Nina,Acordo assustada, uma equipe avalia meus batimentos cardíacos e pressão arterial, meus olhos estão abertos, respondo aos estímulos, contudo minha mente está vagando em outra dimensão.Vagarosamente vou recobrando minha ciência, olho em volta e vejo Vitória sendo levada em uma maca.— Nós nunca vamos ter paz? Já não aguento mais! — Falo olhando para Augusto que vem em minha direção.— Eu prometo que vamos! — Ele fala.Augusto senta ao meu lado e me abraça, a equipe passa recomendações a minha mãe e me libera, pedindo apenas um acompanhamento psicológico.— Vocês precisam ir até a delegacia prestar depoimento. — Um policial indica.— Estamos aguardando o nosso advogado, seguiremos assim que ele chegar. — Augusto informa.O policial sai e dona Helena me abraça do outro lado, mamãe se abaixa em minha frente.— Vocês está bem minha menina? — Mamãe pergunta.— Estou sim! E Vitória? E o bebê? Alguém avisou o avô dela? ou seu Jorge? — Pergunto realmente preocupada.— Seu coração vale ou
Nina,É engraçado como a vida nos prega peças, num dia tudo e flores e no outro vira um pesadelo, semana passada eu perdi meu bebê, dois dias atrás um anjinho perdeu sua mãe, acho que o destino pode estar querendo me ensinar algo.— Augusto, podemos adotar o bebê? — Pergunto enquanto passo manteiga numa torrada.— Amor, não penso que essa criança nos trará boas lembranças, podemos adotar outra se for do seu interesse ou então podemos fazer um nosso.— Eu não quero outro bebê, eu quero esse... algo em mim diz que nossos destinos estão cruzados há muito tempo. — Respondo olhando séria para Augusto.— Vocês estão esquecendo de um detalhe importante, essa criança tem um pai! — minha sogra fala e todos nós voltamos a atenção para ela.— Isso é verdade, por hora todos os direitos são dele. — Papai responde e passa o guardanapo na boca.— Resta saber quem é o pai da criança. — Mamãe complementa.— Eu tenho quase certeza de que sei... — Augusto fala e todos nós olhamos para ele — vou hoje mes
Augusto,Nina decidiu que quer adotar o filho de Vitória, eu na realidade não concordo e não por ser filho daquela louca e sim por medo do que as lembranças podem causar, mas se ela está decidida eu vou apoia-la.Passo no escritório atualizo as obrigações diárias, deixo algumas recomendações com a secretária e então saio para encontrar o amante da Vitória.Passo no clube que eles frequentavam mas não encontro, converso com algumas pessoas e então uma moça me diz onde posso encontra-lo.— Augusto! É esse seu nome, né? — A moça pergunta quando já estou saindo.— Sim! — Respondo seco.— A Vitória, o que aconteceu com ela? Por está atrás dele? — Ela pergunta claramente preocupada.— Ela faleceu há alguns dias... — O rosto da moça se transforma em desespero assim que ouve.— E o bebê? — Ela pergunta aflita.Nesse instante eu vejo que ela não é só uma pessoa qualquer, ela é íntima de Vitória e sabe muito sobre tudo isso. Volto dois passos ficando próximo a ela novamente.— O que você é da V
Nina,Estou feliz que as coisas estejam caminhando de acordo com o planejado, se tudo der certo em poucos dias meu filho estará comigo, o advogado da família Barros já está cuidando de toda parte burocrática.Jorge tem se aproximado de Augusto que ainda oferece alguma resistência, mas sei que em breve ele cederá totalmente.Hoje é o casamento de Nicole e Fabrício, estou ansiosa, daqui a pouco o carro vem me buscar para ir ao SPA onde a noiva e as madrinhas serão arrumadas.— O próximo será o nosso! — Augusto fala beijando minha testa.— Já somos praticamente casados. — Falo abraçando-o.— Quero casar com você dentro de tudo que exige o figurino. — Augusto fala e eu me emociono.O carro chega e eu me despeço, sinto um frio na barriga e em minha mente os últimos acontecimentos vão sendo repassado seguidos de reflexões, agradeço por todo aprendizado que todas as situações me trouxeram, uma vez superadas não há porque reclamar.— Estou tão ansiosa! — Nicole fala vindo me abraçar.— Já de
Nina,A festa de Nicole foi surpreendentemente linda, Felipe e Joaquim juntos é melhor do que poderíamos prever em todos os anos de amizade, saber quem podem explanar esse amor ao mundo me deixa muito feliz.Para completar minha paz interior, a documentação da adoção foi aprovada, passaremos por uma experiência social,mas isso é procedimento padrão, ou seja, meu bebê que sai hoje da UTI e recebe alta vira para casa.— Amor, eu te falei que a mamãe chega hoje? Vem ela e o Alfred. — Augusto fala enquanto se veste.— Ela me contou, você deve ter se esquecido. — Sorrio.— Daqui a pouco temos que buscar nosso filho, nosso Antônio. — Augusto fala todo orgulhoso.— Sim, nosso cowboy. — Falo com um sorriso enorme no rosto e abraço Augusto.Descemos as escadas e meus pais já estão na sala nos esperando, estamos todos ansiosos com a chegada do nosso menino.Mamãe e papai decidem aguardar aqui para não tumultuar o hospital, dona Helena também deve estar pousando a qualquer momento e já vem diret
Nina, Dois meses do mais puro amor em meus braços, ver a evolução do meu filho e a cumplicidade do Augusto nas noites acordadas me mostra que fiz a escolha certa.Decidimos que é melhor e mais fácil nos mudarmos para o Haras, essa semana termina as adaptações na casa e então voltamos definitivamente para o sossego da fazenda.— Como está os dois amores da minha vida? — Augusto chega brincando com Antônio que está em meus braços.— Estamos bem, lava as mãos para pegá-lo. — Falo arrumando Antônio em meu colo que fica todo faceiro só de ouvir a voz do papai.Augusto retorna do lavabo e passa o antisséptico nas mãos, pega o nosso filho e começa a brincar todo bobo.Dona Helena desce ao ouvir a voz de Augusto, Alfred também está com ela, estão aqui para finalizar os últimos detalhes, o Haras será inaugurado hoje no fim da tarde.Embora tenha babás para cuidar de Antônio, eu reduzi minha carga horária para acompanhar dele nos primeiros seis meses.— Tudo certo mamãe, está animada? — August
Giovana AndradeTomo mais um gole do café me divertindo com a agitação na cozinha, estão todos alvoroçados com a chegada do filho do patrão. Dizem que ele morou aqui quando criança, mas eu não era nascida, ou era muito pequena. E mesmo tendo vivido a minha vida quase toda dentro da fazenda, ainda assim, nunca cheguei a conhecê-lo, mas aparentemente ele é muito querido por aqui.O senhor Jorge mandou preparar as comidas favoritas dele, e o que me surpreende é que a minha mãe sabe exatamente quais são. Eu sei que ela trabalha na casa do patrão há mais de trinta anos, mas o filho do patrão vem muito pouco aqui.— Nina, quer mais alguma coisa? — Minha mãe, dona Marília, pergunta.— Já estou satisfeita, o pão de queijo estava ótimo — Respondi e ela sorri para mim — Obrigada.— O que você vai fazer hoje? — Ela pergunta enquanto começa a picar algumas cenouras.— Tenho que conferir o gado e depois ir olhar uma vaca que acabou de parir — Respondo tranquila — Quero ver como ela e o bezerrinho
Augusto BarrosDesembarco no aeroporto de Goiânia e fico observando como está mais bonito e moderno desde a última vez em que estive aqui, a uns três anos atrás, me entretenho admirando as mulheres bonitas que desfilam de um lado pra outro me fazendo suspirar. Goiás está sempre cheio de mulheres bonitas, é algo que não se pode negar.Fico perdido nos meus pensamentos até que avisto o Juliano, o capataz da fazenda. Ando em sua direção, ele só me vê quando estou bem perto, Juliano e eu temos quase a mesma idade, sempre que venho a fazenda nós conversamos muito e às vezes saímos para ver as meninas e dançar! no único bar da vila D’água que fica a uns trinta quilômetros da fazenda Soledade.Juliano é um cara alto, tem mais de um metro e oitenta de altura, tem olhos negros e a pele preta e é careca, ele é um cara muito forte e tem uma cara de mau, mas é somente a cara mesmo. Ele é um homem bom aos seus e um amigo que se importa.— Oi, patrão! Como você está? Como foi a viagem até aqui? Pre