17 de fevereiro de 2019— Querida, tem certeza de que deseja ter nossa filha em Oakland? — Marcus perguntou preocupado. — Seus exames de sangue foram preocupantes. Se quiser, podemos pegar um jatinho e voltar para Los Angeles ou irmos para outra cidade que tenha bons hospitais.Rose sorriu fraco enquanto acariciava a barriga em frente ao espelho. Estava tentando esconder o nervosismo perante o marido, não queria o alertar.— Está tudo bem, querido. — Rose encarou Marcus e caminhou calmamente até ele. — Os médicos de Oakland são muito bons, eu me consultei diversas vezes com eles. Sei que eles farão um trabalho excelente.— Ainda não entendendo o motivo de escolher uma cidade tão afastada para ter nossa filha. — Marcus suspirou e começou a arrumar a mala com as roupas de Rose e outra com roupinhas e fraldas para a bebê.Rose olhou para Marcus com o coração pesado. O motivo dela escolher Oakland era que em uma viagem até a cidade para ver um festival algumas semanas antes, Marcus preciso
20 de fevereiro de 2019Rose estava folheando seu livro enquanto suas pernas estavam em cima das pernas de Marcus, que trabalhava em seu notebook. Uma pontada na barriga de Rose a fez entrar em alerta e retrair as pernas enquanto respirava fundo. Na mesma hora, Marcus parou o que estava fazendo e encarou a esposa.— O que foi? — Marcus olhou Rose soltar o livro e se levantar com dificuldade.— A bolsa estourou. — Disse enquanto olhava para a poltrona, que agora tinha uma pequena área molhada.Marcus paralisou, encarando a poltrona, e Rose sentiu o coração acelerar. Não esperava que Sophie viesse naquele dia; esperava que tivesse mais dois ou três dias ao lado de Marcus antes de ter que encarar a sala de parto.— Vamos para o hospital. — Marcus se levantou apressado e de forma desengonçada. — Está sentindo contrações? Todas as suas coisas e de Sophie estão arrumadas?Marcus corria de um lado para o outro no quarto enquanto Rose apenas encarava a área molhada e sentia um líquido quente
Marcus acordou cedo, muito mais cedo do que o costume. Olhou brevemente o horário e suspirou: cinco da manhã. Dia 20 de fevereiro de 2024. Oficialmente cinco anos desde a morte de Rose.Tinha se tornado um hábito levantar-se tão cedo naquela data, tomar um banho, vestir um terno todo preto e pegar um avião para Oakland. O dia 20 de fevereiro era um completo mar de escuridão na vida de Marcus, ele sequer se lembrava do aniversário da filha, o que deixava Grace e o senhor e senhora Caldwell extremamente irritados.Em Oakland, Amy se levantava da cama com um sentimento de saudade. Já não se sentia tão abalada com o dia em si, mas a saudade nunca a deixava. Com dificuldade, ela se levantou, prendeu o cabelo, colocou um conjunto de moletom, tênis de corrida e puxou o capuz sobre a cabeça.Ela saiu calmamente de casa e caminhou até a floricultura perto do cemitério. Comprou um buquê de lírios-brancos, os preferidos de seu pai. Enquanto isso, Marcus estava embarcando no avião. Ele deixou um
— Talvez… melhorar meu relacionamento com minha filha. — Disse olhando para as mãos envergonhado.— Melhorar? — O encarou. — Vocês não têm uma relação de pai e filha?— Para falar a verdade, eu sou um péssimo pai. — Suspirou olhando para Amy, os olhos verdes agora baixos e tristes. — Desde que Rose faleceu, eu acabei me afastando de tudo e todos. — Respirou fundo como se aquilo o estivesse sufocando. — Nos últimos cinco anos eu estive mais no escritório do que em casa, e a alguns dias, Sophie chorou para nossa governanta dizendo que não tinha como sentir falta da mãe dela, já que nunca a conheceu, mas que ela sentia minha falta.Amy se sentiu tocada com aquilo e levou sua mão até a mão de Marcus e a apertou gentilmente. Marcus não recuou, aceitou ser amparado pela jovem cantora.— Eu venho visitar minha esposa todos os anos, mas nunca trouxe Sophie porque tive medo que ela pudesse se ressentir de alguma forma. — Marcus mordeu o lábio e suspirou. — Não quero que ela sinta culpa por sua
Sophie tinha acordado relativamente cedo naquele dia. Estava ansiosa por ser seu aniversário e só de imaginar que no dia seguinte veria sua cantora predileta fazia seu coração palpitar.Assim que saiu de sua cama, foi direto para o quarto de seu pai, mas o encontrou vazio. Automaticamente seu coração murchou ao imaginar que ele pudesse ter esquecido do seu aniversário.Caminhou lentamente até a sala de jantar não querendo criar expectativas sobre a possibilidade de seu pai estar em casa e assim que chegou ao cômodo, seus avós paternos estavam sentados na mesa conversando com Grace.— Vovô e vovó! — Sophie disse animada correndo até os avós que levaram um leve susto com a chegada repentina da menina.— Minha princesa! — Benjamin esticou os braços para um abraço.Sophie pulou nos braços de seu avô, recebendo um abraço apertado e caloroso. Benjamin a levantou do chão, girando-a no ar, e ela riu alegremente. Grace e Charlotte, que estavam sentadas à mesa, sorriram ao ver a animação da meni
Naquele dia o sol nasceu radiante, iluminando o céu de Los Angeles com um brilho especial. O hospital estava todo enfeitado para o evento de caridade, com balões coloridos, faixas e cartazes espalhados por todos os lados. O clima era de celebração e esperança, e todos estavam ansiosos pela chegada da convidada especial, a cantora Aurora, que traria alegria e inspiração para as crianças do hospital.Sophie acordou cedo, ainda mais animada do que no dia anterior. Ela sabia que o dia seria inesquecível, pois finalmente conheceria sua ídola pessoalmente, e estava ainda mais ansiosa por saber que Aurora a conhecia e até mesmo havia feito um vídeo de parabéns para ela. Grace ajudou a menina a se vestir com seu melhor vestido, um lindo vestido rosa com detalhes em renda e pequenos brilhos que faziam Sophie se sentir uma princesa.— Você está linda, minha querida. — Grace disse, ajeitando o laço no cabelo de Sophie. — Hoje será um dia muito especial.— Obrigada, Grace. — Sophie respondeu, com
Sophie estava com os olhos lacrimejando quando se aproximou de Amy que a pegou no colo. Marcus estava há 4 passos de distância com medo que o peso de Sophie fosse demais para o pequeno e frágil corpo da cantora. Diversos fotógrafos capturavam aquela cena e vários aplausos eram ouvidos. Apesar de ter sido uma surpresa, Marcus sorria internamente por poder proporcionar aquele momento que seria tão especial para sua filha.Sophie chorava abraçada ao pescoço de Amy enquanto ela tentava a acalmar com leves batidinhas em suas costas.— Parabéns princesa, você ganhou. — Amy sussurrou e deu um beijo em sua bochecha. — Não está feliz de ter ganhado?— Acho que isso é um sonho. — A voz embargada da doce menina pode ser ouvida pelo pai que não aguentou e riu fazendo Amy olhar para ele de forma séria.Os fotógrafos e repórteres que estavam ali ficaram impressionados com o que estavam vendo, fazia cinco anos desde a última risada sincera de Marcus, e muitos repórteres de fofocas capturaram o exat
Amy foi acordada por Zoe que pulou em sua cama. Era o dia de sair com Sophie e Marcus, mas esperava que pudesse dormir até umas dez da manhã antes de se arrumar e ir ao encontro deles.— Zoe! — Amy murmurou tentando puxar o edredom, sem sucesso.— Acorda preguiçosa. — Zoe cantarolou enquanto deitava em cima de Amy. — São oito e meia da manhã, vamos aproveitar.— Eu achei que poderia acordar mais tarde. — Amy encarou Zoe que deu um sorriso. — Irá mais tarde para o set?— Minhas cenas são durante o entardecer e a noite, então não preciso me preocupar. — Zoe saiu de cima de Amy e se sentou na cama. — Queria poder tomar café da manhã e sair para correr pelo condomínio com minha amiga.— E o que mais? — Amy semicerrou os olhos enquanto se sentava na cama. — Você não teria acordado tão cedo apenas para tomar café da manhã comigo.— Falando assim me faz parecer que sou uma péssima amiga. — Zoe fez um biquinho, mas Amy cruzou os braços e ergueu uma das sobrancelhas. — Tudo bem, admito que est