~Pov. Luiz~
Acordei antes de Eris e Victor, ambos dormiam tranquilamente e pareciam exaustos de forma que eu me levantei e nenhum deles se quer se mexeu. Eris usava a minha blusa por isso, cacei qualquer coisa que Victor tinha ali, achei uma camiseta e coloquei a jaqueta por cima. Depositei um beijo na testa da Eris que murmurou baixinho alguma coisa, saí do quarto ainda rindo do seu murmúrio. Demorei um pouco para chegar no banheiro compartilhado e tomar um banho rápido, o local estava vazio e eu imaginava que tinha acordado tarde. Coloquei um novo uniforme e procurei alguém pelas salas.
Na sala de treinamento todos estavam reunidos, tentei entrar sem fazer barulho mas, Elena e sua antena de professora logo captaram meu atraso. Os alunos que estavam em sua frente tinham o numero Três estampato em suas far
~Pov. Luiz~Depois do almoço os banheiros ficaram lotados, todos queriam tomar um banho para continuar o treino, não podíamos perder um minuto se quer. Esse era o nosso último dia para enfim seguir com o plano e revidar o ataque, precisávamos tomar de volta o que era nosso. Estava na fila para o banho quando o alarme de proximidade soou, a atenção de todos foram para as luzes vermelhas no canto da parede, tinha algo grande vindo em nossa direção. Resmungando alguns palavrões sai correndo para a entrada sendo seguido de alguns alunos do segundo ano, ao chegar lá encontrei Victor e Tavarres abrindo a porta e subindo rapidamente as escadas, os segui. Estacionados a frente da cabana estavam dois grandes caminhões com a lataria enferrujada pelo tempo, na frente soldados de Arcaria dirigiam os veículos. Relaxei
~Pov. Eris~Perdi a conta de quantas vezes a Mônica e a Camila quase beijaram meus namorados, estava ficando sem paciência para permanecer sentada aqui. Gaby tagarelava ao meu lado sobre sua vida em Aruna e todos os privilégios que se tem por ser uma garota, eu não prestava muita atenção no que ela dizia. Minha cabeça trabalhava a todo vapor contando os segundos para essas malditas duas horas passarem, pena que eu não controlava o tempo. Uma pena mesmo. Suspirei tentando manter a paciência, não era uma pessoa ciumenta mas, isso já estava me enchendo o saco.— Se eu tivesse todos essas habilidades que você tem, não deixava essas piranhas encostarem no que é meu. – desviei minha atenção para ela, eu não queria me descontrolar mas, isso é estava ficando cada vez mais difícil.— E o que sugere? Que eu vá até lá e saia pux
~Pov. Victor~Corremos por entre os corredores do PE a procura dos dois Elétrons descontrolados. A multidão já se aglomerava no refeitório, em tantos lugares aqui em baixo, eles tinham que fazer isso logo no refeitório?! Eu e Luiz empurramos os alunos para nós darem espaço, os professores tentavam conter a agitação do ambiente enquanto os dois Dominadores da eletricidade se encaravam como animais, estavam ofegantes e machucados. As mesas e cadeiras do refeitório estavam revirados e prensados contra as paredes. A escuridão do lugar deixava os alunos mais temerosos, apenas luzes vermelhas faziam o trabalho de não deixar todos cegos e claro, a iluminação que saia dos combatentes.— Eles vão se matar e levar todo mundo junto. – Luiz resmungou olhando para todos os lados como se buscasse seus próprios pensamentos. Precisamos de i
~Pov. Victor~Depois que Éris adormeceu eu decidi sair do quarto e verificar como andavam as coisas, Luiz e o treinador separaram todas as armas e dividiram entre os alunos. A noite já se aproximava e precisávamos seguir viagem em breve, enquanto um grupo ainda treinava i ataque com armas, o outro estava tomando banho e vestindo uniformes pesados.— Como ela está? – Luiz de aproximou, cruzando os braços sobre o peito e olhando para a frente. Sua testa enrugada mostrava o quanto estava preocupado, e não era para menos. Éris é a pessoa mais pacifista que eu conheço, tirar uma vida foi um choque muito grande para ela.— Dormindo, mas quando acordar vai precisar da gente. – ele assentiu, respirando um pouco mais fundo e soltando os braços ao lado corpo.— Você demostrou muito empatia pelo que ela estava sentindo... – eu sabia aonde
~Pov. Eris~Ceifar a vida do Erion abriu um pequeno buraco negro dentro de mim, ele estava sugando lentamente tudo de bom que ainda podia existir. Foi um erro, uma maldita escolha que custou uma vida. A vida da pessoa que esteve ao meus lado boa parte dos anos. Tentei ser indiferente aquela dor, não sucumbir aquele pequeno buraco, não deixar que ele vença e, talvez eu precise lutar contra ele todos os dias da minha vida. Minha sentença. Quando Victor me deixou sozinha no quarto eu soube que era desse mesmo jeito que meu interior se sentia, escuro, frio, solitário. Não existia mais aquela parte pura em mim, eu não conseguia senti-la, deve ter sido a primeira coisa que aquele buraco levou. A experiência de ter retirado uma alma do corpo, apagado uma mente completamente funcional ainda me assusta, eu sinto como se partes do Erion quisessem tomar conta de mim. Nunca fui treinada
~Pov. Eris~As vezes olhava para trás, afim de ver os caminhões levantando poeira na estrada antes deserta. Temia pelos férais, mas não tanto quanto os Ilusorios. Eles podiam simplesmente nos matar em poucos segundos, eram terríveis. A voz de Luiz enquanto cantava me deixava um tanto menos preocupada, e o fato de mesmo estando próximo do anoitecer, nada parecia fora do comum. Ou seja, nada estava vindo nos atacar. Talvez, algum cataclisma esteja próximo, isso explicaria não ter nenhum feral nessas redondezas.— Tavarres quer parar para descansar... – Victor diminuiu a velocidade da moro, pareando a que estávamos para dar o comunicado.Os caminhões já estavam parando um pouco atrás. Luiz encostou por perto, e me ajudou a descer. Eu já estava toda dolorida de ter passado o dia todo sobre a moto, mas era muito melhor
~ Pov. Eris~Meu corpo estava frio e tremia, eu não sentia as minhas pernas e muito menos meus braços, um arrepio de pânico se alastrou por minhas costas e eu abri os meus olhos de supetão apenas para ter certeza que meus membros estavam intactos. A pouca luz que entrava pela minúscula janela deixava pouca coisa a mostra, o local fedia e o chão brilhava como se estivesse molhado.Eu estava em uma posição horrível sobre o chão e ao tentar me mover constei que não conseguiria, minhas mãos estavam presas em correntes ásperas bem acima da minha cabeça, minhas pernas estavam dobradas de um jeito estranho cujo eu não conseguiria me mover nem se quisesse. Meu corpo inteiro estava enxarcado, os cabelos molhados grudavam ao meu rosto e eu tremia, em Oncep não nevava mas era tão frio a noite capaz de matar um desprotegido, tortura.A minha frente tinha um balde com água e se levantasse o olhar ve
~Pov. Eris~Me lembro de ter caído nos braços de Erion, de ver ele chorando e sendo arrastado para longe de mim por soldados, me lembro do rosto do diretor inundando minhas memórias e sorrindo ao me ver caída no chão. A dor que eu sentia era agoniante mas não conseguia mover um músculo se quer em resposta eu esgava morta. Meu corpo passou por meus pais que me encararam como se olha algo podre, com nojo e fui jogada.Queimava, estava queimando minha pele. Acordei sobre uma pilha de corpos sendo queimados devagar e meu corpo ja sentia a brasa sobre ele, me apressei e descer embolando sobre a carne podre de dezenas de pessoas tentando apagar o fogo em minhas e roupas. Encostada a uma árvore eu vi tudo queimando, pessoas que eu conhecia, colegas de classe sem números, tentei correr mas as queimaduras me impediam de continuar, arrastando meus pés eu me afastava devagar em direção a um lago que existia ali p