Os preparativos para o enterro da “Imperatriz” duraram cerca de uma semana, quem observava ao longe via o palácio em luto, quem ali estava presenciava grandes reviravoltas na corte. Ísis aproveitara que todos estavam focados na morte da então imperatriz para enviar Enzo para investigar mais afundo a respeito de Artur e sua possível participação em seu desaparecimento e Sinis e Pedro para investigar o paredeiro da jovem Bruxa.Devido ao luto, a reunião com os Lordes e Sábios foi remarcada para o mês seguinte. Ísis estava na biblioteca revisando as anotações deixadas por Angel, quando suaves batidas na porta lhe chama atenção, levanta levemente os olhos na direção da mesma, encarando Elena de pé na porta.— Majestade! - Elena a cumprimenta com uma leve mensura. - O Rei e a Rainha de Faya, a aguardam na sala do trono.— Os pais do Príncipe Uriah? O que eles fazem aqui? Não fui avisada da vinda deles. - Ísis fala estranhando a visita. - Tudo bem, vamos lá.Ísis segue calmamente para a sal
Ísis não dá tempo para questionamentos, então o Rei e a Rainha de Faya, se retiram acompanhados de alguns soldados, já o casal Castro acompanhados por Elena. Assim que os visitantes saem do salão, o Major Fonseca se aproxima. — Descubra o que a família real de Faya faz aqui, e avise Uriah, Heitor, Pedro e Enzo de nossos visitantes.— Perfeitamente Vossa Majestade. Assim que o Major se retira, o Lorde Batista entra no salão.— Pensei que a corte estava fechada Arquiduque. - Ísis fala olhando pela janela, quando sente a aproximação do Lorde.— Foi o que pensei também, mas ao que parece o palácio está movimentado hoje. - O homem fala parando ao lado da Princesa. - Já decidiste quando reabrirá a corte? - Antes que Ísis tivesse tempo de responder ao Arquiduque, o Major Antunes entra no salão com demasiada pressa.— Majestade, a jovem Elena me informou que se encontrava aqui. - Fala se aproximando e estendendo uma carta para Ísis. - Acaba de chegar essa carta do Marechal Brassard. - Ísis
— Fui abandonada na porta de um convento assim que meus poderes se manifestaram pela primeira vez. - Sinis fala indiferente.— E você Angel. - Ísis questiona curiosa, encarando seus visitantes pela primeira vez.— “Levante-se, fique de pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei. Escolhi-te do meio do povo e dos gentios, aos quais eu o envio para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, para que, pela fé em mim, recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados.”— Atos dos Apóstolos 26, bem conveniente, responde sem responder… quem ou o que é você Angel? E que missão é essa?— Já lhe disse deve encontrar a jovem Bruxa e protegê-la.— Simples assim?— Simples assim, Sinis e eu vamos treiná-la para a missão dela, você só precisa mantê-la segura. Bom seus convidados estão chegando, Sinis a partir de hoje ficará ao seu lado, será mais seguro para você ass
“Para viajar basta existir”Fernando PessoaEra provavelmente era a noite mais fria do ano, fato incomum para aquele período do ano, era sexta-feira, véspera de ano novo. As ruas da cidade estavam movimentadas, pessoas com diversos destinos passavam por ali; um grupo de adolescentes conversando, um casal namorando, famílias passeando apesar do frio.Em meio a todas essas pessoas, andando apressadamente, uma jovem se destacava, o vento esvoaçava seus cabelos negros como uma noite sem luar, com o andar apressado, seu sobretudo permitia ao longo dos passos uma breve visão das esbeltas pernas e do vestido vermelho escolhido para noite… Seu nome Ísis, seu destino, uma boate no centro da cidade, seria a primeira virada do ano que não passaria no hospital desde sua formatura há alguns anos.Durante o caminho, amaldiçoava sua melhor amiga que a havia “forçado” a ir para aquela boate “É ano novo, você está de folga, vamos nos divertir, e quem sabe conhecer um gatinho?”, esse havia sido o argum
“O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação.”Carl JungAno 1520Atravessando a campina se encontrava Artur Castro, Uriah Garcia e Heitor Gonçalves, três amigos e membros da realeza de grande influência, eles seguiam com destino ao palacete real, seria a primeira visita de Artur após o incidente de 25 anos atrás.— Pensativo Artur – Uriah quebra o silêncio.— Pensando no motivo de estarmos indo para vila Duarte? - Heitor comenta despreocupado.— De certa forma sim – Artur responde. - já faz 25 anos desde que Ísis fora sequestrada, me pergunto como ela está, se está viva…— Essa semana ela completaria 27 anos, certo?— Sim…— Ísis, falam da Princesa? - Heitor pergunta ao ouvir o nome. - A dama era vossa noiva Artur? - Artur apenas assente, com um leve balançar de sua cabeça. — Fomos prometidos em casamento antes mesmo de nascermos, foi uma promessa feita entre nossos pais.— A promessa
Ísis encara o jovem loiros a sua frente pensativa, reino de Ashikaga, ela já havia ouvido falar desse nome, mas onde… ela força um pouco mais a memória olhando para os cavaleiros a sua frente.— Estava em uma calçada, esperando para atravessar a rua, tinha muita gente ao meu lado esperando também, era noite eu estava indo… - para de falar de repente quando lembra que o reino Ashikaga, era o nome que se referiam no seculo XIV. - AI MEU DEUS! - grita assustando os homens que a observavam atentamente, a jovem dama leva as mãos a cabeça retirando o capuz de seu sobretudo revelando seus longos cabelos negros como luar.— Senhorita, qual seu nome? - Artur indaga estranhando toda aquela situação.— Estava indo para o hospital, uma van me atropelou… - Ísis ignora a pergunta de e começa a falar baixinho consigo mesma. Olha mais uma vez ao redor, olha para o próprio corpo, somente então nota a capa a cobrindo, ainda está com o vestido que havia ido à boate. - Não, isso não pode estar acontecendo
— Não sei, não conheci meus pais. - Afirma a jovem sem graça. - Fui abandonada na porta de um convento quando tinha 2 anos, tendo comigo apenas um cobertor com meu nome bordado – Completa como se fosse algo que não a afetasse, mas um leve ar de tristeza em seu olhar não passou despercebido por Artur que a observava atentamente.— A senhorita tem quantos anos? Quando é seu aniversário? - Uriah pergunta curioso.— Tenho 27 anos, farei 28 em dezembro e antes que me pergunte, sou médica.— Médica? - Uriah fala com espanto. - Mulheres não podem ser médicas! – Nesse momento Ísis queria se bater, com as brincadeiras com o general e a descontração da conversa, esqueceu completamente da possibilidade de ter voltado mais de 500 anos no tempo, mulheres não podiam ser médicas nessa época. - Nossa, são bem raras, nunca encontramos com uma, né, Artur. - Ísis não conseguiu disfarçar sua expressão de surpresa, afinal estava pronta para sair correndo caso eles a acusassem de bruxaria.— Nem me fale, ma
A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa nem medir o que se diz.George EliotAo terminar de ler Ísis, olha para os cavalheiros que a encaravam com um certo ar de surpresa, até mesmo espanto, sem hesitar ela oferece o papel em suas mãos a Artur que estava a sua frente. A letra perfeitamente desenhada, a caligrafia da senhora Carol era conhecida em todos os reinos, assim como sua dona, por estar sempre ao lado da Rainha, ninguém sabia ao certo qual a sua função no palácio, mais uma coisa era certa nada ali acontecia sem que a mesma ficasse sabendo.— A senhora Carol não é vista desde o desaparecimento da princesa. - Artur comenta. - A senhorita disse que essa carta foi deixada com a senhorita no convento?— Sim, foi o que a irmã Maria me falou ao me entregar essa carta.Artur olha para os demais cavalheiros, seria verdade, a senhora Carol teria conseguido proteger a princesa? Heitor encarava Artur atentamente, ass