Augusto Barros
Saio do celeiro e fico intrigado comigo mesmo que não fui capaz de interagir com a veterinária Nina, fiquei feito um idiota sem tirar os olhos dela, como pude agir assim? Ficar mudo diante de uma mulher linda. É coisa de adolescente, só pode ser cansaço, saio dos meus devaneios quando ouço a voz do meu pai.__ Ficou muito bom! Gostei muito dos piquetes e das maternidades, Tudo muito moderno facilitando tanto para as vacas na hora de parir quanto para nós veterinários. __ Falo à verdade. __ O que aconteceu você está tão calado? __ Não respondo de imediato e ele continua a falar me olhando de soslaio __ O que achou das mudanças que fiz no celeiro?— Amanhã vou ajudá-lo no escritório de manhã porque preciso inteirar dos assuntos da fazenda e das finanças, à tarde vou reunir com os peões e com os veterinários e ainda quero dar uma volta com o Trovão. ---Como é satisfatório saber que você está entusiasmado em administrar á fazenda e falar no Trovão com certeza ele está morrendo de saudades! --- Eu também estou, senti falta dos nossos passeios já já resolverei isso ---Digo sorrindo---- O que você achou da Nina? Vocês farão um excelente trabalho juntos, vocês gostam do que fazem, são determinados e juntos conquistaram o mundo.Gargalho alto! Meu pai é hilário! Ele para de caminhar e me olha sorrindo e pergunta:--- Qual a graça Augusto? -- Não foi o senhor mesmo que falou para eu manter distância? Digo olhando para ele com a sobrancelhas juntas, ele move a cabeça em negativa--- Disse sim! Não no sentindo de trabalhar e você entendeu muito bem Augusto! Diz bravo --- Não deixei minha mãe no Texas só com aquele homem que abomino pra correr atrás de um rabo de saia o senhor sabe que a última coisa que quero é um relacionamento. —Digo com a voz trêmula de raiva, o que ele pensa que sou? Um tarado que não pode ver uma mulher bonita Apresso o passo deixando Jorge para trás, chego ao estábulo e vou direto para a baía do meu cavaloAssim que chego Trovão me olha fixo nos olhos e empina as patas dianteiras relinchando alto e abanando o rabo em sinal de reconhecimento sinto um prazer, uma felicidade tão grande que não sei explicar.— Ei! Amigo que saudades senti de você —Digo entrando na baía e o abraço fazendo carinho em sua cara e passando a mão em sua pelagem preta macia, como amo esse cavalo que foi presente da minha mãe quando fiz 18 anos lembro como se tivesse sido ontem, tinha vindo para o Brasil passar minhas férias aqui na fazenda e minha mandou entregá-lo bem na hora do almoço nem comi, abandonei o prato e corri para cuidar dele parecendo um criança de 5 anos e não um homem de 18—Sorrio das minhas lembranças ainda acariciando meu cavalo quando ouço meu pai e o Fabrício conversando parados na porta da baía observando minha interação com o Trovão—E aí Augusto, como você está meu amigo? Fabrício pergunta indo até onde estou e me dá um abraço meio de lado e uns tapinhas nas costas na sequência.—Estou bem e a julgar pela sua aparência você está muito bem –Falo a mais pura Verdade —Sim! Realmente não tenho do que reclamar. Minha vida profissional está cada vez melhor, tá aqui seu Jorge que não me deixa mentir e a pessoal é só sucesso —Fabrício diz com um sorriso de orelha a orelha.—Só me resta desejar parabéns.—Em breve teremos mais um casamento e eu faço muito gosto de ver você e a Nicole juntos, formam um casal lindo —Papai fala me olhando atravessado, aí pronto o que foi que eu fiz? —Augusto também podia encontrar uma mulher boa para casar e me dar muitos netos.Gargalho alto que até o Trovão me acompanha relinchando meu pai revira os olhos e aí que sorrio mesmo como a muito não fazia—Amém! Estou ansioso para pedir Nicole em casamento. Assim que nossa casa ficar pronta peço. — Fabrício diz todo orgulhoso–Vamos mudar o rumo dessa prosa ---- digo mantendo as mãos acariciando o Trovão—Como anda a saúde desse meu amigão aqui?— Melhor impossível no seus quase treze anos está em sua melhor forma e hoje nasceu mais um belo potro desse garanhão, o potrinho é muito lindo e nasceu com uma saúde de ferro!— Quem é a mãe? Pergunto sorridente.— Palama! A primeira cria, ela é de pelagem branquinha como a neve, o oposto do Trovão e o potrinho é branquinho com manchas bem pretas, lindo de se ver.— Vamos lá vê essa preciosidade? — Meu pai chama, todo orgulhoso de seus cavalos que são tratados a " pão de ló".Seguimos ele para a baía ao lado onde vejo o uma égua maravilhosa com seu potrinho lindo.Ficamos um tempo ali conversando um papo tão descontraído que nem vimos o tempo passar, me despeço do meu pai e Fabrício e volta a baía onde está o trovão pego os apetrechos de montaria levo até o trovão depois de tudo no jeito monto meu amigão para uma volta, vou até o riacho dou água para o Trovão pois já andamos por mais de uma hora, me sento em uma pedra e fico admirando o pôr do sol. Nina vem em meus pensamentos sorrio pois ela não saiu dos meus pensamentos desde o momento que nossos olhares se encontraram, deve ser porque recebi várias advertências para nem olhar a moça que realmente é uma coisinha linda! linda! Que não sai da minha cabeça só pode ser por causa de tantas advertências porque mais seria? Fico mais um tempo contemplando o pôr do sol em toda sua plenitude, monto o Trovão e volto para guardá-lo, ao chegar no estábulo vejo Fabrício e Joaquim conversando com Nina que está sorrindo do que aqueles babaca estão dizendo, meu Deus o que está acontecendo comigo? Apeio e cumprimente todos.— Boa noite! — eles responde em uníssono e viro para o Joaquim — Joaquim cuida do Trovão — entrego lhe o cabresto e volto para casa, sei que vão pensar que sou um cara arrogante coisa que não sou, porém estou cansado e sem um pingo de vontade de jogar conversa fora. Chego em casa pela porta da cozinha que está cheirando bife acebolado mas, estou sem fome e não vejo ninguém, subo direto para meu quarto tudo que quero é um banho gelado e dormir. Entro no meu quarto sento na cama tiro a botina, toda minha roupa e vou nu para o banheiro, ligo o chuveiro e me molho, a imagem de Nina vem com tudo e eu não entendo o que está acontecendo comigo, termino meu banho visto só uma cueca box branca e deito, amanhã o dia será longo.AugustoAcordo me sentindo bem disposto, o sol ainda nem nasceu, mas me levanto. Vou ao banheiro escovo os dentes lavo e faço a barba pois gosto do meu rosto lisinho, vejo que as minhas roupas estão todas no meu closet, arrumadas do jeito que gosto, pego uma camisa xadrez em preto e cinza e uma calça jeans preta me visto calço e ponho o meu chapéu. Saio do quarto e ao chegar na escada já sinto um cheiro delicioso de café, desço a os degraus quase correndo, parecendo adolescente, sorrio do meu pensamento, chego à cozinha e está meu pai e dona Marília , conversando .— Bom dia! O dia começou animado por aqui —- Falo em um tom de animado.— Bom dia! Dormiu bem? Descansou? — pergunta dona Marília enxugando as mãos no avental e com um sorriso no rosto.— Bom dia filho! Hoje o dia promete. Temos muito serviço para fazer dentro e fora do escritório — Diz levando a xícara de café até a boca.— Dormi bem sim e acordei bem descansado — Respondendo a dona Marília, com um sorriso nos lábios, e
Nina — Não esperava ver Augusto naquele fim de tarde, quando eu estava sorrindo das muitas besteiras que Joaquim e Fabrício contavam. Estávamos em frente ao celeiro, ele surgiu montado no Trovão, com todo seu esplendor, nos cumprimenta com indiferença, manda Joaquim guardar o cavalo e sai se achando um rei, só se for o reinda cocada preta.— Que ser insuportável! Não sei se conseguirei trabalhar com essa criatura Ele é um arrogante.— Aí que você se engana, ele apesar da fortuna é um cara muito simples, não sei que bicho mordeu ele agora, deve estar cansado só pode! – Fabrício fala em defesa do príncipe e eu reviro os olhos vendo Joaquim voltar para perto de nós rindo do meu gesto.— O que eu perdi? — Joaquim pergunta enfiando as mãos nos bolsos da calça com cara de desconfiado olhando de um para outro enquanto Fabrício solta uma gargalhada.—Aah Joaquim, é só o Fabrício que virou advogado de defesa do arrogante e babaca do filho do patrão, parece até que ele tem umsrei na barriga.
Nina Augusto põe a mão esquerda no meu ombro me guiando até a saída, seguimos calados. Ao sairmos do celeiro tá um vento suave.—- Está indo para casa? — Perguntei quebrando o silêncio.— Não! Vou dar uma volta com o trovão, matar um pouco a saudade e aproveitar para ver o meu netinho. — Diz com um sorriso irônico, referindo ao potrinho, filho do Trovão.— Por falar nele, já escolheu o nome?— Sim, Tornado! O que você acha? — Pergunta com um sorriso lindo.— Tornado! Bonito nome e combina muito com ele. –Dou um leve sorriso e começo a caminhar e já me despedindo. — Até mais Augusto nos vemos na vacinação.Mau fecho a boca e ele diz:—Vamos ver o Tornado e depois dar uma volta a cavalo?— Hoje não! Estou muito cansada e amanhã o batidão será tenso. Dou um aceno com a cabeça e volto para casa pois tenho que dormir mais cedo, amanhã levanto com as galinhas, combinei com os peões que começaremos às cinco da manhã, já deixei tudo preparado para não ter imprevistos. É a primeira ve
Augusto A campanha de vacinação tem me proporcionado muito cansaço e também muito entretenimento. Está uma correria só, mas estou achando interessante toda interatividade que venho tendo com Nina.Geovana ainda que recém formada é uma exímia profissional, dedicada, competente e não mede esforços para que tudo saia dentro do programado além de linda.O modo que ela conduz os peões e domina seus conhecimentos me deixam encantado. Embora as inúmeras recomendações do meu pai de que eu deva manter distância, algo me prende a atenção nela, talvez seja o fato de que tudo proibido é mais atrativo.Todos aqui vêem as qualidades de Nina, inclusive Vanessa que quase a fuzilou com os olhos quando dei carona para ela no início da semana. Falando nesse dia, o primeiro da vacinação não imaginava que uma mulher linda e baixinha fosse tão valente! E o que me deixa sem ar mesmo é aquele rebolar de bunda indo e vindo, teve uma hora que fiquei de pau duro imaginando aquela bundinha cavalgando no m
Nina Saio da vacinação com o sol se pondo, sigo direto para a minha casa, estou faminta e cansada. Hoje o trabalho foi intenso, mas valeu muito a pena! Principalmente porque o Augusto já havia me chamado para dar uma ida na vila D’água para descontrair! Fiquei na dúvida, porém acabei aceitando. Por puro nervosismo acabei convidando a todos para ir e Fabrício aceitou na hora e no fim todos da nossa equipe resolveram ir também. Quando o Augusto falou que passaria em casa para me buscar, disse que iria com a Nicole e que nos encontraríamos lá. Augusto insistiu para eu ir com ele, mas a covarde que existe em mim deu pra trás. Agora estou arrependida.Chego em casa e entro pela área de serviço para deixar a minha bota e a minha roupa suja por ali. Entro em casa e vou direto à geladeira pegar um copo de água e ver o que tem para comer, e vejo que a mamãe fez o meu bolo preferido.Gemo de puro prazer assim que levo um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate na boca. Hum! Hum
AugustoChego a Vila D'Água e paro em frente ao bar do Zé, demoro um pouco para descer, observo o movimento antes de sair da camionete e sigo para a entrada procurando por Nina.Assim que entro, percorro o olhar pelo local e encontro o par de olhos mais lindo, nossos olhares se prenderam e ela sorri, eu correspondo me virando para ir até ela, porém nesse exato segundo sinto uma mão tocar meu braço e no instante seguinte ser abraçado, e antes que eu reaja sou surpreendido com um selinho.Tinha que ser Vitória, por um momento havia me esquecido dessa insuportável, meus braços ficaram pendurados ao longo do meu corpo e mesmo assim ela enroscou os dela junto aos meus me guiando ao balcão. Sem me perguntar ela pede duas cervejas mas antes que o garçom se afaste eu peço que traga apenas uma.— Não vai me acompanhar? - Vitória pergunta fazendo biquinho e eu quase reviro os olhos.— Não estou com sede! Obrigado! — respondo de forma seca e volto a procurar por Nina, pois tenho certeza que
AugustoSaio do escritório por volta das duas horas da tarde e vou direto para cozinha, estou faminto, vejo que meu almoço está no forno e ainda está quente, como feito um urso quando sai da hibernação. Termino de almoçar, bebo um suco de laranja geladinho e vou dar uma volta pela fazenda, resolvo ir caminhando até o lago.Vou me aproximando e ouço vozes, fico tentando reconhecer, mas tá impossível, vou me esgueirando até chegar perto de uma pedra grande onde me escondo e fico observando até que vejo Nina dá um mergulho e aquele homem mergulhar atrás dela, ambos gargalhando feito dois adolescentes.Saio de trás da pedra e caminho em direção aos dois como estão distraídos leva alguns minutos para notar minha presença Nina dá um grito assustado assim que me vê e seu companheiro continua nadando com os olhos grudados em mim.— O que você está fazendo aqui, Augusto? Está me seguindo?Nina grita esteticamente jogando água em minha direção— Até onde eu sei eu estou na minha propried
GiovanaEntro em casa aos prantos, Augusto me humilhou de uma forma que jamais pude imaginar ser algum dia em minha vida.Minha mãe tenta falar comigo enquanto sigo para meu quarto, mas a deixei para trás com Felipe, entro no banheiro e tomo um banho regado a lágrimas, não posso acreditar que esteja passando por algo assim.Saio enrolada na toalha e me deito na cama, respiro fundo enquanto penso no que farei, minha mãe bate a porta e Felipe também me chama, dou um suspiro profundo e me sento, então digo que podem entrar.— Oh minha menina, como você está? Felipe me contou o episódio monstruoso que Augusto lhes proporcionou, mas não se preocupe que isso não vai ficar assim… — Ela fala triste e preocupada.— Vai ficar tudo bem mãe! Não precisa fazer nada não— respondo com um nó na garganta, e vejo Felipe em pé nos observando. — Vou me vestir e descemos para tomar um café, só o bolo de cenoura com chocolate da senhora pode me fazer melhorar agora. — Levanto e ela me abraça e me dá um be