~Pov. Eris~
— Tavarres quer parar para descansar... – Victor diminuiu a velocidade da moro, pareando a que estávamos para dar o comunicado.
Os caminhões já estavam parando um pouco atrás. Luiz encostou por perto, e me ajudou a descer. Eu já estava toda dolorida de ter passado o dia todo sobre a moto, mas era muito melhor
~ Pov. Eris~Meu corpo estava frio e tremia, eu não sentia as minhas pernas e muito menos meus braços, um arrepio de pânico se alastrou por minhas costas e eu abri os meus olhos de supetão apenas para ter certeza que meus membros estavam intactos. A pouca luz que entrava pela minúscula janela deixava pouca coisa a mostra, o local fedia e o chão brilhava como se estivesse molhado.Eu estava em uma posição horrível sobre o chão e ao tentar me mover constei que não conseguiria, minhas mãos estavam presas em correntes ásperas bem acima da minha cabeça, minhas pernas estavam dobradas de um jeito estranho cujo eu não conseguiria me mover nem se quisesse. Meu corpo inteiro estava enxarcado, os cabelos molhados grudavam ao meu rosto e eu tremia, em Oncep não nevava mas era tão frio a noite capaz de matar um desprotegido, tortura.A minha frente tinha um balde com água e se levantasse o olhar ve
~Pov. Eris~Me lembro de ter caído nos braços de Erion, de ver ele chorando e sendo arrastado para longe de mim por soldados, me lembro do rosto do diretor inundando minhas memórias e sorrindo ao me ver caída no chão. A dor que eu sentia era agoniante mas não conseguia mover um músculo se quer em resposta eu esgava morta. Meu corpo passou por meus pais que me encararam como se olha algo podre, com nojo e fui jogada.Queimava, estava queimando minha pele. Acordei sobre uma pilha de corpos sendo queimados devagar e meu corpo ja sentia a brasa sobre ele, me apressei e descer embolando sobre a carne podre de dezenas de pessoas tentando apagar o fogo em minhas e roupas. Encostada a uma árvore eu vi tudo queimando, pessoas que eu conhecia, colegas de classe sem números, tentei correr mas as queimaduras me impediam de continuar, arrastando meus pés eu me afastava devagar em direção a um lago que existia ali p
~ Pov. Ruan ~O sono estava ótimo mas todo mundo diz que tudo de bom acaba rápido, não posso dizer o contrário. Antony me balançava a todos os lados gritando escandalosamente, tenho certeza que todos já acordaram com seus berros, exatos três anos ao lado dele e ainda não me acostumei aos horários da academia.- Acorda! Vamos lá Ruan! Acorda cara! - o travesseiro estava sendo feito de marreta em suas mãos e eu tive que controlar minha raiva para não explodir.- Mais que saco! - gritei me levantando e correndo ao banheiro, eu estava atrasado eu sempre estava e isso não era surpresa para ninguém.- Atrasados novamente mas que surpresa. - a professora Leandra batia o pé esperando que entrassemos na sala, colocar o uniforme cinza foi uma verdadeira batalha essa manhã e eu devia ter pontos exfras só por ter conseguido concertar o ziper da jaqueta.- Não vai mais acontecer. - sorri
~Pov. Gabriel ~Eu gostava da academia mas nada chegava perto da sensação de estar rodeando os muros. Em breve eu seria um comandante do exército assim como meu pai e esse será meu lar, minha missão.As boas notas me dão um passe livre para fazer rondas quando eu quiser, Luiz é meu parceiro. Treinamos juntos desde que chegamos na academia para ser uma ótima dupla na defesa da cidade.Estamos ha algum tempo caminhando por cima dos muros e observando a gigantesca barreira de Oncep, a cidade dos Telectos. A noite aquilo brilha com a luz da lua e da própria cidade, quando eu era pequeno imaginava que eles tinham sorte mas agora sei que não. Eles são pessoas crueis que tomam coisas que não lhes pertencem para permanecer em cima, que matam pessoas sem se preocupar com nada, assassinos crueis e sem alma.Nunca tinha visto um na vida, alguns soldados mais antigos diz
O suor escorria pela minha testa enquanto comandava o máximo do meu elemento em volta do meu corpo, metade da turma tinha desistido ou desmaiado. Isso era tremendamente cansativo e fazia todos os músculos do corpo doerem de forma intensa. Eu era o único eletron que ainda permanecia aqui suportando junto de Ruan e Luiz, mais uns oito garotos ainda permaneciam na mesma posição dando tudo de si para controlar seu elemento.Ao olhar para a frente ela estava la da mesma forma, encostada perto da porta como se fosse correr a qualquer momento. O professor não fazia caso da sua presença ali mesmo que as colegas de Lorena estejam a todo custo tentando chamar a atenção da pequena garota. Mais dois caíram no chão exaustos, os joelhos de Luiz fraquejavam, lhe lancei um sorriso de "aguente mais um pouco" só faltava mais dez minutos.Os músculos da minha coxa tremiam com o esforço e tive que fincar o pé no chão e morder os lábios para não cair, eu tinha que bater meu recorde pessoal.
~Pov. Eris ~Depois que saimos da enfermaria Tavarres me levou para sua casa onde eu passei a noite, era estranho ser ajudada por alguém que eu provavelmente estaria ajudando a matar se o resultado do meu tedte tivesse sido diferente.A noite demorou a passar, boa parte dela eu fiquei acordada apenas olhando para a janela do quarto. A noite aqui era diferente de Oncep, eles economizavam energia e assim as estrelas se destacavam no céu azul. Comecei a conta-las e acabei dormindo.A manhã seguinte foi assustadora para mim, senti o fogo em meu corpo novamente e acordei após bater a testa fortemente no chão. Levantei devagar e encarei roupas ao lado da porta, peguei e entrei no banheiro tomando um banho rápido já que a água aqui é escaça. As roupas eram masculinas, além disso os Elementares tinham um corpo muito maior do que um pobre Telecto.As calças tinham um ajuste em elástico, o moletom batia quase em meu joelho e não
~Pov. Eris~Era tremendamente estranho andar pelos corredores da academia, todas pessoas eram duas vezes maior que eu e a maioria não me via. Meu ombro já estava dolorido de tando bater nos braços pesados dos alunos.Entrei na sala de Tavarres e ele não estava lá - novidade - peguei uma caneta e alguns papéis. Enquanto perambulava notei algumas escadas estreitas nos fins dos corredores que ninguém utilizava, comecei a subir por ela. A escada era velha e feita de lata parecia uma saída de incêndio, ela fazia um barulho escandaloso sob meus pés e meus ouvidos protestavam.Depois de subir quase cinco lances de escada cheguei ao telhado, o vento soprava tranquilo aqui e não parecia ter pressa em nada. Me sentei próximo ao parapeito vendo todas as cidades de Oncep daqui, comecei a desenhar no papel tudo que eu conhecia sobre o novo mundo.Não posso negar que sentia falta dos meus professor
~Pov. Victor~Pov. VictorAcordar sentindo o sol no rosto não era a melhor parte do meu dia, eu deveria ter fechado a janela. Me sento sobre a cama desforrada e me lembro que fechei a janela antes de dormir então estava claro que Tavarres abriu para me cordar.Me levantei e tomei o café que ele tinha deixado no forno notando que tinha pratos demais na pia, parece que meu pai trouxe alguém para casa. Finalmente está seguindo em frente. Tomo um banho demorado e coloco minha roupa preta de trabalho com o número Cinco bordado em chamas nas costas da jaqueta. Pego as chaves da moto e saiu de casa.Tavarres não é meu pai de verdade, ele me ajudou a sair das ruas quando passei no teste elemental e não tinha para onde ir, como retribuição faço parte do Grupo Elementar dos Cinco, os Transportadores. Me formei na academia faz pouco mais de um ano e virar um soldado não era o que