Rejeitá-la

O castelo estava envolto em uma calma inquietante naquela noite, uma sensação de tensão pairava no ar. Enry, lutando contra os próprios sentimentos conflitantes, encontrou um momento de privacidade no escritório, onde seu irmão e Beta, Henrico, estava esperando por ele. A decisão de rejeitar Danika estava pesando pesadamente em sua mente, e ele sabia que precisava discutir com alguém de confiança.

Henrico estava sentado atrás da grande mesa de madeira, com o olhar atento e preocupado. Enry entrou no escritório, seu semblante carregado de uma frustração e confusão que ele não conseguia esconder.

“Henrico, precisamos conversar,” Enry começou, sua voz grave e carregada de uma angústia silenciosa.

Henrico levantou a cabeça, seus olhos fixos no irmão. “Sobre o que?”

Enry suspirou e se sentou na cadeira oposta. “Sobre a serva. Eu decidi rejeitá-la.”

Henrico franziu a testa, seu olhar se tornando sombrio. “Rejeitá-la? Enry, você sabe o que isso pode significar para ela, especialmente sendo humana?”

“Eu sei,” Enry respondeu, a voz embargada. “Mas o vínculo está me consumindo. Preciso acabar com isso para recuperar o controle.”

Henrico se levantou abruptamente, seu rosto vermelho de raiva e preocupação. “Você não pode simplesmente fazer isso, Enry! Rejeitá-la pode significar a morte dela. Ela é humana, e o vínculo é muito mais devastador para ela do que seria para uma lycan.”

Enry fechou os olhos, lutando para manter a calma. “Eu não vejo outra alternativa. Se eu não a rejeitar, isso me destruirá.”

“E se ela morrer?” Henrico vociferou, o tom de voz carregado de frustração. “Você está disposto a causar a morte de uma inocente por causa do seu próprio sofrimento?”

O lobo interior de Enry rosnava, agitado e enfurecido com a ideia de que Danika poderia morrer. A visão dela, frágil e vulnerável, sendo consumida pela rejeição era uma ideia insuportável. No entanto, Enry estava preso em um dilema: o desejo de proteger Danika versus a necessidade de manter seu controle.

“Eu não tenho escolha,” Enry respondeu, tentando manter a voz firme, mas com um tremor sutil. “Eu preciso fazer isso.”

Henrico olhou para Enry com uma expressão de desapontamento e preocupação. “Se você continuar com isso, não será apenas uma questão de perda de controle. Você estará carregando o peso da morte dela sobre seus ombros.”

Enquanto a conversa no escritório continuava, Vaiolet estava em outro cômodo, uma expressão de indignação e ressentimento em seu rosto. Ela havia sido deixada de lado, abandonada por Enry no meio de um ato íntimo para socorrer uma serva humana. O fato de que ele havia interrompido sua noite com ela para lidar com uma escrava era um insulto que ela não pretendia esquecer facilmente.

Vaiolet, furiosa e se sentindo desprezada, andava de um lado para o outro, seus pensamentos girando em torno da injustiça que sentia. “Como ele pôde?” ela murmurava para si mesma. “Uma simples humana, e ele a coloca acima de mim?”

Ela sabia que precisava fazer algo para recuperar o seu status e mostrar a Enry que ele não poderia ignorá-la sem consequências. Vaiolet começou a formular um plano para vingar-se, determinada a fazer com que Enry percebesse que suas ações tinham repercussões. A ideia de ser ignorada em favor de uma serva a enfurecia ainda mais, e ela estava disposta a fazer qualquer coisa para recuperar o controle da situação e reafirmar sua posição.

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