Giovana AndradeTomo mais um gole do café me divertindo com a agitação na cozinha, estão todos alvoroçados com a chegada do filho do patrão. Dizem que ele morou aqui quando criança, mas eu não era nascida, ou era muito pequena. E mesmo tendo vivido a minha vida quase toda dentro da fazenda, ainda assim, nunca cheguei a conhecê-lo, mas aparentemente ele é muito querido por aqui.O senhor Jorge mandou preparar as comidas favoritas dele, e o que me surpreende é que a minha mãe sabe exatamente quais são. Eu sei que ela trabalha na casa do patrão há mais de trinta anos, mas o filho do patrão vem muito pouco aqui.— Nina, quer mais alguma coisa? — Minha mãe, dona Marília, pergunta.— Já estou satisfeita, o pão de queijo estava ótimo — Respondi e ela sorri para mim — Obrigada.— O que você vai fazer hoje? — Ela pergunta enquanto começa a picar algumas cenouras.— Tenho que conferir o gado e depois ir olhar uma vaca que acabou de parir — Respondo tranquila — Quero ver como ela e o bezerrinho
Augusto BarrosDesembarco no aeroporto de Goiânia e fico observando como está mais bonito e moderno desde a última vez em que estive aqui, a uns três anos atrás, me entretenho admirando as mulheres bonitas que desfilam de um lado pra outro me fazendo suspirar. Goiás está sempre cheio de mulheres bonitas, é algo que não se pode negar.Fico perdido nos meus pensamentos até que avisto o Juliano, o capataz da fazenda. Ando em sua direção, ele só me vê quando estou bem perto, Juliano e eu temos quase a mesma idade, sempre que venho a fazenda nós conversamos muito e às vezes saímos para ver as meninas e dançar! no único bar da vila D’água que fica a uns trinta quilômetros da fazenda Soledade.Juliano é um cara alto, tem mais de um metro e oitenta de altura, tem olhos negros e a pele preta e é careca, ele é um cara muito forte e tem uma cara de mau, mas é somente a cara mesmo. Ele é um homem bom aos seus e um amigo que se importa.— Oi, patrão! Como você está? Como foi a viagem até aqui? Pre
Augusto BarrosSinto uma felicidade indescritível, quando vejo a fachada da fazenda Soledade escrito a fogo na madeira, é a coisa mais linda! A porteira é aberta assim que chegamos na guarita e o segurança reconhece a camioneteDescemos pelo caminho de pedra até chegar na varanda do casarão. O casarão é antigo e já estava aqui quando meu pai comprou. Ele foi todo reformado, mas sem tirar suas características, poucas coisas foram mudadas.Destravo o cinto, abri a porta e desço sentindo uma ansiedade, meu pai vem em minha direção, vou ao encontro dele, nos abraçamos. Como eu estava com saudades de Jorge Barros, meu pai.Entramos na varanda e sou recebido com muito carinho pelos funcionários da casa, cumprimento todos numa felicidade sem igual, por tamanho carinho.Depois de um tempo falando como foi a viagem, dona Marília chama para entrar.— Vamos entrar meu filho? Vou preparar um café para você tomar e terminar o almoço enquanto você toma banho. —Dona Marília me diz sorridente!Eu ent
NinaMeu dia hoje foi corrido; ajudei no parto de uma vaca. Dei uma passada rápida na cozinha ,para ver o movimento na cozinha à espera do filho do patrão, tava uma loucura, não tenho saco pra isso, nem tempo.Saio da cozinha e vou ver como a vaca e o bezerro estão, examino e constato que estão bem, vou até o saleiro e quando volto encontro a vaca com uma temperatura muito elevada. Esqueço do mundo a minha volta quando estou cuidando dessas coisinhas, opss! Não tão inhas assim, sorrio e balanço a cabeça voltando a me concentrar na vaca e seu filhote.Coloco o bezerro para mamar, mesmo com os protestos da mãe.Assim que o bezerro mama aplico um antibióticos na vaca. Estou tão concentrada que só lembro que não fui almoçar quando Joaquim, um dos peões da fazenda, entra me chamando aos gritos e me assusto.___ Quer me matar Joaquim que susto! __ Falo com a mão no coração, que bate a mil por hora.Desculpa, Nina! Não era minha intenção assustá-la, eu só vim trazer seu almoço a pedido da su
Augusto Barros Saio do celeiro e fico intrigado comigo mesmo que não fui capaz de interagir com a veterinária Nina, fiquei feito um idiota sem tirar os olhos dela, como pude agir assim? Ficar mudo diante de uma mulher linda. É coisa de adolescente, só pode ser cansaço, saio dos meus devaneios quando ouço a voz do meu pai.__ Ficou muito bom! Gostei muito dos piquetes e das maternidades, Tudo muito moderno facilitando tanto para as vacas na hora de parir quanto para nós veterinários. __ Falo à verdade. __ O que aconteceu você está tão calado? __ Não respondo de imediato e ele continua a falar me olhando de soslaio __ O que achou das mudanças que fiz no celeiro?— Amanhã vou ajudá-lo no escritório de manhã porque preciso inteirar dos assuntos da fazenda e das finanças, à tarde vou reunir com os peões e com os veterinários e ainda quero dar uma volta com o Trovão. ---Como é satisfatório saber que você está entusiasmado em administrar á fazenda e falar no Trovão com certeza ele está
AugustoAcordo me sentindo bem disposto, o sol ainda nem nasceu, mas me levanto. Vou ao banheiro escovo os dentes lavo e faço a barba pois gosto do meu rosto lisinho, vejo que as minhas roupas estão todas no meu closet, arrumadas do jeito que gosto, pego uma camisa xadrez em preto e cinza e uma calça jeans preta me visto calço e ponho o meu chapéu. Saio do quarto e ao chegar na escada já sinto um cheiro delicioso de café, desço a os degraus quase correndo, parecendo adolescente, sorrio do meu pensamento, chego à cozinha e está meu pai e dona Marília , conversando .— Bom dia! O dia começou animado por aqui —- Falo em um tom de animado.— Bom dia! Dormiu bem? Descansou? — pergunta dona Marília enxugando as mãos no avental e com um sorriso no rosto.— Bom dia filho! Hoje o dia promete. Temos muito serviço para fazer dentro e fora do escritório — Diz levando a xícara de café até a boca.— Dormi bem sim e acordei bem descansado — Respondendo a dona Marília, com um sorriso nos lábios, e
Nina — Não esperava ver Augusto naquele fim de tarde, quando eu estava sorrindo das muitas besteiras que Joaquim e Fabrício contavam. Estávamos em frente ao celeiro, ele surgiu montado no Trovão, com todo seu esplendor, nos cumprimenta com indiferença, manda Joaquim guardar o cavalo e sai se achando um rei, só se for o reinda cocada preta.— Que ser insuportável! Não sei se conseguirei trabalhar com essa criatura Ele é um arrogante.— Aí que você se engana, ele apesar da fortuna é um cara muito simples, não sei que bicho mordeu ele agora, deve estar cansado só pode! – Fabrício fala em defesa do príncipe e eu reviro os olhos vendo Joaquim voltar para perto de nós rindo do meu gesto.— O que eu perdi? — Joaquim pergunta enfiando as mãos nos bolsos da calça com cara de desconfiado olhando de um para outro enquanto Fabrício solta uma gargalhada.—Aah Joaquim, é só o Fabrício que virou advogado de defesa do arrogante e babaca do filho do patrão, parece até que ele tem umsrei na barriga.
Nina Augusto põe a mão esquerda no meu ombro me guiando até a saída, seguimos calados. Ao sairmos do celeiro tá um vento suave.—- Está indo para casa? — Perguntei quebrando o silêncio.— Não! Vou dar uma volta com o trovão, matar um pouco a saudade e aproveitar para ver o meu netinho. — Diz com um sorriso irônico, referindo ao potrinho, filho do Trovão.— Por falar nele, já escolheu o nome?— Sim, Tornado! O que você acha? — Pergunta com um sorriso lindo.— Tornado! Bonito nome e combina muito com ele. –Dou um leve sorriso e começo a caminhar e já me despedindo. — Até mais Augusto nos vemos na vacinação.Mau fecho a boca e ele diz:—Vamos ver o Tornado e depois dar uma volta a cavalo?— Hoje não! Estou muito cansada e amanhã o batidão será tenso. Dou um aceno com a cabeça e volto para casa pois tenho que dormir mais cedo, amanhã levanto com as galinhas, combinei com os peões que começaremos às cinco da manhã, já deixei tudo preparado para não ter imprevistos. É a primeira ve