A cabana parecia impregnada das lembranças do passado, e ao chegarem, Danika mal conseguiu conter o suspiro nostálgico ao observar o lugar que havia testemunhado momentos tão íntimos entre ela e Enry. O local guardava histórias gravadas em cada centímetro de madeira, um refúgio onde eles haviam se entregado um ao outro em uma noite interminável, conectando-se em corpo e alma. “Estava com saudades desse lugar...” disse ela, com um sorriso tímido, os olhos brilhando com as recordações. “Eu também,” Enry respondeu, sua voz rouca e carregada de nostalgia, enquanto se aproximava por trás dela. Seus braços fortes envolveram-na em um abraço firme, o calor do corpo dele quase incendiando a pele de Danika. O toque de Enry sempre a fazia derreter, como se cada fibra de seu ser estivesse programada para responder ao dele. No entanto, dessa vez, havia uma inquietação persistente no peito dela, uma que não conseguia ignorar. "Como será que ele está?" murmurou ela, referindo-se a Liam, sua voz c
O silêncio no carro estava pesado, a tensão entre Danika e Enry palpável. O motor ronronava suavemente enquanto o caminho de volta ao castelo se desenrolava à frente deles, mas ambos estavam perdidos em pensamentos e emoções conflitantes. Não haviam mais motivos para continuar na cabana. Danika permanecia imóvel, com o olhar fixo na janela. Cada vez que seus olhos se desviavam para o céu cinzento ou para as árvores que passavam velozmente, sua mente voltava ao ocorrido com Enry e a Liam. Era tudo que ela conseguia pensar agora. A dor das palavras de Enry ainda estava presente, queimando dentro dela. Era como se sua alma estivesse dividida, uma parte lutando contra as feridas do coração, e a outra se desesperando para estar ao lado do filho.Ao lado dela, Enry dirigia em silêncio, seu maxilar tenso, os músculos rígidos. Ele sabia que havia dito coisas que não poderia desfazer, seu lobo enchia sua mente, lembrando o quanto ele era um idiota e o arrependimento o consumia como um veneno
Danika colocou Liam para dormir com um cuidado amoroso, mas, quando saiu do quarto, o peso das últimas semanas ainda estava lá, pressionando seus ombros. A inquietação em seu peito era refletida pela loba dentro dela, agitada e sem descanso. Precisava de ar, de espaço, de algo que aliviasse a tensão crescente. E ela sabia exatamente onde encontrar esse alívio.Deslizando pelas escadas silenciosas do castelo, Danika seguiu para a cachoeira. Aquela que guardava tantas lembranças. Ali, ela havia se rendido pela primeira vez a ele, o lobo negro que agora dominava sua vida de maneiras que ela jamais poderia ter previsto. As memórias daquela noite se misturavam com o presente, fazendo seu coração bater mais forte.Ao chegar, o som da água caindo foi um convite à paz que ela tanto ansiava. A vegetação ao redor era densa, viva, completamente diferente da primeira vez em que a neve reinava e o mundo parecia mais frio. Agora, a lua iluminava tudo com uma luz prateada.Sem hesitar, Danika desfez
POV DanikaSete anos se passaram desde o nascimento de Liam, e eu ainda podia sentir o peso de cada momento, como se o tempo tivesse voado e, ao mesmo tempo, permanecido preso em uma lembrança doce. Meu olhar seguia seu pequeno corpo correndo pelo campo, rindo ao lado de Melinda. Havia algo mágico na amizade deles, uma conexão que parecia ultrapassar a compreensão de qualquer um.Meu coração se enchia de amor ao observá-los, mas agora também batia por outro motivo. Levei instintivamente a mão ao ventre, ainda plano, mas onde crescia mais uma vida. Enry e eu estávamos esperando outro filho. A sensação de ter um filhote outra vez me invadia com uma mistura de excitação e serenidade, como se a Deusa da Lua estivesse nos abençoando cada vez mais. Enry estava ao meu lado, seus braços me envolviam com firmeza enquanto observávamos juntos Liam e Melinda. "Nosso filho vai ser um grande líder", ele murmurou, baixinho, próximo ao meu ouvido, enquanto suas mãos suavemente acariciavam minha bar
Agradecimentos aos leitores! Uau, chegamos ao fim! Queria aproveitar esse momento para agradecer de coração a todos vocês que embarcaram nessa jornada comigo. Este é o meu primeiro livro, e cada palavra escrita foi um passo em uma estrada cheia de emoções e descobertas. Espero que, ao longo das páginas, vocês tenham sentido toda a emoção, raiva e ansiedade que eu também senti ao contar a história de Danika e Enry.Ao longo desse caminho, eu me deparei com desafios e alegrias, e cada um de vocês fez parte disso de alguma forma. Quando comecei a escrever, nunca imaginei o quão envolvente e transformador seria. Cada capítulo me fez refletir sobre o que significa amar, lutar e superar as dificuldades, e eu realmente espero que isso tenha ressoado em vocês também. A jornada de Danika e Enry é, em muitos aspectos, uma jornada de todos nós. Eles enfrentaram obstáculos imensos, e suas lutas e conquistas foram inspiradas em sentimentos que todos nós conhecemos, como a dor, a alegria, o amor e
Danika olhou ao redor do bar com desconfiança. O lugar, geralmente deserto, estava estranhamente cheio de rostos desconhecidos. Cada mesa parecia ocupada por alguém que ela nunca tinha visto antes, e esses estranhos não pareciam ser moradores da pequena vila escocesa. Eles eram silenciosos, com olhares que a seguiam de forma persistente. Uma pontada de desconforto cresceu em seu peito, e ela se esforçou para ignorar o aperto que sentia na garganta. Danika sempre havia sentido que o lugar era um refúgio de almas perdidas, mas naquela noite, parecia que ela era o alvo de todas elas. Conforme a noite avançava, Danika se pegou acelerando suas tarefas, ansiosa para deixar o trabalho. Cada vez que ela voltava o olhar para aqueles estranhos, sentia como se eles estivessem se comunicando de alguma maneira silenciosa, um entendimento oculto que a excluía. O movimento sutil de seus olhos, a maneira como seus corpos se inclinavam um pouco para frente quando ela passava... A sensação de ser obser
Danika acordou de um sono profundo e inquieto. A primeira coisa que sentiu foi o frio cortante e o desconforto de um chão duro e gelado. Seus olhos se abriram lentamente, e ela percebeu que estava em uma cela de pedra fria, com paredes úmidas e sujas. O ar estava carregado com um odor de mofo e ferro enferrujado. O espaço era pequeno e mal iluminado, a única luz vindo das frestas na pesada porta de ferro trancada. A memória do que havia acontecido antes de desmaiar estava nebulosa. Ela se lembrava apenas de ter sido arrastada pelos capangas do homem que a sequestrou e de um cheiro estranho, que a fez sentir-se tonta e, eventualmente, perder a consciência. Agora, com o corpo doendo e sua mente turva, ela tentou se levantar, mas a dor a fez gemer. Danika estava deitada em um canto da cela, o vestido rasgado e sujo. Tentou se apoiar, mas suas mãos estavam fracas e os tremores de frio e medo a impediam de manter o equilíbrio. Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto a realidade crue
O silêncio na masmorra era opressor. Danika passava os dias em um estado de semi-atordoados, lutando para se adaptar à sua nova realidade. As refeições eram escassas e mal preparadas, entregues por um dos capangas sem um pingo de compaixão. O frio continuava a penetrar em seus ossos, e o espaço reduzido da cela parecia estar cada vez mais apertado. Cada dia parecia uma repetição do anterior, com a dor e o medo se tornando uma constante em sua vida. Na manhã de um novo dia, a pesada porta de ferro se abriu com um estrondo, e um dos capangas entrou. Danika se levantou com dificuldade, seus movimentos lentos e cansados. O capanga não estava sozinho; acompanhando-o estava Enry, com seu olhar implacável. “Levante-se,” ordenou o capanga. Ela se levantou hesitante, seu corpo doendo e suas pernas tremendo. Enry observava com um olhar frio e distante, sua expressão mostrando pouco ou nenhum traço de empatia. “Hoje, você vai começar a entender o que significa ser minha escrava,” disse