Augusto,Estou a um fio de tocar os lábios de Nina, é como se conseguisse sentir o sabor da felicidade nesse momento, mas tudo acaba com um balde de água fria.A voz irritante de Vitória me chamando nos rouba o momento que espero desde o dia em que coloquei os olhos em Geovanna.Perco o fio da meada, e acompanho a insuportável sem falar nada com Nina que me olha com visível chateação, para piorar Vitória enrosca os braços dela com os meus.Entro em casa e papai está reunido com seu João Arruda no escritório, vou em direção a porta mas sou interrompido por Vitória.— Vovô está em uma reunião particular com seu Jorge, na verdade fui a sua procura pois não queria ficar só. — Mal creio nas palavras que saem da boca dessa garota insolente.— Você não tem senso? — Pergunto tentando não perder a pouca educação que me resta.— Não seja grosso Augusto, até porque a minha companhia pode ser muito mais interessante do que a daquela sua peoazinha sem sal— Ela fala e caminha até mim e alisa sua m
Augusto,Nina chega para trabalhar e cumprimenta a todos como de costume, respondo educadamente e saio para ver um boi que estamos analisando.Em um primeiro impacto minha vontade foi de pedir a atenção de Nina e tentar explicar todo mal entendido de ontem, contudo seguro minha adrenalina e atendo aos conselhos da mamãe.Não tenho dúvidas de que eu gosto de Nina, e meu coração sabe que é recíproco, o único problema é que não estamos conseguindo expressar as emoções, manter distância dela como minha mãe falou será difícil, mas vou me esforçar.A semana ficou infinitamente longa depois da decisão de ignorar Nina pela fazenda, tudo perdeu a graça e para piorar ainda tem a Vitória que apareceu aqui umas duas vezes me infernizando e Vanessa que não sai do meu pé, em toda oportunidade ela está se insinuando.— Augusto, vamos todos à Vila Olho D'água galantear pela noite de sábado, vamos? — Joaquim me convida receoso.— Obrigado Joaquim, vou deixar para a próxima, amanhã tenho algumas coisas
Nina,Augusto só pode estar de brincadeira com a minha cara, cada dia uma coisa diferente. Como se fosse pouco tudo que vem fazendo agora surgiram alguns buchicho de que ele está namorando com Vitória.Segura mundão véi sem porteira, que esse coração está apaixonado por alguém que não liga. Por inúmeras vezes essa semana, cogitei sair da fazenda. Eu cresci aqui, seu Barros me proporcionou um crescimento profissional que eu levaria anos para conquistar, não seria justo nem comigo e nem com ele.— Está pensando no Augusto de novo, minha filha? — Mamãe pergunta entrando na cozinha.— Estou, não sei onde estava com a cabeça quando deixei meu coração se levar— Desabafo colocando a xícara na mesa e apoiando os cotovelos para segurar o queixo.— Acho bom você ter uma conversa com esse coração aí, Augusto já está em outra. Você mesmo disse que ele está te ignorando pela fazenda… sem contar que a Vitória está enfurnada lá na casa deles novamente, já perdi as contas de quantas vezes ela estev
Augusto,Meu pai e seu João estão me empurrando Vitória guela abaixo, estou me sentindo no milênio passado em que os filhos tinham casamentos arranjados.— Mamãe eu não vou assumir um relacionamento com essa garota, seu Jorge Barros pirou de vez. — Protelo ao telefone.— Cozinha em banho Maria, na melhor hora você da um basta nessa situação, vou conversar com seu pai— Ela tenta me acalmar e acolher.Mamãe é sempre muito sensata, mas o fato de conviver com Vitória fará com que Geovanna se afaste cada vez mais de mim.Em nome dos projetos de expansão da Fazenda Soledade comprometo-me a ser educado com Vitória, mas deixo bem claro ao meu pai que não passará de amizade, mero Interesse comercial.— Dê uma chance a moça, ela está disposta a te conquistar— Papai fala com um sorriso divertido.— E eu estou disposto a deixar tudo para trás só para não precisar olhar na cara dela, contente-se com minha cordialidade.Todas as vezes que tentei me aproximar de Nina essa semana, Vitória apareceu e
A noite em Goiânia foi um fiasco e por mais que eu tente ignorar meus sentimentos eu não consigo, cada célula minha grita pelo Augusto.Acordo desolada com tudo, porém decidida de que essa é a última vez que eu sofro por ele, mesmo porque é real o compromisso dele com Vitória.— Bom dia! — Falo entrando na cozinha do casarão, havia tempos que eu evitava vir aqui, no entanto, a vida tem que seguir.— Bom dia minha filha, senta e toma um café — Mamãe me fala enquanto me serve uma xícara.— Será que eu coloquei sal no seu café? Sumiu daqui uns dias — Carolina brinca.— Era despeito pelo seu Augusto, agora que não tem mais jeito, pois ele arrumou uma do nível dele ela volta toda se fazendo de sonsa — Vanessa fala enquanto pica legumes.Me levanto pronta para avançar no pescoço dela e fazê-la engolir cada palavra que falou, mas seu Jorge entra na cozinha me procurando e me pede para acompanhá-lo até o escritório.Lanço um olhar de aviso para Vanessa e ela recebe com deboche, se eu pudesse
Augusto,Entro no escritório estressado com alguns fornecedores, papai está sentado falando ao telefone, sento-me na cadeira em sua frente e estico os braços enquanto ele finaliza.— Encerrei nosso contrato com o fornecedor de sal, o aumento é absurdo se considerado o custo benefício— Falo assim que ele desliga a chamada.— E já conseguiu outro? — Papai pergunta sem nenhuma alteração na voz.— Sim, tenho algumas reuniões marcadas para mais tarde. Ao fechar com algum desses pretendentes eu informo ao senhor — Aviso e me levanto para sair.— Augusto! — Senhor Barros me chama e eu paro onde estou, virando-me para ele.— Senhor!— Em que pé estão você e Vitória? — Ele me pergunta com um fio de esperança.Apesar de não gostar muito da ideia já estou aceitando, então conto-lhe que estivemos em Goiânia e ele sorri satisfeito.— E como estão os avanços com seu João? Espero que adiantados, pois não quero nada sério com uma mulher tão fútil quanto Vitória. — Desabafo!— Não compreendo, você sem
Nina,Amanhã meu vôo sai às 5 da manhã, sinto um frio na barriga só de pensar nos caminhos que surgiram em minha frente, mamãe já chorou de alegria, tristeza e saudade. Eu vou sentir muita falta de tudo aqui, contudo são apenas três meses.Arrumei minhas malas, não vou levar muita coisa, lá eu compro o que faltar, de acordo com ass diferenças climáticas e culturais.A princípio fiquei um pouco incomodada com a questão de me hospedar na casa da mãe do Augusto, dona Helena, mas minha mãe disse que ela é uma perua muito legal e que sempre foi muito agradável com todos na fazenda.— Filha, Juliano é quem vai levá-la até o aeroporto amanhã, falei com seu Jorge e já está tudo pronto lá no Texas. — Minha mãe fala preocupada, como se eu fosse uma criança.— Obrigada mamãe, eu também conversei com dona Helena, ela foi um amor na ligação, confesso que senti medo de não ser bem recebida por ela, acho que estou enganada— Ah! Minha princesa eu vou sentir tantas saudades, esses três meses vão pare
São mais de dez horas de vôo, me pareceram 36 de tão ansiosa que que estou, meu corpo está exausto e minha cabeça uma pilha de nervos.Meu inglês não é fluente, quem vem me receber é dona Helena, eu até tentei recusar mas ela e Augusto insistiram, acabei concordando.Entro no saguão e já avisto a perua country mais linda que eu já vi, a mulher é um chame puro, ela vem ao meu encontro e me abraça como se fossemos conhecidas de longa data.Confesso que esse acolhimento me faz sentir bem, ela me ajuda com o carrinho de malas até um pedaço do caminho, encontramos com um homem pouco mais novo que seu Jorge, ele me cumprimenta desejando boas vindas e pega o carrinho, deduzo ser o padrasto de Augusto.Reza as más línguas que ela abandou seu Jorge Barros para se mudar para o exterior com esse homem e que trouxe Augusto escondido, também não sei se é real essa história, e não vou perguntar, seria muito indelicado.— Está muito cansada? — Ela me pergunta enquanto entramos no carro.— Não muito,