O Meu Rei Lycan
O Meu Rei Lycan
Por: Liha
O Atalho

Danika olhou ao redor do bar com desconfiança. O lugar, geralmente deserto, estava estranhamente cheio de rostos desconhecidos. Cada mesa parecia ocupada por alguém que ela nunca tinha visto antes, e esses estranhos não pareciam ser moradores da pequena vila escocesa. Eles eram silenciosos, com olhares que a seguiam de forma persistente. Uma pontada de desconforto cresceu em seu peito, e ela se esforçou para ignorar o aperto que sentia na garganta. Danika sempre havia sentido que o lugar era um refúgio de almas perdidas, mas naquela noite, parecia que ela era o alvo de todas elas.

Conforme a noite avançava, Danika se pegou acelerando suas tarefas, ansiosa para deixar o trabalho. Cada vez que ela voltava o olhar para aqueles estranhos, sentia como se eles estivessem se comunicando de alguma maneira silenciosa, um entendimento oculto que a excluía. O movimento sutil de seus olhos, a maneira como seus corpos se inclinavam um pouco para frente quando ela passava... A sensação de ser observada a fazia sentir-se como um animal encurralado.

Finalmente, o relógio no canto marcou o fim de seu turno. Ela não via a hora de sair dali. Jogou o avental sobre o balcão e murmurou uma despedida rápida para seu chefe. Ele, como de costume, parecia não notar sua presença, completamente alheio ao clima tenso que se espalhava pelo bar.

Danika saiu pela porta da frente e foi imediatamente envolvida pelo frio cortante da noite. A vila estava mergulhada na escuridão, e a névoa densa parecia sufocante. Ela pensou em tomar o caminho mais longo e seguro até sua casa, mas sua intuição, aquela que gritava perigo, também a apressava. Decidida, optou pelo atalho pela floresta. O cansaço a impulsionava a encurtar o caminho, e ela desejava estar no calor de sua cama o mais rápido possível.

Enquanto atravessava as árvores, o vento frio sibilava entre os galhos, uivando como uma criatura viva. Cada passo ressoava no solo coberto de folhas secas, e o silêncio absoluto da floresta começava a lhe pesar nos ouvidos. A escuridão era quase palpável, e a névoa que se agarrava ao chão criava sombras que pareciam se mover à sua volta. De repente, ela ouviu algo — passos, rápidos e discretos.

Danika parou imediatamente, os olhos azul-turquesa vasculhando a escuridão ao seu redor. Seu coração martelava no peito, mas não conseguia ver nada. Tentando controlar o pânico, ela começou a andar de novo, dessa vez um pouco mais rápido. Mal deu três passos quando ouviu o som de folhas sendo amassadas à sua esquerda. Ela se virou bruscamente, mas, novamente, não havia nada. Seu coração batia tão forte que ela quase podia ouvi-lo ecoar na floresta.

Danika apertou o casaco contra o corpo, tentando abafar o medo que crescia dentro dela, mas cada vez que ela se virava, o som desaparecia, como se quem quer que estivesse ali estivesse brincando com ela.

Depois de uma caminhada que pareceu interminável, Danika finalmente viu sua casa à distância. Seus ombros relaxaram um pouco, e ela apressou o passo, ansiosa para deixar o terror para trás. Quando chegou à porta, suas mãos tremiam enquanto procurava pela chave na bolsa. O alívio começou a se espalhar em seu corpo quando ela finalmente a encontrou e inseriu na fechadura.

Mas, antes que pudesse girar a chave, uma mão gelada e forte agarrou seu pescoço por trás. Danika arfou, o medo explodindo em seu peito. Ela foi puxada violentamente para trás, seu corpo sendo empurrado contra a porta com uma força brutal. Um grito ficou preso em sua garganta quando seu agressor a virou de frente para ele.

O homem que a segurava tinha uma presença dominadora, quase selvagem. Seus olhos, de um azul tão intenso que pareciam brilhar na escuridão, encararam os dela com uma intensidade feroz. O cabelo castanho dele estava desgrenhado, e seu rosto era uma mistura de beleza e crueldade. Havia algo nele que a deixava completamente aterrorizada, mas também perturbadoramente atraída.

"Finalmente nos encontramos, minha companheira humana," ele disse, a voz rouca e carregada de desprezo.

O terror de Danika foi substituído por confusão, e antes que pudesse responder, dois homens surgiram atrás dele. Ela os reconheceu, os mesmos estavam a observando no bar. Um deles então se aproximou com uma pequena ampola a deixando desesperada. A substância foi aplicada em um pano e pressionada contra o rosto dela. O cheiro era insuportável, e ela tentou lutar, mas seu corpo não obedeceu. Antes de perder a consciência, ela pôde ver o rosto implacável, seus olhos intensos sobre ela que traíam algo mais profundo.

Danika sentiu sua visão escurecer completamente, e seu corpo relaxou nos braços dele, indefesa.

O lobo dentro dele rugia com força, ansioso, enquanto ele olhava para Danika inconsciente em seus braços. Mas o que ele faria agora que a tinha em suas mãos...?

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