Capítulo 05

Augusto Barros

Saio do celeiro e fico intrigado comigo mesmo que não fui capaz de interagir com a veterinária Nina, fiquei feito um idiota sem tirar os olhos dela, como pude agir assim? Ficar mudo diante de uma mulher linda. É coisa de adolescente, só pode ser cansaço, saio dos meus devaneios quando ouço a voz do meu pai.

__ Ficou muito bom! Gostei muito dos piquetes e das maternidades, Tudo muito moderno facilitando tanto para as vacas na hora de parir quanto para nós veterinários. __ Falo à verdade.

__ O que aconteceu você está tão calado? __ Não respondo de imediato e ele continua a falar me olhando de soslaio __ O que achou das mudanças que fiz no celeiro?

— Amanhã vou ajudá-lo no escritório de manhã porque preciso inteirar dos assuntos da fazenda e das finanças, à tarde vou reunir com os peões e com os veterinários e ainda quero dar uma volta com o Trovão.

---Como é satisfatório saber que você está entusiasmado em administrar á fazenda e falar no Trovão com certeza ele está morrendo de saudades!

--- Eu também estou, senti falta dos nossos passeios já já resolverei isso ---Digo sorrindo

---- O que você achou da Nina? Vocês farão um excelente trabalho juntos, vocês gostam do que fazem, são determinados e juntos conquistaram o mundo.

Gargalho alto! Meu pai é hilário! Ele para de caminhar e me olha sorrindo e pergunta:

--- Qual a graça Augusto?

-- Não foi o senhor mesmo que falou para eu manter distância? Digo olhando para ele com a sobrancelhas juntas, ele move a cabeça em negativa

--- Disse sim! Não no sentindo de trabalhar e você entendeu muito bem Augusto! Diz bravo

--- Não deixei minha mãe no Texas só com aquele homem que abomino pra correr atrás de um rabo de saia o senhor sabe que a última coisa que quero é um relacionamento. —Digo com a voz trêmula de raiva, o que ele pensa que sou? Um tarado que não pode ver uma mulher bonita

Apresso o passo deixando Jorge para trás, chego ao estábulo e vou direto para a baía do meu cavalo

Assim que chego Trovão me olha fixo nos olhos e empina as patas dianteiras relinchando alto e abanando o rabo em sinal de reconhecimento sinto um prazer, uma felicidade tão grande que não sei explicar.

— Ei! Amigo que saudades senti de você —Digo entrando na baía e o abraço fazendo carinho em sua cara e passando a mão em sua pelagem preta macia, como amo esse cavalo que foi presente da minha mãe quando fiz 18 anos lembro como se tivesse sido ontem, tinha vindo para o Brasil passar minhas férias aqui na fazenda e minha mandou entregá-lo bem na hora do almoço nem comi, abandonei o prato e corri para cuidar dele parecendo um criança de 5 anos e não um homem de 18

—Sorrio das minhas lembranças ainda acariciando meu cavalo quando ouço meu pai e o Fabrício conversando parados na porta da baía observando minha interação com o Trovão

—E aí Augusto, como você está meu amigo? Fabrício pergunta indo até onde estou e me dá um abraço meio de lado e uns tapinhas nas costas na sequência.

—Estou bem e a julgar pela sua aparência você está muito bem –Falo a mais pura Verdade

—Sim! Realmente não tenho do que reclamar. Minha vida profissional está cada vez melhor, tá aqui seu Jorge que não me deixa mentir e a pessoal é só sucesso —Fabrício diz com um sorriso de orelha a orelha.

—Só me resta desejar parabéns.

—Em breve teremos mais um casamento e eu faço muito gosto de ver você e a Nicole juntos, formam um casal lindo —Papai fala me olhando atravessado, aí pronto o que foi que eu fiz? —Augusto também podia encontrar uma mulher boa para casar e me dar muitos netos.

Gargalho alto que até o Trovão me acompanha relinchando meu pai revira os olhos e aí que sorrio mesmo como a muito não fazia

—Amém! Estou ansioso para pedir Nicole em casamento. Assim que nossa casa ficar pronta peço. — Fabrício diz todo orgulhoso

–Vamos mudar o rumo dessa prosa ---- digo mantendo as mãos acariciando o Trovão—Como anda a saúde desse meu amigão aqui?

— Melhor impossível no seus quase treze anos está em sua melhor forma e hoje nasceu mais um belo potro desse garanhão, o potrinho é muito lindo e nasceu com uma saúde de ferro!

— Quem é a mãe? Pergunto sorridente.

— Palama! A primeira cria, ela é de pelagem branquinha como a neve, o oposto do Trovão e o potrinho é branquinho com manchas bem pretas, lindo de se ver.

— Vamos lá vê essa preciosidade? — Meu pai chama, todo orgulhoso de seus cavalos que são tratados a " pão de ló".

Seguimos ele para a baía ao lado onde vejo o uma égua maravilhosa com seu potrinho lindo.

Ficamos um tempo ali conversando um papo tão descontraído que nem vimos o tempo passar, me despeço do meu pai e Fabrício e volta a baía onde está o trovão pego os apetrechos de montaria levo até o trovão depois de tudo no jeito monto meu amigão para uma volta, vou até o riacho dou água para o Trovão pois já andamos por mais de uma hora, me sento em uma pedra e fico admirando o pôr do sol. Nina vem em meus pensamentos sorrio pois ela não saiu dos meus pensamentos desde o momento que nossos olhares se encontraram, deve ser porque recebi várias advertências para nem olhar a moça que realmente é uma coisinha linda! linda! Que não sai da minha cabeça só pode ser por causa de tantas advertências porque mais seria? Fico mais um tempo contemplando o pôr do sol em toda sua plenitude, monto o Trovão e volto para guardá-lo, ao chegar no estábulo vejo Fabrício e Joaquim conversando com Nina que está sorrindo do que aqueles babaca estão dizendo, meu Deus o que está acontecendo comigo? Apeio e cumprimente todos.

— Boa noite! — eles responde em uníssono e viro para o Joaquim — Joaquim cuida do Trovão — entrego lhe o cabresto e volto para casa, sei que vão pensar que sou um cara arrogante coisa que não sou, porém estou cansado e sem um pingo de vontade de jogar conversa fora. Chego em casa pela porta da cozinha que está cheirando bife acebolado mas, estou sem fome e não vejo ninguém, subo direto para meu quarto tudo que quero é um banho gelado e dormir. Entro no meu quarto sento na cama tiro a botina, toda minha roupa e vou nu para o banheiro, ligo o chuveiro e me molho, a imagem de Nina vem com tudo e eu não entendo o que está acontecendo comigo, termino meu banho visto só uma cueca box branca e deito, amanhã o dia será longo.

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