O Meu Rei Lycan
O Meu Rei Lycan
Por: Liha
O Atalho

Danika saiu do trabalho tarde demais. A vila escocesa estava mergulhada na escuridão, e o frio cortante da noite fazia com que ela quisesse apenas chegar em casa. O bar em que trabalhava estava vazio na maior parte do tempo, exceto por algumas almas perdidas que entravam e saíam em busca de consolo. Era um lugar esquecido, assim como a própria vila.

Decidida a encurtar o caminho, Danika optou por um atalho pela floresta, apesar do perigo. Seu corpo estava cansado e o caminho mais longo parecia interminável. A névoa densa envolvia as árvores, e o vento uivava entre os galhos secos. Cada passo parecia ressoar no silêncio da noite, e ela sentia um desconforto crescente, como se estivesse sendo observada.

Foi então que ouviu passos. Rápidos, agressivos. Danika se virou, os olhos azul-turquesa arregalados, tentando identificar a origem do som. Três figuras emergiram entre as árvores, movendo-se com uma determinação feroz e uma graça predatória. Dois deles eram capangas, imponentes e silenciosos, mantendo-a imobilizada com uma força brutal.

"Porra," ela murmurou, sentindo o pânico subir. Tentou correr, mas foi tarde demais. Os capangas a prenderam com uma força esmagadora, impedindo qualquer tentativa de fuga.

Um deles, o líder, se aproximou. Ele tocou o pescoço de Danika, forçando-a a olhar para ele. Seus olhos azuis brilhavam com uma intensidade ameaçadora, e o cabelo castanho estava desgrenhado, quase selvagem. Sua presença era dominadora, e sua aura exalava um desprezo gélido.

"Me solta!" ela gritou, lutando contra o aperto implacável dos capangas. Mas o homem — ou a besta, como ela começava a suspeitar — era forte demais.

Ele rosnou baixo e ameaçador, um som que vibrava com uma raiva contida. Seu olhar era um aço frio, e ele parecia tão irritado quanto ela estava assustada.

Danika tentou se desvencilhar, mas os capangas a mantinham firme, enquanto o líder a segurava pelo pescoço para falar com ela.

"Quem diabos é você?" Danika exigiu, sua voz desesperada e tremendo.

Ele a virou para encará-lo, e ela ficou paralisada com o choque. Mesmo na escuridão, ele era impressionante de uma maneira que a assustava. Havia uma beleza violenta nele, uma ferocidade que a atraía e a aterrorizava ao mesmo tempo.

"Me solta, seu filho da puta! O que vai fazer comigo?" Danika choramingou, o medo e a raiva se misturando em sua voz.

Ele rosnou de novo, um som profundo e carregado de desprezo. "Você acha que pode brincar de esconde-esconde, sua putinha? Foda-se."

"Seu maluco! Me solta!" Danika continuou a gritar, seu desespero crescendo.

Os capangas permaneceram em silêncio, suas presenças imponentes como uma parede ao redor dela, garantindo que qualquer tentativa de fuga fosse inútil.

Ele ignorou suas súplicas e rosnou novamente, suas garras afiadas pressionando-a contra o corpo dos capangas com uma força dolorosa. "Se não quer perder essa linguinha afiada, mantenha dentro da boca. Vamos!"

Em um gesto de desprezo, ele deu um tapa na cara de Danika. O som do impacto ecoou na floresta, e ela sentiu um ardor intenso no rosto, seu corpo balançando com o golpe.

Depois do tapa, um dos capangas retirou uma pequena ampola de seu casaco. Ele se aproximou e, com um movimento rápido, aplicou o conteúdo da ampola em um pano que então pressionou contra o rosto de Danika. O cheiro era forte e químico, e antes que ela pudesse reagir, a escuridão tomou conta de seus sentidos. O efeito foi quase imediato; a visão dela começou a turvar e ela perdeu a consciência, seu corpo relaxando completamente.

A expressão de Enry era uma mistura de fúria e desgosto, como se ela fosse a última coisa que ele queria em sua vida. A força com que ele a segurava pelo pescoço não era apenas física, mas também emocional, como se cada movimento dele fosse um reflexo de seu desprezo.

Danika tentou resistir, mas a força dos capangas era esmagadora. Ela sentia o calor do corpo dele contrastando violentamente com o frio da noite, e apesar do terror que sentia, uma parte dela não conseguia afastar a atração que sentia por ele. Era uma sensação desconcertante, uma resposta instintiva que desafiava seu medo.

"Você vai se arrepender disso, seu bastardo," ela rosnou, antes que a escuridão a envolvesse completamente.

Ele soltou um rosnado frio e quase cruel. "Você não sabe o que te espera, sua humana de merda. E agora, vai aprender da maneira mais difícil."

Enquanto ele e seus capangas a carregavam pelas sombras da floresta, Danika se sentia completamente impotente. Ela estava nas garras de um ser que parecia combinar a beleza com a crueldade de uma besta, e enquanto lutava contra o desespero, não conseguia ignorar o fato de que havia algo profundamente primitivo e perturbadoramente atraente nele.

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