O tapete vermelho da premiação estava repleto de flashes e vozes ansiosas, enquanto jornalistas e fãs se aglomeravam para ver as maiores estrelas da noite. Entre elas, Zoe brilhava como nunca. Seu vestido longo e prateado refletia a luz das câmeras a cada movimento, e sua presença era magnética. Mas, por dentro, seu coração batia acelerado, ansiosa pelo que aconteceria em poucas horas.Ela não era estranha àquele tipo de evento. Já havia comparecido a dezenas de premiações, dado entrevistas e feito discursos. Mas aquela noite era diferente. Era a primeira vez que concorria ao prêmio de Melhor Atriz do Ano. E, pela primeira vez, sentia um frio na barriga que não conseguia controlar.Do outro lado do salão, Ethan observava Zoe de longe. Ele havia conseguido um assento privilegiado, cortesia de sua conexão com a indústria musical e sua proximidade com Amy. Ele conhecia a rotina frenética de premiações, mas nunca havia estado em uma voltada para o cinema. Ainda assim, ali estava ele, vest
Charles e Melissa achavam que a vida pacata de Oakland era tudo o que eles sonhavam e precisavam, até conhecerem Los Angeles e finalmente conseguirem ter os sonhos mais profundos deles realizados. Agora, sentados na varanda de uma de suas padarias, observando as luzes da cidade acenderem enquanto o sol se punha, eles se permitiam um momento de gratidão. A brisa suave da noite carregava o cheiro de pão recém-saído do forno e café, um lembrete silencioso do que haviam conquistado.Ter Amy por perto novamente tornava tudo ainda mais especial. Depois de tanto tempo sentindo sua falta, eles agora tinham a filha de volta, podendo vê-la sempre que quisessem. Em alguns momentos, Melissa se pegava pensando em como era tudo quando Amy começara no mundo da música. O primeiro show, a primeira vez que voltou para casa depois de tanto tempo… até mesmo a vez que ela decidiu ir embora, largar a carreira e se redescobrir. Foram quase cinco anos de muita angústia, sem saber ao certo se voltaria para ca
O vento frio cortava as ruas silenciosas de Grímsey enquanto Einar caminhava em direção ao porto. O dia começava cedo na ilha, e ele já estava acostumado à rotina tranquila que a vida ali oferecia. Após meses turbulentos, sentia-se em paz novamente, apreciando cada detalhe do seu cotidiano.Seu trabalho como pescador e guia turístico o mantinha ocupado, e, sempre que podia, visitava sua pequena sobrinha. A menina era a alegria da família, engatinhando alegremente dentro de casa e rindo de qualquer coisa boba que o tio fizesse. Passar tempo com ela o fazia perceber como a simplicidade da vida ainda o encantava. Nos finais de tarde, quando o sol tingia o céu com tons alaranjados, ele gostava de sentar-se à beira do mar, observando as ondas quebrando contra as pedras, sentindo-se conectado com aquele lugar que sempre foi seu lar.Mas, mesmo em meio a toda essa serenidade, havia uma inquietação silenciosa dentro dele. Nos últimos dias, ele havia pensado bastante em Amy. Ele se lembrava da
O vento frio de Grimsey soprava contra a janela da casa de Einar enquanto ele se acomodava no sofá, aproveitando seu raro dia de folga. Havia uma xícara de café quente em suas mãos, e ele estava prestes a abrir um livro quando o celular vibrou sobre a mesa de centro.Amy Summers.Um sorriso se formou em seu rosto ao ver o nome dela brilhando na tela. Fazia meses desde a última vez que conversaram de verdade. Ele deslizou o dedo para atender e logo a tela iluminou-se com o rosto familiar da amiga. Amy parecia radiante, com os cabelos soltos e um moletom confortável, o fundo da chamada mostrava um sofá luxuoso, provavelmente de sua imensa e luxuosa mansão em Los Angeles.— Você ainda está vivo! — Amy brincou, rindo. — Achei que tivesse sido engolido pelo mar ou virado um eremita.— E você ainda fala rápido demais. Meu inglês está enferrujado, preciso de você para praticar. — Einar respondeu, seu sorriso se alargando.— Eu também preciso de você! — Ela suspirou. — Sinto tanta falta da ca
Amy mal teve tempo de respirar nas últimas semanas. Sua agenda estava um caos — turnês, ensaios, entrevistas, reuniões. O tempo parecia escapar por entre seus dedos, e, no meio disso tudo, ela mal conseguia ver Marcus e Sophie. Era como se sua vida tivesse se tornado um ciclo interminável de voos, palcos iluminados e noites solitárias em quartos de hotel.Naquela noite, no entanto, ela finalmente estava em casa. A mansão que dividia com Zoe e seus pais parecia mais silenciosa do que o normal. Zoe havia saído para um evento, seus pais estavam em um jantar romântico em um restaurante Michelin em Los Angeles, e Amy se jogou no sofá, exausta. O estofado macio parecia abraçá-la, mas nem mesmo o conforto da própria casa conseguia aliviar o peso da exaustão. Seus olhos vagaram pelo teto, enquanto sua mente se enchia de pensamentos sobre as últimas semanas.Seus dedos deslizaram automaticamente pelo celular, e ela abriu a conversa com Marcus. A última mensagem trocada entre eles era de dois d
— Morar juntos? — Amy repetiu, piscando algumas vezes, tentando absorver a ideia. Seu coração acelerou com a proposta repentina, e ela desviou o olhar por um instante, buscando as palavras certas. — Mas eu não queria ficar longe dos meus pais. Já passo tanto tempo fora…Marcus sorriu de leve, como se já esperasse aquela resposta. Ele entrelaçou os dedos aos dela e a puxou suavemente para mais perto, querendo que ela sentisse sua segurança.— E quem disse que você precisa ficar longe deles? — Ele ergueu a sobrancelha, seus olhos brilhando com ternura. — Eu posso comprar uma mansão no mesmo condomínio de novo. Assim, você pode me ver todos os dias e ainda estar perto deles. E quem sabe, até trazer seus pais para jantar sempre que quiser.Os olhos de Amy brilharam com a proposta. A ideia de ter o melhor dos dois mundos soava como um sonho.— Você faria isso? — A empolgação transparecia na sua voz, e ela apertou levemente as mãos dele, como se quisesse garantir que era real.— Faço qualqu
Amy arrumou a mesa com carinho, garantindo que tudo estivesse perfeito para o jantar em família. As velas estavam acesas, a comida servida e a atmosfera aconchegante. Ela passou um olhar atento sobre os detalhes, certificando-se de que cada talher estava no lugar certo e o aroma delicioso dos pratos preparados enchesse o ambiente com um calor acolhedor. Quando Marcus chegou, recebeu um sorriso radiante de Amy, que o puxou para dentro, sentindo um calor familiar em seu peito. O aroma da comida tornava tudo ainda mais especial, criando uma sensação de lar.— Estou feliz que veio. — Ela segurou a mão dele, entrelaçando seus dedos, o olhar brilhando de expectativa.— Eu não perderia isso por nada. — Ele beijou sua testa, sentindo-se em casa ao lado dela.Durante o jantar, entre risadas e conversas animadas, Amy e Marcus compartilharam a novidade de forma natural, mas não menos emocionante. Zoe e Melissa estavam envolvidas na conversa, perguntando sobre os pratos, comentando sobre o sabor
Amy olhava para as nuvens através da janela minúscula do avião e se perguntava o que exatamente estava fazendo de sua vida. Era estranho pensar que dois anos atrás tinha ido para Los Angeles apenas com uma bolsa de roupa, o violão de seu pai e uma promessa feita para si mesma.A garota havia saído de Oakland assim que fez 18 anos, sendo incentivada por seu padrasto e sua mãe. Foram longos meses treinando antes de finalmente colocar os pés em um palco, aos 19 anos. Ainda se lembrava da sensação de entrar em um palco para fazer a abertura do show de outra cantora que já estava no ramo há mais de 10 anos.Ser ovacionada após cantar uma música antiga dessa mesma cantora, seu coração saltava como se tivesse levado um susto. Seus pelos se arrepiaram e ela finalmente percebeu que ser cantora era algo que a deixava animada.Mas meses após lançar sua carreira, Amy se perguntava se ela gostava realmente de ser cantora, ou se aquilo era só fruto de uma promessa feita para seu pai.Após a morte d