Ciúmes e Vingança

O restante do dia passou em uma atmosfera pesada no castelo, com Enry trancado em seu quarto, perdido em pensamentos turbulentos. A rejeição de Danika havia deixado marcas profundas em sua mente e em seu coração, e ele se sentia sobrecarregado pelas emoções conflitantes que estavam consumindo-o. À medida que a noite se aproximava, ele decidiu que precisava de uma forma de escapar de seus pensamentos e se distrair. A caça na floresta parecia ser a resposta ideal.

Na calada da noite, Enry se transformou em lobo, sua forma lupina trazendo-lhe um alívio temporário das suas preocupações. Ele correu pela floresta, seus sentidos aguçados detectando cada movimento e cheiro ao seu redor. A corrida e a caça eram uma forma de se libertar, nem que fosse por um breve momento, do peso das decisões que havia tomado.

Enquanto ele estava imerso na caçada, Henrico também se encontrava na floresta. O Beta havia decidido seguir Enry, preocupado com o estado de Danika e determinado a garantir que ela fosse bem cuidada. Henrico não podia ignorar o fato de que Danika estava sob os cuidados de Hilda, e ele sentia a necessidade de levá-la para sua própria toca, onde pudesse garantir seu bem-estar pessoalmente.

Quando Enry e Henrico se encontraram na clareira da floresta, suas formas lupinas se destacavam sob a luz da lua. O encontro não foi amigável.

Enry rosnou, seus olhos brilhando com uma intensidade ameaçadora. “O que você está fazendo aqui, Henrico?”

Henrico, também em forma lupina, ergueu a cabeça, a postura desafiadora. “Eu vim cuidar de Danika. Ela está em péssimas condições e precisa de atenção. Não vou deixá-la em uma situação precária.”

Enry avançou em direção ao irmão, um rosnado profundo ecoando no ar. “Ela ainda é minha escrava, e eu decido o que fazer com ela. Não vou permitir que você a leve para sua toca.”

“Você está sendo egoísta,” Henrico retrucou, seus olhos fixos em Enry com uma mistura de frustração e preocupação. “Você a rejeitou e agora está apenas ignorando o impacto que isso tem sobre ela. Ela pode não sobreviver a isso, e não quero que sua morte esteja nas suas mãos.”

“Você não entende, Henrico,” Enry rosnou, sua voz carregada de dor e raiva. “Eu precisei rejeitá-la para manter o controle. A dor que sinto agora é consequência disso, mas era necessário. Se eu não a rejeitasse, continuaria a ser consumido por essa conexão.”

Henrico, com um olhar de desaprovação, retrucou. “Rejeitar alguém que a deusa da lua marcou como sua companheira é uma crueldade sem precedentes. E agora você está tão consumido pelo próprio ego e dor que não vê o quanto isso pode ser mortal para ela.”

Enry, com a raiva aumentando, avançou ameaçadoramente. “Lembre-se, Henrico, foram humanos que mataram nossos pais. Eles nos destruíram. Devemos odiá-los, não nos deixar enfraquecer por um deles.”

Henrico, com um tom de frustração, respondeu. “A raiva e o ódio não justificam sua crueldade. Estamos falando de uma vida humana inocente. Isso é diferente.”

“É sempre diferente para você, não é?” Enry rosnou, se aproximando. “Você sempre acha que sabe o que é melhor. Mas eu sou o Alfa, e minha decisão deve ser respeitada.”

A tensão entre os irmãos aumentou, e uma pequena briga eclodiu entre eles. Ambos se enfrentaram com força e agressividade, suas garras e dentes se chocando em uma demonstração de poder e descontentamento. O confronto, embora não letal, era intenso e carregado de emoções reprimidas.

Enquanto a briga se desenrolava na floresta, Vaiolet estava no castelo, ouvindo murmúrios e conversas distantes. Curiosa e incomodada com a agitação que sentia ao redor, ela decidiu investigar. Seus passos a levaram a se aproximar de uma sala onde os murmúrios eram mais audíveis. Ela não conseguia entender claramente o que estava acontecendo, mas a inquietação no ar a fazia querer saber mais.

Vaiolet, irritada por ter sido deixada de lado e enfurecida por Enry ter interrompido sua noite com uma serva humana, estava determinada a vingar-se de Danika. A ideia de ter sido preterida por uma simples humana a deixou com um desejo ardente de mostrar a Danika que ela não deveria ter recebido tal atenção.

Quando Enry e Henrico finalmente se afastaram um do outro, ofegantes e exaustos, Enry se virou e começou a se afastar, a forma lupina se dirigindo de volta ao castelo. Henrico observou, ainda perturbado pela briga e pela situação de Danika.

Ao retornar ao castelo, Enry entrou no quarto que havia sido designado para ele, sua mente ainda tumultuada. A visão de Danika, mesmo em sua condição debilitada, não saía de sua cabeça. A dor que ele sentia ao rejeitá-la era quase insuportável, e o ciúmes e a possessividade que ele sentia em relação a ela eram difíceis de controlar.

Enquanto isso, Vaiolet continuava sua busca de informações, mais determinada do que nunca a descobrir o que estava acontecendo e como isso poderia lhe beneficiar. A ideia de se vingar de Danika a motivava a descobrir todos os segredos que o castelo escondia.

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