Revelações Noturnas

A noite havia caído, e o castelo estava envolto em uma escuridão calma. Danika, cansada após um longo dia de trabalho, finalmente terminou de limpar a escadaria. Hilda havia oferecido a ela um pouco de comida, que Danika comeu apressadamente antes de se preparar para seu último dever do dia: trocar as flores do vaso no último andar.

Enquanto subia as escadas, Danika tentava manter o foco na tarefa, seu corpo exausto e sua mente cansada. O andar que ela estava prestes a alcançar era conhecido por ser reservado, e ela tinha uma vaga ideia de que era onde o alfa passava mais tempo. A ideia de que o andar poderia estar relacionado a Enry a fazia sentir um frio na espinha, mas ela não sabia exatamente o que esperava encontrar.

Ao chegar ao último andar, Danika entrou no corredor e seguiu em direção ao local onde estava o vaso de flores. O ambiente estava silencioso, mas conforme ela se aproximava da sala principal, começou a ouvir sons baixos e inconfundíveis. Gemidos abafados e murmúrios a atingiram, e sua curiosidade se transformou em inquietação.

Quando ela finalmente se aproximou da porta entreaberta, seus olhos se arregalaram ao ver Enry e Vaiolet dentro do quarto. O cenário que se desenrolava diante dela era de um sexo brutal e intenso. Vaiolet estava deitada na cama, seus olhos fechados e sua expressão de prazer misturada com dor. Enry estava por cima dela, seu corpo poderoso e dominante movendo-se com uma intensidade que fazia a respiração de Danika acelerar.

Enquanto observava, Danika sentiu uma onda avassaladora de dor e confusão. Era como se uma conexão invisível tivesse sido rompida dentro dela, e a sensação era tão aguda que a fez se dobrar de dor. Ela se inclinou contra a parede, tentando entender o que estava acontecendo.

Enry, ao sentir o cheiro de Danika e a dor inexplicável que a afetava, interrompeu abruptamente o que estava fazendo. Seu olhar, que estava cheio de desejo, se tornou uma expressão de surpresa e frustração. Ele ergueu a cabeça e, ao ver Danika na porta, sua expressão se contorceu com uma mistura de raiva e perplexidade.

“Quem está aí?” Enry rosnou, seu tom carregado de ameaça. Seus olhos, antes fixos em Vaiolet, agora estavam fixos em Danika, que estava claramente lutando contra a dor e a confusão.

Danika, ao ver o olhar de Enry, tentou se afastar, mas suas pernas fraquejaram e ela caiu no chão, desmaiando de dor. A sensação era tão intensa que ela não conseguiu suportar, e sua consciência se apagou enquanto o corpo dela permanecia estendido no corredor.

Enry, agora completamente fora de si, deixou Vaiolet e se aproximou de Danika. Seu lobo estava em frangalhos, lutando contra a necessidade de ir até ela e a dor que sentia em seu próprio corpo. Ele se ajoelhou ao lado de Danika, sua expressão uma mistura de frustração e preocupação.

“Merda,” Enry murmurou, a voz cheia de raiva e desespero. Ele se inclinou para tocar Danika, seus olhos se suavizando momentaneamente ao ver a expressão de dor em seu rosto. “O que está acontecendo?”

Enquanto o olhar de Enry se fixava em Danika, um pensamento invadiu sua mente, trazendo uma nova onda de angústia: “Preciso rejeitá-la. Só assim esse sentimento irá acabar.” A ideia de rejeitar Danika era dolorosa e parecia a única solução para afastar a dor e a confusão que ele estava sentindo. Ele estava lutando contra o desejo e a necessidade que a conexão despertava dentro dele, e a rejeição parecia ser o caminho mais direto para recuperar seu controle.

Vaiolet, agora em pé ao lado da cama, observava a cena com um olhar misto de surpresa e desaprovação. “Enry, o que você vai fazer?”

Enry, sem responder imediatamente, olhou para Danika com um olhar conflitante. A conexão que ele estava sentindo não podia ser ignorada. A dor do vínculo de companheiro era algo que ele não podia simplesmente afastar, e ele estava lutando contra a necessidade de proteger e cuidar de Danika.

Com um suspiro resignado, Enry pegou Danika nos braços, seu corpo inconsciente pesando contra o dele. Ele se levantou e começou a caminhar em direção aos corredores do castelo, sua expressão dura e seu passo decidido. A dor e o conflito estavam visíveis em seu rosto, mas ele se esforçava para manter uma fachada impassível.

No castelo, era comum entre os lycans andar nu, uma prática que simbolizava liberdade e confiança. Enry, sem se envergonhar, caminhava pelo castelo com seu corpo exposto, os músculos tensos e os sentidos aguçados. O cheiro de Danika ainda estava fresco no ar, e, à medida que se aproximava do quarto de hóspedes, ele sentia a presença dela mais forte. A mistura de dor e a essência de sua presença estava tornando-o ainda mais descontrolado.

Chegando ao primeiro andar, Enry entrou em um dos quartos de hóspedes, que estava preparado para qualquer eventualidade. Colocou Danika cuidadosamente na cama, seu olhar se demorando brevemente em seu rosto pálido e exausto. Com um gesto firme, ele chamou Hilda, que estava passando pelos corredores.

“Hilda,” Enry disse, sua voz carregada de autoridade. “Cuide dela. Ela deve ser tratada com o máximo de cuidado. Não deixe que ninguém mais a veja.”

Hilda assentiu rapidamente, seu olhar compreensivo enquanto se aproximava de Danika. “Sim, senhor. Cuidarei dela com o maior zelo.”

Enry hesitou por um momento, o olhar em Danika revelando uma fração de seus sentimentos internos. A dor e o desejo que ele sentia estavam em conflito com a necessidade de manter a distância. Com um último olhar para Danika, Enry se virou e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Enquanto Hilda começava a cuidar de Danika, a jovem serva permanecia inconsciente, alheia ao tumulto emocional que estava acontecendo ao seu redor. O castelo, com suas sombras e segredos, continuava a esconder as complexas teias de relacionamentos e sentimentos que estavam prestes a se desenrolar.

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