~Pov. Victor~
Corremos por entre os corredores do PE a procura dos dois Elétrons descontrolados. A multidão já se aglomerava no refeitório, em tantos lugares aqui em baixo, eles tinham que fazer isso logo no refeitório?! Eu e Luiz empurramos os alunos para nós darem espaço, os professores tentavam conter a agitação do ambiente enquanto os dois Dominadores da eletricidade se encaravam como animais, estavam ofegantes e machucados. As mesas e cadeiras do refeitório estavam revirados e prensados contra as paredes. A escuridão do lugar deixava os alunos mais temerosos, apenas luzes vermelhas faziam o trabalho de não deixar todos cegos e claro, a iluminação que saia dos combatentes.
— Eles vão se matar e levar todo mundo junto. – Luiz resmungou olhando para todos os lados como se buscasse seus próprios pensamentos. Precisamos de i
~Pov. Victor~Depois que Éris adormeceu eu decidi sair do quarto e verificar como andavam as coisas, Luiz e o treinador separaram todas as armas e dividiram entre os alunos. A noite já se aproximava e precisávamos seguir viagem em breve, enquanto um grupo ainda treinava i ataque com armas, o outro estava tomando banho e vestindo uniformes pesados.— Como ela está? – Luiz de aproximou, cruzando os braços sobre o peito e olhando para a frente. Sua testa enrugada mostrava o quanto estava preocupado, e não era para menos. Éris é a pessoa mais pacifista que eu conheço, tirar uma vida foi um choque muito grande para ela.— Dormindo, mas quando acordar vai precisar da gente. – ele assentiu, respirando um pouco mais fundo e soltando os braços ao lado corpo.— Você demostrou muito empatia pelo que ela estava sentindo... – eu sabia aonde
~Pov. Eris~Ceifar a vida do Erion abriu um pequeno buraco negro dentro de mim, ele estava sugando lentamente tudo de bom que ainda podia existir. Foi um erro, uma maldita escolha que custou uma vida. A vida da pessoa que esteve ao meus lado boa parte dos anos. Tentei ser indiferente aquela dor, não sucumbir aquele pequeno buraco, não deixar que ele vença e, talvez eu precise lutar contra ele todos os dias da minha vida. Minha sentença. Quando Victor me deixou sozinha no quarto eu soube que era desse mesmo jeito que meu interior se sentia, escuro, frio, solitário. Não existia mais aquela parte pura em mim, eu não conseguia senti-la, deve ter sido a primeira coisa que aquele buraco levou. A experiência de ter retirado uma alma do corpo, apagado uma mente completamente funcional ainda me assusta, eu sinto como se partes do Erion quisessem tomar conta de mim. Nunca fui treinada
~Pov. Eris~As vezes olhava para trás, afim de ver os caminhões levantando poeira na estrada antes deserta. Temia pelos férais, mas não tanto quanto os Ilusorios. Eles podiam simplesmente nos matar em poucos segundos, eram terríveis. A voz de Luiz enquanto cantava me deixava um tanto menos preocupada, e o fato de mesmo estando próximo do anoitecer, nada parecia fora do comum. Ou seja, nada estava vindo nos atacar. Talvez, algum cataclisma esteja próximo, isso explicaria não ter nenhum feral nessas redondezas.— Tavarres quer parar para descansar... – Victor diminuiu a velocidade da moro, pareando a que estávamos para dar o comunicado.Os caminhões já estavam parando um pouco atrás. Luiz encostou por perto, e me ajudou a descer. Eu já estava toda dolorida de ter passado o dia todo sobre a moto, mas era muito melhor
~ Pov. Eris~Meu corpo estava frio e tremia, eu não sentia as minhas pernas e muito menos meus braços, um arrepio de pânico se alastrou por minhas costas e eu abri os meus olhos de supetão apenas para ter certeza que meus membros estavam intactos. A pouca luz que entrava pela minúscula janela deixava pouca coisa a mostra, o local fedia e o chão brilhava como se estivesse molhado.Eu estava em uma posição horrível sobre o chão e ao tentar me mover constei que não conseguiria, minhas mãos estavam presas em correntes ásperas bem acima da minha cabeça, minhas pernas estavam dobradas de um jeito estranho cujo eu não conseguiria me mover nem se quisesse. Meu corpo inteiro estava enxarcado, os cabelos molhados grudavam ao meu rosto e eu tremia, em Oncep não nevava mas era tão frio a noite capaz de matar um desprotegido, tortura.A minha frente tinha um balde com água e se levantasse o olhar ve
~Pov. Eris~Me lembro de ter caído nos braços de Erion, de ver ele chorando e sendo arrastado para longe de mim por soldados, me lembro do rosto do diretor inundando minhas memórias e sorrindo ao me ver caída no chão. A dor que eu sentia era agoniante mas não conseguia mover um músculo se quer em resposta eu esgava morta. Meu corpo passou por meus pais que me encararam como se olha algo podre, com nojo e fui jogada.Queimava, estava queimando minha pele. Acordei sobre uma pilha de corpos sendo queimados devagar e meu corpo ja sentia a brasa sobre ele, me apressei e descer embolando sobre a carne podre de dezenas de pessoas tentando apagar o fogo em minhas e roupas. Encostada a uma árvore eu vi tudo queimando, pessoas que eu conhecia, colegas de classe sem números, tentei correr mas as queimaduras me impediam de continuar, arrastando meus pés eu me afastava devagar em direção a um lago que existia ali p
~ Pov. Ruan ~O sono estava ótimo mas todo mundo diz que tudo de bom acaba rápido, não posso dizer o contrário. Antony me balançava a todos os lados gritando escandalosamente, tenho certeza que todos já acordaram com seus berros, exatos três anos ao lado dele e ainda não me acostumei aos horários da academia.- Acorda! Vamos lá Ruan! Acorda cara! - o travesseiro estava sendo feito de marreta em suas mãos e eu tive que controlar minha raiva para não explodir.- Mais que saco! - gritei me levantando e correndo ao banheiro, eu estava atrasado eu sempre estava e isso não era surpresa para ninguém.- Atrasados novamente mas que surpresa. - a professora Leandra batia o pé esperando que entrassemos na sala, colocar o uniforme cinza foi uma verdadeira batalha essa manhã e eu devia ter pontos exfras só por ter conseguido concertar o ziper da jaqueta.- Não vai mais acontecer. - sorri
~Pov. Gabriel ~Eu gostava da academia mas nada chegava perto da sensação de estar rodeando os muros. Em breve eu seria um comandante do exército assim como meu pai e esse será meu lar, minha missão.As boas notas me dão um passe livre para fazer rondas quando eu quiser, Luiz é meu parceiro. Treinamos juntos desde que chegamos na academia para ser uma ótima dupla na defesa da cidade.Estamos ha algum tempo caminhando por cima dos muros e observando a gigantesca barreira de Oncep, a cidade dos Telectos. A noite aquilo brilha com a luz da lua e da própria cidade, quando eu era pequeno imaginava que eles tinham sorte mas agora sei que não. Eles são pessoas crueis que tomam coisas que não lhes pertencem para permanecer em cima, que matam pessoas sem se preocupar com nada, assassinos crueis e sem alma.Nunca tinha visto um na vida, alguns soldados mais antigos diz
O suor escorria pela minha testa enquanto comandava o máximo do meu elemento em volta do meu corpo, metade da turma tinha desistido ou desmaiado. Isso era tremendamente cansativo e fazia todos os músculos do corpo doerem de forma intensa. Eu era o único eletron que ainda permanecia aqui suportando junto de Ruan e Luiz, mais uns oito garotos ainda permaneciam na mesma posição dando tudo de si para controlar seu elemento.Ao olhar para a frente ela estava la da mesma forma, encostada perto da porta como se fosse correr a qualquer momento. O professor não fazia caso da sua presença ali mesmo que as colegas de Lorena estejam a todo custo tentando chamar a atenção da pequena garota. Mais dois caíram no chão exaustos, os joelhos de Luiz fraquejavam, lhe lancei um sorriso de "aguente mais um pouco" só faltava mais dez minutos.Os músculos da minha coxa tremiam com o esforço e tive que fincar o pé no chão e morder os lábios para não cair, eu tinha que bater meu recorde pessoal.