— Pedro, não brinca com esse coração velho… não me diga – A Imperatriz fala, observando Ísis atentamente, com um leve sinal de Enzo, Ísis entende que esse é o momento de se apresentar.
Delicadamente Ísis solta a mão de Enzo, e lentamente retira o capuz do sobretudo, somente agora revelando seu rosto, sem graça e com receio que seu sobretudo abra, a tornando o personagem principal de uma cena constrangedora, ela se curva perante o casal.
— Chamo-me Ísis Duarte, e sinto-me honrada de estar na presença de Vossas majestades. - O cumprimento perfeito surpreendeu não somente quem observava, mas a própria Ísis, que não fazia ideia de onde aprendera.
— É você mesmo? Minha princesa voltou para casa… Olha Antony, nosso bebê cresceu… - Anna fala para o marido, se aproxima lentamente da jovem, faz menção de tocá-la, porém, a mesma se afasta, não permitindo o toque. Uma névoa de tristeza passou pelo olhar da Imperatriz, mas logo a postura séria retornou, mas tal lapso não passou despercebido por Ísis.
— Perdão majestade, mas suponho que toda essa situação seja apenas um mal-entendido, acompanhei o senhor Pedro apenas porque devido ao lugar em que me encontrava não tinha outra saída, mas venho apenas solicitar que me ajudem a retornar para casa – Ísis fala de forma seria.
— COMO ASSIM ÍSIS? AI!!! - o grito estridente veio do corredor revelando aos presentes que não se encontravam sozinhos, um certo grupo de cavaleiros os ouviam do corredor.
— Para de gritar idiota. - Heitor fala após desferir um tapa na cabeça do general.
— Pensei ter falado para irem aos seus aposentos. - Pedro fala calmamente.
— Vim ao castelo porque fui convocado pelo Imperador, logo imaginei que deveria cumprimentá-lo antes de me acomodar. - Artur responde entrando no salão. - E que eu saiba, não sou um de seus subordinados.
— Se esse era o caso, por qual razão ficaste ouvido por detrás da porta? - Enzo questiona, deixando o general sem resposta, afinal como justificar tal ato.
— Como assim pretendes retornar? - Na tentativa de mudar de assunto, Artur questiona Ísis. – Vistes a carta, agora estás em casa.
— Não estou, preciso retornar para o lugar de onde me tiraram, tenho pacientes no hospital os quais precisam de meus cuidados, tem meus amigos, eu realmente não posso ficar aqui. – Ísis responde encarando-o seriamente.
— De que carta falas general Castro? - Pergunta o Imperador se sentando no trono e sinalizando que Anna realizasse o mesmo.
Artur olha para Pedro que tinha posse da carta, então o marechal entrega rapidamente a carta ao imperador, o mesmo analisa a carta cuidadosamente, então entrega para imperatriz enquanto inspeciona o selo do envelope.
— Karen, aquela velha bruxa, sabia todo esse tempo onde minha filha estava e não me falou nada. - Era possível sentir a tristeza em sua voz, mas não se sentia mágoa ou raiva, pois se tinha algo que ninguém no reino ousava questionar era a lealdade da bruxa Karen a família real. - ela te contaste algo, minha imperatriz?
— Claro que não Antony, se eu soubesse teria lhe falado… - Ísis jamais saberia explicar, mas sentiu que algo não estava certo em toda aquela história, algo em seu interior lhe dizia para não confiar naquela mulher, mesmo com a possibilidade dela ser sua mãe.
— Majestade, - Ísis chama a atenção de todos ali, tinha algo a incomodando e olhando ao redor nota que não somente a ela, mas Enzo também parece incomodado. - Perdoe-me a ignorância, mas acredito que essa não seja a forma correta de se dirigir ao imperador, ainda mais em público? - Ísis resolve alfinetar, e reforçando o que pensou rapidamente Enzo a puxa levemente para trás colocando-se um pouco mais a frente.
— Quem pensas que eres para questionar minha postura? Julgas que pode sumir por anos e voltar se achando a dona de tudo? - A imperatriz dispara nervosa, então se aproxima de Ísis, mas seu caminho é bloqueado sutilmente por Pedro, sendo esse encarado mortalmente. - Quem olha a primeira vista pode se enganar facilmente, pois a semelhança entre nós duas é surpreendente. - Fala se afastando novamente. - Mas olhando agora, realmente você não é minha filha, uma princesa nunca se comportaria assim!
Ao terminar de fala a Imperatriz se senta no trono ao lado do Imperador, o olhar de todos estava sobre ela, nunca haviam visto se portar de tal maneira, e Artur fora praticamente criado no castelo. Antony encarava a esposa completamente, perplexo com sua atitude, mas como diz a etiqueta real não deveria questioná-la em público, ela ficaria desmoralizada perante o reino caso fizesse algo assim.
Nesse momento Ísis teve certeza havia algo errado com a imperatriz, seu olhar cruza com o de Pedro que indica levemente o canto do salão onde o mesmo olhava pela janela antes da chegada do Imperador. Enzo toca levemente o braço de Ísis, e seguem juntos para a janela indicada, seguidos por Pedro, contudo o que Ísis achou mais estranho foi ninguém notar a movimentação deles, nem mesmo os soldados que guardavam as portas.
— Está explicado como sequestraram uma princesa nesse castelo. - Ísis comenta baixo.
— Há quanto tempo ela esta ali? - A voz de Enzo próximo o seu ouvido desperta Ísis de seus pensamentos, ela olha na mesma direção deles.
Ali próximo à fonte do jardim do castelo, estava uma jovem, seus cabelos eram castanhos claros e ondulados enfeitados com uma tiara simples, sua pela era tão branca quanto a neve, vestia um vestido longo lilas com discretos detalhes em preto. Ela estava apenas parada ali e olhava atentamente para a janela, contudo apesar de estar ali não parecia ser notada por ninguém mais, os soldados passavam por ela, como se fosse apenas mais um detalhe do jardim.
— Desde que chegamos, não faço ideia do que planeja. – Pedro responde.
— Algo está acontecendo, ela não estaria aqui se algo sério não estivesse acontecendo, Ísis não saia de perto de mim. - Enzo chama a atenção de Ísis, que observava uma jovem no jardim.
— Quem é ela? - questiona encarando a jovem.— Ninguém sabe ao certo. - Pedro responde novamente. - Alguns a chamam de fada, outros de bruxa.— Como assim? Por que ninguém faz nada? Tem uma estranha parada no meio do jardim. - Ísis questiona perplexa.— Não sabemos se ela está realmente aqui. - Enzo falar. - Aparentemente somente nós estamos vendo ela, o que pelo que sei não significa boa coisa.— Não significa boa coisa? Como sabe, se segundo vocês, ninguém sabe quem ela é?— “Era uma bela Dama, os cabelos de cor exótica, uma mistura do mais dourado do ouro com o mel mais puro já extraído das abelhas mais raras, sua pele tão branca como a neve. Suas vestes, uma união da realeza com a simplicidade camponesa, contudo nada é mais marcante que seu olhar penetrante, mas jamais esqueça a presença de tal Dama pode ou não ser um mau presságio.” - Pedro responde - Essa é apenas uma das muitas histórias em torno da Bela Dama misteriosa.Ísis nada comentou com os cavaleiros, mas um dos motivos
De joelhos, com um dos braços imobilizados, e com o joelho de Ísis a forçando para baixo, estava Maria, uma das bruxas mais temidas do reino. Ao notar a expressão de espanto nos rostos dos Generais ali presentes e principalmente do Imperador, um sorriso maléfico é esboçado no rosto da bruxa.— Quem é você e o que fez com a tia imperial? – Pergunta Uriah, o que causou um certo estranhamento por parte de Ísis, afinal nunca imaginou que Uriah poderia ser um membro da família real. Então o corpo da mulher abaixo de Ísis treme com a gargalhada emitida pela Bruxa. — É incrível o seu poder Princesa Duarte, estou infiltrada nesse castelo há quase 15 anos e ninguém notou, mas bastou um olhar seu e meu disfarce foi descoberto, e olha que nem chegaste a conhecer sua mãe, é realmente admirável… - a Bruxa fala ainda com um sorriso maléfico no rosto. Não era possível para Ísis ver o rosto da mulher, mas conseguia identificar maldade em sua voz.— Quem é você e o que fez a imperatriz? - Ísis pergun
— Por isso trouxe Ísis de volta logo que descobri que a Imperatriz Anna fora morta. - afirma Karen encarando todos no salão. - O reino precisa de uma imperatriz, levem-na para a prisão imperial. - Karen ordena aos soldados que ali apenas observava a cena, porém esse são impedidos por Ísis.— Disseste que ela não estava mais ali, - fala apontando para janela onde Enzo se encontra – disseste que ninguém deseja ver tal dama, algo me diz que sabe quem é ela?— Ah! Claro que sei, todos os seres que possuem alguma importância – a bruxa fala com certo orgulho em sua voz. - sabe. — De que dama falam? E quem pode ser mais importante que o Imperador? - Antony, mesmo ainda em choque com a notícia da morte de sua esposa, questiona a bruxa.— Seu nome é Sinis, não se sabe exatamente o que ela é, muito menos a dimensão de seus poderes, apenas que cruzar seu caminho pode ser desastroso. - A bruxa responde calmamente, mas Ísis sentia que essa calma era somente por fora, no fundo, ela parecia em pâni
“As Aparências Enganam? Não elas apenas tentam ti induzir a um novo '‘conto de farsas’'!”Jess Nesta— Quem pensas que é para dar ordens a princesa? Majestade, viste como esse mero soldado trata a princesa? E como ele tramou para a fuga da assassina da imperatriz?— General Castro, peço que se contenhas, sei que toda essa situação é um tanto quanto inusitada, mas temos que nos manter calmos. - Karen tenta apaziguar a situação.— Majestade, imagino que também precisas descansar um pouco? Por que não conversamos todos amanhã? - Pedro então se pronuncia pela primeira vez, então sem pronunciar uma palavra sequer o imperador sai do grande salão acompanhado de alguns soldados.— Sua Majestade amava muito a Imperatriz, descobrir que conviveu durante tantos anos ao lado de uma impostora, e que sua amada, na verdade, está morta foi um grande choque para ele. - Karen fala olhando para porta por onde o imperador havia saído. - Muitas coisas aconteceram hoje, e todos temos dúvidas, mas como Pedro
— Entendo, não tenho nenhum pedido especial, mas eu poderia comer em outro lugar? Não estou acostumada a comer no mesmo ambiente em que durmo. - Ísis explica calmamente, então Elena olha para janela e depois encara a princesa.— Acredito que esteja na hora do jantar de Vossas Majestades, eles devem estar reunidos no grande salão. - Responde calmamente. - Tudo bem para Vossa Alteza se juntar a eles?— Claro. - Ísis concorda, de certa forma estranhando o fato de tal proposta não ter sido realizada no início.Ambas seguem pelo caminho pelo qual vieram, ao descerem as escadas encontram com a senhora Karen acompanhada de uma bela dama, elas realizam uma leve reverência a princesa. O grupo segue silenciosamente para o salão guiados por Elena que andava um pouco mais a frente, mas para abruptamente levando Ísis a esbarrar nela levemente, mas antes que algo fosse falado, vozes exaltadas são ouvidas. Ísis se aproxima da porta onde Elena havia parado, no salão uma Senhora e sua Majestade discut
— Apesar de a letra ser exatamente igual à da senhora Carol, acredito que quem escreveu essa carta não tinha nenhum conhecimento sobre o reino.— Não compreendi – O general Garcia se pronuncia pela primeira vez, fazendo sua presença ser notada por uma bela dama que observava tudo da entrada do salão, nenhum dos presentes notou a coloração vermelha que a dama assumira ao notá-lo ali.— A carta foi muito bem elaborada, mas quem escreveu cometeu erros que somente alguém do reino ou o que conhece muito bem perceberia, por isso tais erros não foram notados pelo general Castro. Por exemplo – Fala olhando ao redor, encontrando uma serva em um canto observando e a chamou, que se aproximou e ele prosseguiu. – Aqui diz que a princesa foi resgatada da carruagem em que foi sequestrada pela senhora Carol, mas…— A senhora Carol não falava com a imperatriz a anos, a mesma nem chegou a conhecer a princesa. - A serva completa a fala do general, Ísis então olha para Enzo e depois para Pedro que estava
— Deu certo, - sussurrou a morena que entrou – Deu certo! DEU CERTO, SENHORA, EU CONSEGUI, EU CONSEGUI – a morena gritava e pulava pelo salão, fazendo com que Enzo e Pedro esboçassem um leve sorriso e Karen uma expressão levemente constrangida, ela havia sido pega na mentira, e os Marechais sabiam, e tal constatação não passou despercebida por Ísis.— Sim, Laura você conseguiu… ela está bem agora – Enzo responde. - Agora só temos que convencê-la a ficar.— O QUÊ? ESTÁS LOUCA TIVE UM TRABALHÃO PARA LHE TRAZER DE VOLTA EM SEGURANÇA ANTES ALGO LHE ACONTECESSE E VOCÊ FALA QUE QUER VOLTAR! - ela gritava no salão – POR ACASO CANSOU DE VIVER? QUER MORRER?— Senhora, quem és? – o General Castro pergunta se aproximando.— Permita-me apresentá-la Vossa Majestade. - Enzo fala ignorando o general e pedindo para Laura se aproximar. - Essa é Laura Mendes, ela era aprendiz da senhora Carol. - Assim que Enzo termina de apresentá-la, a jovem se curva ao Imperador. — Como assim era? – O Imperador perg
— Realmente tinha uma pequena margem de erro, mas fico feliz que ela tenha chegado inteira. - Laura responde pensativa.— Pera aí tinha a possibilidade de eu chegar a prestação? - Ísis fala em choque.— Mas era uma pequena possibilidade. - Laura fala sinalizando com as mãos a pequena chance, apesar de querer questionar, Ísis não teve chance, pois a voz de Elena soa no ambiente.— Onde a senhora vai? - Elena questiona Karen que se afastava lentamente.— Ao banheiro. - Karen responde, mas rebate. - E horas não tenho que prestar explicação alguma a uma mera serva.— Esqueceste quem és essa serva. - Elena responde com um tom de superioridade. - Sou a Dama de Companhia da Princesa Herdeira.— Lembro-me que a senhora Karen a pouco se vangloriava de ter trazido a princesa de volta. - Enzo comenta distraidamente, ao mesmo tempo, em que interrompia o discurso um tanto estanho de Elena. Laura olha para a senhora que a pouco tentava sair sem ser notada.— Karen? Como? - Então Laura se aproxima d