— Deu certo, - sussurrou a morena que entrou – Deu certo! DEU CERTO, SENHORA, EU CONSEGUI, EU CONSEGUI – a morena gritava e pulava pelo salão, fazendo com que Enzo e Pedro esboçassem um leve sorriso e Karen uma expressão levemente constrangida, ela havia sido pega na mentira, e os Marechais sabiam, e tal constatação não passou despercebida por Ísis.— Sim, Laura você conseguiu… ela está bem agora – Enzo responde. - Agora só temos que convencê-la a ficar.— O QUÊ? ESTÁS LOUCA TIVE UM TRABALHÃO PARA LHE TRAZER DE VOLTA EM SEGURANÇA ANTES ALGO LHE ACONTECESSE E VOCÊ FALA QUE QUER VOLTAR! - ela gritava no salão – POR ACASO CANSOU DE VIVER? QUER MORRER?— Senhora, quem és? – o General Castro pergunta se aproximando.— Permita-me apresentá-la Vossa Majestade. - Enzo fala ignorando o general e pedindo para Laura se aproximar. - Essa é Laura Mendes, ela era aprendiz da senhora Carol. - Assim que Enzo termina de apresentá-la, a jovem se curva ao Imperador. — Como assim era? – O Imperador perg
— Realmente tinha uma pequena margem de erro, mas fico feliz que ela tenha chegado inteira. - Laura responde pensativa.— Pera aí tinha a possibilidade de eu chegar a prestação? - Ísis fala em choque.— Mas era uma pequena possibilidade. - Laura fala sinalizando com as mãos a pequena chance, apesar de querer questionar, Ísis não teve chance, pois a voz de Elena soa no ambiente.— Onde a senhora vai? - Elena questiona Karen que se afastava lentamente.— Ao banheiro. - Karen responde, mas rebate. - E horas não tenho que prestar explicação alguma a uma mera serva.— Esqueceste quem és essa serva. - Elena responde com um tom de superioridade. - Sou a Dama de Companhia da Princesa Herdeira.— Lembro-me que a senhora Karen a pouco se vangloriava de ter trazido a princesa de volta. - Enzo comenta distraidamente, ao mesmo tempo, em que interrompia o discurso um tanto estanho de Elena. Laura olha para a senhora que a pouco tentava sair sem ser notada.— Karen? Como? - Então Laura se aproxima d
“Um amor platônico significa que uma pessoa está desperdiçando a chance de amar e a outra a chance de ser amada. De verdade.”Swami Paatra ShankaraApesar de o silêncio não ser incomodo aos presentes, Artur não podia disfarçar que algo o incomodava, havia sido passado boa parte de sua infância e adolescência brincando naqueles corredores com Elena e agora ela o tratava como um estranho.— Lena, Leninha, minha loira. – Artur chama Elena como costumava chamar quando eram crianças, ele olha para os demais, observando com um misto de expressões, Ísis o observava curiosa, já Uriah e Heitor haviam entendido os planos de Artur. Ele se aproxima, então abraça Elena pela cintura a levantando do chão. – Sabe a Ísis meio que me dispensou, então o que acha de você se casar comigo… - Fala em tom de brincadeira, mas tal brincadeira não agradou nem Elena, afinal não era segredo que tinha sentimentos pelo moreno; nem Enzo, esse encarou a fala do general um tanto desrespeitosa para com a princesa, afin
— Então me explique… porque ainda não vi nada de bom nessa história, sem falar no noivo completamente maluco que me arrumaram… - Ísis comenta, e Elena logo para de sorrir.— Por você… ele é louco por você alteza, essa é a sua sorte.— Como pode ter tanta certeza? - Ísis questiona, afinal chegou ao ponto em que queria, saber mais sobre o General Artur Castro. - Vocês se conhecem a bastante tempo certo?— Sim, crescemos juntos aqui no castelo, é impossível, eu tinha uns 4 anos e ele 10 anos; quando chegou.— Você é filha do General Antunes, certo? - Ísis pergunta recebendo um leve aceno como resposta. - E os pais do general? Ainda trabalham aqui?— Não, Artur é um órfão de guerra, chegou aqui aos 10 anos, seus pais foram mortos durante a guerra.— Como assim?— Artur é o filho mais novo do Rei de Castro com uma concubina, como tinha compromisso com nosso reino, veio para o palácio até ter idade de assumir o próprio reino. Meu pai me disse uma vez que Artur era tão pequeno, não davam mai
Como médica, Ísis ficou bastante curiosa a respeito da morte da esposa de Artur, e justamente por isso percebeu algo parece ter passado batido por todos ali, como o corpo só foi encontrado quando Artur chegou? As pessoas não deram por falta dela? Eles não recebiam visitas? Se ela já estava doente, não deveria ter alguém para cuidar dela, na ausência do marido pelo menos? E principalmente, um corpo em decomposição exala fortes odores, ninguém sentiu? Apesar de todos esses questionamentos em sua mente, Ísis resolveu mudar um pouco o rumo da conversa, afinal duvidava que Elena tivesse as respostas a suas perguntas.— Vocês são próximos? Digo você e Artur, mais cedo me pareceu magoada com a postura dele.— De certa forma sim. - Elena fala pensativa, então por algum motivo muda de assunto. - Quando Vossa Alteza desapareceu ele passou dias sem comer, e se isolou de todos, passou muito tempo se culpando. Aos 15 anos entrou para o exército, afinal precisava ficar forte para proteger sua Imper
“O que é a vida sem um sonho?”Edmond RostandDepois da saída de Elena, Ísis se dá conta do quão cansada estava, sendo levada a terra dos sonhos logo ao se deitar, um sono profundo, que a muitos anos não tinha. Em seu sonho foi levada a um jardim, onde as flores foram delicadamente organizadas, criando um túnel de flores brancas e roxas, o vento soprava uma brisa, balançando levemente seus cabelos. O canto dos pássaros lhe chamava atenção, mas em meio a esse canto ouviu algumas vozes femininas, então, lentamente seguiu pelo túnel querendo saber quem mais estava naquele jardim. Ao fim do túnel havia uma trilha ornamentada com tulipas, lírios-brancos e violetas.As vozes ficaram mais altas, mas agora estavam acompanhadas pelo som de água corrente, ao fim da trilha havia um grande chafariz em mármore branco, cercado por rosas-amarelas que se entrelaçavam formando a fonte. Ao centro uma escultura lhe chamou a atenção, era uma Harpia brasileira, conhecia as inúmeras histórias a respeito da
— Até onde pôde, afinal tem algumas coisas que são necessárias.— Quem é essa Aurora, de quem tanto falam? Ela parecia bem jovem.— Quem é Aurora? Boa pergunta. - Sinis fala pensativa.— Ela é tudo, o ser mais poderoso que poderá existir. - Angel responde, chamando atenção de ambas mulheres. — “Tanto mais que a maldade é o pão que comem e a violência, o vinho que bebem. Mas a vereda dos justos é como a aurora, cujo brilho cresce até o dia pleno. A estrada dos iníquos é tenebrosa: não percebem aquilo em que hão de tropeçar.”¹— Provérbios. - Ísis fala, e Angel acena confirmando.— Mas ela é apenas uma humana, como pode ser o ser mais poderoso? Sempre pensei que você fosse o mais poderoso. – Sinis questiona.— Sou poderoso no quesito habilidades e capacidade, mas Aurora possui um poder diferente, ela pode mudar o mundo, salvar a todos que nele existem, ela contagia a todos com sua bondade e serenidade, ela representa tudo que há de bom na face da terra, mas também pode representar todas
“Guardava minhas angústias em uma pequena caixa no peito e, escondendo com discrição minha tristeza profunda e meu nervosismo, aperfeiçoei-me em um ser humano excêntrico e brincalhão, permanentemente revestido de um otimismo inocente.”Osamu Dazai Ísis não comentou nada, contudo sua mente dava várias voltas, tentando entender tanto o sonho que tivera, quanto o que sua suposta avó poderia querer com ela. Algumas horas depois, Ísis estava perfeitamente arrumada, o vestido abraçava suas curvas delicadamente, os cabelos firmemente presos em um coque perfeitamente elaborado por Elena, penteado que Ísis tinha certeza jamais poderia elaborá-lo tão perfeitamente.Suas mãos suavam, demonstrando o nervosismo da Princesa de pé em frente as grandes portas do trono, Ísis não entendia o motivo de tanto nervosismo, não era sua primeira vez ali. Contudo, algo em seu interior dizia que diferiria do dia anterior, ela não estava ali como uma forasteira… ela era a princesa daquele reino, e por mais que