A noite em Goiânia foi um fiasco e por mais que eu tente ignorar meus sentimentos eu não consigo, cada célula minha grita pelo Augusto.Acordo desolada com tudo, porém decidida de que essa é a última vez que eu sofro por ele, mesmo porque é real o compromisso dele com Vitória.— Bom dia! — Falo entrando na cozinha do casarão, havia tempos que eu evitava vir aqui, no entanto, a vida tem que seguir.— Bom dia minha filha, senta e toma um café — Mamãe me fala enquanto me serve uma xícara.— Será que eu coloquei sal no seu café? Sumiu daqui uns dias — Carolina brinca.— Era despeito pelo seu Augusto, agora que não tem mais jeito, pois ele arrumou uma do nível dele ela volta toda se fazendo de sonsa — Vanessa fala enquanto pica legumes.Me levanto pronta para avançar no pescoço dela e fazê-la engolir cada palavra que falou, mas seu Jorge entra na cozinha me procurando e me pede para acompanhá-lo até o escritório.Lanço um olhar de aviso para Vanessa e ela recebe com deboche, se eu pudesse
Augusto,Entro no escritório estressado com alguns fornecedores, papai está sentado falando ao telefone, sento-me na cadeira em sua frente e estico os braços enquanto ele finaliza.— Encerrei nosso contrato com o fornecedor de sal, o aumento é absurdo se considerado o custo benefício— Falo assim que ele desliga a chamada.— E já conseguiu outro? — Papai pergunta sem nenhuma alteração na voz.— Sim, tenho algumas reuniões marcadas para mais tarde. Ao fechar com algum desses pretendentes eu informo ao senhor — Aviso e me levanto para sair.— Augusto! — Senhor Barros me chama e eu paro onde estou, virando-me para ele.— Senhor!— Em que pé estão você e Vitória? — Ele me pergunta com um fio de esperança.Apesar de não gostar muito da ideia já estou aceitando, então conto-lhe que estivemos em Goiânia e ele sorri satisfeito.— E como estão os avanços com seu João? Espero que adiantados, pois não quero nada sério com uma mulher tão fútil quanto Vitória. — Desabafo!— Não compreendo, você sem
Nina,Amanhã meu vôo sai às 5 da manhã, sinto um frio na barriga só de pensar nos caminhos que surgiram em minha frente, mamãe já chorou de alegria, tristeza e saudade. Eu vou sentir muita falta de tudo aqui, contudo são apenas três meses.Arrumei minhas malas, não vou levar muita coisa, lá eu compro o que faltar, de acordo com ass diferenças climáticas e culturais.A princípio fiquei um pouco incomodada com a questão de me hospedar na casa da mãe do Augusto, dona Helena, mas minha mãe disse que ela é uma perua muito legal e que sempre foi muito agradável com todos na fazenda.— Filha, Juliano é quem vai levá-la até o aeroporto amanhã, falei com seu Jorge e já está tudo pronto lá no Texas. — Minha mãe fala preocupada, como se eu fosse uma criança.— Obrigada mamãe, eu também conversei com dona Helena, ela foi um amor na ligação, confesso que senti medo de não ser bem recebida por ela, acho que estou enganada— Ah! Minha princesa eu vou sentir tantas saudades, esses três meses vão pare
São mais de dez horas de vôo, me pareceram 36 de tão ansiosa que que estou, meu corpo está exausto e minha cabeça uma pilha de nervos.Meu inglês não é fluente, quem vem me receber é dona Helena, eu até tentei recusar mas ela e Augusto insistiram, acabei concordando.Entro no saguão e já avisto a perua country mais linda que eu já vi, a mulher é um chame puro, ela vem ao meu encontro e me abraça como se fossemos conhecidas de longa data.Confesso que esse acolhimento me faz sentir bem, ela me ajuda com o carrinho de malas até um pedaço do caminho, encontramos com um homem pouco mais novo que seu Jorge, ele me cumprimenta desejando boas vindas e pega o carrinho, deduzo ser o padrasto de Augusto.Reza as más línguas que ela abandou seu Jorge Barros para se mudar para o exterior com esse homem e que trouxe Augusto escondido, também não sei se é real essa história, e não vou perguntar, seria muito indelicado.— Está muito cansada? — Ela me pergunta enquanto entramos no carro.— Não muito,
Augusto,Faz uma semana que deixei Nina no aeroporto, meu coração sentiu um aperto inigualável, a véspera da sua partida foi uma noite especial, admito que lutei contra mim mesmo para não dar espaço aos desejos do meu corpo, não quis causar um conflito na despedida dela.Mamãe me ligou informando que já buscou Nina no aeroporto e que está com ela no meu restaurante favorito, sorri pequeno ao ouvir ela confirmar o quão linda e educada Nina é e que eu tinha razão, como eu queria ser eu a apresentar tudo para ela.Na fazenda, papai segue empenhado em me comprometer com Vitória, reluto pois ela não é o meu tipo de mulher, não consigo lidar com a arrogância e prepotência de menina mimada que ela tem.Tiro paciência do além para suportar as visitas diárias da Vitória e sua chatice fútil, ela reclama de absolutamente tudo, de certo ela acha que vou me trancar em um apartamento na cidade só para satisfazer os mimos dela, tá querendo se amarrar no homem errado.— Estive conversando com João, e
Augusto,Acordo com o tinir de aparelhos hospitalares, olho em volta e as paredes brancas me doem as vistas, papai está sentado na poltrona de visitas e se levanta rapidamente ao me ver desperto.— O que houve? — Pergunto confuso e sentindo dores.— Você se envolveu em um acidente essa madrugada, que irresponsabilidade a sua, onde já se viu beber e dirigir? — Ele da uma bronca mas sua voz é de preocupação.— Papai... — começo a falar, mas somos interrompidos pela chegada do médico.Um homem alto, magro, com óculos e uma prancheta na mão se aproxima acompanhado de uma jovem enfermeira, ambos nos cumprimentam eu apenas aceno com a cabeça e dou um sorriso pálido.O médico passa toda ficha para o meu pai e explica que por muito pouco não fico paraplégico, ouvir isso foi um choque, eu não devia ter bebido tanto.— Está vendo o que sua imaturidade fez? você não é um jovenzinho de 18 anos não, você já tem quase 30, pare de agir feito um adolescente e comece a ter modos de homem — Jorge fala
Augusto,Acordo pela manhã com os primeiros raios de sol, dona Marília traz meus desjejum na cama, ela me dá os comprimidos e me ajuda a sentar e coloca a bandeja em meu colo.— E a Nina, está gostando do Texas? — pergunto receoso.— Ela está amando, essa especialização é muito importante para ela, sou muito grata ao senhor Barros por tudo que ele faz pela minha menina. — Ela responde toda orgulhosa.— Fico feliz por ela, Nina é muito esforçada tem um futuro incrível pela frente. — Sou sincero.— É, tem sim... desde novinha sempre foi garrada nos livros, esforçada e dedicada aos estudos e a carreira, nunca me deu trabalho— Ela fala saudosa.— Dona Marília, eu sei que fui um babaca com a Nina, não sei bem o que aconteceu comigo... peço que a senhora me perdoe, nunca foi minha intenção machucar o coração dela. — Peço com sinceridade.— São águas passadas, vocês já se acertaram então não tenho o porquê de ficar chateada. — Ela responde e me faz um cafuné— Qualquer coisa pode me chamar, v
Augusto,Dez dias passaram rápido, não Vitória veio me visitar sem falhar uma única vez, minha recuperação discorreu dentro do esperado e eu já estou de volta a minha rotina normal.A fazenda está uma agitação só, Vitória mesmo em um tempo curto organizou um jantar extravagante. Convidou todos da redondeza para esse noivado, eu preferia algo mais discreto, porém deixei que ela fizesse ao gosto dela.Estou tão agitado que ando de um lado para o outro no quarto, se o noivado está assim imagina no casamento, isso sendo uma união sem amor, imagino como deve ser gostosa essa adrenalina quando é com a pessoa que a gente ama.— Vamos, os convidados já estão chegando! — Papai me chama e descemos juntos para a sala.Não demora até que Vitória e seu avô cheguem, ela me cumprimenta com um selinho e fica ao meu lado, pouco a pouco os convidados vão chegando e a quantidade de pessoas me causa um certo incomodo, começo a acreditar que nem caibam todos dentro de casa.— Parabéns meu querido, pelo b