De joelhos, com um dos braços imobilizados, e com o joelho de Ísis a forçando para baixo, estava Maria, uma das bruxas mais temidas do reino. Ao notar a expressão de espanto nos rostos dos Generais ali presentes e principalmente do Imperador, um sorriso maléfico é esboçado no rosto da bruxa.
— Quem é você e o que fez com a tia imperial? – Pergunta Uriah, o que causou um certo estranhamento por parte de Ísis, afinal nunca imaginou que Uriah poderia ser um membro da família real. Então o corpo da mulher abaixo de Ísis treme com a gargalhada emitida pela Bruxa.
— É incrível o seu poder Princesa Duarte, estou infiltrada nesse castelo há quase 15 anos e ninguém notou, mas bastou um olhar seu e meu disfarce foi descoberto, e olha que nem chegaste a conhecer sua mãe, é realmente admirável… - a Bruxa fala ainda com um sorriso maléfico no rosto. Não era possível para Ísis ver o rosto da mulher, mas conseguia identificar maldade em sua voz.
— Quem é você e o que fez a imperatriz? - Ísis pergunta apertando ainda mais o braço da bruxa, que sem perceber emitiu um leve gemido de dor.
— Por que não pergunta para sua amiga que está lá fora? Afinal passaram bestante tempo a olhando – Para espanto do Trio a bruxa fala, logo ela sabia o tempo todo da presença da dama misteriosa – Ah, acreditaste que ninguém havia notado o trio se esgueirando na janela? Mas tenho uma ideia melhor, pergunta para loira na porta, ela deve estar surpresa por descobrir a verdade. - A bruxa finaliza com um sorriso vitorioso olhando para entrada do salão onde uma linda mulher estava.
— Eu já sabia há um tempo, mas precisava ter certeza de onde minha amiga estava e se estava bem antes de fazer algo. - Fala a mulher loira entrando no salão – Princesa Duarte! - Cumprimenta Ísis com uma reverência perfeita, Ísis a encara perplexa, a mulher a sua frente poderia parecer mais nova, mas ela tinha certeza de quem se tratava.
— Irmã Maria! Você está aqui também!
— Você conhece a Senhora Nunes? - O Duque pergunta estranhando a intimidade e o nome com o qual Ísis fala com a senhora Nunes.
— Claro que ela conhece, com quem Vossas Excelências pensam que ela aprendeu a montar e se defender? No convento tradicional com freiras tradicionais que não foi.
— Irmã Maria, o que está acontecendo? Toda essa situação é real?
— Sim, minha princesa. - Karen fala com um sorriso gentil no rosto – Creio que tenha lido a carta que lhe entreguei a alguns anos? Se tiver alguma dúvida podemos conversar depois… e General Garcia, me desculpe por mais cedo, algo deu errado durante o feitiço, era para princesa cair no rio…
— Eu por acaso pareço com um rio?! - Uriah exclama com seu jeito escandaloso.
— Suponho que tenhamos algo mais importante para lidar aqui – Fala Pedro, ajudando Ísis a amarrar a mulher que se passava pela imperatriz, e logo colocando-a de joelhos de frente ao imperador. - Majestade, o que deseja que façamos?
— Quem é você? - Antony pergunta atordoado, afinal ele conviveu com àquela mulher por quase 10 anos e não havia percebido que não era sua esposa.
— Tenho muitos nomes, mas acredito que nesse tempo me conheçam por Senka. - a bruxa fala, então volta seu olhar para Ísis que se encontrava ao lado de Enzo, próximo à janela novamente. - Ela não está mais aí. - Senka fala encarando Ísis.
— Quem não está mais aí? - Artur pergunta estranhando a fala da bruxa.
— Uma dama que ninguém gostaria de ver, mas a princesa parece bem interessada nela…
— Nesse tempo? Poderia esclarecer? - O Imperador interrompe Senka.
— Ai, Antony, você não poderia ser mais inconveniente, não ver que estamos tendo uma conversa importante…- Senka começa a falar, mas é logo lançada ao chão com forte chute desferido por Pedro, que logo recebe um rugido em resposta.
— Responde vossa majestade e apenas isso! - Enzo fala calmamente.
— Ah! Então parece que você – fala apontando para Pedro – é aquele que faz o trabalho sujo, enquanto você – aponta para Enzo – é que puxa as cordinhas.
Ao ouvir a fala da Bruxa, Enzo dá um passo a frente na intenção de atacar a bruxa, mas é impedido por Ísis.
— Tudo bem, responderei, afinal, parece que nossa amada Karen não lhes explicou o que está prestes a acontecer… - um sorriso macabro surge em seu rosto… - que coisa feia… ou será que não sabes… - nesse momento o sorriso da bruxa aumenta mais ainda.
— Tenho a sensação que tudo isso não passa de um blefe, uma tentativa inútil de evitar que te matemos. - Ísis fala se aproximando da bruxa. - afinal, salvo engano mentir para o imperador é um crime punível com a morte. - fala próximo ao rosto da bruxa.
— A Princesa é corajosa, não nego… estou falando da PROFECIA – grita a última palavra e logo dispara a gargalhar. - Precisa falar com sua amiga Andy com mais frequência querida Karen, e antes que me pergunte sua amada imperatriz já não se encontra entre nós. Burnir fez questão de matá-la pessoalmente, depois do fiasco que foi matá-la antes que a princesinha nascesse. - Fala a tal Senka com um sorriso no rosto, Antony com uma expressão devastada olha para Karen que confirma com um aceno.
— Por isso trouxe Ísis de volta logo que descobri que a Imperatriz Anna fora morta. - afirma Karen encarando todos no salão. - O reino precisa de uma imperatriz, levem-na para a prisão imperial. - Karen ordena aos soldados que ali apenas observava a cena, porém esse são impedidos por Ísis.— Disseste que ela não estava mais ali, - fala apontando para janela onde Enzo se encontra – disseste que ninguém deseja ver tal dama, algo me diz que sabe quem é ela?— Ah! Claro que sei, todos os seres que possuem alguma importância – a bruxa fala com certo orgulho em sua voz. - sabe. — De que dama falam? E quem pode ser mais importante que o Imperador? - Antony, mesmo ainda em choque com a notícia da morte de sua esposa, questiona a bruxa.— Seu nome é Sinis, não se sabe exatamente o que ela é, muito menos a dimensão de seus poderes, apenas que cruzar seu caminho pode ser desastroso. - A bruxa responde calmamente, mas Ísis sentia que essa calma era somente por fora, no fundo, ela parecia em pâni
“As Aparências Enganam? Não elas apenas tentam ti induzir a um novo '‘conto de farsas’'!”Jess Nesta— Quem pensas que é para dar ordens a princesa? Majestade, viste como esse mero soldado trata a princesa? E como ele tramou para a fuga da assassina da imperatriz?— General Castro, peço que se contenhas, sei que toda essa situação é um tanto quanto inusitada, mas temos que nos manter calmos. - Karen tenta apaziguar a situação.— Majestade, imagino que também precisas descansar um pouco? Por que não conversamos todos amanhã? - Pedro então se pronuncia pela primeira vez, então sem pronunciar uma palavra sequer o imperador sai do grande salão acompanhado de alguns soldados.— Sua Majestade amava muito a Imperatriz, descobrir que conviveu durante tantos anos ao lado de uma impostora, e que sua amada, na verdade, está morta foi um grande choque para ele. - Karen fala olhando para porta por onde o imperador havia saído. - Muitas coisas aconteceram hoje, e todos temos dúvidas, mas como Pedro
— Entendo, não tenho nenhum pedido especial, mas eu poderia comer em outro lugar? Não estou acostumada a comer no mesmo ambiente em que durmo. - Ísis explica calmamente, então Elena olha para janela e depois encara a princesa.— Acredito que esteja na hora do jantar de Vossas Majestades, eles devem estar reunidos no grande salão. - Responde calmamente. - Tudo bem para Vossa Alteza se juntar a eles?— Claro. - Ísis concorda, de certa forma estranhando o fato de tal proposta não ter sido realizada no início.Ambas seguem pelo caminho pelo qual vieram, ao descerem as escadas encontram com a senhora Karen acompanhada de uma bela dama, elas realizam uma leve reverência a princesa. O grupo segue silenciosamente para o salão guiados por Elena que andava um pouco mais a frente, mas para abruptamente levando Ísis a esbarrar nela levemente, mas antes que algo fosse falado, vozes exaltadas são ouvidas. Ísis se aproxima da porta onde Elena havia parado, no salão uma Senhora e sua Majestade discut
— Apesar de a letra ser exatamente igual à da senhora Carol, acredito que quem escreveu essa carta não tinha nenhum conhecimento sobre o reino.— Não compreendi – O general Garcia se pronuncia pela primeira vez, fazendo sua presença ser notada por uma bela dama que observava tudo da entrada do salão, nenhum dos presentes notou a coloração vermelha que a dama assumira ao notá-lo ali.— A carta foi muito bem elaborada, mas quem escreveu cometeu erros que somente alguém do reino ou o que conhece muito bem perceberia, por isso tais erros não foram notados pelo general Castro. Por exemplo – Fala olhando ao redor, encontrando uma serva em um canto observando e a chamou, que se aproximou e ele prosseguiu. – Aqui diz que a princesa foi resgatada da carruagem em que foi sequestrada pela senhora Carol, mas…— A senhora Carol não falava com a imperatriz a anos, a mesma nem chegou a conhecer a princesa. - A serva completa a fala do general, Ísis então olha para Enzo e depois para Pedro que estava
— Deu certo, - sussurrou a morena que entrou – Deu certo! DEU CERTO, SENHORA, EU CONSEGUI, EU CONSEGUI – a morena gritava e pulava pelo salão, fazendo com que Enzo e Pedro esboçassem um leve sorriso e Karen uma expressão levemente constrangida, ela havia sido pega na mentira, e os Marechais sabiam, e tal constatação não passou despercebida por Ísis.— Sim, Laura você conseguiu… ela está bem agora – Enzo responde. - Agora só temos que convencê-la a ficar.— O QUÊ? ESTÁS LOUCA TIVE UM TRABALHÃO PARA LHE TRAZER DE VOLTA EM SEGURANÇA ANTES ALGO LHE ACONTECESSE E VOCÊ FALA QUE QUER VOLTAR! - ela gritava no salão – POR ACASO CANSOU DE VIVER? QUER MORRER?— Senhora, quem és? – o General Castro pergunta se aproximando.— Permita-me apresentá-la Vossa Majestade. - Enzo fala ignorando o general e pedindo para Laura se aproximar. - Essa é Laura Mendes, ela era aprendiz da senhora Carol. - Assim que Enzo termina de apresentá-la, a jovem se curva ao Imperador. — Como assim era? – O Imperador perg
— Realmente tinha uma pequena margem de erro, mas fico feliz que ela tenha chegado inteira. - Laura responde pensativa.— Pera aí tinha a possibilidade de eu chegar a prestação? - Ísis fala em choque.— Mas era uma pequena possibilidade. - Laura fala sinalizando com as mãos a pequena chance, apesar de querer questionar, Ísis não teve chance, pois a voz de Elena soa no ambiente.— Onde a senhora vai? - Elena questiona Karen que se afastava lentamente.— Ao banheiro. - Karen responde, mas rebate. - E horas não tenho que prestar explicação alguma a uma mera serva.— Esqueceste quem és essa serva. - Elena responde com um tom de superioridade. - Sou a Dama de Companhia da Princesa Herdeira.— Lembro-me que a senhora Karen a pouco se vangloriava de ter trazido a princesa de volta. - Enzo comenta distraidamente, ao mesmo tempo, em que interrompia o discurso um tanto estanho de Elena. Laura olha para a senhora que a pouco tentava sair sem ser notada.— Karen? Como? - Então Laura se aproxima d
“Um amor platônico significa que uma pessoa está desperdiçando a chance de amar e a outra a chance de ser amada. De verdade.”Swami Paatra ShankaraApesar de o silêncio não ser incomodo aos presentes, Artur não podia disfarçar que algo o incomodava, havia sido passado boa parte de sua infância e adolescência brincando naqueles corredores com Elena e agora ela o tratava como um estranho.— Lena, Leninha, minha loira. – Artur chama Elena como costumava chamar quando eram crianças, ele olha para os demais, observando com um misto de expressões, Ísis o observava curiosa, já Uriah e Heitor haviam entendido os planos de Artur. Ele se aproxima, então abraça Elena pela cintura a levantando do chão. – Sabe a Ísis meio que me dispensou, então o que acha de você se casar comigo… - Fala em tom de brincadeira, mas tal brincadeira não agradou nem Elena, afinal não era segredo que tinha sentimentos pelo moreno; nem Enzo, esse encarou a fala do general um tanto desrespeitosa para com a princesa, afin
— Então me explique… porque ainda não vi nada de bom nessa história, sem falar no noivo completamente maluco que me arrumaram… - Ísis comenta, e Elena logo para de sorrir.— Por você… ele é louco por você alteza, essa é a sua sorte.— Como pode ter tanta certeza? - Ísis questiona, afinal chegou ao ponto em que queria, saber mais sobre o General Artur Castro. - Vocês se conhecem a bastante tempo certo?— Sim, crescemos juntos aqui no castelo, é impossível, eu tinha uns 4 anos e ele 10 anos; quando chegou.— Você é filha do General Antunes, certo? - Ísis pergunta recebendo um leve aceno como resposta. - E os pais do general? Ainda trabalham aqui?— Não, Artur é um órfão de guerra, chegou aqui aos 10 anos, seus pais foram mortos durante a guerra.— Como assim?— Artur é o filho mais novo do Rei de Castro com uma concubina, como tinha compromisso com nosso reino, veio para o palácio até ter idade de assumir o próprio reino. Meu pai me disse uma vez que Artur era tão pequeno, não davam mai