— Senhor… - Ísis fala dando ao senhor a chance de se apresentar.— Sábio Diogo Guedes, alteza.— Poderia me explicar sua posição.— A meu ver, alteza, são algumas jovens cujas famílias podem tê-las vendido e para fugir da punição de tal crime relataram as jovens como desaparecidas, ressalto ainda que algumas dessas jovens podem ter fugido de algum compromisso de casamento. - A cada palavra pronunciada pelo Senhor Guedes as mãos tanto de Enzo quanto de Gabriel se fechavam em punhos, a raiva e descontentamento de ambos era perceptível. Ísis inclina sua cabeça para esquerda e observa a reação de Enzo que logo ao sentir o olhar da princesa sob si, a olha discretamente observando sua expressão, ou melhor, a ausência de expressão em seu rosto, suspira tentando manter a calma.— Me perdoe a ignorância, mas ainda não consigo compreender seu pensamento, ainda não está claro, esta sugerindo que tais desaparecimentos…— Alteza, convenhamos o reino nunca se envolveu com conflitos externo, então
Ao concluir sua fala todos os Lordes e Sábios se retiram do salão, após a saída de todos, as damas que apenas observavam os acontecimentos se aproximam de Ísis. Ao notarem as mulheres presentes no salão se aproximando da Princesa, tanto Enzo quanto Pedro se aproximam rapidamente. Ambas mulheres param de frente a Ísis e com ambas mãos apoiadas na lateral esquerda de seu corpo fazem uma leve reverência.— Vossa Majestade! - Ambas falam ainda de cabeça baixa. Ísis observa calmamente as mulheres, a sua frente, ambas são desconhecidas, mas algo lhe dizia que poderia confiar nelas. Com um simples aceno autoriza ambas à se levantarem.— Um Príncipe deve evitar se tornar odioso ou desprezível, se mantendo assim terá seu deve cumprido e não encontrará perigos ou defeitos. - fala a jovem de cabelos soltos.— Nicolau Maquiável, um grande conselheiro.— O melhor quando se trata de assuntos reais. - A jovem dama fala sorrindo. - Bom, permita-me apresentar, pode me chamar de Aurora, essa é minha a
Os preparativos para o enterro da “Imperatriz” duraram cerca de uma semana, quem observava ao longe via o palácio em luto, quem ali estava presenciava grandes reviravoltas na corte. Ísis aproveitara que todos estavam focados na morte da então imperatriz para enviar Enzo para investigar mais afundo a respeito de Artur e sua possível participação em seu desaparecimento e Sinis e Pedro para investigar o paredeiro da jovem Bruxa.Devido ao luto, a reunião com os Lordes e Sábios foi remarcada para o mês seguinte. Ísis estava na biblioteca revisando as anotações deixadas por Angel, quando suaves batidas na porta lhe chama atenção, levanta levemente os olhos na direção da mesma, encarando Elena de pé na porta.— Majestade! - Elena a cumprimenta com uma leve mensura. - O Rei e a Rainha de Faya, a aguardam na sala do trono.— Os pais do Príncipe Uriah? O que eles fazem aqui? Não fui avisada da vinda deles. - Ísis fala estranhando a visita. - Tudo bem, vamos lá.Ísis segue calmamente para a sal
Ísis não dá tempo para questionamentos, então o Rei e a Rainha de Faya, se retiram acompanhados de alguns soldados, já o casal Castro acompanhados por Elena. Assim que os visitantes saem do salão, o Major Fonseca se aproxima. — Descubra o que a família real de Faya faz aqui, e avise Uriah, Heitor, Pedro e Enzo de nossos visitantes.— Perfeitamente Vossa Majestade. Assim que o Major se retira, o Lorde Batista entra no salão.— Pensei que a corte estava fechada Arquiduque. - Ísis fala olhando pela janela, quando sente a aproximação do Lorde.— Foi o que pensei também, mas ao que parece o palácio está movimentado hoje. - O homem fala parando ao lado da Princesa. - Já decidiste quando reabrirá a corte? - Antes que Ísis tivesse tempo de responder ao Arquiduque, o Major Antunes entra no salão com demasiada pressa.— Majestade, a jovem Elena me informou que se encontrava aqui. - Fala se aproximando e estendendo uma carta para Ísis. - Acaba de chegar essa carta do Marechal Brassard. - Ísis
— Fui abandonada na porta de um convento assim que meus poderes se manifestaram pela primeira vez. - Sinis fala indiferente.— E você Angel. - Ísis questiona curiosa, encarando seus visitantes pela primeira vez.— “Levante-se, fique de pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei. Escolhi-te do meio do povo e dos gentios, aos quais eu o envio para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, para que, pela fé em mim, recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados.”— Atos dos Apóstolos 26, bem conveniente, responde sem responder… quem ou o que é você Angel? E que missão é essa?— Já lhe disse deve encontrar a jovem Bruxa e protegê-la.— Simples assim?— Simples assim, Sinis e eu vamos treiná-la para a missão dela, você só precisa mantê-la segura. Bom seus convidados estão chegando, Sinis a partir de hoje ficará ao seu lado, será mais seguro para você ass
“Para viajar basta existir”Fernando PessoaEra provavelmente era a noite mais fria do ano, fato incomum para aquele período do ano, era sexta-feira, véspera de ano novo. As ruas da cidade estavam movimentadas, pessoas com diversos destinos passavam por ali; um grupo de adolescentes conversando, um casal namorando, famílias passeando apesar do frio.Em meio a todas essas pessoas, andando apressadamente, uma jovem se destacava, o vento esvoaçava seus cabelos negros como uma noite sem luar, com o andar apressado, seu sobretudo permitia ao longo dos passos uma breve visão das esbeltas pernas e do vestido vermelho escolhido para noite… Seu nome Ísis, seu destino, uma boate no centro da cidade, seria a primeira virada do ano que não passaria no hospital desde sua formatura há alguns anos.Durante o caminho, amaldiçoava sua melhor amiga que a havia “forçado” a ir para aquela boate “É ano novo, você está de folga, vamos nos divertir, e quem sabe conhecer um gatinho?”, esse havia sido o argum
“O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação.”Carl JungAno 1520Atravessando a campina se encontrava Artur Castro, Uriah Garcia e Heitor Gonçalves, três amigos e membros da realeza de grande influência, eles seguiam com destino ao palacete real, seria a primeira visita de Artur após o incidente de 25 anos atrás.— Pensativo Artur – Uriah quebra o silêncio.— Pensando no motivo de estarmos indo para vila Duarte? - Heitor comenta despreocupado.— De certa forma sim – Artur responde. - já faz 25 anos desde que Ísis fora sequestrada, me pergunto como ela está, se está viva…— Essa semana ela completaria 27 anos, certo?— Sim…— Ísis, falam da Princesa? - Heitor pergunta ao ouvir o nome. - A dama era vossa noiva Artur? - Artur apenas assente, com um leve balançar de sua cabeça. — Fomos prometidos em casamento antes mesmo de nascermos, foi uma promessa feita entre nossos pais.— A promessa
Ísis encara o jovem loiros a sua frente pensativa, reino de Ashikaga, ela já havia ouvido falar desse nome, mas onde… ela força um pouco mais a memória olhando para os cavaleiros a sua frente.— Estava em uma calçada, esperando para atravessar a rua, tinha muita gente ao meu lado esperando também, era noite eu estava indo… - para de falar de repente quando lembra que o reino Ashikaga, era o nome que se referiam no seculo XIV. - AI MEU DEUS! - grita assustando os homens que a observavam atentamente, a jovem dama leva as mãos a cabeça retirando o capuz de seu sobretudo revelando seus longos cabelos negros como luar.— Senhorita, qual seu nome? - Artur indaga estranhando toda aquela situação.— Estava indo para o hospital, uma van me atropelou… - Ísis ignora a pergunta de e começa a falar baixinho consigo mesma. Olha mais uma vez ao redor, olha para o próprio corpo, somente então nota a capa a cobrindo, ainda está com o vestido que havia ido à boate. - Não, isso não pode estar acontecendo