Amy Summers cresceu ouvindo seu pai tocar violão e sonhando em seguir seus passos musicais. Após a morte prematura dele, Amy decide honrar sua memória e realizar o sonho que ele nunca pôde concretizar. Sob o nome artístico Aurora, ela irradia nos palcos conquistando o título de "Princesinha do Pop" em menos de um ano. No entanto, por trás da luz dos holofotes, Amy enfrenta um vazio emocional que a fama não pode preencher. Enquanto isso, Marcus Caldwell, um empresário rabugento, viúvo e pai dedicado uma adorável garotinha de cinco anos, está mergulhado em sua busca incessante por sucesso para proporcionar uma vida confortável a sua filha. O trabalho consome Marcus, deixando-o ausente e desconectado emocionalmente de Sophie, que cresce admirando Aurora apenas através das telas. Quando Sophie descobre que um evento de caridade com a presença de Aurora está ocorrendo próximo à sua casa, ela implora ao pai para levá-la ao evento, na esperança de realizar seu sonho de conhecer a inspiradora cantora que alegra seus dias. Enquanto Marcus reluta devido ao seu trabalho, ele é confrontado com a realidade de sua distância emocional de Sophie. O destino entrelaça a vida dos três, onde cada um é levado a confrontar suas próprias buscas e inseguranças. Amy questiona se a fama é o caminho para a felicidade e busca redescobrir sua paixão. Marcus se vê confrontado com as consequências de sua ausência na vida da filha. Enquanto isso, Sophie anseia por uma família completa.
Ler maisJá dentro da casa, o cheiro de chocolate quente invadiu o ambiente aconchegante. A lareira crepitava suavemente, aquecendo o ar gelado que ainda escapava das frestas das janelas. Amy segurava a caneca quente entre as mãos, soprando levemente a superfície para esfriar a bebida. Einar se sentou ao seu lado, suspirando fundo, e olhou para o horizonte além da janela.— Em breve você fará 25 anos — comentou Einar, virando-se para ela com um sorriso discreto. — Já faz um tempo que você está aqui.Amy ergueu as sobrancelhas, surpresa com o lembrete. — Nem me fale. Parece que foi ontem que eu estava tropeçando na frente do mercado pela primeira vez. — Amy riu lembrando da primeira vez que viu Einar. — E pensar que anos depois, continuo escorregando.Einar deu uma risada baixa, assentindo. — Mas agora você anda como se fizesse parte deste lugar. Quase uma islandesa de verdade. — Einar sorriu ladino. — Apesar dos escorregões ainda frequentes.Os dois riram juntos, mas a alegria deu lugar a um
O sol refletia suavemente nas paisagens brancas de Grímsey, uma pequena ilha isolada que agora era o refúgio de Amy. Aos 24 anos, ela havia se tornado uma mulher diferente. Sua vida antes repleta de holofotes, grandes shows e turnês mundiais, agora era marcada pela serenidade e pelo som do vento cortando as montanhas geladas.Amy caminhava pela trilha que levava à casa do seu mais novo amigo e confidente, que ficava próxima ao mar. O aroma fresco de pinho e sal invadia seus pulmões enquanto ela sentia o casaco grosso proteger sua pele do frio cortante. Era difícil acreditar que já haviam se passado quatro anos desde que decidira largar tudo para se reencontrar.Ao longe, ela avistou Einar empilhando lenha perto da casa. Ele levantou o olhar e, ao vê-la, abriu um largo sorriso, o tipo de sorriso que aquecia até os dias mais frios. Einar, com seus cabelos loiros bagunçados e barba curta, agora falava inglês com uma fluência impressionante, e Amy, por sua vez, dominava o islandês com mae
Marcus definhou por um bom tempo após o término com Amy, ele não sabia para onde ir, o que deveria fazer, ou como deveria fazer, a única certeza que ele tinha era que havia uma pessoa que dependia dele, que precisava que ele lutasse contra todo aquele sentimento e que se recuperasse.Sophie voltara a ser fechada quando Marcus entrou no loop de depressão, e ver sua pequena filha voltar a ser fechada o fez acordar para vida. Sophie precisava de um pai, precisava de alguém que desse o que ela mais queria e precisava, amor.Um dia, logo após ver sua filha chegar em casa com os olhos úmidos por conta do choro, Marcus perguntou o que havia acontecido, então Sophie simplesmente gritou a plenos pulmões que era culpa dele, que sempre era.Tinha sido um dia de pais e filhos na escola, e ela era a única criança sozinha, a única que o pai sequer se importava se ela estava bem ou não. Sophie chorou, chorou como se aquilo doesse mais do que um enorme corte, chorou como se seu coração tivesse sido q
Zoe nunca imaginou que viver um romance seria tão... público. Desde que assumira seu relacionamento com Ethan, os holofotes estavam mais brilhantes do que nunca. As manchetes pipocavam em todos os sites e revistas de fofoca: “Zoe Smith está namorando o gerente da melhor amiga! Veja detalhes do casal improvável que conquistou Hollywood”“Atriz é vista com namorado em clima descontraído: casamento à vista?”“Zoe Smith está grávida? Entenda por que ela decidiu assumir o relacionamento agora.”As especulações iam desde o fato de Ethan ser “fora do padrão” para Zoe — um gerente dedicado, mas sem o encanto da indústria cinematográfica — até teorias absurdas sobre como Zoe teria decidido namorá-lo para escapar dos paparazzi. Havia até fotos antigas, tiradas antes de eles se tornarem um casal, mostrando encontros casuais que, na época, não pareciam suspeitos. “Amigos ou algo mais?” era o que as manchetes questionavam agora, com a vantagem do retrospecto. No entanto, nada disso parecia a
As manhãs em Grímsey eram silenciosas, banhadas pela luz pálida do sol de inverno. Amy começava cada dia em sua pequena hospedagem, envolta em camadas de roupas quentes, com uma caneca de chá nas mãos enquanto esperava pela chegada de Einar. Ele aparecia pontualmente, batendo levemente à porta com um sorriso tímido, uma pasta repleta de papéis e um dicionário islandês debaixo do braço. — Góðan daginn, Amy — cumprimentava ele, com um entusiasmo que sempre arrancava risadas dela. — Bom dia, Einar! — ela respondia, tentando imitar a pronúncia. Ele apenas ria e corrigia pacientemente. A pequena pousada onde Amy morava se transformava em uma sala de aula improvisada. Einar ensinava com paciência, apontando palavras e frases simples, repetindo até que Amy se sentisse confortável. — Ég er Amy Summers. Ég kenni tónlist. — Eu sou Amy Summers. Eu ensino música — repetia ela, lentamente. Einar sorria, encorajando-a. — Excelente! Mas tente isso: Ég er ekki Aurora, ég er bara Amy.Amy
Amy estava deitada na cama do seu pequeno quarto alugado, segurando o telefone enquanto ouvia a voz suave de sua mãe. O frio lá fora contrastava com o calor que sentia ao ouvir Melissa do outro lado da linha. Ela tomou um fôlego profundo antes de iniciar a conversa.— Mãe, acho que... encontrei algo que talvez dê um propósito para a minha vida — disse Amy, com uma mistura de animação e incerteza.Do outro lado, Melissa fez uma pausa, como se estivesse tentando entender o que aquilo significava. — E o que é, querida? Conte-me tudo.Amy sorriu ao lembrar do dia anterior. — Ontem eu tive um pequeno acidente. Escorreguei no gelo enquanto fazia compras no mercadinho, e um jovem islandês chamado Einar veio me ajudar. Ele estava com um inglês bem enferrujado e usou um aplicativo para me sugerir trocar as botas escorregadias — ela riu, recordando o momento. — Foi um encontro engraçado e, ao mesmo tempo, tão genuíno.Melissa riu junto com a filha. — E o que houve depois?— Ele se ofereceu pa
O céu sobre Grímsey estava claro, um manto de azul infinito que tornava a paisagem ainda mais impressionante. Amy seguiu ao lado de Einar, observando os detalhes da pequena vila enquanto o jovem islandês explicava cada ponto com entusiasmo discreto, mas palpável. Era fácil perceber o orgulho que ele tinha de sua terra, e esse sentimento a contagiava.A primeira parada foi no píer da ilha. Einar mostrou onde os barcos de pesca atracavam diariamente, enquanto Amy observava o mar frio e as embarcações desgastadas, mas bem cuidadas. Ele explicava com calma, escolhendo cuidadosamente as palavras em inglês, contando sobre o modo de vida dos pescadores locais, como cada família tinha uma pequena participação no abastecimento da ilha.— Aqui, cada um ajuda no que pode. Fazemos o que é necessário para manter todos bem. — Einar gesticulou para o horizonte, com o olhar distante e cheio de respeito por aquele lugar. Amy sorriu, entendendo o que ele queria dizer. Ali, em Grímsey, a vida parecia g
Do lado de fora da mansão, Ethan se movia de um lado para o outro, olhando nervosamente para o buquê de rosas em suas mãos. Ele estava impecavelmente vestido, com uma camisa escura e um blazer casual, que combinavam com seu estilo descontraído, mas claramente cuidadoso para a ocasião. A cada poucos segundos, ajustava o buquê ou tentava endireitar a postura, como se buscasse a dose perfeita de descontração e charme para impressionar Zoe. Ele olhou para a porta, o coração acelerado ao pensar em como seria finalmente ter um encontro de verdade com ela.Então, finalmente, Zoe apareceu na entrada da mansão. Ela estava deslumbrante, usando um vestido preto longo, com um corte clássico e um toque de sofisticação, que moldava perfeitamente seu corpo. Uma fina corrente de ouro pendia do pescoço dela, complementando o brilho natural de sua pele. O cabelo ruivo, solto e cuidadosamente arrumado, caía sobre os ombros, e seu perfume, sexy e envolvente, se espalhava sutilmente pelo ar.Ao vê-la, Eth
Enquanto Amy caminhava pelo mercadinho pequeno, os olhos correndo por prateleiras de produtos locais, ela se perguntava o que cada item realmente significava. Era tudo diferente ali, e esse novo ar de descoberta a empolgava. Ao sair do mercadinho, contudo, ela não notou a fina camada de gelo no chão, e antes que pudesse reagir, seus pés deslizaram, e ela foi ao chão, caindo com um pequeno grito.— Cuidado! — Uma voz masculina soou por perto, e, em segundos, um par de mãos a ajudava a se levantar. Amy se virou para ver quem era, e seus olhos encontraram um rapaz loiro, de pele clara e olhar atento, que aparentava ter a sua idade. Ele perguntou algo rapidamente, com uma expressão preocupada, mas Amy franziu o cenho, confusa. Ela sequer entendia o que ele estava falando.— Desculpa… eu… eu não entendo… — murmurou, envergonhada. O rapaz percebeu o mal-entendido e repetiu a pergunta em inglês, embora com um leve sotaque e um vocabulário que demonstrava ser um pouco enferrujado:— Você… est