AugustoChego a Vila D'Água e paro em frente ao bar do Zé, demoro um pouco para descer, observo o movimento antes de sair da camionete e sigo para a entrada procurando por Nina.Assim que entro, percorro o olhar pelo local e encontro o par de olhos mais lindo, nossos olhares se prenderam e ela sorri, eu correspondo me virando para ir até ela, porém nesse exato segundo sinto uma mão tocar meu braço e no instante seguinte ser abraçado, e antes que eu reaja sou surpreendido com um selinho.Tinha que ser Vitória, por um momento havia me esquecido dessa insuportável, meus braços ficaram pendurados ao longo do meu corpo e mesmo assim ela enroscou os dela junto aos meus me guiando ao balcão. Sem me perguntar ela pede duas cervejas mas antes que o garçom se afaste eu peço que traga apenas uma.— Não vai me acompanhar? - Vitória pergunta fazendo biquinho e eu quase reviro os olhos.— Não estou com sede! Obrigado! — respondo de forma seca e volto a procurar por Nina, pois tenho certeza que
AugustoSaio do escritório por volta das duas horas da tarde e vou direto para cozinha, estou faminto, vejo que meu almoço está no forno e ainda está quente, como feito um urso quando sai da hibernação. Termino de almoçar, bebo um suco de laranja geladinho e vou dar uma volta pela fazenda, resolvo ir caminhando até o lago.Vou me aproximando e ouço vozes, fico tentando reconhecer, mas tá impossível, vou me esgueirando até chegar perto de uma pedra grande onde me escondo e fico observando até que vejo Nina dá um mergulho e aquele homem mergulhar atrás dela, ambos gargalhando feito dois adolescentes.Saio de trás da pedra e caminho em direção aos dois como estão distraídos leva alguns minutos para notar minha presença Nina dá um grito assustado assim que me vê e seu companheiro continua nadando com os olhos grudados em mim.— O que você está fazendo aqui, Augusto? Está me seguindo?Nina grita esteticamente jogando água em minha direção— Até onde eu sei eu estou na minha propried
GiovanaEntro em casa aos prantos, Augusto me humilhou de uma forma que jamais pude imaginar ser algum dia em minha vida.Minha mãe tenta falar comigo enquanto sigo para meu quarto, mas a deixei para trás com Felipe, entro no banheiro e tomo um banho regado a lágrimas, não posso acreditar que esteja passando por algo assim.Saio enrolada na toalha e me deito na cama, respiro fundo enquanto penso no que farei, minha mãe bate a porta e Felipe também me chama, dou um suspiro profundo e me sento, então digo que podem entrar.— Oh minha menina, como você está? Felipe me contou o episódio monstruoso que Augusto lhes proporcionou, mas não se preocupe que isso não vai ficar assim… — Ela fala triste e preocupada.— Vai ficar tudo bem mãe! Não precisa fazer nada não— respondo com um nó na garganta, e vejo Felipe em pé nos observando. — Vou me vestir e descemos para tomar um café, só o bolo de cenoura com chocolate da senhora pode me fazer melhorar agora. — Levanto e ela me abraça e me dá um be
Nina,Estacionamos em frente a fazenda com o dia ainda escuro, para nossa surpresa Augusto está na varanda de seu quarto e fica nos olhando.Felipe para provocar, desce e me abraça me acompanhando até a porta de casa. Convido-o para tomar café antes de eu ir para o serviço mas ele não aceita, enquanto me despeço dele Augusto passa ao longe nós encarando com muita raiva.— Não sei que bicho mordeu esse homem! Ele só pode estar doido. — Falo irritada, pois foi assim que ele começou o show dele ontem.— Você ainda não percebeu que o nome disso é ciúme? Ele está te querendo e acha que temos algo. — Felipe fala e eu sinto minhas bochechas corarem.— Definitivamente, não! Agora deixa eu cuidar da vida que o dia vai ser extenso. — Me despeço e vou me arrumar.Entro e vejo que minha mãe já saiu para o casarão, no entanto deixou meu café posto, adoro os mimos dela. Tomo meu café com paciência, ainda tenho tempo, arrumo a mesa e vou me vestir.Em meu quarto as palavras de Felipe sobre Augusto f
AugustoSei que fui um babaca e que continuo agindo como um, não sei que sentimento é esse que me faz perder o controle e a cabeça quando estou perto de Nina, e mandar a razão pro inferno quando a vejo com Felipe.Meu objetivo indo até a casa de Dona Marília era pedir desculpas e resolver tudo isso, tinha muitas coisas em mente para dizer mas nada saiu conforme planejado, sou muito estúpido mesmo.Entro no meu quarto batendo a porta e me jogo na cama, o que essa mulher tem que me deixa assim? E o que aquele peão é dela? Eu sinto vontade de socá-lo só de pensar nele.Não saio para o jantar, permaneço em meu quarto vigiando a estrada para ver a que horas eles retornam, para o meu completo desespero não há sinal de que seja essa noite.Reconquistar a confiança de Nina é meu principal objetivo, mesmo sabendo ser muito difícil.Me rendo ao cansaço e vou dormir, inconformado com a audácia de me deixarem só naquela varanda, eu vou tomar Giovana para mim, esse peão não vai pôr as mãos no que
Que ódio, que tonta eu sou!Augusto sai atrás da sirigaita da Vitória sem ao menos me falar alguma coisa, ainda entrelaça o braço ao dela como se não estivesse prestes a me beijar no minuto anterior.Entro batendo a porta e subo para tomar um banho, deixo a água gelada bater em meu corpo tirando o cansaço e forço a mente a parar de pensar em tudo que vem acontecendo, no beijo, penso que gostaria daquele beijo.Após um longo banho acompanhada de reflexões, saio do quarto envolta a toalha com uma enrolada na cabeça, me assusto ao ver que Nicole está no quarto me aguardando.— Amiga! — rio cumprimentando-a.— Oi! Está distraída heim, te chamei várias vezes e não me disse nada— Ela fala se levantando.— Eu estou distraída e você é uma fofoqueira de primeira né? Aposto que mal esperou o dia passar pra vir saber o que houve.Falo e nós duas caímos na risada, afinal, sabemos que é verdade. Conto tudo que houve no domingo, em como me senti e também a vontade que Felipe está sentindo de enfiar
Augusto,Estou a um fio de tocar os lábios de Nina, é como se conseguisse sentir o sabor da felicidade nesse momento, mas tudo acaba com um balde de água fria.A voz irritante de Vitória me chamando nos rouba o momento que espero desde o dia em que coloquei os olhos em Geovanna.Perco o fio da meada, e acompanho a insuportável sem falar nada com Nina que me olha com visível chateação, para piorar Vitória enrosca os braços dela com os meus.Entro em casa e papai está reunido com seu João Arruda no escritório, vou em direção a porta mas sou interrompido por Vitória.— Vovô está em uma reunião particular com seu Jorge, na verdade fui a sua procura pois não queria ficar só. — Mal creio nas palavras que saem da boca dessa garota insolente.— Você não tem senso? — Pergunto tentando não perder a pouca educação que me resta.— Não seja grosso Augusto, até porque a minha companhia pode ser muito mais interessante do que a daquela sua peoazinha sem sal— Ela fala e caminha até mim e alisa sua m
Augusto,Nina chega para trabalhar e cumprimenta a todos como de costume, respondo educadamente e saio para ver um boi que estamos analisando.Em um primeiro impacto minha vontade foi de pedir a atenção de Nina e tentar explicar todo mal entendido de ontem, contudo seguro minha adrenalina e atendo aos conselhos da mamãe.Não tenho dúvidas de que eu gosto de Nina, e meu coração sabe que é recíproco, o único problema é que não estamos conseguindo expressar as emoções, manter distância dela como minha mãe falou será difícil, mas vou me esforçar.A semana ficou infinitamente longa depois da decisão de ignorar Nina pela fazenda, tudo perdeu a graça e para piorar ainda tem a Vitória que apareceu aqui umas duas vezes me infernizando e Vanessa que não sai do meu pé, em toda oportunidade ela está se insinuando.— Augusto, vamos todos à Vila Olho D'água galantear pela noite de sábado, vamos? — Joaquim me convida receoso.— Obrigado Joaquim, vou deixar para a próxima, amanhã tenho algumas coisas