— Por isso trouxe Ísis de volta logo que descobri que a Imperatriz Anna fora morta. - afirma Karen encarando todos no salão. - O reino precisa de uma imperatriz, levem-na para a prisão imperial. - Karen ordena aos soldados que ali apenas observava a cena, porém esse são impedidos por Ísis.
— Disseste que ela não estava mais ali, - fala apontando para janela onde Enzo se encontra – disseste que ninguém deseja ver tal dama, algo me diz que sabe quem é ela?
— Ah! Claro que sei, todos os seres que possuem alguma importância – a bruxa fala com certo orgulho em sua voz. - sabe.
— De que dama falam? E quem pode ser mais importante que o Imperador? - Antony, mesmo ainda em choque com a notícia da morte de sua esposa, questiona a bruxa.
— Seu nome é Sinis, não se sabe exatamente o que ela é, muito menos a dimensão de seus poderes, apenas que cruzar seu caminho pode ser desastroso. - A bruxa responde calmamente, mas Ísis sentia que essa calma era somente por fora, no fundo, ela parecia em pânico.
— O que ela fazia aqui? - Enzo pergunta atrás de Ísis, o que a assusta, pois não havia notado sua movimentação.
— Isso somente ela sabe, pode ser que tenha algo haver com a profecia ou não, afinal não tem como saber o que se passa na cabeça de um ser tão obscuro, muito menos de que lado ela está nessa guerra.
— Não podemos acreditar nessa bruxa. - Artur fala finalmente, recebendo apenas um dar de ombros da bruxa – Guardas levem-na para masmorra!
— Parece que todo mundo manda aqui, menos o Imperador! - a bruxa comenta rindo ao notar os guardas se aproximando novamente.
— Ninguém ousa dar um passo sem minha autorização. - Enzo fala, pela primeira vez seu tom era de comando, ali era o Marechal falando. - General Castro, peço que se contenha, estás na sala do trono e não em um acampamento militar, e não cabe ao general dizer se devemos ou não acreditar no ser interrogado.
Artur não disfarçou seu desconforto com a fala do Marechal, afinal a seu ver com o retorno da Princesa, ele como seu noivo seria o novo príncipe, logo estava acima daquele marechal. Notando a tensão no ar entre ambos cavaleiros Heitor se adianta em tentar apaziguar a situação de seu amigo.
— Se me permitem, poderia a Princesa e o Marechal nos explicar de que Dama estão falando?
— Da Dama Misteriosa dos cabelos cor de mel e pele branca como a neve. - Pedro responde resumidamente, recebendo o espanto de todos os presentes, nem mesmo os soldados conseguiram disfarçar seu espanto, alguns se dirigiram a janela na tentativa de avistar a dama.
— Que profecia é essa der que tanto falas? - Karen resolve perguntar.
— “Um grande perigo surgirá e destruirá a humanidade e os traidores de sua espécie, trazendo aos sobrenaturais leais ao sangue a liberdade, mas para que tal coisa se concretize a princesa e toda sua linhagem deverá ser extinta” - a bruxa responde sorrindo então completa. - Seu fim está próximo, posso ter falhado, mas meu mestre não falhará. - ao Fala isso um forte vento invade o grande salão, e a bruxa outrora presa desaparece.
Todos encaravam o lugar que outrora a bruxa estava, o silêncio reinava o lugar, Enzo encarava Ísis que parecia perdida em seus pensamentos, mas teve sua atenção voltada ao general Castro.
— Estás feliz agora? Deixaste a bruxa fugir! - Esbraveja o General acusando o Marechal. - Guardas prendam esses dois traidores.
— Traidores? - Tanto Heitor quanto Uriah repetem as palavras de Artur com demasiado espanto.
— Artur, não exageras! - O Duque questiona o general calmamente.
— Exagerar! Não viste que ele armastes para que a assassina da imperatriz fugistes? - A indignação não voz de Artur era palpável, e tal sensação foi mais perceptiva ao perceber que nenhum movimento foi realizado pela guarda real no sentido de deter o marechal. - Estão surdos? Prendam-no AGORA!
— Por favor, se controle General. - Então a voz calma da Princesa Ísis soa no ambiente, deixando o general com certo incômodo. Ísis estava calada pensativa desde a fuga da bruxa, assim como Enzo que se concentrava apenas em observá-la. - Senhora Karen disseste a pouco que me trouxeste de volta assim que soube da morte da Imperatriz, pode me dizer quando ficou sabendo?
— Recentemente Alteza, tenho procurado por ela desde que descobrir da farsa de Senka. - Ísis faria mais perguntas, contudo foi interrompida por Enzo.
— Sei que tem muitas dúvidas, princesa, mas acredito que devas descansar um pouco, e claro se trocar. - Fala retirando sua capa e jogando sobre os ombros da princesa, ato que a lembrou que as roupas que usava não eram adequadas para a época, muito menos para um “princesa”.- Senhorita Antunes. - Enzo chama e logo uma jovem adentra o salão, ela era relativamente pequena, e de aparência frágil, seus logos cabelos eram loiros brilhantes, encaracolados enfeitados com pequenas flores de diversas cores. Seu vestido era simples, completamente branco com detalhes em flores de renda.- Leve a Princesa para o quarto e a auxilie a se trocar. Princesa descanse amanhã conversamos, tudo bem? - Apesar da fala firme, Ísis sabia que tudo que ele falara era apenas uma sugestão que poderia se recusar, mas ele tinha razão tudo que ela queria naquele momento era um bom banho e dormir um pouco, então com um leve sorriso se retira do salão acompanhando a jovem loira.
Antes mesmo da princesa se afastar completamente do salão, a voz indignada de Artur é ouvida novamente.
“As Aparências Enganam? Não elas apenas tentam ti induzir a um novo '‘conto de farsas’'!”Jess Nesta— Quem pensas que é para dar ordens a princesa? Majestade, viste como esse mero soldado trata a princesa? E como ele tramou para a fuga da assassina da imperatriz?— General Castro, peço que se contenhas, sei que toda essa situação é um tanto quanto inusitada, mas temos que nos manter calmos. - Karen tenta apaziguar a situação.— Majestade, imagino que também precisas descansar um pouco? Por que não conversamos todos amanhã? - Pedro então se pronuncia pela primeira vez, então sem pronunciar uma palavra sequer o imperador sai do grande salão acompanhado de alguns soldados.— Sua Majestade amava muito a Imperatriz, descobrir que conviveu durante tantos anos ao lado de uma impostora, e que sua amada, na verdade, está morta foi um grande choque para ele. - Karen fala olhando para porta por onde o imperador havia saído. - Muitas coisas aconteceram hoje, e todos temos dúvidas, mas como Pedro
— Entendo, não tenho nenhum pedido especial, mas eu poderia comer em outro lugar? Não estou acostumada a comer no mesmo ambiente em que durmo. - Ísis explica calmamente, então Elena olha para janela e depois encara a princesa.— Acredito que esteja na hora do jantar de Vossas Majestades, eles devem estar reunidos no grande salão. - Responde calmamente. - Tudo bem para Vossa Alteza se juntar a eles?— Claro. - Ísis concorda, de certa forma estranhando o fato de tal proposta não ter sido realizada no início.Ambas seguem pelo caminho pelo qual vieram, ao descerem as escadas encontram com a senhora Karen acompanhada de uma bela dama, elas realizam uma leve reverência a princesa. O grupo segue silenciosamente para o salão guiados por Elena que andava um pouco mais a frente, mas para abruptamente levando Ísis a esbarrar nela levemente, mas antes que algo fosse falado, vozes exaltadas são ouvidas. Ísis se aproxima da porta onde Elena havia parado, no salão uma Senhora e sua Majestade discut
— Apesar de a letra ser exatamente igual à da senhora Carol, acredito que quem escreveu essa carta não tinha nenhum conhecimento sobre o reino.— Não compreendi – O general Garcia se pronuncia pela primeira vez, fazendo sua presença ser notada por uma bela dama que observava tudo da entrada do salão, nenhum dos presentes notou a coloração vermelha que a dama assumira ao notá-lo ali.— A carta foi muito bem elaborada, mas quem escreveu cometeu erros que somente alguém do reino ou o que conhece muito bem perceberia, por isso tais erros não foram notados pelo general Castro. Por exemplo – Fala olhando ao redor, encontrando uma serva em um canto observando e a chamou, que se aproximou e ele prosseguiu. – Aqui diz que a princesa foi resgatada da carruagem em que foi sequestrada pela senhora Carol, mas…— A senhora Carol não falava com a imperatriz a anos, a mesma nem chegou a conhecer a princesa. - A serva completa a fala do general, Ísis então olha para Enzo e depois para Pedro que estava
— Deu certo, - sussurrou a morena que entrou – Deu certo! DEU CERTO, SENHORA, EU CONSEGUI, EU CONSEGUI – a morena gritava e pulava pelo salão, fazendo com que Enzo e Pedro esboçassem um leve sorriso e Karen uma expressão levemente constrangida, ela havia sido pega na mentira, e os Marechais sabiam, e tal constatação não passou despercebida por Ísis.— Sim, Laura você conseguiu… ela está bem agora – Enzo responde. - Agora só temos que convencê-la a ficar.— O QUÊ? ESTÁS LOUCA TIVE UM TRABALHÃO PARA LHE TRAZER DE VOLTA EM SEGURANÇA ANTES ALGO LHE ACONTECESSE E VOCÊ FALA QUE QUER VOLTAR! - ela gritava no salão – POR ACASO CANSOU DE VIVER? QUER MORRER?— Senhora, quem és? – o General Castro pergunta se aproximando.— Permita-me apresentá-la Vossa Majestade. - Enzo fala ignorando o general e pedindo para Laura se aproximar. - Essa é Laura Mendes, ela era aprendiz da senhora Carol. - Assim que Enzo termina de apresentá-la, a jovem se curva ao Imperador. — Como assim era? – O Imperador perg
— Realmente tinha uma pequena margem de erro, mas fico feliz que ela tenha chegado inteira. - Laura responde pensativa.— Pera aí tinha a possibilidade de eu chegar a prestação? - Ísis fala em choque.— Mas era uma pequena possibilidade. - Laura fala sinalizando com as mãos a pequena chance, apesar de querer questionar, Ísis não teve chance, pois a voz de Elena soa no ambiente.— Onde a senhora vai? - Elena questiona Karen que se afastava lentamente.— Ao banheiro. - Karen responde, mas rebate. - E horas não tenho que prestar explicação alguma a uma mera serva.— Esqueceste quem és essa serva. - Elena responde com um tom de superioridade. - Sou a Dama de Companhia da Princesa Herdeira.— Lembro-me que a senhora Karen a pouco se vangloriava de ter trazido a princesa de volta. - Enzo comenta distraidamente, ao mesmo tempo, em que interrompia o discurso um tanto estanho de Elena. Laura olha para a senhora que a pouco tentava sair sem ser notada.— Karen? Como? - Então Laura se aproxima d
“Um amor platônico significa que uma pessoa está desperdiçando a chance de amar e a outra a chance de ser amada. De verdade.”Swami Paatra ShankaraApesar de o silêncio não ser incomodo aos presentes, Artur não podia disfarçar que algo o incomodava, havia sido passado boa parte de sua infância e adolescência brincando naqueles corredores com Elena e agora ela o tratava como um estranho.— Lena, Leninha, minha loira. – Artur chama Elena como costumava chamar quando eram crianças, ele olha para os demais, observando com um misto de expressões, Ísis o observava curiosa, já Uriah e Heitor haviam entendido os planos de Artur. Ele se aproxima, então abraça Elena pela cintura a levantando do chão. – Sabe a Ísis meio que me dispensou, então o que acha de você se casar comigo… - Fala em tom de brincadeira, mas tal brincadeira não agradou nem Elena, afinal não era segredo que tinha sentimentos pelo moreno; nem Enzo, esse encarou a fala do general um tanto desrespeitosa para com a princesa, afin
— Então me explique… porque ainda não vi nada de bom nessa história, sem falar no noivo completamente maluco que me arrumaram… - Ísis comenta, e Elena logo para de sorrir.— Por você… ele é louco por você alteza, essa é a sua sorte.— Como pode ter tanta certeza? - Ísis questiona, afinal chegou ao ponto em que queria, saber mais sobre o General Artur Castro. - Vocês se conhecem a bastante tempo certo?— Sim, crescemos juntos aqui no castelo, é impossível, eu tinha uns 4 anos e ele 10 anos; quando chegou.— Você é filha do General Antunes, certo? - Ísis pergunta recebendo um leve aceno como resposta. - E os pais do general? Ainda trabalham aqui?— Não, Artur é um órfão de guerra, chegou aqui aos 10 anos, seus pais foram mortos durante a guerra.— Como assim?— Artur é o filho mais novo do Rei de Castro com uma concubina, como tinha compromisso com nosso reino, veio para o palácio até ter idade de assumir o próprio reino. Meu pai me disse uma vez que Artur era tão pequeno, não davam mai
Como médica, Ísis ficou bastante curiosa a respeito da morte da esposa de Artur, e justamente por isso percebeu algo parece ter passado batido por todos ali, como o corpo só foi encontrado quando Artur chegou? As pessoas não deram por falta dela? Eles não recebiam visitas? Se ela já estava doente, não deveria ter alguém para cuidar dela, na ausência do marido pelo menos? E principalmente, um corpo em decomposição exala fortes odores, ninguém sentiu? Apesar de todos esses questionamentos em sua mente, Ísis resolveu mudar um pouco o rumo da conversa, afinal duvidava que Elena tivesse as respostas a suas perguntas.— Vocês são próximos? Digo você e Artur, mais cedo me pareceu magoada com a postura dele.— De certa forma sim. - Elena fala pensativa, então por algum motivo muda de assunto. - Quando Vossa Alteza desapareceu ele passou dias sem comer, e se isolou de todos, passou muito tempo se culpando. Aos 15 anos entrou para o exército, afinal precisava ficar forte para proteger sua Imper