Donna acordou com uma enfermeira chamando por seu nome. Uma moça morena muito gentil, que sorria para ela.
— Como está essa linda mamãe?
— Oi, eu estou me sentindo muito cansada ainda — respondeu.
— São os medicamentos, dão muito sono — explicou de forma educada.
— Mas não preciso mais de medicamentos — reclamou Donna.
— O doutor Davids acha que sim, precisa se manter calma.
— Acham que eu estou louca? — interrompeu irritada.
— Não, senhora, pelo contrário. Entendemos tudo que a senhora passou, qualquer pessoa sairia afetada, mas pode ficar tranquila, isso é apenas uma fase. Logo vai passar! — explicou a enfermeira.
— Apenas uma fase!? — repetiu a paciente sem ânimo, apoiando a cabeça mais para trás no travesseiro.
— Seu marido esteve aqui pela manh&a
Já havia passado três dias e ela ainda não conseguia pensar em nada para se livrar dele. Sabia que denunciá-lo sem provas seria burrice, ninguém acreditaria e ela levaria a pior, retornar para a casa seria como cometer suicídio, se Vincent não a matasse tiraria toda sua liberdade, além de forçá-la a viver um casamento de fachada para que ele mantivesse em segredo o monstro que existia dentro dele. Matá-lo não a ajudaria, de qualquer forma, mesmo sentindo verdadeiro asco pelo marido, não tinha coragem para tanto.Seus pensamentos eram confusos, estava claro que sempre viveu um relacionamento de aparências, mas era fato também que pelo menos para ela, Vincent nunca fez mal, pelo contrário, sempre foi muito bom. Talvez ele a amasse, talvez fosse obsessão, coisa que ela não saberia dizer. O que Donna sabia era que Vincent não passava de um assassino c
— Chris, ela ainda está com frio amor, não para de chorar, o que faço? — perguntou com a pequena criança nos braços, toda enrolada em um cobertor, aos berros.— Calma, Olivia, ela deve estar com fome. Meu Deus, tão pequena, quem fez uma coisa dessas. Tente acalmá-la, vou buscar algo para ela beber.— Tem fórmulas específicas para bebês, Chris, você encontra na farmácia, é como leite da mãe! — falou balançando a bebê.Christopher deu um beijo na esposa e dirigiu rápido até a primeira farmácia que encontrou aberta, ainda era madrugada, não havia muitas opções. Comprou a fórmula, mamadeira, fraldas, pomada e tudo que o farmacêutico disse ser importante ter quando se tem um bebê em casa. Voltou rápido, enquanto sua esposa cuidava da criança, ele leu as ins
Vincent estava no quarto, era quase hora do almoço e ele não sentia fome, não estava animado para se levantar, nem sequer foi trabalhar, alegando ter que resolver alguns problemas pessoais, o que seu chefe e sua equipe entenderam, pois sabiam que sua esposa estava doente, embora ignorassem os últimos acontecimentos.Não conseguia acreditar no fato das coisas terem chegado naquele ponto, ao que parecia, o destino quis tirar-lhe tudo. Incomodava-o profundamente a aversão e o asco que Donna parecia sentir por ele, era tão injusto da parte dela, agir assim quando sempre procurou fazê-la feliz. No entanto, descobrir que Danna estava viva lhe encheu de esperanças, pois nem tudo estava perdido, acreditava piamente que os três ainda podiam ser uma família feliz, como eram antes de tudo aquilo.Precisava procurar pela filha, sabia que Donna não falaria, então ele buscava mentalmente op&cced
Vincent foi para casa, precisava arrumar as malas. Logo que chegou ouviu o telefone tocar, ao atender se surpreendeu ao ouvir a voz de Olivia, perguntando se a amiga já havia retornado de San Diego, o que ele respondeu que não, avisou que como ele viajaria a trabalho, sua esposa achou melhor permanecer na casa do irmão.Os colegas de trabalho do casal, os amigos próximos de Vincent e Donna, como Pamela e Alex, e os membros da igreja que frequentavam não sabiam que Donna estava internada, assim como não sabiam o que aconteceu com sua filha, pois se soubessem iriam visitá-la, o que poderia prejudicá-lo, por isso, ele não contou para ninguém.Pamela acreditava piamente que Donna estava em San Diego, não tinha contato com a família de Donna, mas a última coisa que soube era que ela tinha ido ficar alguns dias por lá, pois precisava de cuidados e de ajuda com a filha. Foi ela q
Quem se aventurar a conhecer a história do Ceifador de Anjos, o serial killer colecionador de fetos, concorda comigo quando digo que ela é viciante, empolgante e é claro, carregada de certo horror.A Coleção de Fetos é de fato o início de uma viagem na mente perigosa de um assassino frio e calculista, que permite ao leitor conhecer cada uma das suas vítimas, cujas histórias se assemelham à rotina de pessoas reais, chamando atenção para o drama vivido por cada uma dessas personagens.A psicopatia do protagonista, Vincent Hughes, é como uma doença contagiosa que infecta a vida de vários outros personagens da trama, onde famílias inteiras acabam sendo destruídas.Ao longo das páginas, somos lançados a uma empolgante busca de "linha cruzada", onde ao mesmo tempo em que torcemos pelos mocinhos, torcemos também pelo vilão.
O início do mês de outubro era como qualquer outra época do ano em Los Angeles, com centenas de pedestres andando às pressas pelas calçadas, ignorando o barulho provocado pelo trânsito sem fim da cidade.Naquela tarde, como em todas as outras, a preocupação daquelas pessoas era chegar logo aos seus destinos, certamente às suas casas, após um dia exaustivo de trabalho. No entanto, estavam mais apressadas do que de costume, pois temiam que caísse a chuva anunciada no céu, mesmo que essa ajudasse a reduzir um pouco do ar seco característico de Los Angeles.Para Christopher Lang e Ramona Hale o expediente daquela segunda-feira ainda não havia encerrado. Era preciso que fossem ao necrotério, pois a legista havia ligado para o Departamento de Homicídios e solicitado a presença dos detetives, o que atenderam de pronto.Lang e Hale formavam uma boa equipe
— Bom dia, amor! — disse Vincent após beijar docemente os lábios de sua namorada Donna, que ao contato com sua boca despertou e retribuiu com um longo beijo.— Bom dia, meu amor! — respondeu com um sorriso feliz para o namorado.— Trouxe seu café — disse Vincent apontando para a bandeja ao lado da cama no aparador.— Ai, meu Deus, que lindo! — disse esticando os braços para que ele lhe desse a bandeja, Vincent a colocou gentilmente em seu colo, por cima da colcha branca com que ela estava coberta.A bandeja continha uma variedade de alimentos que Donna apreciava muito, como panquecas com calda de morango e pasta de amendoim, ovos mexidos, bacon grelhado, cereais, salada de frutas e um copo grande de suco de laranja. Tudo preparado por ele.— Eu amo dormir aqui, sabia? Você me mima toda vez que venho. Quando não são flores, são doces! E agora
Vincent Hughes estacionou em frente a um imponente prédio, no qual funcionava o Instituto de Pesquisas e Testes de Fármacos e Medicamentos da Califórnia, para o qual o Hospital Bom Samaritano de Los Angeles realizava testes e pesquisas relacionadas a diferentes tipos de medicamentos. Os resultados eram entregues e analisados pelo instituto com a finalidade de ter um respaldo final permitindo a continuidade ou orientando alterações que fossem necessárias no procedimento. Cabia a ele fazer essa intermediação, já que era responsável pelo departamento dentro do hospital.Vincent passou pela recepção cumprimentando com um sorriso e um “bom dia” todos que encontrava. Ia em direção ao elevador, cuja porta estava aberta graças a uma mulher elegante que a segurava, pois percebera a aproximação do biomédico.— Obrigado, Ruby &md