LIVRO I | série CORAÇÕES CORROMPIDOS. E se você sentisse a morte te abraçar e ela sussurrasse no seu ouvido dizendo que ainda não é a sua hora? Se você perdesse tudo, e todas as suas memórias fossem fragmentadas até não existir absolutamente mais nada? Se tivesse habilidades especiais e não fizesse a mínima ideia disso? O que faria? Como as usaria? Amy Murray é uma mulher forte, corajosa e muito determinada. Costuma apostar todas as fichas na sua profissão, mas ela já sabia dos riscos isso antes de jurar a vida à causa. Certas coisas não podem ser alteradas ou corrigidas, alguns erros definem crucialmente a trajetória das nossas histórias. Um deslize, uma fatalidade e tudo se desfaz nos ares. Foi o que aconteceu com ela, bastou um deslize para que sua vida não estivesse mais sob o seu controle. Perdida entre quem já foi e o que é, agora uma organização criminosa tomou ciência de que ela - uma Ex-agente da C.I.A. - não está morta, e não medirá esforços para tirar proveito de suas habilidades esquecidas. Treinada para ser uma arma letal e resistente, ela não é e não quer ser uma assassina, mas precisará dançar conforme a dança para proteger todos os que estão ao seu redor. Duas organizações criminosas disputando o poder, e uma mulher arruinada, que perdeu tudo e não vai brincar na hora de salvar a própria pele. O jogo será apenas um. Sem espaço para vacilos ou reconsiderações. Mocinho ou bandido? Ação, mistério e suspense se entrelaçam neste romance envolvente e surpreendente. Esta história contém representações gráficas de violência, sexualidade, linguagem forte, e/ou aborda outros temas adultos.
Ler maisGostaria de, primeiramente, agradecer a todas as pessoas que se mobilizaram a ler meu livro quando ele era apenas um esboço numa plataforma gratuita. Vocês, sem dúvida nenhuma, fizeram a diferença na minha vida e me ajudaram a chegar ao fim dessa história. Obrigada por todas as leituras, pelas palavras de motivação que me deram vontade de prosseguir quando eu já não tinha mais vontade.Um obrigada mais do que especial à Camila Sampaio, por ter me indicado a Buenovela para essa publicação, e por ouvir todas as minhas ideias e ser o meu “rascunho no watsapp”. As minhas ideias, com certeza, são melhores quando as conto para você. É um sonho realizado em escrita; à Sanny, minha coeditora na Buen, por ter me escutado e me ajudado a levar essa publicação a diante, e, a minha Irmã, Thainá Miller, por ter lindo e ter amado desde o in&ia
Na infância, quando o meu pai me perguntou pela primeira vez o que eu queria ser quando crescesse, lembro-me de responder: quero ser médica. A minha mãe, Lauren Murray, era médica e me lembro de tentar ser igualzinha a ela. Eu queria ser a sombra dela. Mas isso mudou quando, no dia do meu aniversário de doze anos, ela fora assassinada dentro da nossa própria casa, na minha frente. O meu pai estava fora do país a trabalho, e os criminosos nunca foram pegos pela polícia e isso transformou toda a trajetória da minha vida. A partir daquele momento, desejava tirar vidas e não mais salvá-las. Senti, ali, que a minha infância tinha ficado para trás, e aos poucos, o ballet foi deixado de lado ao ser substituído pelo quimono. A boneca fora trocada por uma pistola e as brincadeiras já não eram mais tão delicadas. A pobre menina indefesa, cuja mãe morreu numa ten
O sol tentava com fracasso transpor as nuvens. A manhã surgia cinza e penosa. O céu parecia que desaguaria a qualquer momento quando os dois carros pretos de Raymond ultrapassaram a entrada da Marina de Manhattan. Ernest e eu estávamos a distância suficiente para não levantar suspeitas e permaneceríamos assim até que algo acontecesse. Deduzíamos que Raymond estivesse no carro da frente e o carro de trás fosse apenas uma escolta.Sendo cautelosa, pisei no pedal de freio do carro e passei a observar o que estava acontecendo antes de prosseguir.Precisava saber o que estava por vir.Ernest abriu o porta-luvas do carro de repente e começou a revirá-lo de pressa, como se tivesse procurando por algo.─ Droga... ─ Ernest resmungou. ─ Não tem nada aqui... ─ Ele deu de ombros ─ Toma isso ─ disse, oferecendo-me óculos escuros.Enviesei o olhar em resposta. Por que diabo
O meu coração batia em uma frequência absurda. Era possível ouvir o pulsar incomodo nos meus ouvidos. A corrente de adrenalina que se proliferava por todos os meus membros deixava-me em estado de alerta. Os meus músculos tornavam-se cada vez mais tensos e o meu estômago embolado. Essa era a hora. Tínhamos de sair naquele momento. — Hora de correr! ─ Ernest disse. Assenti que sim com a cabeça e antes de engolir a seco, pus meu corpo para fora, arriscando-me em direção ao carro que nos aguardava. Um disparo sucedeu à minha frente, quase atingindo minha cabeça. Minha cabeça! Congelei por um instante, em choque. Miserável. — Vamos... Vamos... Vamos... ─ Gritou Ernest atrás de mim, empurrando-me e atirando com a arma dele quando outros disparos ecoaram por entre nós. ─ Não é hora de parar! ─ Gritou no meio do fogo cruzado. ─ Você está maluca? ─ Puxando-me e correndo a trilha suicida até o SUV. Onde e
De volta ao escritório de Raymond, eles me colocaram algemada em uma das cadeiras enquanto esperavam.Por um breve momento, desejei que tudo isso acabasse. Que Raymond não existisse e que tudo não tinha passado de um sonho terrível. E então, me lembrei que foi graças a esse mundo que conheci Travis e apesar de tudo o que tinha acontecido, eu não me arrependia.Não queria esquecê-lo.Raymond desligou o telefone e devolveu-o para algum bolso interno do terno.Depois disso, tudo aconteceu rápido demais.Alguém pulou do teto em cima de Raymond. Eles caíram amontoados no chão e então, eu me deparei com um rosto que fez meu coração bater mais rápido.A adrenalina tinha me deixado confusa. O sangue circulava rápido demais através das minhas veias, o coração batia descompassado. Senti meu cérebro tr
Eu não estava conseguido dormir. O meu cérebro estava ligado e a adrenalina já se espalhava por todas as extensões de meu corpo.Há pouco tempo, eu não me sentiria capaz nem apta a lutar contra alguém, mas graças a Travis isso havia mudado. Hoje eu me sinto pronta. Hoje sei quem sou e sei o que preciso fazer para que toda essa loucura acabasse.Antes de sair da cama, deixei um beijo nos lábios de Travis e vesti minha roupa que estava numa pilha no chão.Vesti a minha jaqueta preta e me preparei para o que estava prestes a fazer. Isso tinha que acabar e levaria uma arma comigo. Decretei a mim mesma enquanto saia da casa arruinadaQuando me dirigi para o lado de fora da casa, fui recebida pela onda de vento noturno que assoprou em meus cabelos agora curtos.Abri o porta-malas do carro de Ernest e analisei os armamentos. Um par de adagas reluziu em meio à luz noturna, chamand
As luzes da manhã ensolarada insidiam diretamente sobre meu rosto, afastando aos poucos o sono. Meus olhos se abriram e minha visão foi tomando foco. O meu rosto estava apoiado sobre uma superfície rígida e ao mesmo tempo macia e me deparar com a pele levemente rosada debaixo de mim, ergui o rosto e eu me deparei com Travis ainda dormindo. Os olhos fechados e a linha suave da boca quase virada num sorriso me fizeram espichar o corpo para beijá-lo outra vez.Essa foi a imagem que fiz questão de registrar em minha mente. Ele, tão lindo, enquanto dormia num sono tranquilo. A paz que sua presença me fornecia e a leveza do momento. Não queria esquecer disso. E por alguns segundos, senti que tudo ficaria bem.Quando entrei embaixo do chuveiro para um banho, senti a presença de Travis logo atrás de mim. Senti-o se aproximar e seus lábios pousaram sobre os meus ombros. Suas mãos envolven
Travis e Ernest conversavam. Ambos com uma postura tensa, e eu presumia que o assunto era o amanhã. Eles estavam planejando pegar Raymond e estavam planejando a melhor forma de fazer isso. Eu também queria pegar Raymond, mas estava pensando no que deveria fazer. Foi quando olhei para Seth que estava ao meu lado.— Por que você não está lá com eles? — indaguei, apontando com o queixo para os dois que conversavam, e vez ou outra pegava Travis olhando para mim, como se certificasse de que eu ainda estaria ali.— Eles não param de falar de Raymond e blá, blá, blá... — Seth revirou os olhos e levou a garrafa embalada por um saco de papel à boca.Ergui as sobrancelhas, impressionada com a postura que ele assumira, mas deixei para lá.— O que você está bebendo? — perguntei, olhando com interesse para a garrafa que ele segur
A luz difusa do dia incidia diretamente sobre o meu rosto e as cortinas esvoaçavam-se conforme a brisa matinal batia pela janela. Aos poucos os meus olhos foram se abrindo, e conforme o sono se dissipava, o cômodo ia tomando formas, era um belo quarto, mas não foi a parede ou o grande quadro que ostentava borrões abstratos que roubavam o meu fôlego e chamaram minha atenção.Era Travis. Ele estava de frente para mim, deitado de lado onde forrara os cobertores à noite. A luz se expandia pelo quarto e parava sobre ele, iluminando o rosto e metade do torso do peito nu com o braço sobreposto. Seus olhos refletiam a luz, e as pupilas negras não passavam de pequenos pontinhos nos olhos abertos, que queimavam sobre mim. Ele estava me observando enquanto dormia, e ele não fazia a menor questão de fingir que não estava fazendo isso. Senti meu rosto esquentar e pensei em lhe perguntar o que havia er