A noite havia caído, e a lua cheia começava a iluminar o castelo com sua luz prateada. O cio das fêmeas estava diminuindo, e o desejo insaciável que havia consumido Danika estava começando a se acalmar. Mas, mesmo com a sensação de alívio, a necessidade de Enry ainda estava presente. Enry saiu de seu escritório, os pensamentos ainda agitados. Ele decidiu ir até o quarto de Danika, um desejo de verificar como ela estava o consumindo. Antes de se dirigir ao quarto dela, fez questão de instruir uma das serviçais para levar uma refeição até o local. “Ela precisa de algo para comer,” Enry ordenou com um tom que não permitia objeções. “Não sei como isso afeta uma humana, mas não quero que passe fome.” Enquanto a serviçal se dirigia para o quarto de Danika com a comida, Enry caminhou pelos corredores com passos firmes e determinados. Ao chegar ao quarto de Danika, ele respirou fundo e abriu a porta com um movimento decidido. Danika estava deitada na cama, seu corpo ainda tremendo leve
O amanhecer trouxe uma nova rotina ao castelo, com o movimento frenético dos preparativos para o baile que se aproximava. Danika acordou sozinha na cama, a sensação de solidão e confusão ainda presente em seu peito. O castelo estava cheio de vida, e os serviçais estavam em constante movimento, organizando tudo para a grande noite. Danika vestiu seu uniforme de serviçal, um vestido branco e preto com um avental, e saiu do quarto. Encontrou Hilda e outros serviçais apressados pelo corredor. — Bom dia, Danika — cumprimentou Hilda com um sorriso gentil. — Vamos precisar de ajuda extra hoje. Pode começar ajudando a organizar os pratos e talheres para o baile. — Claro, Hilda — respondeu Danika, sua voz ainda carregada de uma leve tristeza. — Vou ajudar no que for necessário. Enquanto trabalhava, Danika encontrou outros serviçais que estavam igualmente ocupados. Alguns lançavam olhares indiferentes ou até hostis para ela. Um dos serviçais, um homem alto e magro chamado Carlos, observo
Com a chegada do baile se aproximando, o castelo estava em plena preparação. Enry sabia que a noite não seria apenas uma celebração, mas também um momento decisivo. Os pais de Vaiolet chegariam, e sua presença era acompanhada pela pressão de alguns anciãos da alcateia para que ela se tornasse a futura Luna. Enry se encontrou com os anciãos em uma sala privada do castelo para discutir o assunto. — O que pensa sobre a nossa proposta, Alfa Enry? — perguntou um dos anciãos, um lobo de pelagem grisalha chamado Alaric. — Acreditamos que Vaiolet seria uma excelente escolha para ser sua companheira e futura Luna. Enry cruzou os braços, sua expressão sombria. — E por que exatamente eu deveria escolher Vaiolet? — Ela é a filha dos alfas da alcateia Lunares. Uma aliança com eles fortaleceria nossa posição e garantiria nossa liderança conjunta — explicou Alaric, com um tom persuasivo. — Além disso, Vaiolet é forte e capaz. Você precisa de uma Luna que possa liderar ao seu lado, alguém que te
O salão estava banhado em luzes douradas, lustres cristalinos pendiam do teto alto, refletindo o brilho nas superfícies polidas e reluzentes. O ambiente estava recheado de conversas elegantes e risos contidos, enquanto as figuras mais poderosas da sociedade se moviam em seus trajes requintados. Vestidos longos e reluzentes, de seda e cetim, se misturavam entre casacas finas e uniformes de gala. Era uma noite de celebração, mas para Danika, era apenas mais uma noite de trabalho.Ela andava entre as mesas segurando uma bandeja, sua presença sendo ignorada pela maior parte dos convidados. Apenas uma ou outra olhadela de desdém ou desprezo seguia seus passos. Seu vestido simples contrastava com o luxo ao redor. Vaiolet, por outro lado, estava deslumbrante. Com um vestido carmesim que se ajustava perfeitamente ao seu corpo, ela parecia irradiar poder e confiança. Seus olhos brilhavam com a antecipação da noite, certos de que algo grande aconteceria.Enquanto Danika atravessava a multidão,
Danika corria. O ar frio da noite queimava seus pulmões enquanto ela se aventurava mais fundo na floresta. As árvores altas e escuras a cercavam, suas sombras alongadas parecendo mãos que a agarrariam a qualquer momento. O coração de Danika batia forte no peito, a sensação de ser perseguida era avassaladora. Seus pés descalços chocavam-se contra o solo frio e úmido, enquanto o medo crescia em seu peito. Ela olhou para trás, tentando enxergar através da escuridão. Um ruído baixo, gutural, ecoou atrás dela. Não sabia o que a seguia, mas sabia que não era humano. Seus instintos gritavam para ela correr mais rápido, porém, a exaustão a alcançava. O som das folhas sendo esmagadas por algo grande e pesado estava se aproximando. Danika tropeçou em uma raiz exposta, e antes que pudesse se levantar, a criatura a alcançou. Garras afiadas rasgaram o tecido fino de sua roupa, cortando sua pele. Ela gritou, tentando lutar contra a força imensa que a atacava, mas suas tentativas eram inúteis. O
A respiração de Enry estava pesada, quase bestial, enquanto encarava Henrico com os punhos cerrados. O quarto estava impregnado de tensão, o ar parecia denso, quase difícil de respirar. Enry não conseguia conter o rosnado que subia por sua garganta, ameaçando explodir a qualquer momento. Sua fera interna rugia por controle, demandando que ele reivindicasse o que era seu por direito.— Eu já disse, Henrico — a voz de Enry saiu gutural, quase como um grunhido — ela é minha. E eu vou protegê-la. Você não tem o direito de sequer pensar em marcá-la.Henrico, porém, se manteve firme, mesmo sabendo que estava pisando em terreno perigoso. Ele conhecia o temperamento de Enry e sabia que estava arriscando muito, mas a imagem de Danika, frágil e desprotegida, ainda viva em sua mente, lhe dava a coragem necessária.— Proteger? — Henrico repetiu, sua voz carregada de sarcasmo. — Você não estava lá, Enry. Enquanto você dançava com Vaiolet, ela estava na floresta, lutando pela vida dela. Se não foss
A madrugada avançava, e Enry continuava sentado ao lado de Danika, imerso em pensamentos turbulentos. A presença dela, mesmo desacordada, era uma âncora que ele mal conseguia admitir precisar. O toque leve de seus dedos sobre a pele dela ainda ressoava em suas mãos como uma corrente de energia, mas ele não sabia como transformar esse sentimento em algo positivo. Havia anos de ódio e preconceito contra humanos que ele teria que superar, e sua alma parecia rasgada entre aceitar Danika ou se afundar na escuridão de seu orgulho.Lentamente, Danika começou a se mexer, sua respiração alterando o ritmo enquanto voltava à consciência. Enry percebeu e se inclinou ligeiramente, observando cada movimento sutil que ela fazia. Quando finalmente abriu os olhos, um gemido baixo de dor escapou de seus lábios.— Danika — a voz de Enry saiu mais suave do que ele pretendia, mas havia uma urgência nela que ele não conseguia esconder.Danika piscou algumas vezes, os olhos turquesa focando vagarosamente no
A manhã chegou com um frio gélido, cortando o ar da montanha, enquanto o castelo começava a despertar lentamente após a noite tumultuada. Enry estava em seus aposentos, ainda preso em seus próprios pensamentos, quando uma batida suave na porta o tirou de seu devaneio. Ele sabia quem era antes mesmo de ouvir a voz.— Enry? — a voz de Vaiolet soou hesitante do outro lado. — Podemos conversar?Ele suspirou profundamente, preparando-se para a conversa inevitável. Com um movimento rápido, ele abriu a porta e permitiu que Vaiolet entrasse. Ela estava deslumbrante, mesmo àquela hora da manhã, vestida com um robe de seda que realçava sua beleza. Havia algo quase trágico em sua expressão, um brilho de dúvida em seus olhos enquanto ela se aproximava dele.— Claro, Vaiolet — ele respondeu, cruzando os braços enquanto a observava com um olhar sério. — O que você quer?Ela parou no meio do quarto, hesitando por um momento antes de falar.— Algo está errado, não está? — Vaiolet perguntou, seus olho