Augusto Barros
Sinto uma felicidade indescritível, quando vejo a fachada da fazenda Soledade escrito a fogo na madeira, é a coisa mais linda! A porteira é aberta assim que chegamos na guarita e o segurança reconhece a camioneteDescemos pelo caminho de pedra até chegar na varanda do casarão. O casarão é antigo e já estava aqui quando meu pai comprou. Ele foi todo reformado, mas sem tirar suas características, poucas coisas foram mudadas.Destravo o cinto, abri a porta e desço sentindo uma ansiedade, meu pai vem em minha direção, vou ao encontro dele, nos abraçamos. Como eu estava com saudades de Jorge Barros, meu pai.Entramos na varanda e sou recebido com muito carinho pelos funcionários da casa, cumprimento todos numa felicidade sem igual, por tamanho carinho.Depois de um tempo falando como foi a viagem, dona Marília chama para entrar.— Vamos entrar meu filho? Vou preparar um café para você tomar e terminar o almoço enquanto você toma banho. —Dona Marília me diz sorridente!Eu entro e vejo que a sala continua igual. Cortinas em um tom escuro, um sofá em estilo colonial, bem grande em cor marrom e carpetes em pelúcia de couro de carneiro, mesa de centro também no estilo colonial. Tudo harmonioso, tudo muito rústico, porém muito elegante sigo em direção a cozinha, seguindo dona Marilia, que falava pelos cotovelos. Ao chegar a cozinha vejo uma mocinha, muito linda e atraente que se prontificou a me ajudar.Serviu meu café e alguns biscoitos e bolo de fubá, amei estava tudo muito bom, como me lembrava.Terminei o café, fui tomar um banho e descansar um pouco para esperar o almoço e ir dar uma volta no meu cavalo Trovão que é tão escuro, como uma noite de tempestade.Ao abrir a porta do no meu quarto me surpreendo, por encontrá-lo do jeito que deixei, tudo muito limpo e nada fora do lugar, entrei sentei naqueles lençóis branco de seda que são os meus favoritos tirei meu chapéu e coloquei encima da cama com cuidado, tirei a bota e meia e deixei aos pés da cama, fiquei em pé tirei minha roupa entrando no box liguei o ducha no frio, pois o calor esta escaldante assim que a água fria cai na minha cabeça e desce molhando todo meu corpo já me senti aliviado.Enrolei a toalha na cintura e sai do banheiro vestindo uma cueca box preta e me deitei para descansar um pouco.Não sei quantas horas dormi, acordei com batidas na porta, meu pai, falei para ele entrar.— Oi, filho não queria te acordar ,mas o almoço já está servido só a nossa espera, vou te esperar na mesa enquanto você se veste pois temos muito pra conversar e quero mostrar algumas melhorias que fiz na fazenda —Meu pai fala e sai fechando a porta no seu encalço.Levanto vou até minha mala e pego uma calça jeans e uma camisa xadrez visto e calço minhas botas e não posso esquecer meu chapéu, saio do quarto indo em direção a cozinha.Sinto o cheiro delicioso de pequi e galinha caipira, meu prato favoritoCumprimento todos e me sento para saborear essa delícia._ Dona Marília , como sempre sendo perfeita, amo ser mimado pela senhora— Digo e ela fica vermelha e dou um dos meus melhores sorriso— Vou mimar muito mais só para você não querer voltar mais pra aquele lugar ---diz ela toda cheia de si.— Ele veio para ficar Marília – diz meu pai todo orgulhoso.Ficamos nos deliciando desse almoço maravilhoso entre lembranças do passado e muitos sorrisos até ser servida uma sobremesa divina, de comer rezando de tão boa, assim que terminamos de se deliciar desse sabor indescritível de ambrosia, chamo meu pai para irmos dar uma volta pela fazenda. — Por onde vamos começar, senhor Jorge Barros? —pergunto sorrindo e ele vira os olhos, fingindo-se de bravo.Vamos começar pelo celeiro e aproveitar para te apresentar a Nina, nossa veterinária que está cuidando de uma vaca parida. E para você já ir analisando o que mais podemos acrescentar para melhorar e facilitar com a lida. Meu pai fala com orgulho de suas conquistas.— Até que enfim vou conhecer a Nina, dizem que ela é muito boa! — Ponho na cara meu sorriso mais safado e sou recriminado por meu pai.— Nina é uma moça direita é pra casar e como você já sabe que ela é filha da Marília e Tobias e mora nessas terra desde que nasceu só saiu daqui para fazer faculdade em Goiânia e voltou agora e está trabalhando aqui, ela muito dedicada no que faz e você está proibido de brincar com ela, iludi-la e fazer ela sofrer, Nina tem um coração puro não vai fazer ela sofrer ouviu bem, Augusto!? Você como patrão não pode ficar com nenhuma de nossas funcionárias é antiético! — Meu pai fala muito sério—É assim que o senhor me vê um cara aproveitador? — Digo indignado e olhando sério para meu pai.— Não! Claro que não! Você é um rapaz solteiro e está acostumados com mulheres mais independentes que sabem o quer e que tem a mente mais aberta, aqui no interior uma moça fica mal falada por pouca coisa e você não é adepto a relacionamentos sérios seus casos não dura mais que duas noite e eu na sua idade já estava casado com sua mãe e já tinha você. —Diz sérioNem conheço a moça e já estou sendo apedrejado como se fosse um cão sarnento.--- Digo fazendo cara de cachorro que caiu da mudançaChegamos no celeiro e meu pai para com a conversa sobre a veterinária .Observo as mudanças e fico muito satisfeito com o que vejo.Entramos num piquete de maternidade e vejo uma mulher linda de olhos verdes penetrantes, cabelos castanhos em um rabo de cavalo e uma pele bronzeada e uma boca! E que boca! Fico hipnotizado olhando aquela formosura por alguns segundos.— Augusto! Essa é a Geovana, nossa veterinária —Meu pai me tira do transe e eu sorrio para a garota estendendo a mão em cumprimento.NinaMeu dia hoje foi corrido; ajudei no parto de uma vaca. Dei uma passada rápida na cozinha ,para ver o movimento na cozinha à espera do filho do patrão, tava uma loucura, não tenho saco pra isso, nem tempo.Saio da cozinha e vou ver como a vaca e o bezerro estão, examino e constato que estão bem, vou até o saleiro e quando volto encontro a vaca com uma temperatura muito elevada. Esqueço do mundo a minha volta quando estou cuidando dessas coisinhas, opss! Não tão inhas assim, sorrio e balanço a cabeça voltando a me concentrar na vaca e seu filhote.Coloco o bezerro para mamar, mesmo com os protestos da mãe.Assim que o bezerro mama aplico um antibióticos na vaca. Estou tão concentrada que só lembro que não fui almoçar quando Joaquim, um dos peões da fazenda, entra me chamando aos gritos e me assusto.___ Quer me matar Joaquim que susto! __ Falo com a mão no coração, que bate a mil por hora.Desculpa, Nina! Não era minha intenção assustá-la, eu só vim trazer seu almoço a pedido da su
Augusto Barros Saio do celeiro e fico intrigado comigo mesmo que não fui capaz de interagir com a veterinária Nina, fiquei feito um idiota sem tirar os olhos dela, como pude agir assim? Ficar mudo diante de uma mulher linda. É coisa de adolescente, só pode ser cansaço, saio dos meus devaneios quando ouço a voz do meu pai.__ Ficou muito bom! Gostei muito dos piquetes e das maternidades, Tudo muito moderno facilitando tanto para as vacas na hora de parir quanto para nós veterinários. __ Falo à verdade. __ O que aconteceu você está tão calado? __ Não respondo de imediato e ele continua a falar me olhando de soslaio __ O que achou das mudanças que fiz no celeiro?— Amanhã vou ajudá-lo no escritório de manhã porque preciso inteirar dos assuntos da fazenda e das finanças, à tarde vou reunir com os peões e com os veterinários e ainda quero dar uma volta com o Trovão. ---Como é satisfatório saber que você está entusiasmado em administrar á fazenda e falar no Trovão com certeza ele está
AugustoAcordo me sentindo bem disposto, o sol ainda nem nasceu, mas me levanto. Vou ao banheiro escovo os dentes lavo e faço a barba pois gosto do meu rosto lisinho, vejo que as minhas roupas estão todas no meu closet, arrumadas do jeito que gosto, pego uma camisa xadrez em preto e cinza e uma calça jeans preta me visto calço e ponho o meu chapéu. Saio do quarto e ao chegar na escada já sinto um cheiro delicioso de café, desço a os degraus quase correndo, parecendo adolescente, sorrio do meu pensamento, chego à cozinha e está meu pai e dona Marília , conversando .— Bom dia! O dia começou animado por aqui —- Falo em um tom de animado.— Bom dia! Dormiu bem? Descansou? — pergunta dona Marília enxugando as mãos no avental e com um sorriso no rosto.— Bom dia filho! Hoje o dia promete. Temos muito serviço para fazer dentro e fora do escritório — Diz levando a xícara de café até a boca.— Dormi bem sim e acordei bem descansado — Respondendo a dona Marília, com um sorriso nos lábios, e
Nina — Não esperava ver Augusto naquele fim de tarde, quando eu estava sorrindo das muitas besteiras que Joaquim e Fabrício contavam. Estávamos em frente ao celeiro, ele surgiu montado no Trovão, com todo seu esplendor, nos cumprimenta com indiferença, manda Joaquim guardar o cavalo e sai se achando um rei, só se for o reinda cocada preta.— Que ser insuportável! Não sei se conseguirei trabalhar com essa criatura Ele é um arrogante.— Aí que você se engana, ele apesar da fortuna é um cara muito simples, não sei que bicho mordeu ele agora, deve estar cansado só pode! – Fabrício fala em defesa do príncipe e eu reviro os olhos vendo Joaquim voltar para perto de nós rindo do meu gesto.— O que eu perdi? — Joaquim pergunta enfiando as mãos nos bolsos da calça com cara de desconfiado olhando de um para outro enquanto Fabrício solta uma gargalhada.—Aah Joaquim, é só o Fabrício que virou advogado de defesa do arrogante e babaca do filho do patrão, parece até que ele tem umsrei na barriga.
Nina Augusto põe a mão esquerda no meu ombro me guiando até a saída, seguimos calados. Ao sairmos do celeiro tá um vento suave.—- Está indo para casa? — Perguntei quebrando o silêncio.— Não! Vou dar uma volta com o trovão, matar um pouco a saudade e aproveitar para ver o meu netinho. — Diz com um sorriso irônico, referindo ao potrinho, filho do Trovão.— Por falar nele, já escolheu o nome?— Sim, Tornado! O que você acha? — Pergunta com um sorriso lindo.— Tornado! Bonito nome e combina muito com ele. –Dou um leve sorriso e começo a caminhar e já me despedindo. — Até mais Augusto nos vemos na vacinação.Mau fecho a boca e ele diz:—Vamos ver o Tornado e depois dar uma volta a cavalo?— Hoje não! Estou muito cansada e amanhã o batidão será tenso. Dou um aceno com a cabeça e volto para casa pois tenho que dormir mais cedo, amanhã levanto com as galinhas, combinei com os peões que começaremos às cinco da manhã, já deixei tudo preparado para não ter imprevistos. É a primeira ve
Augusto A campanha de vacinação tem me proporcionado muito cansaço e também muito entretenimento. Está uma correria só, mas estou achando interessante toda interatividade que venho tendo com Nina.Geovana ainda que recém formada é uma exímia profissional, dedicada, competente e não mede esforços para que tudo saia dentro do programado além de linda.O modo que ela conduz os peões e domina seus conhecimentos me deixam encantado. Embora as inúmeras recomendações do meu pai de que eu deva manter distância, algo me prende a atenção nela, talvez seja o fato de que tudo proibido é mais atrativo.Todos aqui vêem as qualidades de Nina, inclusive Vanessa que quase a fuzilou com os olhos quando dei carona para ela no início da semana. Falando nesse dia, o primeiro da vacinação não imaginava que uma mulher linda e baixinha fosse tão valente! E o que me deixa sem ar mesmo é aquele rebolar de bunda indo e vindo, teve uma hora que fiquei de pau duro imaginando aquela bundinha cavalgando no m
Nina Saio da vacinação com o sol se pondo, sigo direto para a minha casa, estou faminta e cansada. Hoje o trabalho foi intenso, mas valeu muito a pena! Principalmente porque o Augusto já havia me chamado para dar uma ida na vila D’água para descontrair! Fiquei na dúvida, porém acabei aceitando. Por puro nervosismo acabei convidando a todos para ir e Fabrício aceitou na hora e no fim todos da nossa equipe resolveram ir também. Quando o Augusto falou que passaria em casa para me buscar, disse que iria com a Nicole e que nos encontraríamos lá. Augusto insistiu para eu ir com ele, mas a covarde que existe em mim deu pra trás. Agora estou arrependida.Chego em casa e entro pela área de serviço para deixar a minha bota e a minha roupa suja por ali. Entro em casa e vou direto à geladeira pegar um copo de água e ver o que tem para comer, e vejo que a mamãe fez o meu bolo preferido.Gemo de puro prazer assim que levo um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate na boca. Hum! Hum
AugustoChego a Vila D'Água e paro em frente ao bar do Zé, demoro um pouco para descer, observo o movimento antes de sair da camionete e sigo para a entrada procurando por Nina.Assim que entro, percorro o olhar pelo local e encontro o par de olhos mais lindo, nossos olhares se prenderam e ela sorri, eu correspondo me virando para ir até ela, porém nesse exato segundo sinto uma mão tocar meu braço e no instante seguinte ser abraçado, e antes que eu reaja sou surpreendido com um selinho.Tinha que ser Vitória, por um momento havia me esquecido dessa insuportável, meus braços ficaram pendurados ao longo do meu corpo e mesmo assim ela enroscou os dela junto aos meus me guiando ao balcão. Sem me perguntar ela pede duas cervejas mas antes que o garçom se afaste eu peço que traga apenas uma.— Não vai me acompanhar? - Vitória pergunta fazendo biquinho e eu quase reviro os olhos.— Não estou com sede! Obrigado! — respondo de forma seca e volto a procurar por Nina, pois tenho certeza que