Em todas as prateleiras se viam fetos emersos em um líquido que claramente era formol. Ali estava a coleção. A bizarra coleção de fetos de um serial killer que você está prestes a acompanhar. Vincent Hughes é para Donna o homem perfeito, e para as suas vítimas, ele é o Ceifador de Anjos, o serial killer mais procurado de Los Angeles. A busca pela verdadeira identidade do Ceifador de Anjos é para os detetives Christopher Lang e Ramona Hale o caso mais enigmático de todos. Vincent é inteligente, charmoso e manipulador o suficiente para esconder de todos, inclusive de sua companheira Donna, seu mórbido segredo: por trás da sua aparente perfeição, está o psicopata que coleciona fetos.
Ler maisVincent foi para casa, precisava arrumar as malas. Logo que chegou ouviu o telefone tocar, ao atender se surpreendeu ao ouvir a voz de Olivia, perguntando se a amiga já havia retornado de San Diego, o que ele respondeu que não, avisou que como ele viajaria a trabalho, sua esposa achou melhor permanecer na casa do irmão.Os colegas de trabalho do casal, os amigos próximos de Vincent e Donna, como Pamela e Alex, e os membros da igreja que frequentavam não sabiam que Donna estava internada, assim como não sabiam o que aconteceu com sua filha, pois se soubessem iriam visitá-la, o que poderia prejudicá-lo, por isso, ele não contou para ninguém.Pamela acreditava piamente que Donna estava em San Diego, não tinha contato com a família de Donna, mas a última coisa que soube era que ela tinha ido ficar alguns dias por lá, pois precisava de cuidados e de ajuda com a filha. Foi ela q
Vincent estava no quarto, era quase hora do almoço e ele não sentia fome, não estava animado para se levantar, nem sequer foi trabalhar, alegando ter que resolver alguns problemas pessoais, o que seu chefe e sua equipe entenderam, pois sabiam que sua esposa estava doente, embora ignorassem os últimos acontecimentos.Não conseguia acreditar no fato das coisas terem chegado naquele ponto, ao que parecia, o destino quis tirar-lhe tudo. Incomodava-o profundamente a aversão e o asco que Donna parecia sentir por ele, era tão injusto da parte dela, agir assim quando sempre procurou fazê-la feliz. No entanto, descobrir que Danna estava viva lhe encheu de esperanças, pois nem tudo estava perdido, acreditava piamente que os três ainda podiam ser uma família feliz, como eram antes de tudo aquilo.Precisava procurar pela filha, sabia que Donna não falaria, então ele buscava mentalmente op&cced
— Chris, ela ainda está com frio amor, não para de chorar, o que faço? — perguntou com a pequena criança nos braços, toda enrolada em um cobertor, aos berros.— Calma, Olivia, ela deve estar com fome. Meu Deus, tão pequena, quem fez uma coisa dessas. Tente acalmá-la, vou buscar algo para ela beber.— Tem fórmulas específicas para bebês, Chris, você encontra na farmácia, é como leite da mãe! — falou balançando a bebê.Christopher deu um beijo na esposa e dirigiu rápido até a primeira farmácia que encontrou aberta, ainda era madrugada, não havia muitas opções. Comprou a fórmula, mamadeira, fraldas, pomada e tudo que o farmacêutico disse ser importante ter quando se tem um bebê em casa. Voltou rápido, enquanto sua esposa cuidava da criança, ele leu as ins
Já havia passado três dias e ela ainda não conseguia pensar em nada para se livrar dele. Sabia que denunciá-lo sem provas seria burrice, ninguém acreditaria e ela levaria a pior, retornar para a casa seria como cometer suicídio, se Vincent não a matasse tiraria toda sua liberdade, além de forçá-la a viver um casamento de fachada para que ele mantivesse em segredo o monstro que existia dentro dele. Matá-lo não a ajudaria, de qualquer forma, mesmo sentindo verdadeiro asco pelo marido, não tinha coragem para tanto.Seus pensamentos eram confusos, estava claro que sempre viveu um relacionamento de aparências, mas era fato também que pelo menos para ela, Vincent nunca fez mal, pelo contrário, sempre foi muito bom. Talvez ele a amasse, talvez fosse obsessão, coisa que ela não saberia dizer. O que Donna sabia era que Vincent não passava de um assassino c
Donna acordou com uma enfermeira chamando por seu nome. Uma moça morena muito gentil, que sorria para ela.— Como está essa linda mamãe?— Oi, eu estou me sentindo muito cansada ainda — respondeu.— São os medicamentos, dão muito sono — explicou de forma educada.— Mas não preciso mais de medicamentos — reclamou Donna.— O doutor Davids acha que sim, precisa se manter calma.— Acham que eu estou louca? — interrompeu irritada.— Não, senhora, pelo contrário. Entendemos tudo que a senhora passou, qualquer pessoa sairia afetada, mas pode ficar tranquila, isso é apenas uma fase. Logo vai passar! — explicou a enfermeira.— Apenas uma fase!? — repetiu a paciente sem ânimo, apoiando a cabeça mais para trás no travesseiro.— Seu marido esteve aqui pela manh&a
Já era noite quando Donna despertou, esteve a maior parte do tempo sedada, pois os medicamentos usados para acalmá-la antes do parto ainda estavam em seu organismo. Levou alguns segundos para perceber que estava no hospital, embora os pensamentos ainda estivessem bem confusos, lembrou do que viu no porão, o que lhe causou uma dor profunda emocionalmente.A terrível lembrança a fez levar as mãos à barriga, lembrou das dores agudas que sentiu ao sair de sua casa, entendendo que entrou em trabalho de parto. Sua filha já tinha nascido, mas não estava ali, onde estava? Pensou no marido, ele podia estar com ela. Esse pensamento a desesperou. Tentou levantar, nem sequer conseguiu sentar, pois não sentia suas pernas, provavelmente porque ainda estava sob efeito da anestesia usada para fazer a cesariana.Vincent, que estava sentado em uma poltrona no canto do quarto, longe do campo de visão da sua espo
Dava para contar nos dedos quantas vezes Donna se deu ao trabalho de descer até ali, pois sempre que precisava de algo que estivesse nesse espaço, Vincent ia buscar, o que era ótimo, pois porões estavam longe de ser seu lugar preferido para ficar. Até mesmo a limpeza o marido fazia, dizia que era pelo fato de ter no lugar alguns produtos químicos que poderiam desencadear num acidente se não se tomasse o devido cuidado.Donna notou como era espaçoso ali, além de ter muitas caixas também, o que atraiu o seu olhar instantaneamente. Percebeu que encontrar os pertences da irmãzinha de Vince seria mais difícil do que ela imaginou, mas precisava começar por algum lugar. Ao desviar o olhar das caixas se deparou com uma escrivaninha que estava um pouco à frente de uma estante lotada de livros, mas ela parecia estar torta, sem pensar, foi até lá para conferir.Do
Embora tivesse certeza da gestação, Donna fez o exame de sangue acompanhada por seu marido, que a todo tempo tentava conter a ansiedade dela. Donna se sentiu a mulher mais feliz do mundo ao confirmar que estava grávida, não havia mais dúvidas para ela e seu marido. Vincent ficou imensamente feliz com o resultado.A certeza de que seria pai o entusiasmou, sua família iria aumentar! Vince não conseguia imaginar nada melhor que isso, precisavam comemorar.As primeiras pessoas para quem Donna fez questão de contar foi para seu irmão e sua cunhada, que depois de saberem das intenções dela de engravidar, ficaram no seu pé questionando para quando era a vinda de seu sobrinho ou sobrinha, coisa que eles queriam muito.Para os demais amigos, a boa notícia se manteve em segredo, de forma que foi dada pelo casal somente em um almoço realizado na sua casa, para o qual comparece
Donna esperava impaciente no aeroporto, o voo de Vince já tinha chegado, então a qualquer momento ele iria apontar no meio daquela multidão.Não demorou e ela viu Vincent acompanhado pela equipe, todos estavam muito diferentes de quando partiram. Todos os homens estavam com barba, Jhoe estava até com o cabelo mais comprido, usando um pequeno rabo de cavalo, as biomédicas também estavam vestidas de forma mais despojada, seus cabelos aparentavam ter sido presos às pressas, pois não estavam penteados.Vincent se despediu dos colegas que acenaram para Donna em um cumprimento para depois seguirem em direções diferentes, enquanto ele foi ao encontro da esposa, que não podia mais esperar, então correu para ele fazendo-o soltar sua mala e o carrinho do aeroporto que ele usava para transportar um caixote de madeira de tamanho considerável.— Achei que eu não fos