— General Castro, General Garcia. – Um dos soldados os cumprimenta assim que se aproxima, logo depois se vira para o Duque ao qual faz uma leve reverência, mostrando respeito aristocrata. – Estávamos a espera de vossas excelências, Duque Gonçalves, sua prima já se encontra no castelo. – Fala se dirigindo ao Duque, este apenas acena em concordância.
O soldado, que até então não havia direcionado o olhar aqueles que se encontravam mais atrás, finalmente os nota. Sua atenção ficou demasiado tempo sobre a Dama ali presente, afinal apesar de todos os esforços de não permitir que qualquer parte de seu corpo ficasse exposta, um sobretudo era consideravelmente justo, o que demarcava bem suas curvas.
Um pigarro chama atenção do soldado, afinal ele encarava constrangedoramente cada curva de Ísis, o que incomodou aos cavaleiros ali. O soldado, assim como os demais, direciona seu olhar para o autor do pigarro, recebendo o olhar ameaçador de Enzo, sua postura muda completamente, podia se dizer que o jovem soldado estaria prestes a desmaiar de tão branco que ficou.
— Marechal Brassard, - para o espanto dos presentes, nem de todos, afinal Pedro conhecia Enzo Brassard a muitos anos, o soldado cumprimenta o homem mascarado. Enzo Brassard, sua história era contada por todo o reino, afinal ele era um exemplo para muitos soldados, mas o que surpreendeu os generais e o Duque ali, foi o fato de nunca terem imaginado que o temido Marechal seria tão novo. - Marechal Marques. - Para completar o espanto dos demais ali presente, Pedro é cumprimentado com o mesmo respeito de Enzo. - Não fomos informados de seu retorno. - O jovem começa a falar com a voz baixa e levemente trêmula, mas não teve oportunidade de terminar, pois fora interrompido pelo grito estridente de Uriah.
— MARECHAL? COMO ASSIM?
— E você poderia se apresentar? - Pedro questiona o jovem a sua frente, ignorando por completo o General escandaloso. - Me parece deveras novo para estar no exército, ainda mais guardando os portões do palácio.
— Major Fonseca, senhor – o jovem responde em postura rígida prestando continência, algo que ele não fez para os outros generais, mesmo eles sendo de patente superior a dele. - É uma honra lhes conhecer, já possuo 20 anos, senhor, e fui designado pelo General Antunes para cuidar dos portões durante a estada do Duque. - Então se vira e chama um dos soldados – Vá avisar que o Marechal voltou…
— E onde estaria o General Antunes? - A voz grave de Enzo ecoa, fazendo o jovem Major estremecer como vara verde, nesse momento Ísis nota o quão temido esse homem deve ser.
— Está de folga hoje, senhor…
— Entendo, fale para ele nos encontrar no salão do trono, e mande avisar a Vossa Majestade que estamos de volta e o aguardamos no grande salão. - Pedro fala passando pelos soldados, contudo como se somente agora se lembrasse dos demais, completa. - Acredito que os Generais Castro e Garcia, assim como o Duque devem estar cansados da longa viagem, uma das damas do castelo irá acompanhá-los aos aposentos. - Finaliza não dando tempo de ser questionado, ele segue para portão do castelo, Enzo se afasta sinalizando que Ísis deveria ir a sua frente e assim ela faz.
O castelo era enorme, todo em pedra, Ísis segue os dois homens um tanto quanto desconfiada, mas não via outra saída, ainda mais após ver tanto temor no olho do Major que os havia recebido. Isso sem falar no fato do Duque e os outros terem sidos completamente esquecidos, e a postura de Pedro como se ele fosse o próprio Imperador.
Após algum tempo de caminhada chegam a um grande salão, ele possuía janelas que iam do chão ao teto, ornamentadas com pesadas cortinas azuis, em um canto havia duas cadeiras, quem visse jamais imaginariam que aquele seria um trono, afinal parecia tão simples. Ao redor do salão duas portas em sentido opostos, uma era aquela por onde passaram, estando essa guardada por dois soldados que em nenhum momento demostraram interesse em evitar a entrada dos vistantes, a outra ficava ao lado do trono igualmente guardado, Ísis imaginou que por ali viria o Imperador.
Ísis observava tudo atentamente, todos os detalhes do grande salão, cada detalhe, cada desenho talhado nas paredes; sob o olhar atendo de Enzo, já Pedro observava despreocupadamente algo pela janela. Pouco tempo após passos são ouvidos então uma voz grave ecoa pelo salão.
— Pedro, você não imagina o quanto fiquei feliz ao saber que havia retornado e trouxeste Enzo contigo.
— Majestades – Ambos os cumprimentam se curvando, ao contrário do que Ísis esperava, suas vestes não eram pomposas, na verdade, quem os visse imaginaria que não passavam de simples camponeses. - Vossas Majestades estavam no vilarejo? - Pedro pergunta ao notar as vestes do casal a sua frente.
— Antony que insiste em ver com os próprios olhos como está o povo. - a Imperatriz comento com ar de graça.
— Fala como se gostasse dessas nossas escapadas, minha Imperatriz. - o Imperador provoca.
O grupo parecia tão envolvido em seu pequeno diálogo que não notaram a jovem dama ali acuada no canto sem saber o que fazer ou como agir, afinal a cada minuto que se passava parecia mais distante de conseguir retornar para casa.
— Estamos felizes que voltaram e espero que tenham novidades. - A imperatriz fala, mas diferente de antes, seu tom não é risonho e sim sério, ali não era a esposa ou amiga e sim Anna Duarte, a Imperatriz, e todos ali estavam cientes disso.
— Não ousaríamos retornar sem cumprimos nossa missão – Pedro responde sucinta e educadamente se afastando, dando a imperatriz a visão da jovem próxima a Enzo, que lhe estende a mão para acompanhá-la até Sua Majestade, ato que a surpreendeu, pois não notara ele se aproximando. Ainda sem graça, Ísis coloca sua mão sobre a de Enzo, permitindo que ele a conduza até o centro do salão.
— Pedro, não brinca com esse coração velho… não me diga – A Imperatriz fala, observando Ísis atentamente, com um leve sinal de Enzo, Ísis entende que esse é o momento de se apresentar. Delicadamente Ísis solta a mão de Enzo, e lentamente retira o capuz do sobretudo, somente agora revelando seu rosto, sem graça e com receio que seu sobretudo abra, a tornando o personagem principal de uma cena constrangedora, ela se curva perante o casal.— Chamo-me Ísis Duarte, e sinto-me honrada de estar na presença de Vossas majestades. - O cumprimento perfeito surpreendeu não somente quem observava, mas a própria Ísis, que não fazia ideia de onde aprendera. — É você mesmo? Minha princesa voltou para casa… Olha Antony, nosso bebê cresceu… - Anna fala para o marido, se aproxima lentamente da jovem, faz menção de tocá-la, porém, a mesma se afasta, não permitindo o toque. Uma névoa de tristeza passou pelo olhar da Imperatriz, mas logo a postura séria retornou, mas tal lapso não passou despercebido por
— Quem é ela? - questiona encarando a jovem.— Ninguém sabe ao certo. - Pedro responde novamente. - Alguns a chamam de fada, outros de bruxa.— Como assim? Por que ninguém faz nada? Tem uma estranha parada no meio do jardim. - Ísis questiona perplexa.— Não sabemos se ela está realmente aqui. - Enzo falar. - Aparentemente somente nós estamos vendo ela, o que pelo que sei não significa boa coisa.— Não significa boa coisa? Como sabe, se segundo vocês, ninguém sabe quem ela é?— “Era uma bela Dama, os cabelos de cor exótica, uma mistura do mais dourado do ouro com o mel mais puro já extraído das abelhas mais raras, sua pele tão branca como a neve. Suas vestes, uma união da realeza com a simplicidade camponesa, contudo nada é mais marcante que seu olhar penetrante, mas jamais esqueça a presença de tal Dama pode ou não ser um mau presságio.” - Pedro responde - Essa é apenas uma das muitas histórias em torno da Bela Dama misteriosa.Ísis nada comentou com os cavaleiros, mas um dos motivos
De joelhos, com um dos braços imobilizados, e com o joelho de Ísis a forçando para baixo, estava Maria, uma das bruxas mais temidas do reino. Ao notar a expressão de espanto nos rostos dos Generais ali presentes e principalmente do Imperador, um sorriso maléfico é esboçado no rosto da bruxa.— Quem é você e o que fez com a tia imperial? – Pergunta Uriah, o que causou um certo estranhamento por parte de Ísis, afinal nunca imaginou que Uriah poderia ser um membro da família real. Então o corpo da mulher abaixo de Ísis treme com a gargalhada emitida pela Bruxa. — É incrível o seu poder Princesa Duarte, estou infiltrada nesse castelo há quase 15 anos e ninguém notou, mas bastou um olhar seu e meu disfarce foi descoberto, e olha que nem chegaste a conhecer sua mãe, é realmente admirável… - a Bruxa fala ainda com um sorriso maléfico no rosto. Não era possível para Ísis ver o rosto da mulher, mas conseguia identificar maldade em sua voz.— Quem é você e o que fez a imperatriz? - Ísis pergun
— Por isso trouxe Ísis de volta logo que descobri que a Imperatriz Anna fora morta. - afirma Karen encarando todos no salão. - O reino precisa de uma imperatriz, levem-na para a prisão imperial. - Karen ordena aos soldados que ali apenas observava a cena, porém esse são impedidos por Ísis.— Disseste que ela não estava mais ali, - fala apontando para janela onde Enzo se encontra – disseste que ninguém deseja ver tal dama, algo me diz que sabe quem é ela?— Ah! Claro que sei, todos os seres que possuem alguma importância – a bruxa fala com certo orgulho em sua voz. - sabe. — De que dama falam? E quem pode ser mais importante que o Imperador? - Antony, mesmo ainda em choque com a notícia da morte de sua esposa, questiona a bruxa.— Seu nome é Sinis, não se sabe exatamente o que ela é, muito menos a dimensão de seus poderes, apenas que cruzar seu caminho pode ser desastroso. - A bruxa responde calmamente, mas Ísis sentia que essa calma era somente por fora, no fundo, ela parecia em pâni
“As Aparências Enganam? Não elas apenas tentam ti induzir a um novo '‘conto de farsas’'!”Jess Nesta— Quem pensas que é para dar ordens a princesa? Majestade, viste como esse mero soldado trata a princesa? E como ele tramou para a fuga da assassina da imperatriz?— General Castro, peço que se contenhas, sei que toda essa situação é um tanto quanto inusitada, mas temos que nos manter calmos. - Karen tenta apaziguar a situação.— Majestade, imagino que também precisas descansar um pouco? Por que não conversamos todos amanhã? - Pedro então se pronuncia pela primeira vez, então sem pronunciar uma palavra sequer o imperador sai do grande salão acompanhado de alguns soldados.— Sua Majestade amava muito a Imperatriz, descobrir que conviveu durante tantos anos ao lado de uma impostora, e que sua amada, na verdade, está morta foi um grande choque para ele. - Karen fala olhando para porta por onde o imperador havia saído. - Muitas coisas aconteceram hoje, e todos temos dúvidas, mas como Pedro
— Entendo, não tenho nenhum pedido especial, mas eu poderia comer em outro lugar? Não estou acostumada a comer no mesmo ambiente em que durmo. - Ísis explica calmamente, então Elena olha para janela e depois encara a princesa.— Acredito que esteja na hora do jantar de Vossas Majestades, eles devem estar reunidos no grande salão. - Responde calmamente. - Tudo bem para Vossa Alteza se juntar a eles?— Claro. - Ísis concorda, de certa forma estranhando o fato de tal proposta não ter sido realizada no início.Ambas seguem pelo caminho pelo qual vieram, ao descerem as escadas encontram com a senhora Karen acompanhada de uma bela dama, elas realizam uma leve reverência a princesa. O grupo segue silenciosamente para o salão guiados por Elena que andava um pouco mais a frente, mas para abruptamente levando Ísis a esbarrar nela levemente, mas antes que algo fosse falado, vozes exaltadas são ouvidas. Ísis se aproxima da porta onde Elena havia parado, no salão uma Senhora e sua Majestade discut
— Apesar de a letra ser exatamente igual à da senhora Carol, acredito que quem escreveu essa carta não tinha nenhum conhecimento sobre o reino.— Não compreendi – O general Garcia se pronuncia pela primeira vez, fazendo sua presença ser notada por uma bela dama que observava tudo da entrada do salão, nenhum dos presentes notou a coloração vermelha que a dama assumira ao notá-lo ali.— A carta foi muito bem elaborada, mas quem escreveu cometeu erros que somente alguém do reino ou o que conhece muito bem perceberia, por isso tais erros não foram notados pelo general Castro. Por exemplo – Fala olhando ao redor, encontrando uma serva em um canto observando e a chamou, que se aproximou e ele prosseguiu. – Aqui diz que a princesa foi resgatada da carruagem em que foi sequestrada pela senhora Carol, mas…— A senhora Carol não falava com a imperatriz a anos, a mesma nem chegou a conhecer a princesa. - A serva completa a fala do general, Ísis então olha para Enzo e depois para Pedro que estava
— Deu certo, - sussurrou a morena que entrou – Deu certo! DEU CERTO, SENHORA, EU CONSEGUI, EU CONSEGUI – a morena gritava e pulava pelo salão, fazendo com que Enzo e Pedro esboçassem um leve sorriso e Karen uma expressão levemente constrangida, ela havia sido pega na mentira, e os Marechais sabiam, e tal constatação não passou despercebida por Ísis.— Sim, Laura você conseguiu… ela está bem agora – Enzo responde. - Agora só temos que convencê-la a ficar.— O QUÊ? ESTÁS LOUCA TIVE UM TRABALHÃO PARA LHE TRAZER DE VOLTA EM SEGURANÇA ANTES ALGO LHE ACONTECESSE E VOCÊ FALA QUE QUER VOLTAR! - ela gritava no salão – POR ACASO CANSOU DE VIVER? QUER MORRER?— Senhora, quem és? – o General Castro pergunta se aproximando.— Permita-me apresentá-la Vossa Majestade. - Enzo fala ignorando o general e pedindo para Laura se aproximar. - Essa é Laura Mendes, ela era aprendiz da senhora Carol. - Assim que Enzo termina de apresentá-la, a jovem se curva ao Imperador. — Como assim era? – O Imperador perg