Ela se senta na cadeira dela, e começamos a comer em silêncio. O senhor Riccardo não volta a se sentar ao lado dela. Fica sentado ao meu lado mesmo, e ela toda hora fica olhando para ele. Já vi que estava certa: ela vai tentar conquistá-lo para ganhar as coisas também.Se ela não me prejudicar, ela pode fazer o que ela quiser, mas como sou assistente dele, tenho certeza que vou ver ela dando em cima dele, e a esposa dando uma surra. Bom, se fosse no Brasil, seria uma surra de esfregar a cara no asfalto. Não sei como as italianas brigam.Depois do almoço, seguimos de volta à empresa. Victória vai para a sala que o senhor Riccardo separou para ela, e ele e eu vamos para a dele. Pego os contratos que ele mandou eu revisar e volto a trabalhar. Isso só pode ser um castigo. São tantos contratos, que será impossível eu revisar tudo até o fim do expediente.— Gabriela, me traga um café. — Sou obrigada a parar o trabalho para ir pegar o café amargo do amargurado. Coloco a xícara na máquina e e
Palhaçada! Eu é que não vou levar ela para o cubículo de amor deles dois. Fora que eu não consigo entendê-la. Tá certo que quando nos conhecemos, ela não sabia que eu era casado, mas agora está fazendo muito "cu doce" para o meu lado, e quanto mais ela dificulta as coisas para mim, mais eu fico empolgado em tê-la.Entro no meu carro e espero ela sair. Quero ver ela perdida, sem saber como fazer para ir até a casa dele. Meu celular começa a tocar. Sophie deve estar uma fera comigo por eu não tê-la levado para jantar como havia prometido, mas a minha atenção agora está toda voltada para a Gabrielly.Novamente eu desligo a chamada dela e fico olhando para a porta principal da agência, que só tem os seguranças e ninguém mais. Poucos minutos depois, ela desce, e o carro do Bernardo aparece. Ele desce e abre a porta para ela. Claro, ele está sendo um cavalheiro, e é disso que as mulheres gostam. Ele liga o carro e vai embora.Eu adoro uma disputa. Então, Bernardo, vamos ver quem vai ganhar
Ela volta com o meu café e o coloca em cima da mesa. Gabrielly nem me olha. Volta para sua mesa e se senta em sua cadeira. Observo cada detalhe dela agora, principalmente seus olhares disfarçados para mim.— Gabriela, você tem quantos anos?— Vinte e seis, e o senhor? — Ela arregala os olhos. — Desculpa, foi força do hábito. Não precisa responder.— Sou seis anos mais velho que você. Tenho 32. Gosta de festas e de beber tequila?— Não, senhor. Gosto mais de ficar em casa. Bebi uma vez na minha vida umas garrafas de uísque, mas não me fez bem. Perdi até o que eu não deveria ter perdido.— O que perdeu? — Sei bem do que ela está falando, mas como ela não sabe que fui eu o homem que tirou a sua virgindade, quero que ela fale.— Minha virgin... — Olho para ela sorrindo, mas ela para de falar no meio do caminho. — Eu vou ao banheiro. O senhor quer alguma coisa? — Foge fujona. Nego com a cabeça, e ela se levanta e sai da sala. Ela já estava quase falando. Parece que quando faço várias pergu
Sinto até a dor na minha mão só de dar o tapa na cara dele, mas quando ele olha para mim, minhas pernas até bambeiam. Mesmo com medo, me mantenho firme. Quem ele pensa que eu sou?— Pega seus dólares e enfia no meio do seu...— Olha o que você vai dizer. Eu não estou te pagando, estou te convidando.— Com dinheiro? Não sou nenhuma prostituta, senhor Montelli. Fiz faculdade e cursos para não precisar me prestar a isso. Não sou um objeto, não sou uma mercadoria que você possa pagar para ter. Quer saber, eu me demito. Não aguento mais você me assediando dessa forma.Tento passar por ele, mas ele barra a minha passagem. Tento empurrar ele, mas ele segura em meus pulsos.— Ou trabalha aqui, ou não vai trabalhar em lugar nenhum, porque eu vou ferrar a sua ficha, para que você só consiga trabalhar como garota de programa.Maldito! Que ódio desse homem. Fecho a minha cara, com ódio. Eu vou ter que engolir esse idiota, porque jamais eu levaria uma vergonha dessa para minha mãe, de virar "job".
Me viro de costas, e posso apostar que eles estão se matando para vestir suas roupas. Acho que deveria ter aceitado ficar na casa do cretino. Acabei atrapalhando a diversão do meu amigo, e ainda por cima descobrindo um segredo podre dele.— O que ela está fazendo aqui, Bê? — Oh, vozinha irritante.— Eu fui buscar ela no Brasil, e como ela não tinha onde ficar, deixei ela morando aqui. Você não ia fazer hora extra, Gabi?— Ia, mas... — Ele diz que eu já posso me virar, e eu me viro bem devagar. Ele está fechando o vestido dela nas costas, o que me dá uma certa lembrança da noite que eu perdi a minha virgindade. Mas não consigo ver o rosto do homem. — O senhor Montelli disse que eu poderia vir embora. Eu não queria atrapalhar, deveria ter ligado antes.— Olha... — A esposa do senhor Riccardo se aproxima de mim. — Amanhã você vai ligar na empresa e vai pedir sua demissão.— Porque eu faria isso?— Porque eu sou a esposa do dono, e estou mandando. — Sorrio para ela e passo, indo direto pa
Não consegui ir para casa. Sei que a Sophie vai acabar me enchendo o saco por eu não ter ido, e vai ficar se esfregando em mim. Mas não, ela já não me interessa mais, nem mesmo para passar o tempo. Olho para o meu sofá, e acho que aqui será um bom lugar para dormir. Pelo menos eu terei um pouco de paz. Me deito, e não demora muito, acabo dormindo.Sou despertado pela voz doce da Gabrielly, mas de início, pensei que era somente um sonho. Mas quando senti sua mão me tocando, percebi que é real. Puxo ela para se deitar em cima de mim, e puxo sua nuca para um beijo. Pensei que ela resistiria, mas ela cedeu... Bom, durou menos de 10 segundos, mas valeu a pena.— Não faça isso, ou vai levar outra bofetada. — Ela se levanta, me empurrando com tudo. — Porque dormiu aqui?Poderia falar a verdade para ela, mas ela ia se achar muito, ou ia embora. Me levanto sem falar nada e vou ao banheiro. Lavo o meu rosto e me olho no espelho. O que está acontecendo comigo? Porque eu estou tão empenhado em fa
Olho para a cara dela, esperando ela responder. Mas é tão orgulhosa, que olha para trás, para frente e só enrola.— Vamos lá, Victória, conta a verdade para todos, ou já viu o que pode lhe acontecer.— Podemos conversar em particular, senhor Montelli? — Solto uma risada sem humor. É claro que ela faria isso, e aposto que vai fazer o mesmo que fez com o senhor Boss.Ele acena com a cabeça, e ela o leva para o outro lado da obra, onde não podemos escutar a conversa dos dois. Mas posso ver ela passando a mão na gravata dele e descendo até embaixo. Ele acompanha os movimentos dela com os olhos, e eu me viro e volto para o carro dele.Pensei que agora seria a hora dela contar a verdade, mas ela vai se deitar com ele e vai ganhar novamente mais um bônus. Nem olho para os dois, fico olhando para frente, pois já sei onde isso vai parar. Até que a porta do carro se abre.— Eu mandei você vir para cá?— Não, mas eu prefiro ficar aqui. — Respondo, sem desviar o meu olhar para ele.— Mas aqui não
Depois do fim do expediente, eu vou direto ao banco para depositar o cheque na minha conta. Pego a conta bancária da minha mãe e mando os dois mil euros. Antes de vir para a Itália, fiz uma conta para ela no banco que faz a conversão do euro para o real. Assim, o dinheiro vai cair já na conta dela para ela fazer os pagamentos.Vou até uma imobiliária e procuro uma casa próxima à empresa. Não precisa ser grande, mas tem que ser confortável. Me surpreendi quando o valor menor aqui está oitocentos euros, sendo que é só um quarto, sala e cozinha. Bom, é um apartamento. Pelo menos ficarei próximo da empresa e terei uma segurança maior, já que para alguém entrar, precisaram da minha autorização.Fecho com a imobiliária e faço o pagamento. Ela me leva até o apartamento, e já está todo mobiliado, porque são móveis planejados.— A vista é incrível. Vale o preço que eu cobrei.— Sim, eu gostei bastante. Não terei muito custo aqui, já que vou morar sozinha. Vou ver amanhã depois do trabalho para