem escolhas, eu paro de descer e espero