Ísis encara o jovem loiros a sua frente pensativa, reino de Ashikaga, ela já havia ouvido falar desse nome, mas onde… ela força um pouco mais a memória olhando para os cavaleiros a sua frente.
— Estava em uma calçada, esperando para atravessar a rua, tinha muita gente ao meu lado esperando também, era noite eu estava indo… - para de falar de repente quando lembra que o reino Ashikaga, era o nome que se referiam no seculo XIV. - AI MEU DEUS! - grita assustando os homens que a observavam atentamente, a jovem dama leva as mãos a cabeça retirando o capuz de seu sobretudo revelando seus longos cabelos negros como luar.
— Senhorita, qual seu nome? - Artur indaga estranhando toda aquela situação.
— Estava indo para o hospital, uma van me atropelou… - Ísis ignora a pergunta de e começa a falar baixinho consigo mesma. Olha mais uma vez ao redor, olha para o próprio corpo, somente então nota a capa a cobrindo, ainda está com o vestido que havia ido à boate. - Não, isso não pode estar acontecendo, é um sonho…
— Senhorita, tem certeza que está bem? - Pergunta Heitor tocando levemente o braço da lhe trazendo de volta a realidade.
— Sim, me dá um minuto, é muito para digeri o que aconteceu… - fala e respira fundo - Você disse que eu cai, de onde cai? - Os três cavaleiros a sua frente se entreolham e apontam para o céu, afinal é um pouco complicado de explicar.
— Do céu. - Responde Heitor - A senhorita por ventura seria uma Bruxa ou um Anjo?
— De, onde? - Pergunta novamente olhando para cima. - mas, isso é impossível?
— Tanto é possível, que a senhorita caiu sobre o Uriah. - Responde Artur indicando o loiro.
— Maravilha, isso faz cada vez menos sentido, a propósito meu nome é Duarte, Ísis Duarte.
Após se apresentar Ísis retira a capa que a cobria e com um pouco de dificuldade se levanta, a mesma não notou os olhares espantados direcionados a ela. O trio se questionava se poderia existir outra Ísis Duarte no mundo, ou se aquela era mesmo a princesa Duarte ou alguma impostora. A situação outrora complica de se compreender, se tornava cada vez mais inacreditável.
— De quem é a capa? - Pergunta ao se levantar, Artur levanta a mão recebendo assim a peça de volta, Ísis fecha seu sobretudo cobrindo assim seu corpo, usa os dedos para arrumar levemente seus cabelos, organizando os fios, logo após os cobrindo novamente com o capuz do sobretudo.
Ainda sem acreditar em tudo que estava acontecendo, se vendo em meio ao nada, em uma terra distante de sua casa, era natural que estivesse meio aérea. Toda aquela situação parecia um sonho, na verdade, ela pedia a Deus que fosse um sonho, que nesse momento estivesse em um hospital sendo devidamente atendida, mas e se não fosse um sonho, como voltaria para casa?
— Obrigada pela ajuda – Fala encarando novamente os cavaleiros a sua frente. - mas vocês poderiam me ajudar a chegar a cidade, às vezes lá eu consiga uma forma de voltar para casa.
— De onde a senhorita é? - Artur questiona Ísis, que o encara ponderando como explicar toda aquela situação, afinal quem acreditaria que ela vinha do futuro?
— Longe acho, não tenho certeza de onde estou… - fala baixo, se realmente voltou no tempo era melhor que ninguém soubesse a respeito, pelo menos até ela ter certeza do que estava acontecendo.
— Senhorita, me perdoe a pergunta, mas a senhorita não lembra de onde mora?
— Suponho que possa dizer que seja isso. - desconversa… - A Sara deve estar desesperada a minha procura – Fala retirando o capuz do sobretudo e bagunçando novamente seus cabelos…
— Sara?
— Sim, minha melhor amiga… fomos criadas juntas… ela vai me matar quando eu voltar para casa – fala em quase chorando…
— Mas…
— A quem estou enganando – Interrompe Uriah, se sentando novamente no chão. - Quais as chances que tenho de voltar para casa?
Os homens observavam aquela cena com espanto, afinal a jovem dama, além de estar vestida de forma impropria, apesar de aparentar uma mulher adulta se por vez se comportava como uma criança birrenta.
— Toma – Artur lhe entrega um cantil de água – beba, se sentirá melhor. Permita-me apresentar sou Comandante Artur Castro, esses são: General Uriah Garcia e o Conde Heitor Gonçalves. - Apresenta todos a dama.
— É um prazer conhecê-los e obrigada novamente pela ajuda.
— Acredite, não tivemos escolha, afinal a senhorita caiu sobre de mim – o general brinca…
— Me desculpe, prometo que da próxima vez que cair do céu mirarei em outra pessoa…- Ísis entra na brincadeira e todos sorriem.
— Estou começando a acreditar que a senhorita é um anjo… - o Conde entra na brincadeira também.
Ainda desconfiado, o Artur encara a mulher, a sua frente, sua expressão deixa claro que algo o está incomodando, sua principal desconfiança, a mulher, a sua frente, ela seria quem diz ser ou não.
Heitor ao notar o distanciamento de Artur e seu olhar distante se aproxima do mesmo, deixando Uriah e Ísis brincando a respeito da queda dela.
— Acredita que sejas ela?
— Não sei, mas convenhamos que o sobrenome Duarte, não é comum de se achar entre plebeus? E se for da elite seria de algum parente do Rei.
— E nenhum membro da família real colocaria em sua filha o mesmo nome da princesa.
— Muito menos um plebeu, afinal ele poderia ser decapitado.
— Ísis, qual a sua família? - Heitor pergunta.
— Família?
— Sim, quem são seus pais?
— Não sei, não conheci meus pais. - Afirma a jovem sem graça. - Fui abandonada na porta de um convento quando tinha 2 anos, tendo comigo apenas um cobertor com meu nome bordado – Completa como se fosse algo que não a afetasse, mas um leve ar de tristeza em seu olhar não passou despercebido por Artur que a observava atentamente.— A senhorita tem quantos anos? Quando é seu aniversário? - Uriah pergunta curioso.— Tenho 27 anos, farei 28 em dezembro e antes que me pergunte, sou médica.— Médica? - Uriah fala com espanto. - Mulheres não podem ser médicas! – Nesse momento Ísis queria se bater, com as brincadeiras com o general e a descontração da conversa, esqueceu completamente da possibilidade de ter voltado mais de 500 anos no tempo, mulheres não podiam ser médicas nessa época. - Nossa, são bem raras, nunca encontramos com uma, né, Artur. - Ísis não conseguiu disfarçar sua expressão de surpresa, afinal estava pronta para sair correndo caso eles a acusassem de bruxaria.— Nem me fale, ma
A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa nem medir o que se diz.George EliotAo terminar de ler Ísis, olha para os cavalheiros que a encaravam com um certo ar de surpresa, até mesmo espanto, sem hesitar ela oferece o papel em suas mãos a Artur que estava a sua frente. A letra perfeitamente desenhada, a caligrafia da senhora Carol era conhecida em todos os reinos, assim como sua dona, por estar sempre ao lado da Rainha, ninguém sabia ao certo qual a sua função no palácio, mais uma coisa era certa nada ali acontecia sem que a mesma ficasse sabendo.— A senhora Carol não é vista desde o desaparecimento da princesa. - Artur comenta. - A senhorita disse que essa carta foi deixada com a senhorita no convento?— Sim, foi o que a irmã Maria me falou ao me entregar essa carta.Artur olha para os demais cavalheiros, seria verdade, a senhora Carol teria conseguido proteger a princesa? Heitor encarava Artur atentamente, ass
— Pedro - ao ouvir seu nome pronunciado calmamente por aquele que conhecia por toda sua vida, Pedro sente seus olhos encherem de água, ele teria que aceitar a verdade, sua avó se fora e ele não estava ao seu lado.— Entendo. - Fala finalmente dando um leve e triste sorriso.— Não sei ao certo quando ela faleceu ou se realmente faleceu, a única coisa que sei é que em meio a toda essa loucura foi ela me deixou em um convento com essa carta. - Ísis se sentiu na obrigação de compartilhar com aquele jovem a sua frente o que sabia, ela estende a mão para Heitor que devolve a carta para ela. - Acredito que ela deva fica com você. - finaliza entregando a carta para Pedro, que com uma leve reverência agradece.— Bom, é melhor irmos, logo anoitecerá e acredito que a princesa não esteja preparada para uma noite fria no deserto.— E não seria bom para reputação da princesa pernoitar sozinha em meio ao deserto com 5 cavaleiros. - Fala o homem mascarado.— Antes de irmos, não me recordo de ter se ap
“A alma não tem segredo que o comportamento não revele.”Lao-Tsé— ARTUR – Uriah grita, chamando atenção de todos.— O que foi agora?— Tem certeza que ela pode cavalgar vestida assim?— Sei que minhas roupas não são apropriadas, mas não temos outra opção no momento, ou por ventura o senhor teria um vestido em sua posse para me trocar? - Com uma coragem que jamais imaginara ter, Ísis responde ao Uriah.— Como ousa falar assim com um homem? – Heitor fala, mas apesar de suas palavras pesadas, seu tom era calmo, ele a estava testando, queria saber como ela reagiria e o que responderia e Ísis sabia disso. — Com a autoridade de uma princesa, mais precisamente da princesa das terras onde o Duque se encontra – antes que Ísis tivesse tempo de responder, Uriah responde ao Duque – Me desculpe alteza – se desculpa se curvando, Ísis apenas retribui com uma leve reverência.— Todos prontos, então vamos antes que a noiteça. – Fala o Homem Mascarado. Artur segue a frente do grupo, seguido por Uriah
— General Castro, General Garcia. – Um dos soldados os cumprimenta assim que se aproxima, logo depois se vira para o Duque ao qual faz uma leve reverência, mostrando respeito aristocrata. – Estávamos a espera de vossas excelências, Duque Gonçalves, sua prima já se encontra no castelo. – Fala se dirigindo ao Duque, este apenas acena em concordância. O soldado, que até então não havia direcionado o olhar aqueles que se encontravam mais atrás, finalmente os nota. Sua atenção ficou demasiado tempo sobre a Dama ali presente, afinal apesar de todos os esforços de não permitir que qualquer parte de seu corpo ficasse exposta, um sobretudo era consideravelmente justo, o que demarcava bem suas curvas. Um pigarro chama atenção do soldado, afinal ele encarava constrangedoramente cada curva de Ísis, o que incomodou aos cavaleiros ali. O soldado, assim como os demais, direciona seu olhar para o autor do pigarro, recebendo o olhar ameaçador de Enzo, sua postura muda completamente, podia se dizer qu
— Pedro, não brinca com esse coração velho… não me diga – A Imperatriz fala, observando Ísis atentamente, com um leve sinal de Enzo, Ísis entende que esse é o momento de se apresentar. Delicadamente Ísis solta a mão de Enzo, e lentamente retira o capuz do sobretudo, somente agora revelando seu rosto, sem graça e com receio que seu sobretudo abra, a tornando o personagem principal de uma cena constrangedora, ela se curva perante o casal.— Chamo-me Ísis Duarte, e sinto-me honrada de estar na presença de Vossas majestades. - O cumprimento perfeito surpreendeu não somente quem observava, mas a própria Ísis, que não fazia ideia de onde aprendera. — É você mesmo? Minha princesa voltou para casa… Olha Antony, nosso bebê cresceu… - Anna fala para o marido, se aproxima lentamente da jovem, faz menção de tocá-la, porém, a mesma se afasta, não permitindo o toque. Uma névoa de tristeza passou pelo olhar da Imperatriz, mas logo a postura séria retornou, mas tal lapso não passou despercebido por
— Quem é ela? - questiona encarando a jovem.— Ninguém sabe ao certo. - Pedro responde novamente. - Alguns a chamam de fada, outros de bruxa.— Como assim? Por que ninguém faz nada? Tem uma estranha parada no meio do jardim. - Ísis questiona perplexa.— Não sabemos se ela está realmente aqui. - Enzo falar. - Aparentemente somente nós estamos vendo ela, o que pelo que sei não significa boa coisa.— Não significa boa coisa? Como sabe, se segundo vocês, ninguém sabe quem ela é?— “Era uma bela Dama, os cabelos de cor exótica, uma mistura do mais dourado do ouro com o mel mais puro já extraído das abelhas mais raras, sua pele tão branca como a neve. Suas vestes, uma união da realeza com a simplicidade camponesa, contudo nada é mais marcante que seu olhar penetrante, mas jamais esqueça a presença de tal Dama pode ou não ser um mau presságio.” - Pedro responde - Essa é apenas uma das muitas histórias em torno da Bela Dama misteriosa.Ísis nada comentou com os cavaleiros, mas um dos motivos
De joelhos, com um dos braços imobilizados, e com o joelho de Ísis a forçando para baixo, estava Maria, uma das bruxas mais temidas do reino. Ao notar a expressão de espanto nos rostos dos Generais ali presentes e principalmente do Imperador, um sorriso maléfico é esboçado no rosto da bruxa.— Quem é você e o que fez com a tia imperial? – Pergunta Uriah, o que causou um certo estranhamento por parte de Ísis, afinal nunca imaginou que Uriah poderia ser um membro da família real. Então o corpo da mulher abaixo de Ísis treme com a gargalhada emitida pela Bruxa. — É incrível o seu poder Princesa Duarte, estou infiltrada nesse castelo há quase 15 anos e ninguém notou, mas bastou um olhar seu e meu disfarce foi descoberto, e olha que nem chegaste a conhecer sua mãe, é realmente admirável… - a Bruxa fala ainda com um sorriso maléfico no rosto. Não era possível para Ísis ver o rosto da mulher, mas conseguia identificar maldade em sua voz.— Quem é você e o que fez a imperatriz? - Ísis pergun