O CEO bilionário, Alexandre Costa, é um homem de negócios astuto e calculista, que tem tudo o que poderia desejar: poder, riqueza e prestígio. No entanto, ele está prestes a perder o controle da sua empresa para o marido de sua irmã, que detém uma grande parte das ações. A única forma de evitar isso é casando-se com alguém que possa garantir uma aliança estratégica, um casamento que seja visto como legítimo para os acionistas da empresa. Mas Alexandre não tem interesse em relações amorosas e vê o casamento apenas como uma transação. A solução vem quando ele contrata Lara Silva, uma modelo famosa e de imagem pública impecável, para ser sua esposa por contrato. Ela, embora relutante, aceita a oferta, pois precisa do dinheiro para ajudar sua família, após a morte de seus pais. Além disso, ela nunca foi muito ligada ao amor e está acostumada a transações de alto nível no mundo da moda. Com o casamento armado, a convivência forçada entre Alexandre e Lara começa. O que começa como uma relação fria e puramente profissional, começa a ganhar complexidade à medida que eles se conhecem mais a fundo. Lara tem seus próprios traumas, e Alexandre, apesar de sua fachada impassível, esconde inseguranças e um desejo de proteger sua irmã e a empresa que construiu. À medida que o casamento segue, ambos se veem desafiados a lidar com suas emoções, especialmente quando a linha entre o "contrato" e os sentimentos começa a se borrar. Além disso, o marido da irmã de Alexandre, que está ciente do contrato, tenta manipular a situação para garantir o controle da empresa, colocando o casal em risco. No final, o que parecia ser uma solução simples de negócios pode se transformar em algo muito mais complicado, envolvendo lealdades, traições e uma paixão inesperada.
Leer másAugustoA delegacia cheirava a mofo e tensão acumulada. As paredes manchadas, o som distante de outros detentos sendo conduzidos pelos corredores, e o tilintar das algemas que pesavam nos meus pulsos criavam uma atmosfera que faria qualquer um perder o equilíbrio. Mas eu não era qualquer um. Mesmo algemado, mesmo com o suor escorrendo pelas costas sob a camisa cara, eu mantinha a postura de quem sabia exatamente o que estava fazendo. Ou pelo menos fingia que sabia.Fui conduzido até uma sala pequena e abafada. Um ventilador de teto girava lento, empurrando o ar quente de um lado para o outro. Me fizeram sentar numa cadeira de ferro, algemado à mesa. O delegado Rodrigo me observava com olhos de quem já tinha decidido o meu destino. Ao lado dele, dois investigadores, com pranchetas em mãos e olhares famintos por uma confissão.Meu advogado, o doutor Mauro, entrou logo em seguida. Ajeitou o terno e se sentou ao meu lado. Trocamos um olhar breve. Ele sabia que a situação era grave, mas ai
LuizaO grito saiu da minha garganta como um rugido. A sala estava em silêncio até o momento em que o vaso que estava sobre a mesa voou contra a parede e se espatifou. Eu não conseguia controlar a raiva, o ódio fervendo no meu peito. Cada passo meu pela sala era um ataque contra os móveis. Joguei livros no chão, empurrei a cadeira, que bateu contra a estante. O som de vidro quebrando foi música para minha fúria.— Incompetente! — gritei. — Ele foi incompetente! Eu só queria que ele matasse o meu irmão! Era simples, rápido, sem rastros! Mas não... aquele idiota deixou provas, deixou rastro por onde passou. E agora... agora ele tá preso. PRESO!Meus olhos ardiam. Peguei a garrafa de vinho que estava em cima do aparador e arremessei contra a parede. Os cacos se espalharam pelo chão.— E a desgraçada da Lara continua viva... o Alexandre também... e eu aqui! Tendo que limpar a bagunça que aquele inútil fez.Sentei no sofá, com os ombros tremendo de raiva. Cruzei os braços, fechei os olhos
AugustoUma semana. Foi o tempo que levei para ver meu império desmoronar. Uma semana desde que o plano falhou, desde que Alexandre não morreu como deveria. Desde que aquele maldito mecânico foi preso. E agora, eu sentia o cerco se fechando.Nos primeiros dias, tentei manter a rotina. Fingia que nada estava acontecendo. Fui para a empresa, almocei com Luiza, fingi sorrisos, fiz telefonemas. Mas por dentro, cada segundo era uma tortura. Porque eu sabia. Sabia que era uma questão de tempo.Eles estavam investigando. Eu percebi. Um dos seguranças da empresa comentou que policiais têm aparecido com mais frequência, perguntando sobre Alexandre, sobre a família, sobre a estrutura interna da Costa. O nome do Lucas foi puxado. O do Júlio também. E com isso, a ligação começou a ser desenhada.Foi quando percebi que o fim estava perto. Zeca deve ter aberto a boca. Maldito.Na manhã do oitavo dia, eu ainda estava na cama, Luiza dormia ao meu lado quando ouvi a campainha tocar. O som foi seco, in
Inspetor RodrigoHá casos que, desde o início, a gente sente que têm mais por trás. O acidente com o carro de Alexandre Costa não era um acidente comum, e o que começou como uma simples investigação de falha mecânica se tornou uma tentativa de homicídio meticulosamente planejada. E agora, era pessoal.Depois de interrogar o mecânico José Carlos — conhecido como Zeca — e ver que ele estava tentando segurar a bronca sozinho, decidi fazer o que sei fazer melhor: ir até a rua da oficina e procurar por olhos que não piscam — as câmeras.Cheguei na rua em que a oficina estava instalada no final da manhã. O sol batia forte no asfalto, e a rua estava relativamente tranquila. Caminhei devagar, observando a fachada dos comércios ao redor. Padaria, papelaria, uma farmácia… e ali, logo em frente à oficina, um mercadinho de bairro com uma câmera bem posicionada.Entrei.— Bom dia. Sou o inspetor Rodrigo. Estou investigando um caso de tentativa de homicídio. O senhor teria como me ajudar com as fil
José Carlos (Zeca)A sala de interrogatório era fria, sem janelas, com uma luz branca que doía nos olhos. Estava algemado a uma cadeira de metal, e dois policiais estavam de pé à minha frente. Um deles, o delegado, tinha os braços cruzados e me olhava como se já soubesse tudo que precisava saber. O outro, mais jovem, apenas observava.— Muito bem, José Carlos. Ou prefere que a gente te chame de Zeca? — o delegado perguntou, sentando na cadeira de frente para mim.Eu não respondi. Apenas encarei a mesa, tentando não mostrar o medo que já consumia cada parte do meu corpo.— Você sabe por que está aqui, né? Tentativa de homicídio. O carro de Alexandre Costa. Freios cortados. Quase matou o motorista. Mas você sabe disso.— Eu não sei do que tão falando, não. — murmurei, mantendo a voz firme, apesar da garganta seca.O delegado soltou uma risada seca e bateu uma pasta sobre a mesa. Abriu e puxou várias folhas. Fotos. Câmeras da oficina. Meu rosto. Meus movimentos. A prova do que eu tinha f
José Carlos (Zeca)Nunca pensei que fosse chegar nesse ponto. Quando aceitei aquele dinheiro sujo, achei que era apenas mais um serviço como tantos outros. Cortar os freios, ele disse. Rápido, silencioso. Pareceria um acidente. E por uma quantia absurda como aquela, eu não pensei duas vezes.Mas agora, andando apressado pelo saguão do aeroporto, com o suor escorrendo pela minha nuca, tudo parecia diferente. Cada olhar atravessado, cada passo apressado atrás de mim, me fazia sentir como um animal prestes a ser capturado.Eu sabia que tinham descoberto. Ou estavam perto. A notícia sobre o carro do tal Alexandre não ter sido fatal me destruiu. O motorista sobreviveu. E se ele falasse? E se ele lembrasse de algo? E se ligassem os pontos?Tentei apagar os rastros. Queimei os recibos, deletei mensagens, joguei o celular fora. Mas a polícia é esperta, ainda mais quando o sujeito é rico e influente como aquele homem. E agora, eu era a presa.Tudo começou quando eu entrei em um cyber café na z
AugustoEstava sentado na varanda da nossa casa, com uma taça de vinho na mão, esperando a notícia chegar. A noite estava tranquila, silenciosa, como se o universo finalmente tivesse entendido que era hora de me dar o que eu queria. Alexandre morto. Finalmente fora do meu caminho.Luiza apareceu na porta com o celular na mão, o rosto iluminado pela luz da tela. Sorriu.— Já começaram a noticiar, amor. Acidente na Avenida Atlântica. O carro dele ficou destruído.Dei um longo gole no vinho, sentindo o gosto da vitória. O plano tinha sido perfeito. Simples, direto, e sem rastros. Um acidente de carro. Quem desconfiaria?— Finalmente, Luiza. A empresa vai estar nas nossas mãos em menos de uma semana.Ela se aproximou, sentando-se ao meu lado.— Você foi genial. Cortar os freios... é simples, mas eficaz. E ninguém vai suspeitar.Assenti, satisfeito.O celular vibrou. Era um dos meus homens. Atendi com a calma de quem já sabia a resposta.— Diga.— Chefe... temos um problema.Meu coração de
AlexandreAinda estava sentado ao lado da cama de Lara, segurando sua mão com força, tentando disfarçar o tremor que insistia em subir pelos meus dedos, quando meu celular tocou. Olhei para a tela e vi um número desconhecido. Atendi imediatamente, esperando qualquer notícia do motorista.— Senhor Alexandre Costa? — disse uma voz masculina, firme e profissional.— Sim, sou eu. Quem fala?— Aqui é o delegado Barreto, da 3ª DP do Rio de Janeiro. Precisamos que o senhor compareça com urgência à delegacia. Trata-se de um assunto relacionado ao acidente envolvendo seu carro.Senti o coração acelerar ainda mais.— O motorista está bem? O que aconteceu?— O senhor será informado de tudo pessoalmente. Mas posso adiantar que há indícios de que o acidente não foi exatamente... um acidente. Precisamos conversar com o senhor com urgência.Meus olhos encontraram os de Lara. Ela estava mais calma, mas ainda assustada. Respirei fundo.— Tudo bem. Estou indo agora.Desliguei e, em seguida, liguei para
AlexandreO quarto do hospital estava silencioso, apenas o som do monitor cardíaco marcando o ritmo constante dos batimentos de Lara. Ela dormia, enfim tranquila depois da medicação leve que a médica recomendara para a crise de ansiedade. Eu estava sentado ao lado da cama, segurando sua mão, tentando me manter sereno.Apesar da tranquilidade momentânea, algo dentro de mim estava inquieto. Fazia mais de duas horas desde que mandei o motorista buscar o carro na oficina. Ele disse que era perto e que logo estaria de volta, mas até agora... nada.Peguei o celular e tentei ligar para ele. Primeira chamada: sem resposta. Segunda: direto na caixa postal. Franzi o cenho, sentindo um calafrio estranho na espinha.Respirei fundo, tentando não deixar a ansiedade de Lara me contaminar. Talvez tivesse se atrasado no caminho, talvez estivesse no trânsito, talvez estivesse...O controle remoto da televisão estava sobre a mesinha. Liguei a TV apenas para espairecer um pouco e talvez distrair minha me