Vincent estava no quarto, era quase hora do almoço e ele não sentia fome, não estava animado para se levantar, nem sequer foi trabalhar, alegando ter que resolver alguns problemas pessoais, o que seu chefe e sua equipe entenderam, pois sabiam que sua esposa estava doente, embora ignorassem os últimos acontecimentos.
Não conseguia acreditar no fato das coisas terem chegado naquele ponto, ao que parecia, o destino quis tirar-lhe tudo. Incomodava-o profundamente a aversão e o asco que Donna parecia sentir por ele, era tão injusto da parte dela, agir assim quando sempre procurou fazê-la feliz. No entanto, descobrir que Danna estava viva lhe encheu de esperanças, pois nem tudo estava perdido, acreditava piamente que os três ainda podiam ser uma família feliz, como eram antes de tudo aquilo.
Precisava procurar pela filha, sabia que Donna não falaria, então ele buscava mentalmente op&cced
Vincent foi para casa, precisava arrumar as malas. Logo que chegou ouviu o telefone tocar, ao atender se surpreendeu ao ouvir a voz de Olivia, perguntando se a amiga já havia retornado de San Diego, o que ele respondeu que não, avisou que como ele viajaria a trabalho, sua esposa achou melhor permanecer na casa do irmão.Os colegas de trabalho do casal, os amigos próximos de Vincent e Donna, como Pamela e Alex, e os membros da igreja que frequentavam não sabiam que Donna estava internada, assim como não sabiam o que aconteceu com sua filha, pois se soubessem iriam visitá-la, o que poderia prejudicá-lo, por isso, ele não contou para ninguém.Pamela acreditava piamente que Donna estava em San Diego, não tinha contato com a família de Donna, mas a última coisa que soube era que ela tinha ido ficar alguns dias por lá, pois precisava de cuidados e de ajuda com a filha. Foi ela q
Quem se aventurar a conhecer a história do Ceifador de Anjos, o serial killer colecionador de fetos, concorda comigo quando digo que ela é viciante, empolgante e é claro, carregada de certo horror.A Coleção de Fetos é de fato o início de uma viagem na mente perigosa de um assassino frio e calculista, que permite ao leitor conhecer cada uma das suas vítimas, cujas histórias se assemelham à rotina de pessoas reais, chamando atenção para o drama vivido por cada uma dessas personagens.A psicopatia do protagonista, Vincent Hughes, é como uma doença contagiosa que infecta a vida de vários outros personagens da trama, onde famílias inteiras acabam sendo destruídas.Ao longo das páginas, somos lançados a uma empolgante busca de "linha cruzada", onde ao mesmo tempo em que torcemos pelos mocinhos, torcemos também pelo vilão.
O início do mês de outubro era como qualquer outra época do ano em Los Angeles, com centenas de pedestres andando às pressas pelas calçadas, ignorando o barulho provocado pelo trânsito sem fim da cidade.Naquela tarde, como em todas as outras, a preocupação daquelas pessoas era chegar logo aos seus destinos, certamente às suas casas, após um dia exaustivo de trabalho. No entanto, estavam mais apressadas do que de costume, pois temiam que caísse a chuva anunciada no céu, mesmo que essa ajudasse a reduzir um pouco do ar seco característico de Los Angeles.Para Christopher Lang e Ramona Hale o expediente daquela segunda-feira ainda não havia encerrado. Era preciso que fossem ao necrotério, pois a legista havia ligado para o Departamento de Homicídios e solicitado a presença dos detetives, o que atenderam de pronto.Lang e Hale formavam uma boa equipe
— Bom dia, amor! — disse Vincent após beijar docemente os lábios de sua namorada Donna, que ao contato com sua boca despertou e retribuiu com um longo beijo.— Bom dia, meu amor! — respondeu com um sorriso feliz para o namorado.— Trouxe seu café — disse Vincent apontando para a bandeja ao lado da cama no aparador.— Ai, meu Deus, que lindo! — disse esticando os braços para que ele lhe desse a bandeja, Vincent a colocou gentilmente em seu colo, por cima da colcha branca com que ela estava coberta.A bandeja continha uma variedade de alimentos que Donna apreciava muito, como panquecas com calda de morango e pasta de amendoim, ovos mexidos, bacon grelhado, cereais, salada de frutas e um copo grande de suco de laranja. Tudo preparado por ele.— Eu amo dormir aqui, sabia? Você me mima toda vez que venho. Quando não são flores, são doces! E agora
Vincent Hughes estacionou em frente a um imponente prédio, no qual funcionava o Instituto de Pesquisas e Testes de Fármacos e Medicamentos da Califórnia, para o qual o Hospital Bom Samaritano de Los Angeles realizava testes e pesquisas relacionadas a diferentes tipos de medicamentos. Os resultados eram entregues e analisados pelo instituto com a finalidade de ter um respaldo final permitindo a continuidade ou orientando alterações que fossem necessárias no procedimento. Cabia a ele fazer essa intermediação, já que era responsável pelo departamento dentro do hospital.Vincent passou pela recepção cumprimentando com um sorriso e um “bom dia” todos que encontrava. Ia em direção ao elevador, cuja porta estava aberta graças a uma mulher elegante que a segurava, pois percebera a aproximação do biomédico.— Obrigado, Ruby &md
Na manhã seguinte Vincent acordou cedo, tomou um banho rápido e vestiu seu confortável roupão de banho de cor azul marinho. Calçou as pantufas pretas que Donna havia lhe dado de presente há uns dois meses, em seguida desceu até a cozinha para preparar o seu café da manhã.Enquanto virava suas panquecas na frigideira com o auxílio de uma espátula, planejava mentalmente o que faria ao longo do dia, especialmente no período da manhã, cujos acontecimentos esperados por ele resultaria na eficácia — ou não — de seus planos.Levou as panquecas para complementar as delícias que já estava na grande mesa da sala de jantar, uma das preciosidades de sua mãe. Ela acomodava doze pessoas e era trabalhada em madeira. Vincent não se lembrava de ter tanta gente em sua casa a ponto de ocupar todos aqueles lugares, o máximo de companhia qu
Vincent chegou ao instituto empolgado, tanto quanto uma criança fica ao ir passear com os pais. Atravessou o saguão do prédio apressado, mas sem deixar de cumprimentar os que passavam por ele, não importava se eram doutores renomados ou faxineiros, demonstrava a mesma simpatia e educação, o que fazia sua presença ser sempre agradável a todos.Entrou em um elevador lotado, limitou-se a cumprimentar os presentes sem dar brechas para diálogos. Sentia que o olhavam de canto, curiosos.Chegando ao quinto andar foi para a sala de espera onde havia uma recepcionista atrás de um balcão. Abordou-a perguntando sobre a sala de Jaime Carter e pedindo para que anunciasse sua chegada.A sala de Jaime ficava praticamente em frente à sala de Clayton, mas Vincent até então não havia prestado atenção naquele assistente ou procurado diretamente por ele. Deu tr&eci
Havia se passado duas semanas, os dias corriam para Vincent sem qualquer novidade. No trabalho estavam fazendo novos testes, cujos resultados demorariam mais tempo para saírem. Via Donna quase todos os dias, e ela só agora se sentia melhor depois da entrevista frustrante que tinha feito na Universidade Americana de Los Angeles.Ela contou para Vincent que o diretor da universidade, quem realizou sua entrevista, não deu nem sequer a oportunidade para a professora apresentar uma aula-teste, procedimento padrão nas instituições de ensino, pois a achou muito jovem e inexperiente para a função, apesar de sua formação. Sem ser grosseiro, deu a entender que ela não estava preparada para lecionar para adultos, que poderia ter problemas com eles, pois era demasiadamente jovem, ressaltou que embora tivesse vinte e cinco, não parecia ter mais de vinte, o que dificultaria que fosse respeitada pelos univer