Quando Cora se apaixonou por Fellipe, ela achou que ele fosse diferente dos outros, mas ele provou que pensava errado. Sem entender o que poderia ter acontecido, ela se vê em uma situação complicada. Está grávida e sem memória de seu passado. Ela não lembrava que Fellipe a havia enxotado de sua vida de uma forma feia e cruel, sem lhe dar chance sequer de se defender. Apenas a abandonou sem levar em consideração tudo o que sentia por ele. Tempos depois, Fellipe descobre que ela espera um filho e vê aí a chance de se vingar dela por ter traído sua confiança de um modo tão descarado como ela havia feito. A levaria para sua ilha particular e a deixaria aí até que seu filho nascesse, para depois a mandar embora e lhe tomar a criança, que ele nunca deixaria ser criada por ela. Uma mulher que ele achava ser mentirosa e traidora. Lhe contaria uma mentira também, a deixaria ficar durante a gravidez esperando que ele fosse mesmo se casar com ela e depois seria sua vingança final e Cora não poderia reclamar de nada, nem poderia brigar com ele pela guarda da criança. Esse seria seu castigo por tê-lo traído. Ele só não imaginava que havia muito mais por trás de tudo o que aconteceu.
Ler maisParte 2...O importante é que ela entendesse realmente que ele a amava de verdade e que nunca mais cairia em outro erro nem de longe parecido com o que houve. Que estaria bem e segura ao seu lado.Fellipe queria formar uma família grande e tinha sido fácil transformar a casa da ilha em sua residência oficial. Foi só melhorar o acesso de internet e reformular o escritório e passou a trabalhar de lá. Saía apenas quando necessário, reuniões ou viagens. De resto tudo podia ser comandado da ilha e seus irmãos dividiram as responsabilidades em partes maiores durante o nascimento de seu filho.Alexandre chegou em um fim de tarde com um pôr do sol perfeito. A equipe médica estava pronta, esperando apenas o momento dele. Cora estava nervosa, mas ele estava muito mais e quando ouviu o choro do filho ficou emocionado e chorou como se ele fosse o bebê.Segurou a mão dela o tempo todo durante o parto e quando a enfermeira lhe entregou Alexandre nos braços, ele se sentiu o homem mais feliz do mundo
Parte 1...Fellipe esperou, apesar de sua ansiedade estar quase o dominando. Robin lhe disse que deixasse que Cora viesse até ele, assim saberia que estava disposta a conversar e que não forçasse para que ela não se fechasse novamente. Que lhe desse tempo.Ele ficou na sala de tevê, bebendo enquanto olhava o relógio de tempo em tempo, sentindo a pressão de não saber o que fazer.Tudo o que ele queria era que Cora o aceitasse de volta, mas ela nem mesmo o deixava tocá-la. Isso o deixava triste e com raiva, mas era natural esperar tal comportamento.O tempo passou e ele acabou dormindo todo torto na poltrona e o copo escorregou de sua mão, caindo no tapete e derramando a bebida. Só acordou quando sentiu o toque calmo de Cora em sua mão.— Cora...- se ajeitou esfregando o rosto — Está bem?— Sim, estou. Vim falar com você - andou até a outra poltrona.— Eu não quis te incomodar mais, você estava com ódio de mim.— Estava mesmo- sentou-se — Mas eu não quero ficar presa a isso, já sofri mu
Parte 5...Quando ele saiu, Cora voltou a sentar na cama, tentando absorver tudo o que ele havia lhe revelado, inclusive seu tal amor por ela.De novo se sentia perdida como quando acordou no quarto do hospital, sem saber de nada. Foi uma sensação horrível e agora estava com o mesmo sentimento e dúvidas.O que fazer, para onde ir?Ela poderia continuar e voltar ao seu país, mas teria uma luta grande pela frente. Fellipe não iria aceitar que afastasse o filho dele e com certeza os poucos familiares que tinha, não lhe dariam apoio.Agora conseguia recordar que sua família era grande, porém não eram unidos. Cada um tinha sua vida e não se importavam com a vida do outro, viviam separados, se encontrando em poucas ocasiões.Ela nunca se sentiu realmente parte da família e por isso não teve nenhum problema em viajar para começar outra vida em outro lugar. Só não esperava conhecer Fellipe.E tudo mudou. Literalmente.— Meu Deus, o que eu devo fazer?Abaixou a cabeça segurando o rosto entre a
Parte 4...Quando Cora ouviu a batida na porta, nem se deu ao trabalho de responder. Apenas continuou separando algumas coisas para levar com ela. De resto não sabia onde estavam seus documentos. Precisaria pedir a Fellipe.— O que está fazendo?Ela se virou e viu Eros, parado à porta do closet.— O que lhe parece? Tenho que ir embora - se virou e continuou a separar as roupas — Preciso dos meus documentos e estão com seu irmão. E como não sou daqui, quero também meu passaporte. Quero tudo o que for meu para que eu possa voltar ao meu país.— Você não pode ir, Cora - se aproximou — O filho é de Fellipe também e ele não vai deixar que leve-o embora.— Bem, eu preciso ir e como o bebê está dentro de mim, acho que vai ser difícil que ele fique com a criança.— Cora, sei que está aborrecida- ela riu — Magoada... E tem toda razão. Eu peço desculpas de novo por meu comportamento e pelo de Alezandro. Nós erramos muito em julgar você sem provas.— Não se preocupe com isso. Em breve não vai pr
Parte 3...— Sabe que só hoje de manhã eu me toquei de que você sempre esteve ao meu lado, me avisando - esticou a mão e tocou o rosto dela.— Eu sempre gostei de trabalhar aqui, Fellipe. Só quero o seu bem e o da empresa.— E é só isso o que você quer? - jogou charme.Ela respirou fundo e abriu um sorriso.— Na verdade o que eu quero é você - soltou.— Quer mesmo? - ela fez que sim — E o que faria por mim?— Tudo - disse depressa — Qualquer coisa.— Qualquer coisa? - engoliu em seco — Até mesmo afastar Cora de mim? - ela arregalou os olhos — Eu só entendi agora o que você fez, Miranda e me senti feliz em ver o quanto gosta de mim.— Está falando sério? - se surpreendeu.— Foi você quem roubou os projetos e culpou Cora, não foi? - ela recuou e ele segurou seu braço — Não se preocupe - sorriu — Eu fiquei com raiva por causa dos projetos, mas depois eu entendi tudo.— Entendeu?— Claro, essa foi a melhor forma de que eu a expulsasse de minha vida e você estava certa. Ela não é como você
Parte 2...— Meu Deus, isso é horrível, irmão. Ela deve estar realmente muito fragilizada agora - apertou os lábios pensando — Eu não creio que ela tenha feito isso, não diante do que estamos vendo agora. Nesse momento Robin apareceu na sala onde estavam. Finalmente pode revelar o que fazia. Eros ficou chocado.— Então, você na verdade é uma detetive?— Exato - sorriu — Seu irmão acertou com o chefe de polícia que cuida do caso, para haver uma investigação em vários níveis. Eu trabalho em conjunto com eles e trocamos informações - cruzou os braços — E também tenho mesmo curso de enfermagem, o que facilitou para que eu fosse chamada para esse caso - fez uma cara pensativa e suspirou — E tudo o que descobri, junto com a equipe da polícia, nos leva a crer que quem fez tudo isso foi...— Miranda!O irmão o olhou fazendo uma careta perplexa.— Sim. Como pensou nela?— Estava ao lado da porta, ouvindo sua conversa - esfregou o rosto — Ela tinha como fazer isso e podia fazer.— Então ela te
Parte 1...Fellipe entrou no apartamento como um furacão, mas Eros o segurou na sala.— Eu tenho que falar com ela - puxou o braço.— Não agora. Robin está no quarto com ela e as duas estão conversando - inspirou fundo — E eu tenho que pedir desculpas - esfregou a nuca — E para ela também. Pelo pouco que vi e ouvi, não creio que Cora tenha feito o que a acusamos no passado. Erramos feio.— Eu também errei muito - sua voz ficou embargada.— Você não teve culpa, irmão, foi um momento difícil.— Mas fui eu quem a mandou embora e eles aproveitaram disso. — As coisas vão melhorar, eu sei que vão.Eros no fundo sentia um tanto de culpa também, porque ele tinha sido um dos que mais falou contra Cora ao saber do suposto roubo. Teria que explicar a Alezandro também. Ele também estava curioso.— Deixe que Robin a acalme e depois você entra.— Está bem.Fellipe assentiu, mas tão logo o irmão se afastou para ligar, ele foi depressa ao quarto, mas parou antes ao ouvir as vozes lá dentro. A porta
Parte 2...Viu um carro preto passar e sentiu um arrepio de medo. Pensou na noite em que a levaram. Se arrepiou de novo. Não deveria estar ali na rua, tinha agido por impulso. Poderia pensar no que fazer no apartamento de Fellipe, ainda que ficar lá agora seria muito difícil, mas tinha que pensar no filho que teria e por isso não dava mais pra agir de modo egoísta.Respirou fundo e voltou pelo mesmo caminho, andando apressada, quando ouviu um carro ao seu lado e seu coração disparou.— Cora!Ela se assustou, mas olhou de lado. Era o irmão dele. Continuou a caminhas e ele a seguiu com o carro.— Cora, por favor... Fellipe está louco atrás de você.— Até parece - deu uma risadinha irônica.— Juro que é verdade. Acabei de chegar ao condomínio e ele estava saindo desesperado em sua busca.Ela apenas deu de ombro.— É bom que ele esteja fora quando eu voltar, assim terei tempo de pegar o que for meu e dessa vez sumir de vez.— Não faça isso, Cora, por favor. Meu irmão não merece isso.Ela
Parte 1...Cora abriu os olhos devagar. Se sentia pesada, não cansada, mas o sono tinha feito algo bom. Agora estava com a energia recobrada e podia fazer algo. Na noite anterior ficou tão mal que não sabia o que fazer, além de chorar. Estava muito desesperada.Levantou e ao foi ao banheiro. Estava sozinha. Melhor assim.Trocou de roupa e com o coração pesado, tomado de inseguranças e medo do que viria por aí, retirou o anel de compromisso que ele havia lhe dado e deixou em cima da mesinha ao lado da cama.Saiu do quarto devagar. Não sabia bem o que fazer ainda, mas precisava pensar e se ficasse ali, logo alguém iria aparecer e ela acabaria sendo convencida a continuar.Não estava em condição de ter uma conversa com Fellipe agora, depois de tudo o que sua mente havia lhe revelado e que talvez fosse melhor ter ficado escondido para sempre.Ele a tinha jogado na rua e depois a abandonou com as pessoas que a sequestraram. Então, o que ele planejava agora para ela. Porque havia lhe pedido