Porque só, eu sei

Porque só, eu sei PT

Mistério
Luiz Lima  Em andamento
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2
1 Classificação
20Capítulos
2.8Kleituras
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Adicionado
Resumo
Índice

Trancado em mais prisões do que é capaz de se aperceber, Liam precisa transformar o quadro atual em que se encontra para trazer a verdade à tona sobre a culpa que caiu sobre ele. As informações que precisa obter estão guardadas em algum lugar de sua mente, mas ele não pode confiar nem na própria sanidade.

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Dulce Bezerra
vai demorar muito pra sair os capítulos restantes? o prazo era 20 d março e já estamos em abril,termine os capitulos restantes e dou mais estrelinhas se merecer.
2024-04-15 07:46:49
0
20 chapters
3x4
Ela sempre foi uma boa amiga. A Esther. E parecia gostar mesmo de mim. Eu sentia algo como que se eu arriscasse misturar as coisas, ela poderia se afastar e eu perderia tudo. Toda aquela amizade, a proximidade. Isso para um garoto franzino e tímido como eu era; cheio de amigos; porém sempre tratado como o amigo suplente, seria como perder uma perna. Então eu ficava sempre a um passo de dizer algo, de fazer algo. Mas nunca fiz. O momento mais marcante de tudo isso foi talvez o nosso último encontro antes que ela se tornasse outra pessoa. Morávamos numa cidade minúscula com algumas estradas de terra e outras de pedra, umas tantas casas com telhas de barro feitas à mão décadas antes, uma praça com um chafariz desativado e pronto. O resto era a natureza. Pastagens ou florestas. Me lembro que ela retornava de u
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Carreiras
Era um final de uma tarde agradável e minha vista descansava no movimento calmo das roupas no varal. Morávamos num bairro relativamente novo que ficava na parte mais alta da cidade, então aquele quintal tinha um valor inestimável para mim. Para além das várias camisetas pretas e de um cajueiro nanico se estendiam as dezenas de telhados alaranjados, as copas das árvores que desciam paralelamente a elas até se fecharem sobre um córrego que dali não se via, mas eu sabia que estava lá, e a torre da igreja que surgia solitária no canto esquerdo da vista. Sentado no segundo dos três degraus que iam da cozinha para o chão de terra seca e cascalho do quintal, eu lutava para manter a mente vazia e aproveitar o momento como um todo, mas minha mente insistia em trazer um turbilhão de imagens, de ideias, de frustrações e de desejos que não deixavam os músculos relaxarem e culminavam naqueles velhos tremores repentinos de uma pálp
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Abre e fecha
- E-eu não sei se consigo continuar doutor. Tudo está vindo em cenas mais confusas agora. Como numa fita acelerada em um videocassete.   Mal consigo enxergar uma imagem e ela já foi sobreposta por outras três. Não consigo descrever o que vejo, porque vejo tudo e nada ao mesmo tempo. - Mantenha sua respiração lenta e profunda, o máximo que conseguir Liam. Você ainda está no controle. Você ouvirá dois sons distintos. O primeiro deles fará as imagens saírem de foco como se o brilho de uma TV fosse diminuído gradativamente até que não haja mais imagem. [Click]- O som seguinte vai ser da porta desta "sala de TV" sendo fechada. Você vai retornar tranquilamente para esta sala onde conversamos e abrirá os olhos para encontrar-se com o tempo presente. [Clack]Era uma fechadura. A chave girando pa
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Caligrafias
Estranhamente não parecia ter se passado muito tempo até que eu estivesse adentrando o pátio mais uma vez. Progredindo de minha postura cabisbaixa habitual para uma rápida avaliação do ambiente, vi que haviam outros lugares onde ficar, inclusive ao sol. Então olhei a velha mesa de refeitório e me afastei dela o máximo que pude. Logo apareceram todos eles. Os bailarinos, os infantis, os vegetais ambulantes, e tinha até mesmo um que pensava que morava num navio, chegando a ficar enjoado quando chovia. Espalharam-se timidamente pelo pátio. As mulheres vieram em seguida pelo lado oposto. Comecei a estudar uma a uma das que eu conseguia ver as feições. Bailarinas, vegetais ambulantes, uma modelo de uns sessenta anos que desfilava entre duas pilastras. Mas ninguém infa
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Raízes
O som elétrico que anunciava a abertura das travas nas portas dos quartos me fez abrir os olhos. Não acreditava que já era de manhã. A lembrança que me ocorrera foi tão intensa e incontrolável que me derrubou inconsciente, me proporcionou uma noite de sono exaustiva, repleta de pesadelos baseados nela. Minhas roupas e lençóis estavam molhados de suor. Ainda estava meio tonto quando sentei-me na cama e vi o bilhete caído no chão. - Droga, preciso dar um jeito nisso - apanhei o bilhete depressa e o reduzi ao formato em que me foi entregue. Hesitei parando diante da latrina. Algo dentro de mim valorizava aquele objeto mais do que o medo de ser apanhado por alguém do sanatório e ter que dar explicações. Não havia lugar seguro para escondê-lo no quarto também. - Ah, mas é claro! - enfiei o papel dentro das calças. 
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A Menina e o Alfarrabista
- Liam - o zumbido na minha cabeça fazia com que a voz chegasse até mim como se estivéssemos dentro de um grande silo de metal.- Liam! - abro os olhos. Dr. Bennet está me observando de pé ao lado do divã. Tento me levantar mas não consigo tirar a nuca do estofado. Parece que peso uma tonelada - Você já pode se levantar se quiser. Venha. Eu ajudo - uma mão fria e ossuda me ajuda a ficar sentado. Antes de conseguir endireitar minha cervical trouxe o olhar até o chão acompanhando a posição que havia mudado de horizontal a vertical. Percebi que ao lado dos meus pés estava um balde de plástico verde.Logo eu descobri que precisaria dele. - Não se preocupe meu caro. É completamente normal que o seu organismo aja dessa maneira após o efeito do chá - tentei encarar o velho mas outra onda de suco gástrico subiu pela minha garganta - A boa notícia é que conseguimos o seu depoimento. Está tudo nesta fita - a maneira
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Contratempo, contra o tempo
Como se não bastasse o zumbido na minha cabeça, o dia que se seguiu havia começado com o chiado constante de um temporal. Para mim, era como se eu estivesse dentro de um canal de tv mal sintonizado, que exibia mais estática do que a programação em si. As vozes que eu ainda ouvia estavam notas mais altas pelos corredores, no refeitório e por fim no pátio onde o barulho era ainda mais ensurdecedor, já que a tormenta despejava uma amostra sua bem em frente aos nossos olhos. Estávamos todos amontoados ao redor de onde caía o aguaceiro. Protegidos da chuva mas já sofrendo pelo frio que o ambiente emanava. O marinheiro gritava e se segurava em uma das colunas. - Virar à estibordo! Virar à estibordo! Eu me desviava daquela pequena multidão indo em direção a velha mesa de refeitório. Na esperança de avistar Amanda. Mesmo que ela
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Se eu morrer e não acordar...
Uma esfera branca e brilhante pairava sobre mim quando abri os olhos. Após algumas piscadelas e uma certa força para focar a visão, percebi que era uma lâmpada no teto. Olhando para os lados não vi nada além de paredes sólidas e amareladas, nenhuma janela à vista. Havia um recipiente de soro a gotejar do meu lado direito e alguns poucos aparelhos que não pareciam estar ligados. Não era grave então. A não ser que eu começasse, de repente a ver meu próprio corpo naquela maca. Isso não aconteceu, no entanto levei um susto igualmente forte quando tentei olhar para o tubo que estava ligado a meu braço. Eu não conseguia erguê-lo. Levantando a nuca do travesseiro percebi que tinha os pulsos, tornozelos e tórax presos àquela maca por grossas tiras de couro e fivelas de aço, como se fossem cintos. Ao mesmo tempo um berro estriden
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... que eu possa com Deus estar
Dois pares de passos vinham acelerados pelo corredor cerca de dez minutos após Ted ter ido embora. Não havia outro destino possível. Pararam à frente da minha porta. Permaneci imóvel sob o cobertor apenas esperando enquanto a porta rangia sendo puxada para fora. - Liam? Está acordado? - a voz do doutor Bennet era ofegante e continha uma raiva mascarada com dificuldade. Abri os olhos como se estivesse despertando de um sono profundo. Dois podem jogar este jogo doutor. Pensei. - Doutor Bennet? O que está acontecendo? - perguntei apertando os olhos contra a claridade do corredor. Ted estava parado do lado de fora do quarto me observando com o canto dos olhos. A transpiração em sua testa era visível sob a luz esbranquiçada que lhe estava
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O Espelho e seu Inverso - parte 1
Olhos abertos que nada viam e a boca era nada mais que um rasgo sem sangue. Meu leito de quase morte tinha uma abertura  quadrada na parte logo abaixo da minha cintura. Até aquele momento eu me sentia aliviado em apenas imaginar como seria precisar usá-la. Já que para urinar, Jeff trazia um recipiente que lembrava um regador, cujo pescoço era uma mangueira amarela, cor que não devia ser a original, acoplada numa espécie de balde de plástico cinzento.   Eu nem mesmo era mudado de posição para realizar qualquer atividade. Mal conseguia engolir água sem me engasgar, então a sopa que me foi dada, também não descia, apesar da fome ser crescente. Ainda não devia ter atingido a metade do tempo que o doutor dissera que eu tinha até que ele retornasse, e eu já estava praticamen
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