— Então me explique… porque ainda não vi nada de bom nessa história, sem falar no noivo completamente maluco que me arrumaram… - Ísis comenta, e Elena logo para de sorrir.— Por você… ele é louco por você alteza, essa é a sua sorte.— Como pode ter tanta certeza? - Ísis questiona, afinal chegou ao ponto em que queria, saber mais sobre o General Artur Castro. - Vocês se conhecem a bastante tempo certo?— Sim, crescemos juntos aqui no castelo, é impossível, eu tinha uns 4 anos e ele 10 anos; quando chegou.— Você é filha do General Antunes, certo? - Ísis pergunta recebendo um leve aceno como resposta. - E os pais do general? Ainda trabalham aqui?— Não, Artur é um órfão de guerra, chegou aqui aos 10 anos, seus pais foram mortos durante a guerra.— Como assim?— Artur é o filho mais novo do Rei de Castro com uma concubina, como tinha compromisso com nosso reino, veio para o palácio até ter idade de assumir o próprio reino. Meu pai me disse uma vez que Artur era tão pequeno, não davam mai
Como médica, Ísis ficou bastante curiosa a respeito da morte da esposa de Artur, e justamente por isso percebeu algo parece ter passado batido por todos ali, como o corpo só foi encontrado quando Artur chegou? As pessoas não deram por falta dela? Eles não recebiam visitas? Se ela já estava doente, não deveria ter alguém para cuidar dela, na ausência do marido pelo menos? E principalmente, um corpo em decomposição exala fortes odores, ninguém sentiu? Apesar de todos esses questionamentos em sua mente, Ísis resolveu mudar um pouco o rumo da conversa, afinal duvidava que Elena tivesse as respostas a suas perguntas.— Vocês são próximos? Digo você e Artur, mais cedo me pareceu magoada com a postura dele.— De certa forma sim. - Elena fala pensativa, então por algum motivo muda de assunto. - Quando Vossa Alteza desapareceu ele passou dias sem comer, e se isolou de todos, passou muito tempo se culpando. Aos 15 anos entrou para o exército, afinal precisava ficar forte para proteger sua Imper
“O que é a vida sem um sonho?”Edmond RostandDepois da saída de Elena, Ísis se dá conta do quão cansada estava, sendo levada a terra dos sonhos logo ao se deitar, um sono profundo, que a muitos anos não tinha. Em seu sonho foi levada a um jardim, onde as flores foram delicadamente organizadas, criando um túnel de flores brancas e roxas, o vento soprava uma brisa, balançando levemente seus cabelos. O canto dos pássaros lhe chamava atenção, mas em meio a esse canto ouviu algumas vozes femininas, então, lentamente seguiu pelo túnel querendo saber quem mais estava naquele jardim. Ao fim do túnel havia uma trilha ornamentada com tulipas, lírios-brancos e violetas.As vozes ficaram mais altas, mas agora estavam acompanhadas pelo som de água corrente, ao fim da trilha havia um grande chafariz em mármore branco, cercado por rosas-amarelas que se entrelaçavam formando a fonte. Ao centro uma escultura lhe chamou a atenção, era uma Harpia brasileira, conhecia as inúmeras histórias a respeito da
— Até onde pôde, afinal tem algumas coisas que são necessárias.— Quem é essa Aurora, de quem tanto falam? Ela parecia bem jovem.— Quem é Aurora? Boa pergunta. - Sinis fala pensativa.— Ela é tudo, o ser mais poderoso que poderá existir. - Angel responde, chamando atenção de ambas mulheres. — “Tanto mais que a maldade é o pão que comem e a violência, o vinho que bebem. Mas a vereda dos justos é como a aurora, cujo brilho cresce até o dia pleno. A estrada dos iníquos é tenebrosa: não percebem aquilo em que hão de tropeçar.”¹— Provérbios. - Ísis fala, e Angel acena confirmando.— Mas ela é apenas uma humana, como pode ser o ser mais poderoso? Sempre pensei que você fosse o mais poderoso. – Sinis questiona.— Sou poderoso no quesito habilidades e capacidade, mas Aurora possui um poder diferente, ela pode mudar o mundo, salvar a todos que nele existem, ela contagia a todos com sua bondade e serenidade, ela representa tudo que há de bom na face da terra, mas também pode representar todas
“Guardava minhas angústias em uma pequena caixa no peito e, escondendo com discrição minha tristeza profunda e meu nervosismo, aperfeiçoei-me em um ser humano excêntrico e brincalhão, permanentemente revestido de um otimismo inocente.”Osamu Dazai Ísis não comentou nada, contudo sua mente dava várias voltas, tentando entender tanto o sonho que tivera, quanto o que sua suposta avó poderia querer com ela. Algumas horas depois, Ísis estava perfeitamente arrumada, o vestido abraçava suas curvas delicadamente, os cabelos firmemente presos em um coque perfeitamente elaborado por Elena, penteado que Ísis tinha certeza jamais poderia elaborá-lo tão perfeitamente.Suas mãos suavam, demonstrando o nervosismo da Princesa de pé em frente as grandes portas do trono, Ísis não entendia o motivo de tanto nervosismo, não era sua primeira vez ali. Contudo, algo em seu interior dizia que diferiria do dia anterior, ela não estava ali como uma forasteira… ela era a princesa daquele reino, e por mais que
O descontentamento de Artur era visível a todos ali presentes, assim como o incômodo de Uriah com toda a situação, e mesmo sem o olhar Heitor estava ciente disso. Uriah era o Príncipe Herdeiro de Faya, era temido em todo mundo, assim como seu pai, contudo ninguém nunca vira o rosto ou soubera o nome, ou seu rosto. Mas essa era uma fama da qual Uriah não gostava, afinal se tinha uma coisa que loiro odiava eram guerras, e Heitor sabia disso, contudo ele também sabia que Uriah não suportava injustiças e falta com respeito, e era exatamente isso que Artur estava fazendo.Em meio aquela tensão, nenhum dos presentes notou a troca de olhares sutil entre a Princesa e Enzo, tendo essa com um simples olhar demostrado sua insatisfação com aquela tensão toda. O Marechal não esperou que Princesa pronunciasse uma palavra e antes que Heitor, Uriah ou mesmo Artur tomasse qualquer atitude, o último estava de joelhos a frente de Ísis, com a espada de Enzo rente ao pescoço.— Não sei como são as coisas
— A Rainha está doente, então a Princesa assumirá o governo temporariamente. - Enzo fala.— A Princesa está desaparecida há anos… - o Major Antunes fala entrando. - O povo vai estranhar tanto o retorno da Princesa quanto a doença repentina da rainha.A sala ficou em silêncio, todos se viram em uma situação da qual não imaginavam uma saída, mas a solução estava ali e ninguém os notara ainda. Em um canto da sala estavam duas pessoas, uma bela dama cuja pele era tão branca quanto a neve, seus olhos em um tom de mel, os cabelos em tom claro de castanho, seu vestido era simples com pouco volume todo cinza. Ao lado da dama, um jovem de pele clara, mas não tão clara quanto da dama, os olhos negros e pequenos, os cabelos castanhos não tão grandes, mas também não eram curtos; a franja levemente caída em sua testa lhe dava uma aparência que muitos considerariam fofa e inofensiva, mas não se engane aquele era nada mais nada menos que o ser mais poderoso daquela sala, muitos ousariam dizer do mun
— Está tudo bem? Não se esforce pode ter quebrado algum osso. - Fala passando o braço do Marechal sobre seus ombros, ela encara Angel, seu olhar transmitia uma certa raiva, mas ao encarar o olhar de Angel não viu nada ali, nenhum sentimento, apenas um vazio e esse vazio causou um arrepio na espinha da jovem.— Sinis, ajude a Imperatriz no que for necessário, e mantenha o esquentadinho vivo. - Angel fala observando Enzo. - Acho que Aurora tem planos para ele. - Então, com essa frase, Angel se vira, anda lentamente em direção à porta, mas desaparece antes de alcançar a mesma, deixando o grupo demasiado confuso tanto com sua fala quanto com sua saída um tanto quanto curiosa.Assim que Angel se retira, Sinis se aproxima de Ísis e Enzo e mesmo sobre protestos do Marechal, ela o toca fazendo todas as dores que sentia em seu corpo desaparecer. Sinis realiza uma leve reverência a Ísis, e anda calmamente para o centro do salão, ali fecha os olhos, então na frente de todos, os longos cabelos de