Eram 10 horas da manhã, seu coração batia aceleradamente e suas mãos suavam. Amy estava na frente da casa onde viveu mais da metade da sua vida, mas não tinha coragem para entrar. Fazia dois anos desde que tinha saído de casa em busca de seu sonho, e desde então nunca havia voltado para sua casa, mesmo tendo shows na cidade, se recusava a entrar na casa, por algum motivo sempre estava exitante, preferia dar alguma desculpa e pedir para que sua mãe e padrasto a encontrassem onde estava hospedada. Amy estava tão absorta em seus pensamentos que não ouviu os passos se aproximando da porta e então a abrindo. — Amy? — Charles estava com um saco na mão pronto para jogá-lo na lata de lixo, mas quando viu sua enteada seu coração parou por alguns segundos. Amy o olhou assustada por ter sido pega de surpresa. O homem a sua frente parecia mais forte que o normal, e parecia mais velho também. Por alguns segundos se permitiu analisar o rosto do padrasto sentindo o coração acelerado. Sua bar
— Papai, você me ama? — Sophie perguntou baixinho quando o seu pai entrou no quarto.— Claro que eu amo. — Marcus disse sentindo-se ansioso. — Eu a amo mais do que tudo nesse mundo.Marcus se sentou ao lado de Sophie e desabotoou o terno. Então esticou as pernas e puxou a filha para o seu colo a abraçando apertado. Por alguns minutos ficou apenas em silêncio enquanto abraçava a filha e sentia a sua presença. Não sabia dizer quando tinha sido a última vez que tinha feito aquilo, e se sentia um péssimo pai por perceber aquilo.— Eu sinto muito minha pequena estrela. — Marcus disse enquanto tirava alguns fios de cabelo que estavam no rosto da pequena. — Eu sei que o papai anda muito ocupado com o trabalho, mas eu prometo que irei mudar. Tudo bem? Terei mais tempo para passar com você.— Mas o papai sempre fala isso. — Abaixou o olhar cabisbaixa. — O papai sempre fala que vai ter um tempo para mim, mas nunca tem. O seu trabalho é sempre mais importante, igual a hoje.— Filha… — Marcus com
— Papai, o que acha desse vestido com esses sapatos? — Sophie correu animada até o pai. Marcus estava sentado em uma poltrona na loja após sentir-se cansado de tanto andar. Ao seu lado estava 25 sacolas de presentes, todas etiquetadas com os nomes de cada uma das crianças. Faltava apenas uma, uma garotinha que possuía a mesma idade de Sophie, o que a fez ficar ainda mais animada.— Você gostaria de usar esse vestido e esse sapato? — Marcus perguntou olhando o conjunto que a filha escolheu.— SIM! — Disse alegremente. — Eu gosto muito da cor roxa, e o sapatinho tem um laço muito fofo!Marcus riu diante das palavras da filha e assentiu para a vendedora que acompanhava Sophie incansavelmente. O magnata sentiu pena da moça que andava para lá e para cá atrás de uma criança extremamente animada.Não demorou muito para que o último conjunto fosse colocado em um pacote de presente e etiquetado. Marcus pediu para que as compras fossem enviadas para a sua casa que Grace receberia e as guardari
Eram 8 horas da manhã quando Amy acordou com os primeiros raios de sol entrando pelas frestas da janela de seu antigo quarto. Sentindo-se nostálgica, ela olhou ao redor, absorvendo cada detalhe que a fazia sentir-se em casa. Era tão estranho e reconfortante ver o seu antigo quarto ao acordar, ver que em dois anos nada havia sido mexido, tudo estava exatamente da mesma forma como ela havia deixado. Levantou-se preguiçosamente e desceu as escadas, sentindo o cheiro inconfundível de pão feito por Charles e, ao fundo, um leve cheiro doce do bolo de laranja. Um sorriso instantâneo tomou conta do rosto da cantora e o peito ficou mais leve. Estava com saudades de sentir aquela paz.Quando entrou na cozinha, encontrou Charles e Melissa finalizando o café da manhã. Eles estavam concentrados em seus afazeres, e a visão da cena familiar a fez sentir-se ainda mais em casa.— Bom dia! — Disse Amy com um sorriso, anunciando sua presença.Charles e Melissa se viraram, surpresos por vê-la acordada
20 de fevereiro de 2014— Prometo ser rápido. — Jhon sorriu dando um beijo rápido em Melissa. — Vou levar o carro no mecânico e de lá irei buscar Amy na casa da amiguinha dela.— Não me sinto confortável com você andando com o carro nesse estado. — Melissa disse cruzando os braços. — Chame um guincho, ou peça para o mecânico vir aqui. — Está tudo bem, querida. — Jhon a abraçou e a encarou. — O mecânico é aqui perto, não terá nenhum problema.— Eu odeio essa sua teimosia. — Melissa bufou revirando os olhos. — Não gosto disso, estou com um pressentimento ruim.— Nada vai acontecer, querida. — Jhon a beijou e então se afastou para pegar a chave. — Eu te amo! Não fique pensando besteiras.Jhon saiu da casa com um enorme sorriso no rosto, diferente de Melissa que estava com uma carranca em seu rosto e uma das mãos em seu peito apertando a fina camisa florida. Tinha um sentimento estranho e não gostava nada daquilo. O festival ainda não tinha acabado, então ainda havia algumas barracas de
17 de fevereiro de 2019— Querida, tem certeza de que deseja ter nossa filha em Oakland? — Marcus perguntou preocupado. — Seus exames de sangue foram preocupantes. Se quiser, podemos pegar um jatinho e voltar para Los Angeles ou irmos para outra cidade que tenha bons hospitais.Rose sorriu fraco enquanto acariciava a barriga em frente ao espelho. Estava tentando esconder o nervosismo perante o marido, não queria o alertar.— Está tudo bem, querido. — Rose encarou Marcus e caminhou calmamente até ele. — Os médicos de Oakland são muito bons, eu me consultei diversas vezes com eles. Sei que eles farão um trabalho excelente.— Ainda não entendendo o motivo de escolher uma cidade tão afastada para ter nossa filha. — Marcus suspirou e começou a arrumar a mala com as roupas de Rose e outra com roupinhas e fraldas para a bebê.Rose olhou para Marcus com o coração pesado. O motivo dela escolher Oakland era que em uma viagem até a cidade para ver um festival algumas semanas antes, Marcus preciso
20 de fevereiro de 2019Rose estava folheando seu livro enquanto suas pernas estavam em cima das pernas de Marcus, que trabalhava em seu notebook. Uma pontada na barriga de Rose a fez entrar em alerta e retrair as pernas enquanto respirava fundo. Na mesma hora, Marcus parou o que estava fazendo e encarou a esposa.— O que foi? — Marcus olhou Rose soltar o livro e se levantar com dificuldade.— A bolsa estourou. — Disse enquanto olhava para a poltrona, que agora tinha uma pequena área molhada.Marcus paralisou, encarando a poltrona, e Rose sentiu o coração acelerar. Não esperava que Sophie viesse naquele dia; esperava que tivesse mais dois ou três dias ao lado de Marcus antes de ter que encarar a sala de parto.— Vamos para o hospital. — Marcus se levantou apressado e de forma desengonçada. — Está sentindo contrações? Todas as suas coisas e de Sophie estão arrumadas?Marcus corria de um lado para o outro no quarto enquanto Rose apenas encarava a área molhada e sentia um líquido quente
Marcus acordou cedo, muito mais cedo do que o costume. Olhou brevemente o horário e suspirou: cinco da manhã. Dia 20 de fevereiro de 2024. Oficialmente cinco anos desde a morte de Rose.Tinha se tornado um hábito levantar-se tão cedo naquela data, tomar um banho, vestir um terno todo preto e pegar um avião para Oakland. O dia 20 de fevereiro era um completo mar de escuridão na vida de Marcus, ele sequer se lembrava do aniversário da filha, o que deixava Grace e o senhor e senhora Caldwell extremamente irritados.Em Oakland, Amy se levantava da cama com um sentimento de saudade. Já não se sentia tão abalada com o dia em si, mas a saudade nunca a deixava. Com dificuldade, ela se levantou, prendeu o cabelo, colocou um conjunto de moletom, tênis de corrida e puxou o capuz sobre a cabeça.Ela saiu calmamente de casa e caminhou até a floricultura perto do cemitério. Comprou um buquê de lírios-brancos, os preferidos de seu pai. Enquanto isso, Marcus estava embarcando no avião. Ele deixou um