Capítulo 07

Nina

— Não esperava ver Augusto naquele fim de tarde, quando eu estava sorrindo das muitas besteiras que Joaquim e Fabrício contavam. Estávamos em frente ao celeiro, ele surgiu montado no Trovão, com todo seu esplendor, nos cumprimenta com indiferença, manda Joaquim guardar o cavalo e sai se achando um rei, só se for o reinda cocada preta.

— Que ser insuportável! Não sei se conseguirei trabalhar com essa criatura Ele é um arrogante.

— Aí que você se engana, ele apesar da fortuna é um cara muito simples, não sei que bicho mordeu ele agora, deve estar cansado só pode! – Fabrício fala em defesa do príncipe e eu reviro os olhos vendo Joaquim voltar para perto de nós rindo do meu gesto.

— O que eu perdi? — Joaquim pergunta enfiando as mãos nos bolsos da calça com cara de desconfiado olhando de um para outro enquanto Fabrício solta uma gargalhada.

—Aah Joaquim, é só o Fabrício que virou advogado de defesa do arrogante e babaca do filho do patrão, parece até que ele tem umsrei na barriga. — Falo com deboche passando as mãos no cabelo.

— Nina o Fabrício diz a verdade, Augusto realmente é um cara legal, não tem nada de arrogante.

— Quer saber vou pra casa! Bando de puxa saco! Boa noite! — falo e saio sem nem esperar por resposta, só escuto as risadas deles e fico ainda mais irritada.

Sigo o caminho todo pensando porque aquele babaca do Augusto me deixa assim, de um jeito que nem sei explicar.

Solto ar dos pulmões devagar e caminho apressada até chegar em casa, que fica bem perto do casarão da fazenda. Cheguei e mamãe não está, pois as lâmpadas estão todas apagadas e agradeço por isso, vou até a cozinha beber água e em seguida vou para meu quarto, tomo um belo de um banho frio, visto um pijama, me jogo na cama e vou estudar para o meu mestrado, depois de um tempo estudando Augusto volta para meus pensamentos e desisto de tentar me concentrar na leitura, não vi a hora que peguei no sono.

Acordo com minha mãe me chamando e dizendo que passava das sete, como pude dormir tanto assim? Me levanto vou para o banheiro escovo os dentes, olho para o espelho e me vem a imagem de Augusto na cabeça, recobro minha sanidade e tomo um banho gelado para despertar, lembrar dele me deixa irritada. Saio do banheiro, visto calça jeans confortável e uma camiseta branca, faço um rabo de cavalo, pego minha maleta e vou para a cozinha.

Encontro meu pai tomando seu café, com aquela calma que só ele tem. Aproximo-me dele abraçando-o e dando um beijo na suas bochechas enrugadas, sento de frente para ele que sorri, eu abro um sorriso sincero em resposta ao dele, amo muito meu pai ele sempre cuidou e cuida de mim, se preocupa hoje igual quando eu era criança.

Depois de tomar um café tranquilo na companhia do meu pai, passo a manhã toda organizando para a vacinação dos bois que começa amanhã, dia primeiro de novembro, e vai até dia trinta, isso significa que o trabalho vai ser intenso e cansativo.

Termino meus afazeres e volto para almoçar. Hoje vou comer no casarão, ao entrar na cozinha escuto vozes vindo da sala de jantar e uma voz feminina chama minha atenção, sou bastante curiosa e imediatamente olho para mamãe com cara de interrogação, ela se aproxima e fala:

— Seu João Arruda e sua Neta Vitória vieram almoçar e desejar boas vindas ao Augusto. — mamãe fala baixinho para que só eu escute.

— Aquela patricinha, lembro dela! — mamãe assentiu concordando. Eu e mamãe almoçamos na cozinha e aproveitamos o momento para pôr a conversa em dias, termino de almoçar lavo meu prato mesmo mamãe falando que não precisa, seco minha mãos no pano que está em seu ombro e aproveito a proximidade para dar um beijo em sua bochecha.

Saio da cozinha indo para minha casa descansar um pouco. Teremos uma reunião com Augusto daqui algumas horas .

Depois de um descanso merecido, saio de casa e encontro o Fabrício que também está indo ao celeiro e seguimos juntos.

— Oi Nina! Preparada para a reunião?

— Sim, um pouco ansiosa! A Nicole vai viajar quando para Goiânia? — Mudo de assunto porque não tive tempo de estar com Nicole pela manhã, só soube que ela viajaria hoje porque recebi uma mensagem dela na hora do almoço.

— Vai hoje! A tardinha vou levá-la a Vila D'Água para pegar o ônibus.

Estamos conversando, eu falo sorrido e gesticulando com as mãos, é um hábito que tenho desde criança, olho para o lado e vejo Augusto se aproximando.

— Boa tarde! Foi bom vê-los por aqui! Vamos para o escritório para termos a nossa reunião, pois preciso ficar a par da saúde dos nossos animais. — Augusto fala rápido e ofegante. Não deixo de reparar o quanto ele é bonito, camisa xadrez e uma calça jeans preta, fico besta admirando tanta beleza. Saio do transe quando ouço Fabrício responder.

— O que você acha de reunirmos lá no celeiro já estamos aqui mesmo?

— Tudo bem pra mim, e para você Geovana?

— Concordo também! —- Falo já entrando no celeiro e sentando no feno os outros fazem o mesmo.

—Bom! vocês já devem já está sabendo que eu voltei para administrar a fazenda Soledade junto com meu pai. Como é do conhecimento de todos, meu pai está com arritmia cardíaca, por isso estou aqui para que ele não precise ter nenhum tipo de aborrecimento ou fazer qualquer esforço físico. Pelo que percebi, e pela a conversa que tive com meu pai, vocês têm tudo sobre controle e cumpre as obrigações de vocês com honra, espero que com a minha chegada tudo continue acontecendo como tem de ser e possamos unir forças para que melhore ainda mais.

—Fico agradecida pela a oportunidade que seu Jorge me deu, sou recém formada, mas dou tudo de mim para cumprir minhas obrigações, como o senhor também é veterinário assim como Fabrício pode está me orientando caso falhe. — Falo olhando para minhas mãos cruzadas em cima do meu colo tentando esconder o nervosismo.

Fabrício explica com detalhes tudo que está acontecendo . Augusto presta atenção em tudo que é dito.

— E como já é do seu conhecimento, amanhã inicia a vacinação de todo o rebanho e vai até dia trinta como previsto. — O nervosismo inicial desapareceu me deixando mais segura, foi uma reunião agradável que nem vi as horas passar.

— Gente, até mais! — Fabrício fala já levantando. — Tenho um compromisso agora que não pode ser adiado. — diz já indo em direção a saída.

Dou um sorriso tímido para o Augusto que sorri de volta, ele levanta e estende a mão para me ajudar levantar, aceito e ficamos bem próximo, ele aponta para a saída.

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