Alexandre
Sou Alexandre Costa, CEO da Costa Empreendimentos, uma das maiores corporações do Brasil. Fui treinado desde jovem para assumir o controle da empresa, e aos 28 anos, quando meu pai se aposentou, fui colocado à frente de tudo. Mas desde então, a realidade de estar no comando não é tão simples quanto parecia. As pressões são intensas, e não se resumem apenas aos negócios. Há também uma batalha constante pela autoridade dentro da família. Meu pai, sempre tão firme e decidido, sempre me disse que a herança da Costa Empreendimentos não seria um presente, mas uma responsabilidade. E, de certa forma, ele estava certo. A cada dia, o peso dessa responsabilidade aumenta. Não é só minha imagem que está em jogo, mas a imagem da família, da empresa, e de todos que dela dependem. O problema atual é o meu cunhado, Marcelo. Ele casou-se com minha irmã, Clarice, e desde o começo, seus interesses sempre foram claros: ele possui uma grande parte das ações da Costa Empreendimentos, e como qualquer pessoa com um mínimo de inteligência, está esperando o momento certo para tomar o controle da empresa. E esse momento pode estar mais próximo do que eu gostaria de admitir. A relação com minha irmã nunca foi das melhores, especialmente quando o assunto é a empresa. Ela sempre preferiu manter uma distância dos negócios, mas Marcelo, ao contrário, está totalmente envolvido, e suas intenções estão se tornando cada vez mais evidentes. Se eu continuar permitindo que ele e minha irmã se aproximem mais de nossa empresa, o resultado será um golpe de mestre no que diz respeito ao controle da Costa. E o pior de tudo é que os escândalos envolvendo minha vida pessoal não ajudam. A última vez que fui flagrado saindo de um hotel com uma atriz famosa virou manchete em todos os jornais. Eu, que sempre mantive minha vida privada fora dos holofotes, agora sou o centro das atenções por razões erradas. E meus pais, que sempre foram rigorosos com a imagem da família, não estão nada felizes com essa situação. Meu pai, especialmente, sente que minha postura está ameaçando tudo o que ele construiu. Ele e minha mãe têm se mostrado cada vez mais impacientes com os meus comportamentos. Ambos me pressionam para que eu adote uma postura mais séria e que estabilize minha vida pessoal para que eu não seja visto como um playboy irresponsável. E eu entendo o que eles estão dizendo. Eles não querem que, por causa de minhas escolhas pessoais, a empresa e a nossa reputação sejam afetadas. Eles estão determinados a garantir que o controle da Costa Empreendimentos permaneça em boas mãos, e se eu continuar gerando escândalos, minha irmã e o marido dela terão uma desculpa legítima para tomar as rédeas da empresa. A solução, então, é óbvia: um casamento. Não um casamento por amor, mas um casamento estratégico. Preciso de uma esposa que seja pública, respeitável e que, acima de tudo, seja vista pelos acionistas como uma aliada. Alguém que faça com que a imagem da Costa Empreendimentos seja associada a uma vida sólida e controlada, não a uma vida cheia de escândalos e distrações. Foi por isso que eu chamei meu advogado, Eduardo, para uma reunião. Ele tem sempre as melhores soluções para os problemas que surgem, e dessa vez, sabia que ele tinha a resposta certa para a situação. Eduardo entrou em meu escritório com o mesmo ar de sempre: formal, preciso, e com um plano já em mente. "Alexandre, a situação não está fácil", ele começou, indo direto ao ponto, como sempre. "Você sabe que Marcelo está esperando sua próxima falha para tomar o controle da empresa. E a sua vida pessoal não está ajudando em nada a estabilizar a situação. Precisa de uma solução rápida." Eu suspirei, cansado de ouvir o que já sabia. "Eu sei, Eduardo. Eu sei que a imagem da família está sendo arruinada. E meus pais... eles não vão me dar outra chance. Eu preciso de uma esposa, mas não uma qualquer. Preciso de alguém que reforce minha posição, que mostre aos acionistas que a Costa continua em boas mãos." Eduardo me olhou com uma leve expressão de compreensão e fez um gesto como se estivesse pensando. "Eu sei o que você precisa. Eu vou providenciar algumas opções de mulheres com imagem pública impecável e que possam ajudar a estabilizar sua posição. Vou fazer uma lista, e você pode escolher." Eu fiquei em silêncio, refletindo sobre o que ele acabara de dizer. Mas algo me ocorreu e, antes que eu pudesse pensar melhor, falei: "Eu não quero uma lista. Eu quero uma pessoa específica. Você vai encontrar uma modelo chamada Lara Silva." Eduardo olhou surpreso. "Lara Silva? A famosa modelo de passarelas? Ela tem uma imagem pública irrepreensível, mas... por que ela?" "Porque é ela que eu preciso", respondi, sem hesitar. "Ela é exatamente o que eu preciso. Eu quero que você organize um jantar entre nós dois. Vou saber o que fazer a partir daí." Eduardo me olhou por um momento, e então, com um sorriso, começou a fazer anotações em seu celular. "Deixe comigo. Vou preparar tudo e agendar a reunião com ela. Se você está certo sobre essa escolha, podemos começar a transformar isso em algo benéfico para você e para a Costa Empreendimentos." Eu fiquei ali, observando Eduardo sair da sala e refletindo sobre o que estava por vir. Não sabia o que esperar daquela mulher, mas tinha uma sensação forte de que ela seria a chave para resolver todos os meus problemas. E, de alguma forma, sabia que minha vida, que já estava em uma linha tênue, nunca mais seria a mesma depois dessa noite.LaraQuando a campainha tocou, eu estava no meio de um caos em casa. Meu irmão mais novo, Thiago, estava assistindo televisão com o volume no máximo, enquanto minha avó tentava se aconchegar na poltrona, como se isso fosse ajudá-la com a dor nas costas que a incomodava tanto. Júlia, estava no sofá, desenhando em um caderno, tentando se distrair da bagunça ao redor. A casa estava desorganizada, com brinquedos espalhados pelo chão e roupas por todo canto — e, por mais que eu me esforçasse para dar conta de tudo, não parecia que conseguiria controlar nem o básico.Eu precisava de mais tempo. Mas, ao abrir a porta, me deparei com um homem bem arrumado, de terno, com uma postura rígida e uma expressão que não mostrava nem um sinal de emoção. O que ele queria comigo? Eu mal sabia quem ele era, mas seu ar formal me deixou imediatamente desconfiada.“Boa tarde,” ele disse, com um tom de voz que soava ensaiado, como se estivesse acostumado a dar ordens. “Sou Eduardo Ribeiro, trabalho com Alexa
Lara Eu nunca pensei que fosse estar em um restaurante como aquele. O lugar era um dos mais exclusivos do Rio, onde a sofisticação transbordava a cada canto. As mesas eram de mármore polido, as cadeiras de couro com detalhes dourados, e a iluminação suave criava uma atmosfera de luxo. O perfume dos pratos, que pareciam mais obras de arte do que comida, flutuava no ar. Era um ambiente de uma elegância que eu mal conseguia processar, como se eu fosse uma intrusa nesse mundo de riqueza e poder.Eu me preparei para aquele encontro com a mesma seriedade com que eu me preparava para qualquer evento importante. A diferença, no entanto, era que desta vez eu não estava ali por uma campanha de moda ou um desfile. Eu estava ali por causa de um homem que mal conhecia, e que prometia, de alguma forma, mudar a minha vida.Escolhi um vestido longo e preto, com um corte impecável que se ajustava ao meu corpo de maneira a ressaltar minha figura. O tecido fluía como seda, e o decote discreto realçava
LaraO jantar se arrastava diante de mim, a comida no prato quase intocada. Eu estava em um estado de choque, meus pensamentos estavam milhas à frente do que estava acontecendo ao meu redor. Alexandre me oferecera um contrato que poderia mudar minha vida, mas ao mesmo tempo, havia algo ali que não parecia certo. Algo que não estava completamente claro, algo que eu ainda precisava entender.Ele observava me atentamente, como se soubesse que eu estava processando tudo aquilo de uma vez, e eu não sabia o que pensar. Eu não sabia como me sentir sobre a oferta dele, sobre a maneira como ele parecia tão tranquilo, tão seguro de que eu iria aceitar. Como se ele estivesse me comprando como um simples contrato de negócios, uma peça no seu jogo de poder.Quando o garçom trouxe o envelope, Alexandre não hesitou. Pegou-o com a mesma calma, colocando-o sobre a mesa na minha frente. Eu olhei para o envelope preto, sentindo o peso do que estava prestes a vir.“Este é o contrato,” ele disse, a voz fr
Lara Depois daquela conversa com Alexandre, voltei para casa com a cabeça latejando. O contrato que ele me entregou continuava na minha bolsa, dobrado cuidadosamente. Era engraçado como um simples pedaço de papel podia carregar tanto peso. Cada cláusula parecia gritar comigo, cada palavra tentando me forçar a tomar uma decisão que eu ainda não tinha certeza de que queria. Assim que entrei em casa, fui recebida pelo aroma de comida. Minha avó estava na cozinha, como sempre, mantendo tudo sob controle enquanto eu me esforçava para manter as contas pagas. Júlia e Thiago estavam sentados à mesa, discutindo algo baixinho, mas pararam assim que me viram entrar. — Tá tudo bem, mana? — perguntou Thiago, com uma preocupação evidente. — Tá sim, só cansada — menti, tentando afastar qualquer desconfiança. Júlia se aproximou e me abraçou, como fazia sempre. Eu sorri, acariciando seus cabelos, mas minha mente não parava de voltar àquele contrato e à proposta absurda que Alexandre Costa havia
Lara No instante em que enviei a mensagem para Alexandre, me arrependi. Senti um peso no peito, como se tivesse acabado de cruzar uma linha sem volta. Meu celular vibrou quase imediatamente, e lá estava a resposta dele, rápida e direta, como sempre. Alexandre: "Claro. Podemos nos encontrar amanhã às 18h no meu escritório. Estarei esperando." Era isso. O jogo estava em andamento, e eu era uma das peças no tabuleiro dele. Passei o resto da noite tentando me preparar mentalmente, mas nada parecia suficiente. No dia seguinte, fui para o trabalho como de costume, tentando agir como se tudo estivesse normal. No entanto, as horas pareciam se arrastar, e a ansiedade crescia a cada minuto. Quando o relógio marcou 16h, eu já estava repassando mentalmente o que diria a Alexandre. Antes de sair, Júlia me puxou pelo braço. — Você tá tão distante esses dias, mana. Tá acontecendo alguma coisa? — Ela me olhou com preocupação genuína, seus olhos castanhos cheios de curiosidade e apreensão. — Só
LaraEu nunca imaginei que, aos 23 anos, a vida me faria carregar o peso de uma responsabilidade tão grande. Quando os pais morreram, o mundo, de repente, se transformou em uma espécie de pesadelo do qual não havia como acordar. Eles partiram em um acidente de carro, e, embora eu tenha tentado me preparar para a dor, nada poderia me preparar para o vazio que se formou no lugar onde antes existia uma família.Eu não tinha noção do quanto minha vida mudaria em um único segundo. Um telefonema. Uma ligação para informar que tudo o que eu conhecia, tudo o que me dava segurança, tinha acabado. O impacto do acidente foi tão forte que, quando eu vi o carro amassado nas imagens do noticiário, nem parecia possível que eles haviam estado ali. A imagem ficou gravada na minha mente, como se ainda estivesse vendo tudo em câmera lenta. Não havia mais dúvidas, não havia mais pais. Eu estava sozinha.Mas não completamente. Meus irmãos estavam comigo. Thiago, com 11 anos, e Júlia, com 14, estavam tão p