— Papai, o que acha desse vestido com esses sapatos? — Sophie correu animada até o pai. Marcus estava sentado em uma poltrona na loja após sentir-se cansado de tanto andar. Ao seu lado estava 25 sacolas de presentes, todas etiquetadas com os nomes de cada uma das crianças. Faltava apenas uma, uma garotinha que possuía a mesma idade de Sophie, o que a fez ficar ainda mais animada.— Você gostaria de usar esse vestido e esse sapato? — Marcus perguntou olhando o conjunto que a filha escolheu.— SIM! — Disse alegremente. — Eu gosto muito da cor roxa, e o sapatinho tem um laço muito fofo!Marcus riu diante das palavras da filha e assentiu para a vendedora que acompanhava Sophie incansavelmente. O magnata sentiu pena da moça que andava para lá e para cá atrás de uma criança extremamente animada.Não demorou muito para que o último conjunto fosse colocado em um pacote de presente e etiquetado. Marcus pediu para que as compras fossem enviadas para a sua casa que Grace receberia e as guardari
Eram 8 horas da manhã quando Amy acordou com os primeiros raios de sol entrando pelas frestas da janela de seu antigo quarto. Sentindo-se nostálgica, ela olhou ao redor, absorvendo cada detalhe que a fazia sentir-se em casa. Era tão estranho e reconfortante ver o seu antigo quarto ao acordar, ver que em dois anos nada havia sido mexido, tudo estava exatamente da mesma forma como ela havia deixado. Levantou-se preguiçosamente e desceu as escadas, sentindo o cheiro inconfundível de pão feito por Charles e, ao fundo, um leve cheiro doce do bolo de laranja. Um sorriso instantâneo tomou conta do rosto da cantora e o peito ficou mais leve. Estava com saudades de sentir aquela paz.Quando entrou na cozinha, encontrou Charles e Melissa finalizando o café da manhã. Eles estavam concentrados em seus afazeres, e a visão da cena familiar a fez sentir-se ainda mais em casa.— Bom dia! — Disse Amy com um sorriso, anunciando sua presença.Charles e Melissa se viraram, surpresos por vê-la acordada
20 de fevereiro de 2014— Prometo ser rápido. — Jhon sorriu dando um beijo rápido em Melissa. — Vou levar o carro no mecânico e de lá irei buscar Amy na casa da amiguinha dela.— Não me sinto confortável com você andando com o carro nesse estado. — Melissa disse cruzando os braços. — Chame um guincho, ou peça para o mecânico vir aqui. — Está tudo bem, querida. — Jhon a abraçou e a encarou. — O mecânico é aqui perto, não terá nenhum problema.— Eu odeio essa sua teimosia. — Melissa bufou revirando os olhos. — Não gosto disso, estou com um pressentimento ruim.— Nada vai acontecer, querida. — Jhon a beijou e então se afastou para pegar a chave. — Eu te amo! Não fique pensando besteiras.Jhon saiu da casa com um enorme sorriso no rosto, diferente de Melissa que estava com uma carranca em seu rosto e uma das mãos em seu peito apertando a fina camisa florida. Tinha um sentimento estranho e não gostava nada daquilo. O festival ainda não tinha acabado, então ainda havia algumas barracas de
17 de fevereiro de 2019— Querida, tem certeza de que deseja ter nossa filha em Oakland? — Marcus perguntou preocupado. — Seus exames de sangue foram preocupantes. Se quiser, podemos pegar um jatinho e voltar para Los Angeles ou irmos para outra cidade que tenha bons hospitais.Rose sorriu fraco enquanto acariciava a barriga em frente ao espelho. Estava tentando esconder o nervosismo perante o marido, não queria o alertar.— Está tudo bem, querido. — Rose encarou Marcus e caminhou calmamente até ele. — Os médicos de Oakland são muito bons, eu me consultei diversas vezes com eles. Sei que eles farão um trabalho excelente.— Ainda não entendendo o motivo de escolher uma cidade tão afastada para ter nossa filha. — Marcus suspirou e começou a arrumar a mala com as roupas de Rose e outra com roupinhas e fraldas para a bebê.Rose olhou para Marcus com o coração pesado. O motivo dela escolher Oakland era que em uma viagem até a cidade para ver um festival algumas semanas antes, Marcus preciso
20 de fevereiro de 2019Rose estava folheando seu livro enquanto suas pernas estavam em cima das pernas de Marcus, que trabalhava em seu notebook. Uma pontada na barriga de Rose a fez entrar em alerta e retrair as pernas enquanto respirava fundo. Na mesma hora, Marcus parou o que estava fazendo e encarou a esposa.— O que foi? — Marcus olhou Rose soltar o livro e se levantar com dificuldade.— A bolsa estourou. — Disse enquanto olhava para a poltrona, que agora tinha uma pequena área molhada.Marcus paralisou, encarando a poltrona, e Rose sentiu o coração acelerar. Não esperava que Sophie viesse naquele dia; esperava que tivesse mais dois ou três dias ao lado de Marcus antes de ter que encarar a sala de parto.— Vamos para o hospital. — Marcus se levantou apressado e de forma desengonçada. — Está sentindo contrações? Todas as suas coisas e de Sophie estão arrumadas?Marcus corria de um lado para o outro no quarto enquanto Rose apenas encarava a área molhada e sentia um líquido quente
Marcus acordou cedo, muito mais cedo do que o costume. Olhou brevemente o horário e suspirou: cinco da manhã. Dia 20 de fevereiro de 2024. Oficialmente cinco anos desde a morte de Rose.Tinha se tornado um hábito levantar-se tão cedo naquela data, tomar um banho, vestir um terno todo preto e pegar um avião para Oakland. O dia 20 de fevereiro era um completo mar de escuridão na vida de Marcus, ele sequer se lembrava do aniversário da filha, o que deixava Grace e o senhor e senhora Caldwell extremamente irritados.Em Oakland, Amy se levantava da cama com um sentimento de saudade. Já não se sentia tão abalada com o dia em si, mas a saudade nunca a deixava. Com dificuldade, ela se levantou, prendeu o cabelo, colocou um conjunto de moletom, tênis de corrida e puxou o capuz sobre a cabeça.Ela saiu calmamente de casa e caminhou até a floricultura perto do cemitério. Comprou um buquê de lírios-brancos, os preferidos de seu pai. Enquanto isso, Marcus estava embarcando no avião. Ele deixou um
— Talvez… melhorar meu relacionamento com minha filha. — Disse olhando para as mãos envergonhado.— Melhorar? — O encarou. — Vocês não têm uma relação de pai e filha?— Para falar a verdade, eu sou um péssimo pai. — Suspirou olhando para Amy, os olhos verdes agora baixos e tristes. — Desde que Rose faleceu, eu acabei me afastando de tudo e todos. — Respirou fundo como se aquilo o estivesse sufocando. — Nos últimos cinco anos eu estive mais no escritório do que em casa, e a alguns dias, Sophie chorou para nossa governanta dizendo que não tinha como sentir falta da mãe dela, já que nunca a conheceu, mas que ela sentia minha falta.Amy se sentiu tocada com aquilo e levou sua mão até a mão de Marcus e a apertou gentilmente. Marcus não recuou, aceitou ser amparado pela jovem cantora.— Eu venho visitar minha esposa todos os anos, mas nunca trouxe Sophie porque tive medo que ela pudesse se ressentir de alguma forma. — Marcus mordeu o lábio e suspirou. — Não quero que ela sinta culpa por sua
Sophie tinha acordado relativamente cedo naquele dia. Estava ansiosa por ser seu aniversário e só de imaginar que no dia seguinte veria sua cantora predileta fazia seu coração palpitar.Assim que saiu de sua cama, foi direto para o quarto de seu pai, mas o encontrou vazio. Automaticamente seu coração murchou ao imaginar que ele pudesse ter esquecido do seu aniversário.Caminhou lentamente até a sala de jantar não querendo criar expectativas sobre a possibilidade de seu pai estar em casa e assim que chegou ao cômodo, seus avós paternos estavam sentados na mesa conversando com Grace.— Vovô e vovó! — Sophie disse animada correndo até os avós que levaram um leve susto com a chegada repentina da menina.— Minha princesa! — Benjamin esticou os braços para um abraço.Sophie pulou nos braços de seu avô, recebendo um abraço apertado e caloroso. Benjamin a levantou do chão, girando-a no ar, e ela riu alegremente. Grace e Charlotte, que estavam sentadas à mesa, sorriram ao ver a animação da meni